Mês: março 2020

Como assistir aos cultos à distância

Seguindo a orientação da igreja, domingo fiquei em casa porque estou com sintomas fortes de gripe. Falei com o meu médico (à distância), que me orientou quanto ao tratamento, e fiquei de repouso desde então. Com muitas dores no corpo, eu estava de cama, mas não iríamos deixar de acompanhar a reunião pela internet, como sempre fazemos quando não conseguimos ir. Não é a mesma coisa de ir presencialmente, já que na igreja há todo um ambiente propício ao foco que não conseguimos ter em casa normalmente. Por isso, é importante saber como assistir aos cultos em casa, para ter melhor aproveitamento.

Fizemos nosso kit logo cedo: Univer aberto no computador, Bíblia, caderninho de notas, caneta, garrafa de água, suco de uva e pão consagrados para a Santa Ceia improvisada e celular para fazer nossa oferta via aplicativo. O segredo está em agir em casa como se estivesse na igreja: em silêncio, com a Bíblia, celular desligado (ou no silencioso), porta fechada (trancada, se for o caso) e atenção total. 

Se for possível, é legal separar uns minutinhos antes da reunião para já se desligar de todas as outras coisas e se preparar para o culto. Ore, pedindo a Deus que fale com você, se coloque à disposição para ouvir. Coloque uma música instrumental, como as que tocam no Templo (as músicas da dupla norueguesa Secret Garden, por exemplo) ou uma música meditativa, como “Nada Mais”, da banda Universos, tocando baixinho, como fundo, e fique lendo a Bíblia ou um livro da igreja, meditando no que está escrito, até a reunião começar. 

 Lembre-se: você está na igreja. Então não atenda ao telefone e ignore notificações. E esqueça o computador, esqueça a internet, esqueça todas as outras coisas, como se você não estivesse em casa. As pessoas estão acostumadas a fazer mil coisas enquanto veem vídeos no youtube. Culto não é Youtube. Separe essas duas horinhas do dia exclusivamente para Deus e demonstre respeito. 

O Bispo começou a orar, feche os olhos e ore também. Pediu para levantar a garrafa de água, levante a garrafa de água. Pediu para colocar as mãos na cabeça, coloque as mãos na cabeça. E por aí vai. Mantenha concentração total no que estiver sendo dito. Se puder cantar enquanto as pessoas estiverem cantando, cante. Se não puder, cante em pensamento. Mas se transporte para a reunião, esteja na igreja em espírito. Se não puder fazer barulho por causa da família, coloque fones de ouvido e se feche no seu mundo (ou no banheiro).

É sempre bom lembrar: se você quer participar do culto, então sacrifique sua vontade de olhar o Instagram. Se estiver assistindo pelo Facebook, não fique comentando (você está na igreja, lembra?) e não olhe outras coisas. Se quiser comentar, deixe para o final da reunião. Desligue o messenger, abra o vídeo em tela cheia e não permita que nada tire sua atenção do que estiver sendo dito. Lembre-se do que o Bispo sempre ensina: a hora da Palavra é a mais importante da reunião. Então, foco total. No meu caso, eu preciso anotar tudo o que é dito, porque, como penso exclusivamente com palavras (sem imagens) escrever é parte importante do meu processo de registro de memória. Então, anoto os pontos principais e as referências bíblicas para relembrar depois. Quando o Bispo chama os casais à frente, abraço meu marido como se estivéssemos na frente do Altar, e oramos juntos na oração para os casais.

Na hora da oferta, faça suas ofertas e cumpra seus votos como faria normalmente, mas por meio do aplicativo da igreja ou por transferência bancária (só para a conta que aparece no vídeo durante a hora da oferta, obviamente). Se tiver dízimo a devolver, pode fazer isso da mesma forma. O momento da oferta faz parte do culto (é uma parte essencial), então continue agindo com temor, e não como se fosse um intervalo. 

O importante é ter em mente que você está na igreja, assistindo à reunião e que o local em que você está agora é santo. Tenha temor e reverência, creia que Deus está ali com você e busque a Ele de todo o coração, porque Ele promete que se deixará achar. Se você estiver nessa fé, pode ter certeza de que a experiência será magnífica. Faça assim e volte aqui para contar!

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PS1. Sobre o vírus que peguei: o nível da dor no corpo que tive (parecia dor nos ossos) e a frequência de Aedes Aegypti na região em que eu moro me levam a desconfiar mais de algum vírus trazido por ele do que de Covid-19, mas vá explicar isso para o coleguinha assustado enquanto você tosse. 

PS2. O vírus também atacou a rinite e a sinusite, então eles fizeram uma convenção dos sintomas respiratórios e resolveram confraternizar enquanto meu pobre sistema imunológico tentava entender o que estava acontecendo. Ainda estou com sintomas e faço parte do “grupo de risco” das pessoas com sistema imunológico maluco. Então, parece que terei de ficar em isolamento por mais tempo do que gostaria. Graças a Deus pelo Univer! Vale muito a pena.

PS3. Assim que eu conseguir concluir, vou postar aqui um texto que estou escrevendo sobre o Coronavírus, para ajudar a esclarecer de uma vez por todas quem ainda está sem saber o que pensar e o que fazer.

PS4. Também posso escrever sobre o isolamento e como agir, as questões principais a respeito do isolamento social, que parece estar pegando forte nas pessoas, mas que, para mim, é minha realidade há alguns anos. Além disso, trabalhei em home office por muitos anos e talvez tenha algo a ajudar nessa questão também. 

PS5. Parece que as reuniões também estão sendo transmitidas pelo canal 21, o que deixou minha mãe extremamente feliz (ela não tem internet, como muitas outras pessoas mais velhas que tiveram que ficar em isolamento compulsório). E também pelo Facebook do Bispo Macedo. Aliás, pessoal do isolamento: vamos nos manter ligados nas redes sociais da igreja para a gente não perder qualquer notícia, novidade ou comunicado importante.

Por que Deus permitiu isso?

Recebo muitas mensagens, mas não tenho conseguido responder individualmente. Então, sempre que puder, vou trazer alguns assuntos dessas mensagens para o blog, desde que sejam coisas que possam ajudar outras pessoas. 

A pessoa escreve dizendo que estou melhor porque acha que eu era mais intensa e agressiva antes (em um bom sentido, aparentemente), acha que agora estou mais calma, e se pergunta se Deus me permitiu ficar doente para ficar mais “serena” rs. Talvez para me ensinar a ser mais “tranquila” ou algo assim. O que ela entende como “mais serena” é, na verdade, falta de energia. Não estou escrevendo no mesmo ritmo, então o tom muda, mas minha personalidade é a mesma (intensa, espontânea, introvertida comunicativa, esquisita, do contra, fora dos padrões). 

Entendo que as pessoas queiram encontrar um porquê. “Pôxa, mas ela é tão de Deus, por que Ele permitiu isso?” A questão nem é o porquê de eu ter ficado tão doente (dica: Deus não só não tem nada com isso como também tentou evitar, eu é que preferi seguir meu ex-cardiologista, que foi o que me deixou pior. Se você passar anos tomando pouca água e parar de se exercitar, vai ficar doente. Se nasceu com Ehlers-Danlos e fizer isso, vai ter disautonomia), mas o principal nesse comentário, para mim, é a falta de consciência de quem Deus, de fato, é. Não entender direito quem eu sou é normal, porque, afinal de contas, até hoje talvez eu tenha dado pouca informação a meu respeito. Mas se você está buscando a Deus, precisa procurar entender melhor como Ele é.

Deus não coloca doença em ninguém. Eu nasci com um problema (com vários, aliás), mas nem isso foi culpa dele. Deus não faz pessoas. Ele fez o primeiro casal e deu a ele capacidade reprodutiva. Desde então, o único outro corpo humano feito diretamente por Deus foi o de Jesus. Ele não tem a menor responsabilidade sobre as mutações que causaram o meu problema e os problemas de tantas outras pessoas neste mundo, que desde a má escolha do primeiro casal não está mais sob a direção dEle. 

Eu disse, em outro post, que tenho aprendido muita coisa nesse período de doença. No entanto, isso não significa que Ele tenha permitido que eu ficasse doente “para me moldar”. Deus não faz isso. Um pai jamais deixaria um filho ficar doente para ensiná-lo o que quer que seja. Doença tem duas fontes: uma, é a fonte natural. Temos um corpo e, depois que o pecado entrou no mundo, tudo foi corrompido. Certamente Adão e Eva eram geneticamente perfeitos. Depois, começaram a ocorrer mutações, que nada mais são do que erros no código. Esse corpo pós-Éden é frágil e o mundo pós-Éden tem vírus e bactérias patogênicas, entre outras ameaças. Coisas naturais podem acontecer e causar problemas no caminho. Erros no código, negligência com o próprio corpo, acidentes e uma série de coisas podem dar errado sem que seja culpa de ninguém sobrenatural. Muitas vezes as doenças naturais são causadas por uma conjunção de fatores. A pessoa já tem uma predisposição e acaba fazendo alguma coisa que desperta o problema, por exemplo.

A segunda fonte de doenças é a espiritual, o que a gente chama de “demônio”. Esses seres existem e têm o poder de manipular os recursos naturais para causar doenças. Eles causam doenças e eles também se aproveitam de doenças que não foram eles que causaram, porque precisam usar o momento de fragilidade das pessoas para tentar derrubá-las. 

Só isso. Deus não coloca doença em ninguém. Deus não precisa de uma doença para me ensinar coisa nenhuma. Não precisa de doença para mudar ninguém. O fato de eu estar aprendendo coisas é porque estou buscando mais. Deus está sempre pronto para nos ajudar e nos ensinar, mas se a gente não parar para ouvir, vai perder a oportunidade de aprender. Ele não vai gritar. Ele não vai nos dar rasteira para a gente parar e ouvir. Ele não vai aproveitar a rasteira de terceiros para nos fazer ouvir. Quem for inteligente, vai correr até Ele e ouvir o que Ele tem a dizer, mas quem não for, vai continuar do mesmo jeito. Ou ficar pior.

E a gente tem que cuidar para não ficar colocando em Deus a culpa pelas coisas ruins que acontecem ou tentar achar uma forma de nos justificar atribuindo a Deus coisas que não são dEle. São dois extremos que devem ser evitados: o primeiro, ficar achando que tudo é culpa nossa, que a gente fez alguma coisa errada, etc. O segundo, achar que não tem nada errado na gente e que Deus é que está fazendo isso ou que somos vítimas indefesas. Lembre-se: doença ou tem origem natural ou é colocada pelo diabo. Deus não tem nada com isso. A gente também não costuma ter nada com isso (a menos que tenha sido por negligência). A partir daí, nós temos que cuidar nossas reações para fazer boas escolhas e tirar o melhor possível da situação adversa. E, unido com Deus, continuar lutando para resolver o problema. Não é porque a causa é natural que vou aceitar e me entregar à situação.

Quando uma doença aparece, você precisa saber que o diabo vai tentar se aproveitar da sua fragilidade para atacar. Então, é preciso se fortalecer. Nessa hora é que você vai começar a perceber que existem pontos de fragilidade na sua fé. Temos que ter humildade para correr até Deus e entender o que precisamos melhorar, sacrificar, ajustar e mudar, em vez de perder tempo tentando entender os porquês. Não é hora de porquês. Se você buscar mais a Deus, cedo ou tarde vai entender tudo. Não importa se você tem algum título ou há quantos séculos está na igreja. Se está passando por um problema, precisa buscar como uma pessoa que está passando por problema, não como o detentor de toda a santidade e que não sabe onde errou para receber tal punição. Deus não está punindo. Deixa de frescura e vá buscar mais. E isso vale para qualquer problema, creio eu. Deixa de frescura e vá buscar. Faça algo útil com o que o diabo queria usar para te enfraquecer. 

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PS. A colagem na imagem de abertura mostra a hipermobilidade característica do Ehlers-Danlos, que é uma mutação do colágeno. Esse problema tem nos dois lados da minha família e veio porque papai e mamãe resolveram fazer coisinha que faz bebê e fizeram um mutantezinho. Deus não teve nada com isso. (Ehlers-Danlos gera uma fragilidade que predispõe à disautonomia, que é o que eu chamo de “doença”: um conjunto sintomas incapacitantes como falta de energia, brain fog, ataxia, pressão baixa, etc.)