Mês: dezembro 2013

Das coisas que eu não entendo

Indo para o supermercado, passamos pela Av. Paulista. Um palco gigante montado para o “show da virada” (patrocinado pela prefeitura, porque o dinheiro está sobrando, né?), dezenas de banheiros químicos sob o MASP (nunca vi tanto banheiro químico na minha vida), caixas de som e telões por quilômetros…o que leva os seres humanos a se amontoarem no meio da rua para ficar pulando ao ritmo de um som ensurdecedor, bebendo e gritando no meio de um monte de gente desconhecida?

Tudo para verem fogos…uma profusão de luzes e barulhos que são sempre iguais. Não tem um objetivo, não tem uma utilidade prática…e eu me sinto, pra variar, um alienígena ao imaginar que realmente milhares de terráqueos se reunirão na avenida e farão filas nas portas dos desconfortáveis banheiros no meio da rua. Sem contar os riscos de se estar no meio de uma multidão de desconhecidos bêbados.

Se você acha isso o máximo, ok, eu respeito. Não entendo, mas respeito. Que bom que isso te faz feliz. Espero que mude a sua vida e que tenha um impacto muito positivo no novo ano. Mas quando vejo esse tipo de coisa me lembro da política do pão e circo. Mais circo do que pão no Brasil, você há de convir.

 Imagens dos anos anteriores:

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Uma multidão reunida com o objetivo de prejudicar a audição com músicas absurdamente altas, apertada (muito apertada, veja que há pouca ou nenhuma distância entre um terráqueo e outro) entre desconhecidos que estão lá com objetivos semelhantes (ou não).

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Note que essa galera que está muito no fundo (a maioria, já que o evento reúne mais de um milhão de terráqueos) fica vendo a coisa toda por telões que, pela quantidade de pessoas e largura da avenida, poderiam ser chamados de “telinhas”… E ouvem por caixas de som… Esses estão aí pelo prazer de ficar de pé entre outros terráqueos, já que se fosse pelo show propriamente dito poderiam ter experiência semelhante no conforto de suas casas em frente à TV (o que seria igualmente bizarro, mas menos cansativo).

 

PS. Alguém decidiu que toda a população se interessa por esse tipo de coisa.  A mídia ganha com isso, o governo ganha com isso (aka pão e circo), as estatísticas de acidentes ganham com isso… e a população?

PS2.  Todo ano aguardo o retorno da Nave mãe.

 

 

Diálogos Insanos – Sabedoria

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Imagem: Leo Cinezi

Davison, em um momento de seriedade extrema, durante uma conversa sobre produtividade, liderança e empreendedorismo:

– O trabalho bem feito você tem que procurar para ver. Já o trabalho malfeito é bem fácil de ver. Ele vem, dá um tapa na tua cara e sai correndo dando risada. Muitas empresas investem em procurar defeitos para resolver, mas as empresas que se saem melhor são aquelas que valorizam as pessoas que estão fazendo o trabalho bem feito. Tão importante quanto resolver os problemas é valorizar os pontos que já são fortes. Porque algumas pessoas estão fazendo certo, mas os olhos estão todos naquilo que está errado, então quem faz o certo pode se sentir desestimulado.

– Você é uma pessoa muito sábia, Davison.

– Por quê?

– Porque você fala coisas muito legais.

– Ele responde, voltando ao normal:

-Eu tenho um estoquezinho de coisas legais dentro de uma gavetinha. De vez em quando eu tiro uma e dou para você. O resto do tempo, fico quieto para parecer sábio.

 

PS: Para mais Diálogos Insanos, clique aqui.

PS2: Decidi ressuscitar essa categoria, porque todos os dias surgem diálogos memoráveis que merecem ser guardados para a posteridade e divulgados internacionalmente, para rabiscar nossa biografia com giz de cera.