Categoria: Internet

A ignorância de quem quer apontar ignorância alheia

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A história é a seguinte: Começou a circular essa foto de um pastor entrevistando um homem na TV. A legenda diz: “Curado de tuberculose, tumor no cérebro e aids, Luis tinha apenas uma célula no corpo”. (Ainda espero que isso seja photoshop…de qualquer forma, até onde sei, quem faz legenda são os jornalistas que trabalham na produção, não o bispo.) Está virando hoax porque alguém começou a espalhar que o pastor é o Marcos Pereira, presidente do PRB, bispo licenciado da Universal, cotado como ministro de ciência e tecnologia em um eventual governo Temer. Prato cheio para os preconceituosos de plantão, que trataram de pintar Marcos Pereira como um religioso ignorante.

O problema é que a pessoa na imagem não é o Marcos Pereira. Desse ângulo, me parece o Bp. Milton César, que é missionário e não tem absolutamente nada a ver com política. E você nem precisaria conhecer o Marcos Pereira pessoalmente para saber disso, bastaria uma pesquisa por fotos dele em ângulos semelhantes, como essa aqui. Fiz até uma montagenzinha tosca, para exemplificar:

Bp.Milton.Marcos

Repare no formato do nariz, linha do cabelo, sobrancelha…claramente, não é a mesma pessoa.

E este não é um post sobre política, é sobre informação. Não sou a favor do Temer, mas sou menos a favor ainda de informações distorcidas. Vi jornalistas e gente séria (alguns estão nas duas categorias simultaneamente) compartilhando ou respondendo indignadamente a essas mensagens sem sequer questionar. Nenhuma apuraçãozinha básica. Nenhuma pesquisa no Google images. Nenhuma desconfiança.

Será que eu é que sou a neurótica que pesquisa tudo o que chega às mãos ou está na moda ser descuidado com as informações? A pressa de dar a notícia, a gana de ter a razão, a vontade descontrolada de emitir opinião, ridicularizar, julgar e condenar faz com que o jornalismo emocional aja da mesma maneira irresponsável e preconceituosa, não importa de qual lado esteja. 

E, confiando que os jornalistas fizeram a lição de casa, seus seguidores compartilham cegamente, ajudando a multiplicar a ignorância e aumentar o estrago que esse tipo de coisa faz na credibilidade de quem divulga. Sim, porque começo a questionar absolutamente tudo que essas pessoas publicam ou compartilham. Tentando apontar a ignorância alheia, esses jornalistas conseguiram estampar sua própria ignorância e preconceito no outdoor das redes sociais.

Se criticam o tipo de jornalismo que a Globo faz (lembrando que a Globo também já divulgou hoax sobre a Universal como se fosse notícia…), deveriam ter cuidado redobrado para não fazer parecido. Mas o que vejo é um descuido tão grande que beira a burrice. Desligam o cérebro, ativam a emoção e dane-se a verdade, os fatos, a apuração, o jornalismo, a responsabilidade e a ética.

Jornalista que honra a profissão não o faz apenas no horário de expediente. Seja nas redes sociais, em nossos blogs ou em uma redação de jornal, apuração, investigação e busca pela verdade correm no plasma com nossos glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas. Não tem como tirar férias disso. Por essa razão, eu até entendo o cidadão comum que faz isso, mas não consigo ser condescendente com jornalista que publica ou compartilha hoax como se não houvesse amanhã.

Quem faz isso e ainda se empina como defensor da verdade e da justiça não tem moral nem para criticar o jornalista que escreveu a famigerada legenda do rapaz unicelular. Sinceramente, não tem. E olha que eu não acho que uma legenda dessas deva passar impune, mesmo já tendo visto coisa parecida em TODOS os programas de TV a que assisti. Na minha opinião, jornalista ou liga o cérebro para trabalhar, ou vai trabalhar com algo em que não precise usar o cérebro.

 

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PS: Não sei se preciso comentar isso, mas é de uma ignorância abissal dizer que o simples fato do cidadão não ser evolucionista o desqualifica para chefiar a pasta de Ciência e Tecnologia.  Por favor, né?

UPDATE: Questionaram o primeiro PS, então vamos esclarecer: A questão de o evolucionismo não ser unanimidade entre os cientistas é matéria para outro post. A questão sobre o criacionismo ser “uma doutrina ultrapassada” ou não também é matéria para outro post. A questão sobre se o evolucionismo realmente deveria ser debatido como ciência ou como filosofia também é matéria para outro post. Para esse assunto, especificamente, vale dizer que mesmo se o evolucionismo fosse pré-requisito para ser cientista, Marcos Pereira não está sendo cotado para uma vaga de pesquisador, mas, sim, para comandar a pasta de Ciência e Tecnologia. Para isso, basta saber ser ministro. Ouvir os profissionais da área e alocar recursos. Um artigo objetivo sobre isso é o da professora Lygia Pereira: http://oglobo.globo.com/opiniao/um-bispo-no-ministerio-da-ciencia-dai-19243225#ixzz47t9HwdwL

Como realmente receber atualizações das páginas que você curte no Facebook

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Você sabia que ao clicar em “Curtir” em uma página do Face você não é avisado sempre que a página postar um conteúdo novo? Estranho, não? Se a gente clica em uma página é porque quer ver todas as atualizações em nosso Feed de notícias, como se fizesse uma inscrição. No entanto, não é isso o que o Facebook faz. Só cerca de 1% (ou menos) dos fãs tem acesso ao que a página publica. Se a página quiser que mais gente veja (dentro de sua própria lista de fãs) precisa pagar ao Facebook para “impulsionar” as postagens. E mesmo se a página fizer isso, a gente não recebe todas as postagens (a menos que a pobre página pague para divulgar todos os posts).

Uma maneira do Facebook liberar acesso de mais gente a uma postagem é ela ser muito curtida, compartilhada, clicada ou comentada. Ou seja, se você interagir com o post, estará ajudando o dono da página a tornar o conteúdo mais visível a outras pessoas. Se você gosta do conteúdo (se for uma página do bem), vale a pena clicar, curtir, comentar ou compartilhar. Está ajudando a página a divulgá-lo a mais gente. Se não gosta do conteúdo (se for uma página de haters, uma página “vamos torturar criancinhas” ou algo do tipo), melhor ignorar solenemente. Quanto mais interagir, mais divulgado ele será.

Além disso, para ter certeza de que receberá as atualizações da página (que você curtiu justamente com a intenção receber atualizações), clique em “obter notificações” e “adicionar às listas de interesse”, logo abaixo do botão em que você clicou para curtir a página (a aba abre quando você clica em “curtiu”), como na imagem abaixo:

curtir

Assim, teoricamente, você receberá as atualizações das páginas em que se inscreveu, o que, na minha opinião, faz todo o sentido do mundo. Depois de deixar bem claro ao Facebook que “oi, eu quero receber atualizações das Fan Pages que eu acompanho”, crie o hábito de dar uma olhadinha nelas pessoalmente de vez em quando – só para garantir, né?

 

 

 

PS: Meus leitores são fofos, estão acima da média da população em termos de comportamento na internet. Clicam nos links que eu coloco na página com bastante frequência (eu sou muito fã dos meus leitores, porque são pessoas que me procuram em busca do conteúdo. Eles realmente leem o que eu escrevo, querem um maior desenvolvimento pessoal, se esforçam e interagem. Eu valorizo muito esse tipo de interesse), como resultado, os posts da minha Fan Page têm um alcance muito maior do que costuma ser normal das páginas, mas, mesmo assim, beeem menor do que o número de pessoas inscritas. Meus posts que alcançam menos chegam a uns 10% do meu número de fãs (é sério, leitores, vocês são especiais) porque o comportamento deles (clicar em coisas) faz com que o Facebook entenda que tem que mostrar os posts a mais inscritos. Mas, ainda assim, se você está inscrito na minha página talvez não esteja recebendo as atualizações. E ainda que receba da minha, talvez não receba de outras que gostaria de ver. Acho que vale a informação.

PS2: Há um artigo dramático e meio alarmista do Clube do Hardware sobre isso. Clique aqui para ler. Como eu disse, acho as opiniões do autor dramáticas e alarmistas, mas vale a leitura para entender melhor os dados objetivos de como a coisa funciona, colocando de lado as opiniões dele, para planejar um pouco nosso comportamento como usuários nas páginas que gostamos.