Mês: junho 2009

Resoluções de semestre novo

Não sei quando, acho que mês passado, eu estava me distraindo fazendo Quiz no Facebook quando resolvi publicar o resultado de um deles, que era para descobrir qual a primeira impressão que as pessoas tinham de você, ou alguma coisa assim. O resultado não me surpreendeu, dizia que as pessoas me achavam divertida (ou engraçada) assim que me conheciam (claro, algumas mudam de idéia na segunda, terceira ou quarta impressão). Ao publicar o resultado, fui surpreendida por um xingamento do Alexei, amigo de longa data, que disse que discordava. Segundo ele, eu não sou engraçada, sou bastante séria. Alto lá! Não me xingue de séria! E ele riu, mostrando que o fato de eu ter ficado brava por ter sido chamada de séria provava o quão séria eu era.

Dia desses estava lendo alguns textos que estão salvos no savetheplanctons.blogspot.com, e tentando entender o porquê de eu ter feito mais amigos e conhecido mais gente legal como a Josephine do que como eu mesma. Apenas hoje, quinhentos e sessenta e cinco anos depois (eu sou meio lenta) é que percebi que meus blogs pessoais foram sempre blogs de preguiça. Nunca tive saco de fazer um blog legal, divertido, mais parecido comigo, criativo, essas coisas. Nunca dei muita bola para audiência, para número de comentários, divulgação, etc. Nunca me esforcei minimamente por um blog pop, e escrevia muito mais do que displicentemente, escrevia desorganizadamente.  Com aJosephine, Dave me enganou dizendo que voltaria a escrever, então eu tinha de manter o blog vivo, tinha de manter os leitores, o movimento. Tinha de ser pelo menos criativa na hora de escrever os posts. E eu me divertia muito. Então achei que estava fazendo uma baita sacanagem com meus leitores. Não importa que eles possam ser contados nos dedos de uma mão, não importa que eu não queira um blog pop, nem que eu não ligue para número de acessos, vou tentar fazer posts menos preguiçosamente, escrevendo aqui o que escrevo para mim e que me diverte, afinal de contas, quero o melhor para os meus leitores.

Se você não der conta de ler, não tem problema. Eu tenho necessidade de escrever, fico doente se não escrevo (é sério) e não ficarei triste se não houver comentários. Fique à vontade, como você tem estado nos últimos sete anos de leitura dos meus blogs (será que alguém que lia em 2002 ainda lê hoje?)…ou como você teria estado, caso soubesse, há sete anos, que eu existia e mantinha um blog.

Parece brincadeira

Recebi esse convite por e-mail.

livro

Me chamou a atenção a figurinha da esquerda: Você lê na capa: “A cereja do bolo” e na bolinha verde destacada: “Autor do best-seller ‘A azeitona da empada'”   …  🙂  Guardarei, nesse sorriso enigmático (ou nem tanto…risos..) a piada pronta, em toda sua incomensurável extensão. 🙂

Me lembrei dos programas de TV favoritos do Garfield: “Vendo a grama crescer” e “Vendo a tinta secar”.

Eu vou ao lançamento, of course, sou colaboradora da Spaan, tenho que prestigiar. E estou em minha fase auto-ajúdica, faço questão de comprar um exemplar da cereja do bolo, se possível acompanhada de uma azeitona da empada. Brincadeirinhas e críticas de meu lado intelectual-literário arrogante-esnobe à parte, a sacada foi genial. Tivesse o indivíduo optado por outro título ou evitado mencionar o livro anterior no convite e eu jamais teria me preocupado em ver do que se tratava. Agora, juro, me interessei.

E falo sério sobre a minha fase auto-ajúdica, estou formulando novas teorias a respeito da literatura de auto-ajuda, pois considero que houve (e ainda há) uma injustiça em relação a esse tipo de livro, pois jogamos tudo no mesmo saco, indiscriminadamente. Ocorre que há a boa literatura de auto-ajuda, existe gente realmente competente e talentosa escrevendo auto-ajuda, sorry, o que posso fazer a respeito? E é melhor que seja assim. Já que não podemos eliminar essa literatura de nosso meio (afinal de contas, a grosso modo, ela está entre nós desde os tempos aristotélicos…), melhor incentivar a separação entre o joio e o trigo e buscar tirar dela o que ela tem de melhor.  De repente deveríamos encontrar um bom eufemismo para a boa auto-ajuda. Ela necessita de leitores com bom cérebro e sem preconceitos intelectualóides para mostrar a que veio, mas mostra, sim, senhor. Aceitemos a realidade. E deixemos de frescura.

Só espero não ter nenhuma indigestão… nem com a cereja do bolo, nem com a azeitona da empada…