Categoria: Desafio

A mente masculina, na prática…

Hoje meu marido foi ao supermercado e depois à Pet Shop enquanto eu fiquei em casa trabalhando. Então, mandei uma mensagenzinha de celular, que pretendia ser romântica, para que ele soubesse que eu estava pensando nele:

– Você sabia que tem uma moça de Campo Grande que é apaixonada por você? Ela disse que pensa em você o tempo inteiro.

Ao que ele respondeu:

– Vixi… tô indo pra Cobasi. :-*

 

Cheguei a cogitar a hipótese de ele ter achado que era uma moça aleatória, uma Góia qualquer. (Góia= apelido carinhoso para “lambisgóia”. E sim, eu sei que não tem mais acento, mas uso mesmo assim.) Mas achei a possibilidade um pouco absurda demais para cogitar. Era ÓBVIO que eu estava fazendo uma brincadeirinha, falando de mim em terceira pessoa. Era óbvio…

Bem, eu entendi que ele estava no trânsito indo para a Pet Shop e não poderia responder, então fiquei esperando que me enviasse uma resposta mais apropriada. Muuuito tempo depois, recebo:

– Vou sair daqui agora. Me ajuda a subir as compras quando eu chegar? 🙂 :-*

Hahahahahahaha…. Claro que fui ajudar a subir as compras quando ele chegou…rs. Quer saber por que ele respondeu daquele jeito? Achou que alguma guria desmiolada de Campo Grande tinha mandado um e-mail para mim “falando aquelas coisas”. Só se deu conta de que eu estava falando de mim quando eu comentei…rsrs… E olha que o Davison é SUPER inteligente e muito mais ligado do que um homem comum (ele até percebe quando eu faço alguma coisa no cabelo…rsrs).

Se eu fosse uma mulher sem entendimento do funcionamento da mente masculina, talvez ficasse chatada por ele ter ignorado minha declaração e minha brincadeirinha…que marido insensível! Mas homens são desligados, mesmo, e nem tudo o que é óbvio para você, mulher, é óbvio para o seu marido. Aliás, parta do princípio de que NADA é óbvio e comunique tudo. E quando ele não entender, ou ignorar, comunique de outra forma. 🙂

E por favor, né? Vou ficar chateada com o quê? Mandei um e-mail para o meu marido dizendo que tinha uma mulher apaixonada por ele e ele a ignorou solenemente, sem demonstrar interesse algum! UAU! Ponto para ele! … E para mim. 🙂

 

Não converse com pessoas imaginárias

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Estava me lembrando dia desses de um comportamento mucho loco que eu tinha há muitos anos, quando eu ainda não conhecia as coisas que conheço hoje e vivia feito um zumbi, movida por minhas emoções, como 98% da humanidade. Isso não faz mais parte da minha vida e hoje tenho verdadeiro horror a esse tipo de coisa. E, talvez por trauma, me policio para nunca mais ligar esse super drenador de energia, que vivia ligado 24 horas na minha cabeça. Mas se você ainda tem esse mau hábito, eu espero que meu relato o ajude a enxergar que isso não é uma coisa legal e que você tem o poder de excluí-lo de sua vida:

Se eu tivesse me encontrado com alguém e tido uma conversa qualquer, inevitavelmente, depois da conversa, passaria horas – ou dias – pensando “eu poderia ter dito isso” ou “eu deveria ter dito aquilo”. O que – descobri depois – era inútil, pois a conversa já tinha acontecido, a pessoa não estava mais naquele lugar e provavelmente nem se lembrava do diálogo. Mas eu estava lá, presa naquele lugar, falando com uma pessoa imaginária.

E pior ainda (talvez) eram as vezes em que eu criava diálogos na minha cabeça que ainda não tinham sequer acontecido. É a versão master-plus do “antecipar coisas ruins”. Eu imaginava a pessoa falando x, então eu respondia y. Ficava horas naquela discussão interminável e irritante, que nunca chegaria a lugar algum porque – obviamente – eu não estava falando com ninguém.

E as conversas nos grupos de discussão? Era muito comum eu me enfiar em alguma discussão na internet sobre qualquer coisa, a respeito da qual eu certamente tinha uma opinião muito firme, e entrar em um embate sem fim. Sentia um prazer meio mórbido na retórica. Eu amava aquilo. E odiava, também. Deixava minha resposta enorme e super bem articulada, desligava o computador e a discussão continuava na minha cabeça.

Eu ficava brava com a pessoa e iria defender meus argumentos até no inferno (às vezes meio que literalmente), e ficaria conversando com a pessoa dentro da minha cabeça, onde quer que eu fosse. “Se ela disser tal coisa, eu responderei isso…se ela disser aquilo, eu responderei aquilo outro”…e carregava o Hater comigo por todos os lugares, o que, obviamente, me deixava sempre estressada. Eu acho, sinceramente, que eu estava dando a maior corda para um ser invisível de outra dimensão, sugador de energia. Ele se alimentava da minha energia vital enquanto me fazia brigar com uma pessoa imaginária. Fiquei terrivelmente estressada, a ponto de adoecer. Uma das coisas mais burras que já fiz com a minha cabeça. Até hoje não sei como eu suportava.

Hoje em dia, eu não tenho mais esses espírito belicoso. Sim, eu tenho opiniões fortes. E sim, eu gosto de defendê-las e não tenho o menor problema em expor essas opiniões e meus argumentos. No entanto, eu não discuto mais. Não tenho saco para ficar batendo boca ad infinitum, nem com pessoas reais, muito menos com pessoas imaginárias. Se a pessoa estiver interessada em entender e aprender, meus argumentos estão todos à disposição. Porém, discutir opiniões é contra os meus princípios. Acho insuportável. Não discuto do lado de fora, mas também não discuto do lado de dentro. Se as conversas com pessoas imaginárias ameaçam aparecer, já corto imediatamente. Entrego para Deus e entendo que não posso mudar a opinião de ninguém que não esteja aberto a isso.

E quanto a reuniões e conversas que ainda vão acontecer, também não fico antecipando e imaginando que se a pessoa disser isso, eu direi aquilo. Simplesmente peço a Deus que me dê direção, que me dê sabedoria e me faça saber o que falar. E que tudo saia de acordo com o que Ele quer. E se depois eu me lembrar que não falei isso ou que devia ter falado aquilo, também não levo o pensamento adiante. Entendo que se eu entreguei a reunião a Deus, estava tranquila e, mesmo assim, não me lembrei de mencionar o assunto x, é porque ele não deveria ter sido abordado, mesmo. Se eu me lembrei e não falei, também não me torturo. Penso: “não falei porque escolhi não falar. Agora não posso mais reclamar”. E viro a página com facilidade.

As pessoas imaginárias agora conversam sozinhas com os seres sugadores de energia em uma dimensão paralela, porque comigo não têm mais assunto. Sem alimentá-las, minha cabeça ficou muito mais tranquila, sem aquela confusão de pensamentos inquietantes e sem jogar meu tempo na lata do lixo imaginando diálogos que nunca existiram. E garanto que 90% do estresse da minha vida foi embora só por me livrar desse hábito sugador de energia.