Mês: novembro 2020

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 9: O segredo para se manter firme

Para quem chegou agora: este post faz parte de uma série de posts que escrevi para analisar o texto publicado pela Andressa Urach anunciando sua saída da Igreja Universal. É importante que você leia os outros posts da série, para entender o contexto. Clique nos links para ler, depois volte aqui: 

Clique para ler a parte 1 – O post dela completo, quem sou e por que escrevo

Clique para ler a parte 2 – Pequeno parêntese sobre o post de sexta

Clique para ler a parte 3 – Por que acho que ela nunca teve o Espírito Santo

Clique para ler a parte 4 — Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Clique para ler a parte 5 — Quando se perde a visão espiritual

Clique para ler a parte 6 — Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

Clique aqui para ler a parte 7 — Psicografando Gremlins

Clique aqui para ler a parte 8 — Sacrifício aceitável

Como já disse, escrevo como membro da Universal (sou membro há 20 anos) e também como leitora dos livros dela, que, como tantos outros leitores, acabou se sentindo um tanto quanto “enganada” pela autora. Sou membro desde 2000 e trabalho para a Igreja (tendo passado pela Folha Universal e Unipro) desde 2011 (estou de licença desde 2018 para tratar de um problema de saúde), então estou falando de algo que conheço bem. Não é minha intenção falar mal da Andressa, mas analisar sua atitude (por meio do texto) de modo racional e à luz da Verdade.

Vamos a mais um trecho do post da Andressa:

“Estou voltando aos meus tratamentos psiquiátricos, pois sou uma boderline controlada.”

Então. De onde saiu isso? Até ontem o transtorno de personalidade era, para ela, diagnóstico errado para um problema espiritual. Tanto que passou 6 anos sem tratamento e controlada (como isso é possível?). Agora, sai da igreja, muda até a expressão do rosto e volta a tomar medicamentos. E não desconfia que tenha alguma coisa de errado nessa sequência de eventos.

Se você não sabe do que se trata, o Manual MSD define assim o Transtorno Borderline: 

“O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por um padrão generalizado de instabilidade e hipersensibilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na autoimagem, flutuações extremas de humor e impulsividade. Pacientes com transtorno de personalidade borderline não toleram estar sozinhos; fazem esforços frenéticos para evitar o abandono e geram crises, como tentativas suicidas, de tal forma que levam os outros a resgatá-los e cuidar deles.

 Estresses durante a primeira infância podem contribuir para o desenvolvimento do transtorno de personalidade borderline. História infantil de abuso físico e sexual, negligência, separação dos cuidadores e/ou perda de um pai é comum entre pacientes com transtorno de personalidade borderline.”

 O diagnóstico de transtorno de personalidade borderline pode fazer sentido para a Andressa, porque a descrição combina com as características de personalidade que ela tinha antes de ir para a igreja (e que voltou a ter depois de sair). Porém, é bem mais provável que seja um problema espiritual que se apresente com as mesmas características que os profissionais de saúde procuram nesse transtorno, justamente pelo fato de ela ter ficado, segundo ela mesma, SEIS ANOS sob controle. Os sintomas são muito semelhantes aos de perturbação espiritual e esse seria um diagnóstico diferencial, se a medicina reconhecesse os transtornos espirituais.

 Segundo a própria Andressa, ela manifestou com espíritos que usavam suas emoções contra ela e mudou de comportamento depois que esses espíritos foram expulsos. Abaixo, dois trechos do livro “Desejos da alma” que comprovam isso:

“Abri meu coração para Deus, com toda a sinceridade. Sempre me preocupei com o que as pessoas pensariam de mim. Ficava um pouco constrangida ao pensar que poderia passar mal ou que alguma entidade  pudesse se manifestar no meu corpo durante alguma reunião. Após aquela oração, venci a vergonha e o orgulho, queria ser liberta. Após fechar os meus olhos e fazer essa oração, eu perdi o domínio do meu corpo. Um espírito se revelou em mim, o que chamamos de ‘manifestação maligna’. Eu ouvia tudo e tinha consciência do que estava acontecendo, embora não tivesse o domínio dos meus movimentos. […] Ao término da reunião, calmamente, o pastor me explicou que o mal entrava na minha vida por meio das minhas emoções; de alguma forma eu lhe dava acesso.”

“Foi assim que cheguei à Igreja Universal — viciada e depressiva. Participei das reuniões de libertação espiritual às sextas-feiras. Entendi que o vício e a depressão podem dominar a nossa mente, entrar em nosso corpo pelas nossas emoções, até com uma simples mágoa. O diabo existe e sua função é causar todo tipo de sofrimento na vida das pessoas. Em uma oração com imposição de mãos sobre a minha cabeça, ministrada por um pastor, fui liberta desses espíritos malignos. Estou curada dos vícios, da depressão e da síndrome do pânico. Hoje, eu tenho vida plena, paz interior e não sofro mais de crises de ansiedade.”

 Eu acredito nisso. Como disse, a medicina não tem as respostas para tudo, ela tenta fazer o melhor com os poucos recursos de que dispõe, mas ainda falta muito a descobrir. A questão é que, se realmente o que a Andressa está falando agora fosse verdade, o que ela escreveu no livro não seria verdade. Então, ela teria mentido que tinha vida plena, paz interior e não sofria de crises de ansiedade. Se ela não mentiu no livro, nas entrevistas e nas redes sociais nesses seis anos, então tem alguma coisa errada com o que ela divulga como verdade atualmente.

Segue o restante desse trecho do post da Andressa:

“Enquanto estava na igreja estava tudo sobre controle, mas agora que não estou mais indo na igreja, voltei a tomar uns remédios para me acalmar e controlar minhas crises de ansiedade que voltaram essa segunda-feira. E preciso controlar minha impulsividade e principalmente a minha raiva!”

Para mim, isso deixa bem claro que ela estava no caminho certo. Lembro da gastro que tratava meu marido em Porto Alegre, quando via que os exames de sangue dele estavam melhores, dizia: “o que quer que você esteja fazendo, continue fazendo, porque está dando certo”. Esse é o critério de qualquer tratamento: está funcionando? Não pare. É uma das coisas que — se for verdade — me leva a crer que Andressa decidiu parar de raciocinar.  

Por que será que ficou SEIS ANOS com isso sob controle e agora descontrolou? A igreja estava lhe fazendo bem enquanto ela estava andando de acordo com a Palavra de Deus. Onde começou a errar para degringolar desse jeito? Esse é o tipo de pergunta que temos de fazer para nós mesmos quando algo assim acontece. Onde você começou a errar para degringolar desse jeito? Não, não coloque a culpa nos outros, estou falando de VOCÊ. 

O mundo nos “treina” a procurar culpados do lado de fora, mas, como já ensinei aqui, talvez você não consiga controlar as circunstâncias, mas você pode controlar suas reações. E são nossas reações e nossas interpretações que definem o resultado que as circunstâncias terão em nossa vida. Você é o único responsável por suas reações e pelo que você deixa entrar no seu coração.

Preste atenção nos sentimentos que ela confessa neste post: ansiedade, impulsividade e raiva. É o que tem guiado todas as atitudes dela desde a tal mágoa que disse ter, em vídeo no Facebook (que ela deletou em seguida), quando devolveu o uniforme.

 Ainda se esquecêssemos o fato de que ela manifestou com demônio na igreja e, depois da libertação, deixou de ter as mudanças bruscas de humor (ou conseguiu controlá-las) e considerássemos que ela realmente fosse borderline e todo seu comportamento fosse causado por esse transtorno, vamos de volta ao texto do MSD:

“Quando os pacientes com transtorno de personalidade borderline acham que estão sendo abandonados ou negligenciados, eles sentem medo intenso ou raiva. Por exemplo, eles podem ficar em pânico ou furiosos quando alguém importante para eles está alguns minutos atrasado ou cancela um compromisso. Eles pensam que esse abandono significa que eles são ruins. Eles temem o abandono em parte porque não querem estar sozinhos.”

 Lembra do que eu disse no outro post, sobre a Andressa reagir à rejeição com agressividade e o diabo saber disso e tentar manipulá-la fazendo com que ela interpretasse como rejeição a repreensão que recebeu? Agora entendo o porquê. Essa descrição do transtorno borderline foi desenvolvida por profissionais de saúde que estavam tentando explicar um conjunto de manifestações comportamentais de um grupo de pessoas.

Não se sabe a causa exata desse transtorno ou seus mecanismos exatos, mas é um padrão de comportamento que aparece em determinadas pessoas. E, para ter recebido esse diagnóstico, Andressa apresentou padrão semelhante por bastante tempo (um diagnóstico psiquiátrico responsável é feito levando-se em consideração o tempo em que os sintomas persistem). Então, medo intenso e raiva é como a Andressa reage à sensação de estar sendo abandonada e rejeitada, como eu já havia percebido pela observação e análise dos textos. Sentir-se rejeitada fez com que ela reagisse com raiva, porque se sente vulnerável e atacada.

Continuando a lista de sinais e sintomas do MSD:

“Esses pacientes tendem a mudar o ponto de vista que têm de outras pessoas de forma abrupta e dramática. Eles podem idealizar um potencial cuidador ou amante no início do relacionamento, exigir que passem muito tempo juntos e compartilhem tudo. De repente, eles podem achar que a pessoa não se importa o suficiente, e ficam desiludidos; então eles podem desprezar ou ficar irritados com a pessoa. Essa mudança da idealização para desvalorização reflete o pensamento maniqueísta (divisão e polarização do bem e do mal).”

Foi basicamente o que ela fez com a igreja (instituição, bispos, pastores, esposas e obreiros) e com a gente (membros da igreja e cristãos de verdade, em geral). Sabendo que ela distorce o modo de ver as coisas, distorce as situações, interpreta de modo errado e reage com raiva e sentimento de vingança, como alguém pode cogitar a hipótese de ela estar falando a verdade quando fala mal da igreja? Se a ideia de jogar essa carta do borderline era dizer que não tinha condições de perceber o que estava fazendo quando chegou na igreja (o que não é verdade. Não só tinha condições como convenceu todo mundo de que estava entendendo perfeitamente), em mim teve o efeito oposto, me fez desconfiar de tudo o que ela diz.

A impressão que eu tenho é que, a encontrando espiritualmente fraca (possivelmente no modo automático), o diabo foi criando formas de fazer com que ela cometesse pequenos erros, aparentemente insignificantes, mas que serviram para afastá-la mais de Deus e fazer com que ela abrisse concessões que não deveria. Quando estava no ponto, ele fez com que ela começasse a se cansar do que fazia na igreja. O objetivo era levá-la a se afastar para que os demônios voltassem (como falamos no post anterior).

É claro, ela estava fazendo força para agir como uma pessoa nascida de Deus e batizada com o Espírito Santo, coisa que ela não era. Isso, por si só, é cansativo. Afastada de Deus, fica quase insuportável. Só é suportável se está tudo legal, se ninguém percebe e a pessoa não é incomodada. A partir do momento em que alguém em posição de autoridade percebe e repreende a pessoa, ela fica indignada, afinal de contas, todo o esforço que ela está fazendo para manter a imagem de pessoa de Deus está sendo desconsiderado pela autoridade que a está repreendendo. “Como ousa?” Daí para sair, é um pulo.

Entenda uma coisa: quando uma pessoa sai fisicamente da igreja, ela já saiu espiritualmente há muito tempo. Não conheço UMA criatura que estava muito bem, muito forte, firme na fé e, de uma hora para outra, saiu da igreja. Isso não existe. O que existe é a pessoa parecer firme e bem e, de uma hora para outra, sair. Mas se você for analisar um pouquinho (como fizemos com a Andressa nos posts anteriores), vai perceber que era só aparência.

 Como falei no outro post, a pessoa já aprendeu a agir como alguém da fé, a se comunicar como alguém da fé, se vestir como alguém da fé…facilmente ela se passa por alguém da fé. Por isso não dá para colocar a mão no fogo por ninguém. Se um pastor ou bispo sai da igreja, nem passa pela minha cabeça acreditar em qualquer coisa que ele diga (muito menos segui-lo!). Não tenho como saber quem o cara é, o que estava acontecendo dentro dele.

 Quem está acostumado a falar a verdade e a olhar todo mundo com bons olhos às vezes se esquece de que, no mundo, a imensa maioria está acostumada a mentir — e mentir muito. As pessoas mentem todos os dias, até em coisas que não fazem o menor sentido mentir.

Não faz muito tempo que tive essa “revelação” rs. Eu costumo ter facilidade de perceber a mentira quando alguém fala comigo. É uma espécie de “detector de mentiras” natural que veio embutido na minha cabeça. Mas fui surpreendida por uma situação que eu achava que era verdade e descobri que a pessoa estava mentindo. Na hora, foi um choque. Depois, parei pra pensar: por que eu estava chocada com aquilo? A pessoa não é de Deus, por que eu deveria esperar algo diferente dela?

O que impede alguém, que não teme a Deus, de mentir? A ética? Eis uma verdade sobre a ética humana: ela funciona e é respeitada até quando for conveniente. Se não houver Alguém maior a quem ele deve responder, o ser humano dificilmente estará disposto a se prejudicar em nome da ética ou da moral. Pouquíssimos sacrificam pela ética — e, no mundo atual, este número é cada vez menor. Esta é a natureza humana, infelizmente.

Mas se temos que ter bons olhos, sempre esperar o melhor das pessoas, sempre vê-las sob o melhor ângulo e evitar interpretar as coisa de modo negativo, como nos proteger de acreditar em tudo o que dizem? Como conciliar senso crítico e bons olhos? O Senhor Jesus já deu a dica:

“Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas.”

(Mateus 10.16)

 A serpente é atenta e tem consciência do perigo. Ela sabe que ele existe e se desvia das ameaças. Ela não fica antecipando ou desconfiando de tudo, apenas se mantém atenta ao que já conhece como perigo. Essa é a parte que devemos imitar. A prudência da serpente. 

Quem convive com pombas na rua já percebeu que prudência não é o forte delas. As de São Paulo, então, parecem ser piores do que as que já vi nas outras cidades em que morei. Ficam procurando comidinha NO MEIO DO ASFALTO, e saem beeeem devagar quando os carros se aproximam. Um dia uma pomba se atirou no para-brisa do nosso carro (ainda bem que estávamos andando bem devagar, em um engarrafamento). Caiu ao lado, fiquei preocupada, mas ela logo se levantou, sacudiu o corpinho e voltou a voar. O motivo de ainda existirem tantas pombas no mundo foge à minha compreensão. Se realmente a tal “seleção natural” fosse verdade, as pombas já teriam sido extintas. Por elas mesmas.

Mas elas, de fato, são inofensivas. Não atacam, não armam emboscadas, não agridem. Um dia meu marido estava sentado em um banco de um parque, comendo um sanduíche e uma pomba se aproximou. Ele jogou uma migalhinha de pão e ela comeu. Então surgiram alguns pardaizinhos interessados na distribuição de comidinha. Ele jogou para eles também, e para a pomba. Mas eles eram super rápidos e logo pegavam até o pãozinho dela, que, apesar de ser muito maior do que eles, não os atacou.

Ser inofensivo como a pomba, mas prudente como a serpente é estar consciente de que o mal existe, que as pessoas mentem, que a natureza humana é caída, e usar essa informação apenas como dado para lembrar que qualquer informação precisa vir com comprovação. É a frase que o Bp Renato gosta de citar: “confie, mas verifique”. E ele pratica exatamente isso. Acredita e confia nas pessoas, mas nunca toma uma atitude contra alguém sem verificar as informações que recebe, para evitar cometer injustiça. Podemos aprender com isso. O Senhor Jesus diz que nos envia como ovelhas no meio de lobos. Se não formos prudentes, seremos devorados rapidinho. Mas se não formos inofensivos, seremos levados para o outro lado rapidinho. Aprender a ser assim é o segredo para se manter firme e nunca se deixar levar pelas armadilhas personalizadas que o diabo coloca em nosso caminho.

Algumas pessoas, como a Andressa, deixam essa orientação de lado e passam a desenvolver os maus olhos, na tentativa de se protegerem de alguma coisa. Como diz o livro “O Resgate”, do Bp. Sérgio Corrêa, a ovelha perdida começa como a dracma perdida dentro da igreja. E, infelizmente, existem muitas pessoas nessa situação dentro da igreja e que ainda não perceberam que estão caminhando em direção ao abismo. Elas acham que estão no controle da situação, não reconhecem seus maus olhos, sua teimosia, sua rejeição ao sacrifício.

Ainda que não tenham o menor problema em sacrificar dinheiro no Altar, não querem sacrificar suas vontades, suas opiniões erradas, sua teimosia, seu jeito, suas mágoas, suas dúvidas, seus maus olhos… Para muitas pessoas, o sacrifício mais difícil é o espiritual, não o físico. Fazem jejum, acordam de madrugada para orar, param de ver notícias, podem até dar cinquenta voltas em torno do Templo orando, se for preciso. Vendem tudo o que têm para colocar no Altar, na esperança de que, pagando o que Deus não pediu, sejam liberadas de sacrificar o que Deus, de fato, pediu. É diferente de você colocar toda a sua vida no Altar e, justamente por ter feito isso, ter alegria em fazer um sacrifício financeiro verdadeiro. Se a Andressa tivesse feito isso, não estaria nessa situação lamentável em que se colocou (vamos falar no próximo post sobre os sacrifícios que ela diz ter feito).

Foge à minha compreensão como uma pessoa passa pela libertação espiritual, percebe a mudança de seu interior, se livra da ansiedade, da depressão, da insônia, da perturbação, do vazio interior, conhece a paz e depois desconsidera tudo o que lhe aconteceu e acredita em sei lá quem que lhe diz que ela tem um transtorno de personalidade que estava hibernando por seis anos e agora voltou, justamente quando ela decidiu sair da igreja. Coincidência, né? 

Era como se eu saísse da Universal, voltasse a ter crises de depressão e alguém me convencesse de que sou uma depressiva controlada que, por coincidência, ficou ANOS sem ter uma crise sequer — e sem tratamento. Como Andressa conseguiria fazer isso sozinha? Por seis anos, ela teve o poder de se controlar, mas agora deixou de ter. Acho estranho que ela não perceba isso. Na época em que ainda a estava seguindo, vi que algumas pessoas questionaram isso, na tentativa de fazer com que ela acordasse. Então, ela sabe, mas não considera. Está, para usar as mesmas palavras dela no livro, “cega pelas emoções”.

A coisa mais útil que podemos fazer com essa situação é redobrar a vigilância e ser menos condescendentes com nós mesmos. Sei que sempre fui muito exigente comigo e já falei várias vezes neste blog sobre termos de ser nossos melhores amigos e nos olhar como olhamos para uma pessoa de quem gostamos e que queremos ajudar. Porém, isso não pode ser desculpa para sermos autoindulgentes, fazendo vistas grossas para algo errado ou para algo em nós que não esteja de acordo com a Palavra de Deus. Se olhe com amor, como olharia para outra alma, mas também aprenda a reconhecer até mesmo os pequenos erros e se repreender com amor, como faria com outra pessoa que você visse errando e que quisesse salvar.  

 

 

 Clique aqui para ler todos os onze posts desta série

 

 PS. Mas alguma coisa me diz que talvez a Andressa só tenha mencionado esse problema psiquiátrico pelo motivo que vou falar no próximo post desta série.

PS2. Estou preparando um texto com a minha opinião sobre transtornos psiquiátricos, o uso de psicofármacos, a fé e o mundo, baseado na minha experiência e no que estudei a respeito. Já adianto que — pra variar — não é uma opinião muito convencional e talvez algumas pessoas fiquem bravas. Mas é a vantagem de ter um blog pessoal: posso expor minha opinião. E quem sabe encontre pessoas que pensam como eu ou que nunca tinham pensado nisso e sejam beneficiadas com o que eu disser. Por elas, vale a pena.

PS3. Já escrevi sobre essa questão de ser prudente como a serpente e inofensivo como a pomba, neste post aqui: Renovando a mente — Parte 5 

PS4. O próximo post desta série é o último da análise deste post da Andressa (depois dele tem um texto de encerramento, com as conclusões a que cheguei e com o que eu acho que vai acontecer). É também o mais aguardado (por mim, pelo menos) porque acho que todo mundo vai conseguir entender melhor essa coisa toda. (Risquei, porque me chegaram fatos novos sobre os quais as pessoas me pediram para escrever. Ainda preciso conferir e avaliar se valem posts dentro desta série ou se eu encerro esta e começo uma nova, sobre evitar o afastamento)

PS5. Por favor, não falem mal das pombas. Não é verdade que sejam “ratos de asas”. Até já escrevi sobre isso aqui no blog 11 anos atrás (link)

PS6. Me perguntaram se ela nunca foi liberta. Sim, ela foi liberta, tanto que a mudança era nítida e ela parou de ter as alterações bruscas de humor e as perturbações que tinha. Mas se a pessoa deixa de obedecer a Deus, cada demônio que saiu volta com mais sete e o último estado da pessoa se torna pior do que o primeiro. É o que está escrito e falamos sobre isso na parte 8 desta série (clique aqui para ler)

 

 

Andressa Urach me fez mudar de ideia — parte 8: Sacrifício aceitável

Para quem chegou agora: este post faz parte de uma série de posts que escrevi para analisar o texto que a Andressa Urach publicou dizendo que saiu da Igreja Universal. É importante que você leia os outros posts da série, para entender o contexto. Clique nos links para ler, depois volte aqui: 

Clique para ler a parte 1 – O post dela completo, quem sou e por que escrevo

Clique para ler a parte 2 – Pequeno parêntese sobre o post de sexta

Clique para ler a parte 3 – Por que acho que ela nunca teve o Espírito Santo

Clique para ler a parte 4 — Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Clique para ler a parte 5 — Quando se perde a visão espiritual

Clique para ler a parte 6 — Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

Clique aqui para ler a parte 7 — Psicografando Gremlins

Como já disse, escrevo como membro da Universal (sou membro há 20 anos) e também como leitora dos livros dela, que, como tantos outros leitores, acabou se sentindo um tanto quanto “enganada” pela autora. Sou membro desde 2000 e trabalho para a Igreja (tendo passado pela Folha Universal e Unipro) desde 2011 (estou de licença desde 2018 para tratar de um problema de saúde), então estou falando de algo que conheço bem. Não é minha intenção falar mal da Andressa, mas analisar sua atitude (por meio do texto) de modo racional e à luz da Verdade.

Terminei o post anterior dizendo que devemos avaliar se estamos na fé. E “estar na fé” não significa fazer rituais religiosos. Não significa orar ajoelhado pela manhã, não significa fazer jejum uma vez por semana, não significa ir à igreja todos os dias, dar ofertas, ser dizimista ou fazer votos. Essas são práticas da fé — e são importantes —, mas fazer as práticas da fé sem viver a fé tira completamente o sentido dessas práticas, fazendo com que elas se tornem apenas rituais religiosos vazios. 

 Estar na fé é obedecer à Palavra de Deus desde os pequenos detalhes. Não nutrir sentimentos de mágoa, de raiva ou de desprezo contra uma pessoa, sendo que a Palavra de Deus nos orienta a amar até os nossos inimigos. Não deixar de fazer o bem pelos outros, sendo que a Palavra de Deus nos orienta a fazer o bem a quem merece, estando em nossas mãos o poder fazê-lo. E, mais adiante, amplia isso, dizendo para não nos cansarmos de fazer o bem (independentemente da pessoa merecer ou não). Estar na fé é fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem a nós, porque é o que está escrito que devemos fazer. Estar na fé é se colocar totalmente no Altar para que Deus transforme você de dentro para fora.

 Estar na fé é pautar nossas opiniões, atitudes, reações e pensamentos nos princípios da Palavra de Deus, não no que a gente acha, não no que os “especialistas” humanos dizem, não no que as músicas falam, não no que as séries e novelas ensinam, não no que os Youtubers e influencers acreditam. O mundo é o que a Palavra de Deus diz que ele é. A verdade é o que a Palavra de Deus ensina.

Se estou na fé, faço a leitura do mundo através dos olhos da Palavra de Deus, e jamais o contrário. Meu ponto de partida é a Palavra de Deus, porque ela é a Verdade e o mundo é mentira. O mundo está mergulhado no espírito do engano, em plena operação do erro. Nada do que vem dele merece crédito. 

É por isso que é importante o tripé: conhecer a Palavra de Deus, buscar o Espírito Santo e usar a inteligência. Mas a inteligência deve se desenvolver no entendimento da Palavra de Deus. Não o mero conhecimento da Palavra, mas o entendimento, que só vem pelo Espírito. (É possível entender a Palavra de Deus sem o Espírito Santo? Em parte, sim. Mas só se houver o temor, a consciência de receber a Palavra como Verdade. Se ficar querendo harmonizá-la com o entendimento que o mundo tem das coisas, não vai entender nada nunca.)

 A Palavra de Deus deve moldar nossa ética, nossos princípios e nossos valores. Ela é que guia o que nos é importante, o que devemos falar, pensar, como devemos lidar com os outros e com nós mesmos. Muito além de costumes e hábitos, devemos permitir que a Palavra de Deus mude a nossa essência. Aquilo que temos de mais profundo em nós e que nos define. A Palavra de Deus molda a nossa identidade. Entenda isso.

 O mundo hoje quer que você molde sua identidade a partir das suas características físicas. Ele quer te convencer de que, se a pele do seu corpo é negra, essa é a sua identidade e você precisaria construir toda a sua vida e interpretar o mundo através do conjunto de características que o mundo atribui a quem tem o tom da sua pele. Como se você fosse o seu corpo. Ele quer te convencer de que, se o seu corpo é do sexo feminino, essa é a sua identidade e você precisa moldar a sua vida e interpretar o mundo através do conjunto de características que o mundo atribui a quem tem o mesmo sexo que você. E assim por diante. Por isso tantos movimentos identitários para tentar fazer as pessoas se sentirem parte de alguma coisa e preencher aquele vazio proverbial. 

Você não é o seu corpo. Você é uma alma que tem um corpo, mas a sua identidade não é ser branco, ser negro, ser homem, mulher, gordo, magro, homo, hétero, trans, ou qualquer outra coisa assim. Quando você entra no Reino de Deus, sua identidade é Filho de Deus. É isso que você precisa se tornar, é esse alienígena que você vai ser neste mundo.

E talvez por causa desse hábito do mundo de definir as pessoas pela aparência e por características físicas, algumas pessoas acabam transferindo isso para a Igreja e acreditando que é suficiente a mera mudança de hábitos (se prostituía e hoje não se prostitui mais; ia a baladas e hoje não vai mais; bebia e hoje não bebe mais; fumava e hoje não fuma mais; usava drogas e hoje não usa mais; frequentava outras religiões e hoje não frequenta mais), a mudança de linguagem (falava palavrão e hoje não fala mais; aprendeu jargões da igreja e palavras da Bíblia), a mudança de ambiente (frequentava baladas e hoje frequenta a igreja) e a mudança de aparência (andava pelada, hoje usa saia até os joelhos; usava decote, hoje não usa mais; usava megahair, hoje o cabelo está curto e escuro; usava maquiagem extravagante, hoje usa maquiagem discreta). Nada disso caracteriza mudança de vida, pessoal. Essas mudanças externas costumam acompanhar a mudança interior, mas não necessariamente quem muda por fora mudou por dentro. Pelo contrário, geralmente a pessoa muda primeiro por dentro, para depois a mudança por fora acontecer, gradualmente.

A Andressa ficou tão impressionada com a experiência de quase morte, que se apressou a fazer todas as mudanças que conseguia fazer na força do braço. E a gente acreditou, porque parecia mesmo alguém que tomou tanto nojo do mundo que queria que sua imagem mostrasse o contrário do que mostrava no passado (isso é possível, e a mudança pode ser rápida se a decisão for imediata). Acho que é meio natural que a mulher queira mostrar no exterior a mudança que está sentindo no interior. Então, essas são coisas que a gente consegue analisar agora, retroativamente, à luz das bobagens que ela vem dizendo desde que saiu, mas que não tinha como perceber antes, porque não tínhamos como conhecer o coração dela. 

O ponto principal disso tudo é entender que a mudança é interna. A mudança externa é consequência da interna. Se você andar na fé, no entendimento e na obediência à Palavra de Deus, não vai correr o risco de cair no erro da Andressa e de tantos outros. 

Vamos a mais um trecho do post dela:

“A questão em pauta é… amo a igreja, mas não consigo mais ir na igreja, peguei ranço, pois falam que uma vez afastado ficamos 7 vezes piores do que quando chegamos.

Então não quero ficar ouvindo isso!”

 Confuso isso. Essa frase dela está toda errada. Ama a igreja, mas não vai mais porque não quer ouvir que quem se afasta fica 7 vezes pior. Então não se afasta, ué! Se o motivo de se afastar é não querer ouvir que quem se afasta fica pior, subentende-se que a pessoa não estava afastada quando decidiu isso (afinal de contas, esse foi o motivo de ela se afastar). Decidiu se afastar para não ser julgada por se afastar?

Se ela está falando mal da Universal, que igreja é essa que ela diz que ama? A verdade é que depois que a pessoa sai, a lógica não se aplica mais. Toda a argumentação é baseada em sentimento. Ama a igreja, mas fala mal dela. Ama a igreja, mas não quer mais ir porque não quer ouvir que depois que se afasta a pessoa fica 7 vezes pior? Não quer ir à igreja para não ouvir a verdade? Está escrito que se o espírito imundo que saiu da pessoa tenta voltar e encontra a pessoa vazia (isto é, sem o Espírito Santo), ele traz consigo mais sete e o estado dessa pessoa se torna pior do que o primeiro. E isso não é invenção de algum pastor, quem disse isso foi Jesus: 

“Quando o espírito imundo sai do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí.

E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.”

Lucas 11.24-26

Não está escrito que a pessoa fica sete vezes pior, está escrito que o último estado dessa pessoa é pior do que o primeiro. Dá a entender que a pessoa fica bem mais do que sete vezes pior, porque cada demônio que saiu leva consigo outros sete demônios piores do que ele. Se são piores, o efeito de um  desses demônios na vida da pessoa é bem pior do que o efeito do demônio original. Pode ficar setenta vezes pior, vai saber! E se alguém não gosta de saber disso, reclame com Jesus. 

Eu já disse, mas gostaria de reforçar: o problema da Andressa não foi ela ter saído da Igreja, pura e simplesmente (sair da igreja é só um sintoma do problema). Nem foi ela ter deixado de frequentar (isso também é sintoma do problema). O problema é ter se afastado de Deus (isso fica claro por tudo o que já analisamos nesses posts), ter substituído a fé pela religiosidade.  

E, acho que também já disse, mas repito: a responsabilidade por a Andressa ter seguido o caminho da religiosidade que a levou a cair é 100% dela. A Igreja Universal não ensina isso. Religiosidade é o caminho fácil. É uma porta larga que se finge de estreita. É achar que jejum, oração, votos, frequência na igreja, esmalte claro e saia midi substituem uma vida de obediência e sacrifício dos seus impulsos e pensamentos que te afastam de Deus. Jejum, oração, votos e frequência na igreja são essenciais, mas devem vir como complemento de uma vida de obediência. Vamos analisar esta passagem do primeiro capítulo de Isaías, versículos de 11 a 20: 

 “De que Me serve a Mim a multidão de vossos sacrifícios, diz o Senhor? Já estou farto dos holocaustos de carneiros, e da gordura de animais cevados; nem me agrado de sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes.”

Se você ler essa parte sem o contexto, vai achar que Deus estava dizendo que não gostava de sacrifícios e holocaustos. Porém, essas eram práticas que Ele mesmo havia instituído e, naquela época, algumas delas eram necessárias até mesmo para perdão de pecados. Existiam vários tipos de sacrifícios e todos foram instituídos por Deus. Por que, então, ele está perguntando para que eles servem e dizendo que não se agrada? Porque essas práticas sem uma vida de obediência perdiam completamente seu significado espiritual.   

“Quando vindes para comparecer perante Mim, quem requereu o só pisardes os Meus átrios?”

 Mesma coisa: Ele não está dizendo para não irmos à igreja. Ele está perguntando quem que te mandou só ir à igreja. Quem disse para você que basta frequentar a igreja? 

“Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para Mim abominação, e as luas novas, e os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene.”

Ele não está dizendo para não continuarmos a levar ofertas, mas sim para não continuarmos a levar OFERTAS VÃS. Ou seja, viver em iniquidade e achar que pode comprar a aprovação de Deus com ofertas. Não funciona assim. Isso, aliás, eu aprendi na Igreja Universal. Não adianta dar oferta e não SER a oferta. Deus está falando contra a falsidade dos religiosos, que iam até o Templo para serem vistos pelos outros, para manterem uma aparência, mas o coração deles não era puro e sincero diante de Deus.

 E esse conceito de ser a oferta é muito mais profundo do que a gente imagina. É todo o seu ser, toda a sua vida, todos os seus pensamentos e sentimentos estarem entregues no Altar. E isso você não vê no relato da Andressa. Ainda que ela DIGA que tinha entregado tudo, você percebe nos trechos que eu já coloquei aqui o quanto da vontade dela, dos impulsos dela e das opiniões dela estavam no comando. 

“As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a Minha alma as odeia; já Me são pesadas; já estou cansado de as sofrer.”

De novo, as festas da lua nova e as solenidades que Deus menciona aqui são as que Ele mesmo havia instituído, mas associadas a iniquidade, elas se tornavam um peso e um sofrimento para Ele. Deus abomina religiosidade (que é com eu chamo o farisaísmo de ter práticas religiosas mecânicas e viver a vida à sua maneira), porque a religiosidade não faz sentido. 

Deus quer um relacionamento conosco e é para nos levar a esse relacionamento e nos ajudar a mantê-lo que existem as práticas da fé. Quando eu devolvo o meu dízimo, os primeiros 10% de tudo o que chega às minhas mãos, eu estou, com essa atitude, colocando Deus em primeiro lugar naquilo que é mais importante para qualquer pessoa: o sustento que lhe permite a sobrevivência. Estou reconhecendo que meu sustento vem dEle e que minha sobrevivência depende dEle.

 Quando abro mão de uma refeição para jejuar, estou mostrando à minha carne que ela não manda em mim, e estou dizendo para Deus que quero negar minha vontade mais básica para me aproximar dEle e fortalecer minha fé. Quando oro pela manhã, estou reconhecendo que só acordei respirando por causa dEle, e mostro que quero que Ele esteja na direção do meu dia. Quando faço, na Fogueira Santa ou fora dela, uma oferta de sacrifício (alguma coisa que, em oração, eu pergunto o que Ele quer que eu entregue. E surge dentro de mim uma convicção do que é), isso simboliza que estou, de fato, entregando a minha vida, o meu tudo, fazendo a vontade dEle acima da minha.

Quando deixo todas as minhas atividades e vou à Igreja, mostro para Deus que Ele é mais importante do que qualquer coisa que eu tenha a fazer. Quando dou a Ele minha atenção voluntária e consciente em um lugar especialmente separado para buscar Sua presença e ouvir Sua Palavra, eu mostro a Ele que O honro e que entender a Sua vontade e receber o Seu Espírito é, para mim, muito mais importante do que qualquer coisa deste mundo. E assim por diante. TUDO o que eu fizer para Deus precisa representar alguma coisa verdadeira. Porque nossas atitudes falam para Deus muito mais do que nossas palavras.

“Por isso, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os Meus olhos; e ainda que multipliqueis as vossas orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.”

 O que vale nessas práticas que fazemos é aquilo que elas representam. Se a oferta não representa a vida do ofertante, o que ela é? No caso daquele povo, se a oferta não representasse a vida do ofertante, ela seria apenas um animal morto e ensanguentado. E no nosso caso, se a oferta não representar a nossa vida, ela é apenas um punhado de papel sujo. Deus olha para a pessoa e a vê colocando sujeira no Altar.

Por isso, Deus disse a eles que suas mãos estavam cheias de sangue. Quando Ele olhava para eles, só via o sangue do animal morto inutilmente. Aliás, vou só fazer um pequeno parêntese para trazer outra passagem, muito mal interpretada pelos crentes, e que está diretamente relacionada a isso, em Isaías 66.3-4:

“Quem mata um boi é como o que tira a vida a um homem; quem sacrifica um cordeiro é como o que degola um cão; quem oferece uma oblação é como o que oferece sangue de porco; quem queima incenso em memorial é como o que bendiz a um ídolo; também estes escolhem os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações. Também Eu escolherei as suas calamidades, farei vir sobre eles os seus temores; porquanto clamei e ninguém respondeu, falei e não escutaram; mas fizeram o que era mau aos meus olhos, e escolheram aquilo em que Eu não tinha prazer.”

 Acho que está autoexplicativo, não? E olha que forte e que grave! Deus está dizendo que o cara que estava lá, se achando muito justo por matar um boi para dar como oferta (uma oferta grande, expressiva), e estava sendo visto por Deus como um assassino. Porque aquela era uma morte que não tinha o menor valor de oferta para ele. Era só uma morte.

Ele não via os sacrifícios daquelas pessoas, não via as ofertas como ofertas, mas sim como abominações, porque elas escolheram não ouvi-Lo e escolheram fazer aquilo de que Deus não se agrada. É como alimentar maus olhos, guardar mágoa, dar muita importância para a sua imagem diante das pessoas, pensar mal dos outros, dar crédito às palavras do gremlin, ficar seguindo pessoas que falam mal da sua fé, querer ser amigo do mundo, insistir nesses “pequenos erros” contrários à Palavra de Deus, que não têm nada de pequenos diante dEle. E, claro, para quem dá ofertas, mas desobedece a Deus deliberadamente, não preciso nem falar.

Saber que, quando se afasta de Deus, cada demônio volta com mais 7 e a vida fica muitas vezes pior, deveria levar a pessoa a se arrepender, se consertar e buscar se encher do Espírito Santo para se blindar contra esse mal. Não a sair da igreja para se sentir melhor temporariamente por não ouvir a Verdade! 

“Isso está me fazendo mal. Não quero e não vou voltar a ser quem eu era.”

 Então, acredito que não queira mesmo. E se mantiver essa decisão de não voltar a ser quem era, pode ser até que ela consiga manter algumas das mudanças. O diabo só vai até onde a gente permite. O problema é que ela está dando um espaço muito grande para o mal por meio de suas emoções. E aí não tem como ela saber quais portas vai abrir, porque está cedendo a todas as suas emoções e impulsos. Ninguém deveria, em sã consciência, seguir esse caminho. Sozinha, como a pessoa acha que vai conseguir manter as mudanças que tanto lhe fizeram bem? 

No final desse trecho do primeiro capítulo de Isaías, Deus ensina o que fazer para que Ele volte a aceitar as orações, as ofertas e tudo aquilo que a pessoa faz para Ele:

 “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos Meus olhos; cessai de fazer mal. Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas. Vinde então, e arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã.

 Se quiserdes, e obedecerdes, comereis o melhor desta terra.

Mas se recusardes, e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do Senhor o disse.”

 Ele não está ameaçando quem se recusar e for rebelde, está só avisando o que vai acontecer. Como quem avisa: “se colocar o dedo na tomada, vai levar choque”. Não tem como acontecer alguma coisa boa com quem rejeita Deus. E Ele não vai falar coisa bonitinha só para você ficar feliz. Ele vai falar a VERDADE. Se você quiser, e se obedecer, vai comer o melhor desta terra. Será aceito por Deus e sua vida será responsabilidade dEle.

Amanhã publico a parte 9

. Link para todos os posts da série: https://vanessalampert.com/category/andressa-urach-me-fez-mudar-de-ideia/

 

PS. “Gremlin” é como chamo o monstrinho que fica empoleirado no ombro das pessoas, só passando sugestões de pensamentos ruins que, claramente, não são nossos.

PS2. Já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte. Se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.