Categoria: Humor

Parece brincadeira

Recebi esse convite por e-mail.

livro

Me chamou a atenção a figurinha da esquerda: Você lê na capa: “A cereja do bolo” e na bolinha verde destacada: “Autor do best-seller ‘A azeitona da empada'”   …  🙂  Guardarei, nesse sorriso enigmático (ou nem tanto…risos..) a piada pronta, em toda sua incomensurável extensão. 🙂

Me lembrei dos programas de TV favoritos do Garfield: “Vendo a grama crescer” e “Vendo a tinta secar”.

Eu vou ao lançamento, of course, sou colaboradora da Spaan, tenho que prestigiar. E estou em minha fase auto-ajúdica, faço questão de comprar um exemplar da cereja do bolo, se possível acompanhada de uma azeitona da empada. Brincadeirinhas e críticas de meu lado intelectual-literário arrogante-esnobe à parte, a sacada foi genial. Tivesse o indivíduo optado por outro título ou evitado mencionar o livro anterior no convite e eu jamais teria me preocupado em ver do que se tratava. Agora, juro, me interessei.

E falo sério sobre a minha fase auto-ajúdica, estou formulando novas teorias a respeito da literatura de auto-ajuda, pois considero que houve (e ainda há) uma injustiça em relação a esse tipo de livro, pois jogamos tudo no mesmo saco, indiscriminadamente. Ocorre que há a boa literatura de auto-ajuda, existe gente realmente competente e talentosa escrevendo auto-ajuda, sorry, o que posso fazer a respeito? E é melhor que seja assim. Já que não podemos eliminar essa literatura de nosso meio (afinal de contas, a grosso modo, ela está entre nós desde os tempos aristotélicos…), melhor incentivar a separação entre o joio e o trigo e buscar tirar dela o que ela tem de melhor.  De repente deveríamos encontrar um bom eufemismo para a boa auto-ajuda. Ela necessita de leitores com bom cérebro e sem preconceitos intelectualóides para mostrar a que veio, mas mostra, sim, senhor. Aceitemos a realidade. E deixemos de frescura.

Só espero não ter nenhuma indigestão… nem com a cereja do bolo, nem com a azeitona da empada…

Da série: Diálogos Insanos

Davison está incontrolável hoje. Uma vez por mês (ou menos) ele fica com vontade de comer carne. Hoje foi um desses dias e agora tem um pedaço de bicho morto (ok, sorry) na panela de pressão, e ele chegou com uma cara muito estranha (eu devia ter desconfiado!!! É cara de quem está tendo uma crise de trocadilho! Ele tem Transtorno de personalidade trocadilhesca):

-Que pena que você não vai comer a carne de panela.

-Não precisa ficar com pena, não, amor, não estou sofrendo, eu não como carne.

Então ele se revelou, como um psicótico alucinado que saca seu punhal com cara de maluco para atacar sua vítima distraída:
-Mas…e se eu assar um CONTRA filé??? Ou se eu cozinhar um VAZIO???

Eu já estou acostumada com a obsessão dele por trocadilhos infames e até me contaminei com isso, já que não consigo falar ou pensar em algo com potencial trocadilhístico sem me sentir obrigada a fazer a piada. Para fechar com chave de ouro, ele completou, antes de sair:

– Mas não se preocupe, porque eu vou deixar o coxão de fora.