Mês: maio 2009

Projeto de decoração

Como faço para planejar um ateliê dentro de casa? Primeiro preciso encontrar um cantinho agradável e confortável. E ainda preciso planejar alterações no Estúdio, como, por exemplo, encontrar uma cadeira realmente confortável e mudar a cor das paredes. Aquele verde sem graça deixa tudo muito escuro. E não dá para trabalhar sem luz. Sugeri ao Davison paredes brancas. Tudo ok. Mas como manter as janelas e portas marrons???? Sugeri vermelho (vermelho escuro), mas ele não gostou. Verde limão também não foi aceito. Laranja fosforescente ele também não aceitou. Não me sobraram muitas opções. Quem sabe com alguma insistência, ele aceite. Tenho certeza de que quando ele vir o resultado, perceberá que ficou bem melhor.

Paredes brancas, portas e janelas de madeira pintadas de marrom escuro em uma casinha pequena…bah, que sem graça! Qual é o problema em fazer do local de trabalho um ambiente alegre, colorido e baiano? Ainda mais quando se trata de um estúdio de arte! Fosse, sei lá, um escritório de contabilidade, sei que não ficaria legal, ou não pegaria bem. Mas oh, céus…Davison às vezes é meu freio. Se eu estivesse sozinha, meu estúdio seria uma árvore de natal! Eu sou MUITO drag queen…Davison é bem equilibrado, apesar do nosso sofá verde limão e da nossa tapeçaria com detalhes fosforescentes colocar essa afirmação em dúvida, às vezes 🙂 . Mas ele sabe dosar. Ei, eu também! Só quero a porta e as janelas. Não sugeri nem uma parede colorida…preciso aprimorar meus argumentos, assim, como quem não quer nada.

Da série: Diálogos Insanos

Davison está incontrolável hoje. Uma vez por mês (ou menos) ele fica com vontade de comer carne. Hoje foi um desses dias e agora tem um pedaço de bicho morto (ok, sorry) na panela de pressão, e ele chegou com uma cara muito estranha (eu devia ter desconfiado!!! É cara de quem está tendo uma crise de trocadilho! Ele tem Transtorno de personalidade trocadilhesca):

-Que pena que você não vai comer a carne de panela.

-Não precisa ficar com pena, não, amor, não estou sofrendo, eu não como carne.

Então ele se revelou, como um psicótico alucinado que saca seu punhal com cara de maluco para atacar sua vítima distraída:
-Mas…e se eu assar um CONTRA filé??? Ou se eu cozinhar um VAZIO???

Eu já estou acostumada com a obsessão dele por trocadilhos infames e até me contaminei com isso, já que não consigo falar ou pensar em algo com potencial trocadilhístico sem me sentir obrigada a fazer a piada. Para fechar com chave de ouro, ele completou, antes de sair:

– Mas não se preocupe, porque eu vou deixar o coxão de fora.