Categoria: Crescimento pessoal

Desconectando da Matrix por 21 dias

 

12003192_910597612355866_4466383405753389469_nPelo menos duas vezes por ano, fazemos um jejum de informações e entretenimento. É nadar contra a corrente deste mundo em que entretenimento e informações são endeusados e entronizados. Pense bem, tudo gira em torno dessas coisas. Você precisa ficar conectado. Precisa saber o que estão falando nas redes sociais. Você já as trata com intimidade: Face, Insta, Whats, como se fossem amigos de infância. E elas exigem sua atenção imediata, como crianças mimadas. As notificações pulam no celular, interrompendo seus afazeres a cada minuto. O noticiário na TV é sagrado. A revista semanal, também. Você precisa saber o que está acontecendo no mundo, não pode ser um desinformado, um alienado. A notícia causa uma reação emocional. Você fica com raiva. Você se emociona. A TV lhe dá a opinião que você precisa ter, sem que você sequer perceba. Não é necessário pensar muito. Não é necessário analisar ou interpretar as informações. Elas já vêm mastigadas. Tudo parece óbvio.

A busca por sensações é a tônica do momento. É isso o que as pessoas têm alimentado. E depois não sabem por que vivem em uma montanha-russa emocional. Uma vida de altos e baixos, sem estabilidade. Com o fluxo de informações e estímulos sensoriais e emocionais, nosso cérebro se reprograma para lidar com o maior número de dados com a maior superficialidade possível. Não dá para aprofundar o pensamento quando há muito para se catalogar. O resultado é uma era de pessoas com preguiça mental crônica. Sabem operar aparelhos eletrônicos com maestria, mas, mentalmente, estão dependentes dos outros, querem tudo mastigado e não têm paciência para colocar seus cérebros para funcionar.

O pensamento fragmentado é um dos piores monstros do nosso tempo. Ele gera zumbis que, por fora, parecem vivos e saudáveis. Pessoas emocionalmente estimuladas, irritadiças, prestes a explodir. Massa de manobra exposta a imagens de violência, notícias interpretadas de acordo com o interesse de quem quer o poder. Se expõe o que é de interesse expor, se esconde o que é de interesse esconder.

A falta de pensamento aprofundado atinge as redações de jornais e os cursos de jornalismo, gerando formadores de opinião que são, eles mesmos, massa de manobra. Essas são as engrenagens em que nos embaralhamos quando entramos no ritmo alucinado das interações virtuais e dos meios de comunicação. A solução é puxar a tomada.

Se desconectar, hoje em dia, é revolucionário. Se você tem medo de ficar desatualizado, alienado ou desinformado, entenda: a informação que você consome é ração para gado. É a maneira de se manipular a população para que todo mundo pense igual e para que todos tenham opiniões semelhantes. Alienados ficam aqueles que se alimentam da informação desse mundo. Quando você se desconecta por um tempo, aprende a retomar o controle do que consome. Isso é ouro. Você reorganiza sua forma de pensar. Desenvolve seu raciocínio e, certamente, não voltará da mesma forma.

Nosso cérebro é uma máquina fantástica, com infinitas possibilidades. A ciência ainda o entende muito pouco. Mas o fato é que fomos feitos para pensar. Fomos projetados para fazer uso intensivo de nossa capacidade mental. A quem interessa que deixemos de utilizá-la? A quem interessa que nos tornemos zumbis, hipnotizados pela cultura do entretenimento fácil e da informação mastigada?

As festas, o entretenimento, as redes sociais, as notícias, os joguinhos e o que mais este mundo puder nos oferecer nos distrai o suficiente para preencher temporariamente o vazio. Tanto é que muitos se sentem angustiados quando ficam longe dessas distrações. Elas são como uma droga que anestesia temporariamente e dá a ilusão de preenchimento. Até a próxima dose. O problema é que, enquanto você se engana, nada é efetivamente preenchido. O vazio vai continuar lá até você decidir preenchê-lo de verdade. O Jejum de Daniel não se trata de, simplesmente, suspender essas distrações e ficar com um grande vácuo gelado. O que realmente vai fazer esse jejum ser eficaz em sua vida é uma palavra: substituição. Substituir a ração-lixo por nutrição para o seu espírito.

Aprender a dizer não para as vontades do seu neandertal interior e alimentar aquilo que lhe faz mais humano. Diminuir o alimento da parte mais primitiva e irracional do nosso cérebro e passar a alimentar a parte que nos faz potenciais administradores deste planeta nos leva de volta ao estado em que deveríamos estar. Sem distrações. Sem informações inúteis. Com condições de fazer as escolhas certas. Exige um sacrifício, claro, como qualquer esforço consciente. Mas vale tanto a pena que abraço o desafio todas as vezes em que me é oferecido.

Por isso, do dia 20 de setembro ao dia 10 de outubro, abraçarei o desafio do Jejum de Daniel. Além de me afastar das redes sociais, notícias e entretenimento, irei ocupar meu tempo com aquilo que alimenta o meu espírito. Se você também quiser aproveitar essa oportunidade, está convidado. Nesse período, a partir de amanhã de manhã, usarei este blog para compartilhar tudo o que aprender. Publicarei pela manhã reflexões bíblicas, dicas de leitura e artigos espirituais para ajudá-los a tirar o melhor proveito possível desses 21 dias. Vamos aprender, juntos, diretamente da Fonte.

Espero vocês amanhã. 🙂

PS: Usarei a internet somente para o que for absolutamente necessário para o trabalho e estudo e também para conteúdos que alimentem meu espírito. Renato Cardoso anunciou hoje que trará conteúdo diário para o Jejum de Daniel, então já está em minha restrita programação para esses 21 dias.

PS2: É por causa do que aprendi com o Jejum de Daniel que meu celular não me domina e minhas notificações são quase todas desabilitadas. Por causa do que aprendi desde o primeiro Jejum de Daniel retomei o controle do meu córtex pré-frontal (área do cérebro responsável pela atenção e pelo foco) sem nenhuma medicação (coisa que tentei, durante anos, com medicamentos controlados). Não sei o que seria de mim nos dias atuais, com essa profusão louca de informações, se eu não tivesse o domínio próprio que conquistei desde que comecei a praticar esse “retiro mental“.

 

De onde vêm as ideias? Parte 3

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Lembra que eu disse no post anterior que nosso cérebro é burro e puxa-saco? Ele só quer nos agradar, fazendo com que aquilo que acreditamos venha a acontecer. Diga “esse problema não tem solução” e seu cérebro fará de tudo para esconder todas as soluções que o problema possa ter. Diga “é o único jeito” e você não conseguirá enxergar outra saída.

Podemos usar essa característica a nosso favor ao escolher, conscientemente, aquilo em que iremos acreditar. Quando entendemos que viemos com o aplicativo de criatividade e que só precisamos ativá-lo e exercitá-lo, tudo fica mais fácil. A única coisa que você precisa saber depois disso é o tipo de pensamento necessário para exercitar a criatividade.

Imagine uma criança de quatro anos. Como ela pensa? Se perguntar a ela a explicação de um determinado mistério ou pedir que lhe descreva uma imagem incompreensível, ela virá com vinte hipóteses diferentes, desde as mais plausíveis até as mais improváveis. Para ela, nada é impossível e todas as explicações valem ser investigadas.

A maioria das pessoas suprime essa capacidade com o passar dos anos e acaba se prendendo a uma linha limitada de pensamento. Outros, como artistas, escritores (oi, eu) e profissionais criativos em geral, continuam a manter um link com a infância para conseguir que esse pensamento divergente os leve a diferentes formas de ver o mundo.

Porém, você não precisa ter alguma profissão que exija criatividade para manter esse link com a infância, porque todos nós precisamos de criatividade. A vida exige criatividade, ideias, flexibilidade, inovação, liberdade.

As ideias vêm de uma mente desbloqueada. Uma mente sem fronteiras, sem impossibilidades. Uma mente capaz de ter certeza daquilo que espera, daquilo que não vê, ainda que seja contra tudo o que seus olhos veem. Uma mente capaz de imaginar o que mentes limitadas dizem ser impossível. Perdi a conta das vezes que ouvi que estava acreditando em algo impossível. Perdi a conta das vezes que ouvi que não daria certo, que não tinha como fazer tal coisa, que eu queria cruzar uma linha intransponível ou, mesmo, inexistente. Perdi a conta de quantas vezes ignorei esses comentários. Quando eu era mais nova, eles me causavam medo. Com o tempo, passaram a me causar revolta. E quanto menos acreditam em mim, mais eu me aproximo do que me motiva. Mais eu quero fazer algo por quem realmente vale o esforço.

Se não vivermos para cruzar linhas inexistentes e transpor o intransponível, qual é o objetivo disso tudo? Se eu não acreditar em algo muito maior do que eu, para que todo o esforço? E se eu digo que estou servindo a Deus, mas bloqueio meus pensamentos ao primeiro sinal de “impossível”, que tipo de serviço estou prestando? As vozes que traçam linhas e constroem muros e trilhos sempre irão gritar “impossível!”. Se tem interesse em criar algo realmente inovador, não espere o apoio de uma multidão. Espere críticas.

Não há lugar seguro. Não há ambiente controlado. Não há fórmulas. É uma questão de se jogar, como uma criança pequena, em um mundo onde a imaginação pode abrir as trilhas e encontrar saídas. Um mundo onde as coisas que você achava que sabia de repente tomam outro significado. Um mundo onde uma pergunta pode ter várias respostas ou levar a novas perguntas. Um mundo de infinitas ramificações. Assustador, sim, mas não se você souber que não está sozinho.

Rodar seus pensamentos com o sistema operacional multidimensional que as crianças usam é uma escolha que só você pode fazer por si mesmo. É uma escolha da qual nunca me arrependi e que pode me fazer parecer estranha e de difícil categorização para quem me conhece, mas tem me trazido excelentes resultados.

De onde vêm as ideias – Parte 1

De onde vêm as ideias – Parte 2

De onde vêm as ideias – Parte 3