Mês: julho 2014

Sobre o desafio dos Guerreiros da Escrita

Durante o Jejum de Jesus, tivemos a magnífica ideia de fazer um desafio para o grupo Guerreiros da Escrita. Cada um deveria escrever um post por dia em seus blogs e postar no grupo. Eu, como todo bom líder deve fazer, fui a primeira a aceitar o desafio. E resolvi andar mais uma milha: ainda escreveria uma mensagem por dia, exclusivamente para o grupo, com um texto bíblico que tivesse algo a ver com o que estávamos fazendo.

Tudo muito lindo se não fosse um problema: eu não tinha tempo para absolutamente nada além das coisas que eu já estava fazendo. Não só porque tenho bastante trabalho, mas também porque eu trabalho com leitura e escrita, então cansa a cabeça…quando chega no final do dia, é bem complicado escrever qualquer coisa. E não, eu não havia escrito previamente…rs.

Mas ok, valeria a pena. Eu precisava ver qual era o espírito daquelas pessoas e precisava ver também como elas estavam escrevendo. O primeiro passo para aprimorar a escrita é escrever diariamente, não tem jeito. Quanto mais você escreve, melhor consegue escrever.

Então, lancei o desafio, toda feliz. Para a minha surpresa, fui solenemente ignorada…hahaha… Lá estava eu, matando preciosas horas de sono para conseguir escrever uma mensagem especialmente inspirada e um post por dia e… nenhum retorno. É nessas horas que você prova a sua fé. Eu sabia que o desafio era algo que iria fazer a diferença, então preferi não dar bola para o que eu estava vendo (ou melhor, para o que eu não estava vendo) e seguir na certeza. Muitas vezes você vai ter de fazer coisas que aparentemente ninguém está vendo, sem esperar retorno algum, só confiando naquilo que você determinou que aconteceria. Aparecia para mim uma lista de pessoas que visualizavam as mensagens. Algumas até curtiam. Outras, comentavam os posts. Mas nada de alguém aceitar. Foram poucos dias em que me desafiei sozinha (rs) mas pareceram uma eternidade. Em vez de desistir, fiquei revoltada e decidi que me recusaria a duvidar.

Então, apareceu um. E depois, outro. E outro. E mais outro. Logo já tínhamos quase uma dúzia de participantes. O desafio foi maravilhoso! Percebi alguns textos tímidos no início, mas o pessoal tinha boa capacidade de argumentação e fiquei bastante animada. Com o passar dos dias, os textos foram melhorando e eu tenho visto o interesse e a vontade de se desenvolver. Eu faço questão de ler todos e anotar mentalmente os pontos fortes e fracos de cada um, pois isso será trabalhado nas próximas etapas. O resultado é que adotei todo mundo…rs. Então, além de tudo o que eu já fazia antes e o que eu estava fazendo para o desafio, peguei meus livros e artigos técnicos sobre escrita para estudar uma forma de passar aquele conteúdo de uma maneira prática na segunda etapa do desafio.

O que mais me chamou atenção – e que me motivou a fazer mais por eles – foi ver o empenho daqueles que abraçaram o desafio. Se já não era fácil para mim, era muito menos fácil para eles, que não tinham a prática que eu tinha com a escrita. Mas eles foram realmente guerreiros. Só o fato de aceitarem, publicarem posts e darem a cara para bater, assumindo o desafio, já é um ato de bravura. Alguns não conseguiram fazer todos os dias, mas fizeram o máximo que puderam, outros escreviam dois ou três por dia para compensar o que perderam, e alguns se mantinham escrevendo mesmo quando não tinham inspiração, quando estavam cansados ou quando não queriam escrever – o que sempre rendia bons posts. 🙂

E eu consegui entender melhor a Deus. Sério. Assim como eu fiz, Ele também faz um convite ao desafio. O convite é feito a todos, mas só alguns aceitam. São esses os que se fazem escolhidos. Esses poucos escolhidos se esforçam para obedecer, para fazer o que precisam fazer mesmo quando não estão sentindo vontade. E Deus olha para esses poucos escolhidos com o mesmo amor com que eu olho para esses meus poucos escolhidos. Ao ver a entrega deles, o esforço e a vontade de se aprimorar para ser mais útil no Reino de Deus, minha reação é querer fazer mais, me doar mais por eles, sem olhar para o cansaço, para as dificuldades ou qualquer outra coisa. Ainda que no início eu tenha tido que sacrificar sozinha, a partir do momento em que outros sacrificaram também, eu passei a reagir ao sacrifício deles. Se eles estão dando o seu tudo, não é justo eu não dar o meu tudo. E é assim com Deus, também. Ele sacrificou primeiro, mas a partir do momento em que sacrificamos também, nos entregando a Ele, Ele passa a reagir ao nosso sacrifício. E a reação dEle é diretamente proporcional à nossa entrega.

 

Qual é o seu talento?

 

As pessoas têm dificuldade de descobrir seu talento porque geralmente a gente não dá bola para aquilo que faz desde sempre. A minha dica para isso é responder a algumas perguntas: o que você gostava de fazer na infância? O que você costuma fazer quando tem tempo livre? Sem o que você não conseguiria viver? Muito provavelmente, seu maior talento é desprezado justamente por ser algo que você faz com facilidade. Pode ser cozinhar, desenhar, vender, trabalhar com madeira, organizar…

Desde o início da minha vida fui muito estimulada a desenvolver talentos artísticos porque todos os meus irmãos cantavam, desenhavam e tocavam algum instrumento. Eu comecei desenhando, depois me apaixonei pelo teatro e pela literatura. Também aprendi a fazer escultura e a cantar. E fazia tudo ao mesmo tempo, sem conseguir me definir…rs. Durante algum tempo achei que seria atriz e me preparei para isso, mas certo dia eu me dei conta de que eu conseguiria viver sem cantar, sem ouvir música, sem desenhar, sem interpretar e sem ir ao teatro e ao cinema, mas não sem escrever.

Mesmo quando eu fazia de tudo para ficar de recuperação (é, teve isso…eu tinha paixonite por um menino da escola, que sempre ficava de recuperação, então era a chance de ter mais alguns dias perto dele…facepalm para little me), minhas redações eram elogiadas. Eu era uma coisa para os professores de português e outra para todos os outros professores. Isso porque eu escrevia todos os dias. Tinha o meu diário, tinha as poesias que eu datilografava (dinossaura) e o bendito romance ambientado na segunda guerra mundial que atravessou toda a minha adolescência porque eu gostava muito de escrevê-lo, reescrevê-lo e pesquisar sobre aquela época (em uma era pré-internet, em que as pessoas pesquisavam em livros…).

Escrever era tão fácil para mim que só aos vinte anos decidi me profissionalizar e procurar livros e cursos a respeito. Vi que não era por ser fácil para mim que tinha que ser eternamente intuitivo. E nessa época eu já tinha dezenas de cadernos escritos com histórias, artigos e poesias. Assim que você identifica o seu talento, começa a investir nele. Talvez ele esteja desnutridinho, mirradinho e esgualepado, mas você começa a dar comidinha para ele e fazer com que ele cresça e se desenvolva. Você educa o seu talento, fazendo com que ele passe a ser mais do que intuitivo. Eu descobri que, como já tinha facilidade, consigo absorver a teoria e aplicá-la com muito mais rapidez. Em vez de procurar encaixar meu talento em uma caixinha, eu vou atrás de informações direcionadas que possam ser testadas imediatamente e integradas ao meu trabalho.

Primeiro você descobre o que sabe fazer de melhor, depois procura formas de aprender mais sobre aquilo, para acrescentar mais ao que você já sabe e se tornar perito naquilo que faz. Esse é o melhor caminho para ser um profissional FELIZ.

 

PS: A propósito, uma boa leitura de apoio é o artigo Você é mestre em…? (clique aqui para ler)