Categoria: Eleições 2010

PSDB teria quebrado o Brasil na crise

Como Aécio já escolheu seu ministro da fazenda, Armínio Fraga, e o PSDB vem trabalhando com um revisionismo histórico para confundir o raciocínio e exacerbar as emoções dos eleitores, gostaria de dar minha contribuição para clarear as coisas. Entendo que ao ver uma porção de coisas erradas que Aécio fez em seu governo (erradas mesmo, com provas, não daquele tipo que a Veja inventa) e ao ver o tipo de pessoa que ele é, muitos têm a tendência de apenas apontar os erros dele. E fica um pingue-pongue em que o eleitor, que não esteve muito atento (ou que nem era nascido) aos últimos trinta anos, não sabe muito bem em quem acreditar. Pois bem. Estamos diante de duas propostas completamente diferentes. Dois modelos de governo, duas formas diferentes de pensar. E é importante que você saiba quais são. O vídeo abaixo ilustra bem a diferença de pensamento entre PSDB e PT naquilo que mais importa nesse período de instabilidade econômica mundial. É importante que você esteja consciente disso:

http://www.youtube.com/watch?v=Ig9pE6qwzxw

 

Lula foi ridicularizado pela oposição e pela mídia por estar “na contramão do resto do mundo”. E, na contramão do resto do mundo, o  Brasil sobreviveu à crise, foi um dos primeiros a sair dela e muito mais fortalecido, como Lula já havia previsto. Na contramão do resto do mundo, servimos de exemplo para aqueles que compartilhavam da política retrógrada cultivadora de recessão conseguirem uma injeção de otimismo para, também eles, mudarem a forma de reação à crise e sair, como o Brasil saiu, de cabeça erguida. Aliás, bom conselho a ser seguido em qualquer área da vida: às vezes, fazer completamente o contrário do que se acredita ser “a única forma possível” é a melhor escolha. Quando você tem certeza do que está fazendo, pode vir qualquer “especialista” dizer o que for, a imprensa inteira pode se levantar contra, tentando tocar o terror, mas você se mantém firme, porque sabe que, no final, o resultado irá surpreender. Essa visão é algo com que me identifico.

Veja o histórico pronunciamento do Presidente Lula, no natal de 2008, explicando à nação o que era a crise e qual seria o papel decisivo da população para que o país conseguisse sair vitorioso:

http://www.youtube.com/watch?v=QNXOQNwbkc0

Mesmo com esse exemplo prático de que era possível sobreviver a uma crise mundial, o PSDB não mudou sua forma de pensar. Continua falando em recessão, continua agindo assim e continua acreditando que a melhor forma de governar o país é fazer o que eles sempre fizeram: viver na dependência do FMI e das especulações do mercado, vender estatais para empresas estrangeiras, trabalhar com arrocho salarial, recessão e endividamento. Foi o que Aécio fez em Minas. Foi o que FHC fez no Brasil. Nas mãos do PSDB, o Brasil quebrou três vezes. Teria quebrado a quarta, pois o pensamento deles era de que se o mundo inteiro está quebrando, é inevitável quebrar também. O PT tinha outra visão, e acreditava que o resto do mundo estar quebrando não queria dizer nada para o Brasil, se agíssemos de forma diferente. Estava certo.

Em meio a tantos factoides, notícias manipuladas, distorcidas ou mesmo mentirosas, em meio à disseminação premeditada do discurso maldoso para desconstruir a imagem da Dilma e do governo atual, é realmente difícil manter a sobriedade e analisar com a cabeça para escolher o que queremos para os próximos 4 anos. O primeiro ponto a se analisar para ver se o seu olhar está sendo corretamente direcionado ou não é bem simples: a quem a Veja quer eleger? Quem a Globo apóia? Infelizmente, é a mídia, e não a política, o que o Brasil tem de mais corrupto. É justamente para não ampliar seus poderes que eu costumo analisar os apoios da mídia para, a partir daí, construir o caminho para definir minhas futuras decisões. Duvido de absolutamente tudo o que ela mostra. Essa dúvida é positiva. Porque o que a imprensa corrupta mostra é para nos colocar dúvida. Se duvido dela, estou duvidando da dúvida. É o primeiro passo para encontrar a verdade.

Depois das informações desses vídeos (das quais eu me lembro, pois vivi esse tempo), eu me pergunto: para que vou tirar o PT do governo e colocar novamente o PSDB?  E se você diz: “ah, eu vou votar em branco/nulo porque não quero nem PT nem PSDB”, voto nulo ou branco não é protesto, é lavar as mãos. É ter em suas mãos a chance de evitar algo bem ruim, que afetará a sua vida, sua família, seu país, e entregar sua espada ao inimigo. Sei que não é fácil enxergar direito no meio do bombardeio de sombras que essa entidade que controla a mídia tem feito tanto nos jornais quanto nas redes sociais, mas é necessário fazer o esforço.

Não estou dizendo que o PT é perfeito ou que o governo e o país não têm o que melhorar. O que estou dizendo é que entre um projeto que já quebrou o Brasil e outro, que conseguiu melhorar as condições de vida da população, nós temos que saber nos posicionar. Não podemos perder o que conquistamos. E optar pela forma de pensar do PSDB é perder o que conquistamos. Se nas próximas eleições alguém surgir com uma proposta de mudança efetiva, que não represente um retrocesso, terei o maior prazer em analisar, mas, infelizmente, não é esse o caso do Aécio. Se a Dilma está incomodando tanto a Globo, a Veja, a Band, o Estadão e a Folha a ponto de eles fazerem campanha contrária tão escancaradamente, é só mais um motivo para que eu vote nela.

 

PS: Não achei que seria necessário declarar meu voto nessas eleições. Quem me conhece sabe que entre as opções que nos apresentaram, eu votaria na Dilma. Jamais me absteria de votar, pois quem cala é sempre conivente com o pior. Posso até errar, mas jamais por me omitir. Porém, como a fumaça de revisionismo histórico lançada pela mídia tem ampliado, achei necessário refazer esse post (eu já havia publicado o pronunciamento do Lula em 2010, mas naquela época era recente, o povo lembrava). Não acredito cegamente no governo, nem acho que o que temos já é suficiente. Precisamos avançar mais. Mas não se avança com passos para trás. Por isso, prefiro um projeto que prioriza o crescimento e a democracia. E que não agrada a Globo.

PS2: Filhote dessa mesma forma de manipulação, o embate no Rio de Janeiro entre Pezão e Marcelo Crivella é um exemplo do que se tenta fazer com a opinião pública. Na falta de argumentos que desqualifiquem Crivella, e na tentativa de desviar a atenção dos eleitores, para que não pensem na sua proximidade com Sérgio Cabral, Pezão tenta incendiar as emoções da população com ataques à Universal e ao Bispo Macedo, na esperança de conseguir tirar votos de Crivella, ressuscitando o preconceito criado pela velha mídia e que, depois de 20 anos de ataques incessantes, ainda dorme no coração de muitas pessoas. O problema é que, ao requentar notícias velhas que não vinham sendo alimentadas pela mídia, Pezão perde credibilidade e aumenta a possibilidade dos eleitores enxergarem a armação. Já na esfera federal, as acusações têm sido alimentadas diariamente, há anos. Assim, é mais fácil o eleitor embarcar na manipulação. Mas prefiro pensar que o eleitor que está vacinado contra uma, não vai cair na outra.

 

 

O que é um petista?

Já faz um tempinho que quero escrever a respeito disso. Pessoas tentam desqualificar meus argumentos (e os seus, também, provavelmente) dizendo que “vêm de uma petista”. Eis mais uma frase que faz com que o cérebro da criatura, aos meus olhos, encolha até se transformar em uma ervilha.

De uma vez por todas: uma coisa é votar na Dilma, ou no PT, outra completamente diferente é ser petista. Até onde eu sei, petista é uma pessoa filiada ao PT e com histórico de militância. Eu não sou filiada a partido político, e só participei da campanha, muito discretamente, em 2002, por conta própria, com minha irmã, porque queríamos tirar o PSDB do governo. Na era FHC, em 99/2000, eu estava na universidade federal e o governo não liberava verba para nada, a intenção era matar as universidades de fome, para forçar uma privatização. Só se falava nisso, e já nos preparávamos para começar a receber boletos de mensalidades. A parca verba que a UFMS recebia era concentrada na faculdade de Medicina e, o que sobrava, na de direito, e mesmo lá, faltava muita coisa.

Na faculdade de jornalismo, que eu fazia, não tinha verba para nada. Os computadores do laboratório de redação não davam para a metade da sala, não tinha verba nem para comprar papel higiênico, quem quisesse, levava de casa. A universidade vivia com mais da metade de suas luzes apagadas, para economizar, e também por causa do racionamento de energia. É uma região perigosa, e tivemos diversos casos de estupros e assaltos no campus. Não me lembro de ninguém na época que defendesse a continuidade daquele processo de depredação, embora a maioria realmente tivesse medo do Lula transformar o Brasil em uma ditadura comunista (coisa que ele teve 8 anos para fazer e não fez. Está, ao contrário, prestes a transformar o Brasil em uma potência capitalista), e outros torciam profundamente para que o Lula transformasse o Brasil em uma ditadura comunista, e devem ter se decepcionado profundamente…talvez hoje votem no PC do B ou no PSOL. Acabei, por conta disso, deixando a faculdade. Retomei o jornalismo em 2002, em uma universidade particular.

Desde que me conheço por gente, minha inclinação foi sempre para a esquerda, ou algo que se pode chamar de centro-esquerda. Sou protestante, o protestantismo é, em essência, revolucionário. Não existe possibilidade de extrema direita em meu contexto histórico. Hoje o PT é o que mais se aproxima de meu modo de ver as coisas, mas isso não me faz uma petista, acho que não tenho o direito de me denominar assim.

Vamos explicar também que “petista” não é ofensa, não é xingamento. Se você se deparar com um verdadeiro petista e chamá-lo de “petista” ele ficará bem feliz e lisonjeado. Eu acho que o elogio não me cabe, por isso não o aceito. E te acharei bastante imbecil por não saber a diferença entre um petista e um mero eleitor da Dilma. Eu sei a diferença entre um tucano e um mero eleitor do Serra, por exemplo. Ou o fato de você ter votado no Serra te transforma, automaticamente, em um tucano? Se você acha isso, está muito enganado.

As criaturinhas não perdem a oportunidade de nos chamar de “petistas” (como se fosse uma ofensa grave) só por declararmos voto à Dilma e combatermos o abuso e absurdo da manipulação do PSDB+Pig. Eu sei por quê. As pessoas gostam de criar rótulos e cada rótulo contém o título e uma descrição. Se te tascam um rótulo na testa, já automaticamente assumem que você se encaixa na descrição pré-concebida no rótulo.

Você vota na Dilma? É Petista! Acha que a Globo manipula? É Petista! Petista é quase que uma sub-espécie. Você deixa de ser humano e passa a ser meramente Petista. Então nada do que você diga é digno de crédito, afinal de contas, você é um Petista!  E se você é um petista – pensa a pessoa – eu não preciso me esforçar para pensar no que você diz e ver se faz sentido ou não. Simplesmente bloqueio tudo e não dou crédito, pois você é um petista.

Para mim isso é puro exercício de ignorância, de quem não admite que possa haver verdade em uma opinião contrária. Fecha os olhos, tapa os ouvidos e começa a cantar, bem alto: “lálálálálá-lá, você é petistaaaa, petistaaa”. Se você não votou na Dilma, e quando vê uma opinião contrária, já pensa: “é um petista!” Faça um favor à sua imagem pública: não externe esse tipo de pensamento.  Talvez no futuro você tenha a real noção do quão ignorante isso te faz parecer e se envergonhe. Melhor não deixar esse tipo de registro para a posteridade.


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PS: A maioria do pessoal que eu conheço e que militou na internet a favor de Dilma não é petista. Assim como eu, grande parte dessa militância só se engajou na campanha depois de se indignar com a postura agressiva e manipuladora da imprensa contra Dilma. Se a campanha da oposição tivesse sido mais educada e com menos participação do PIG, eu teria votado na Dilma de qualquer maneira (provavelmente, já que noPSDB eu jamais votaria, e após pesquisar suficientemente, não votaria na Marina), mas pelo menos não teria feito campanha, nem me esforçado para conseguir votos. A oposição deu tantos tiros no pé, desde o começo, que nem sei como ainda consegue andar.

PS2: Minha luta nessa eleição foi principalmente contra parcela golpista da imprensa, e sempre deixei isso muito claro. É a minha tônica neste blog.

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