Categoria: Organização

Site novo

Só apareço neste blog para dar notícias, perceberam? Shame on me. Mas não importa, melhor do que não aparecer nunca. Os comentários dos posts antigos estão fechados por problemas com spams. Já que tenho tido pouco tempo para gerenciar o blog, preferi deixar marcado para que os comentários sejam fechados automaticamente após um certo período. Mas a idéia era atualizar com mais frequência, e não deixar esse troço antipático de comentários fechados forever.

Bem, vamos explicar o que eu tinha de explicar aqui: minha vida deu uma guinada nos últimos meses. Parei de frescura e resolvi tomar uma decisão com Deus, de uma vez por todas, saindo de cima de um muro no qual eu nem sabia que estava. Como eu sumi de todo mundo, todo mundo sumiu de mim e poucos dos meus amigos sabem o que enfrentei nos últimos dois anos e como eu estava, mas aos poucos eu vou contando. Pois bem, me defini em relação a Deus e somente assim consegui a reconstrução que estava buscando há tanto tempo. Aos poucos Ele tem me feito experimentar uma qualidade de vida que eu nunca tive, interior e exterior. Isso é o que Ele sempre quis para mim: me dar uma vida de verdade, não meia vida. Quando eu O assumi, Ele me assumiu, e tenho buscado passar o que venho aprendendo a quem realmente estiver disposto a entender. Eu já havia decidido, ano passado, que minha “carreira de escritora” estava encerrada. No entanto, os planos de Deus eram outros e Ele tem me incomodado a voltar a escrever, a repassar o que tenho recebido. De início, comecei a escrever totalmente sem vontade, somente por obediência àquela direção que Deus colocou dentro de mim (a gente SABE o que tem de fazer, ainda que não tenha vontade, ainda que não queira fazer). Aos poucos Ele ressuscitou em mim o prazer de escrever, a vontade e o ânimo, simplesmente por eu ter obedecido primeiro.

Agora, consegui colocar em prática um projeto que vinha sendo adiado: meu site. A necessidade do site surgiu da encheção de paciência dos amigos (eles sabem fazer isso melhor do que ninguém…hahaha…), dizendo que eu não deveria me espalhar por tantos blogs, que eles ficavam Perdidinhos da Silva. Tadinhos. Para provar que os amo, lá fui eu trabalhar em um site onde irei concentrar todos os links e textos que eu for publicando. Atualize – pela última vez, juro! – os seus bookmarks, agora você me encontra no vanessalampert.com E não me perderá nunca mais. 😀

Jogando fora o lixo

Já escrevi outras vezes da dificuldade que tenho de me livrar das quinquilharias que a gente ajunta em casa depois de alguns anos. Sempre acho que tudo é registro histórico. Ingressos antigos de cinema….bah, lá do Cine Leblon, lembra? De 2005, quando eu morava lá…putz, era caro pra caramba! Mas a gente ficava com preguiça de ir em outro cinema e acabava pagando, mesmo.

E os papéis? Tantos textos das minhas faculdades anteriores….coisas do jornalismo da Uniderp, da publicidade da Uniderp, de Letras da Ulbra, do jornalismo da UFMS, da Formação de Escitores da Unisinos, e mais vários papéis da Engenharia do Davison, coisas da Refap, coisas dos meus cursos livres, e ainda os trocinhos que gosto de guardar: bulas de remédio que não tomo mais, maquiagens antigas, já vencidas, mas com embalagens que não são mais fabricadas….como é que vou jogar fora algo que não se faz mais? E se eu precisar de alguma daquelas coisas? E todas aquelas caixas de papelão? Já aconteceu de eu precisar de algo justamente depois de ter jogado fora. Aí já era, tem de comprar de novo. Então você descobre que tudo pode virar objeto de arte, ou tudo pode ser usado na construção de uma peça. Vixe, pode esquecer, colega, sua casa vai virar uma filial do lixão, porque você vai achar que tem de guardar garrafa vazia, caixa vazia (você acabará enchendo todas as caixas vazias com os potes vazios que tiver guardado), pedaços de arame, pedaços de isopor…coisas que você nunca irá usar, provavelmente, mas só o fato de elas estarem ali, graciosamente entulhando o quarto extra (e, em breve, todos os outros cômodos da casa), já te dá uma segurança enorme, de que nunca te faltará lixo quando você precisar de um. Não é lindo isso?

Então decidi que nunca mais teria bagunça na minha vida. Implacável, saí à batalha, munida de sacos de lixo super reforçados, e de uma máscara contra os ácaros assassinos. A ordem era jogar fora sem dó, nem piedade. Foram para o lixo revistas, apostilas, papéis, notas de compras, pedaços de coisas que já haviam sido previamente desmontadas, potes, tampas, arames, papelão, caixas, panos, roupas velhas e puídas, coisas-guardadas-para-um-indefinido-depois, enfim, foi praticamente tudo para o lixo, exceto os desenhos, os cadernos, os livros e os pedaços de isopor (que ninguém é de ferro :-D) E as coisas inteiras, é claro, que isso não é lixo.

Dor, muita dor. Sim, eu senti dor, principalmente quando a bagunça gritava, ao ser atirada dentro do saco plástico: “NÃO, NÃO FAÇA ISSO!!!! EU SOU IMPORTANTE!!! EU SOU MUITO IMPORTANTE, VOCÊ AINDA NÃO SABE PARA QUÊ, MAS SABERÁ! EU PODEREI SER MUITO IMPORTANTE PARA VOCÊ ALGUM DIA!!! E SE VOCÊ PRECISAR DE MIM ALGUM DIA???? E SE ALGUM DIA PRECISAR DE MIIIIIIIIIIIIIINHEEEEEE?????”

Fingi que não estava ouvindo, nem vendo sua expressão de pavor e desespero. Eu tinha uma missão a cumprir, e precisaria me livrar de cada milímetro de bagunça, custasse o que custasse. Terminei minha tarefa exausta, mas certa de que havia feito a melhor escolha.  É preciso destruir os inimigos, lançá-los fora, para que não voltem a crescer em nosso meio. E se ordem é progresso, lutar contra a bagunça, contra o caos e a desordem é necessidade vital, como arrancar a erva daninha do meio da plantação. Quanto aos registros históricos…bem, é melhor, sei lá, tirar uma foto e guardar em um DVD sob o título “Arquivo de registros históricos”…ao menos enquanto eu não tiver uma casa de tamanho suficiente para abrigar um museu próprio. Se bem que aí você resolve ter filhos, e depois você morre e a primeira coisa que seus pimpolhos fazem é recolher as “tranqueiras que a mamãe deixou”, jogar 70% fora e distribuir os outros 30% entre os parentes e amigos. E dê graças a Deus de não poder ver isso, pois você não terá mais cabelos para arrancar (não me consta a existência de “cabelos espirituais” no além). E se você não tiver filhos, dá na mesma, sempre vai ter uma criatura para desprezar o museu que você tão carinhosamente cultivou….criaturas insensíveis que não conseguem enxergar o valor de uma tampinha de garrafa daquele Sendas Limão que você gostava tanto de tomar quando morava no Rio de Janeiro.

Estou consciente de que a primeira batalha foi vencida, mas sei que meus inimigos continuam à espreita, e que em breve terei de acabar com o remanescente: potes de creme bastante avançados em idade, mas que continuam semi-cheios e que, por isso, conseguiram visto de permanência. Não tenho coragem de jogar fora coisas que não foram terminadas. Mas se já estão há tanto tempo entulhando os armários da casa, por que raios ainda acredito que um dia terminarão de ser usadas?

Isso porque eu tenho apenas pouco mais de cinco anos de casada….imagino o que aconteceria se continuasse nesse ritmo, ao completar as bodas de prata?  … Melhor nem imaginar. Não haveria armário suficiente no mundo para comportar tanta tralha.