Categoria: Jejum de Daniel

Ajustando o foco

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Sei que para o primeiro dia do Jejum de Daniel talvez eu devesse escolher um tema mais motivacional, mais simpatiquinho, que mostrasse o quanto é importante ficar firme nesse desafio e que tudo vai dar certo no final. Sim, tudo vai dar certo no final, se você fizer as escolhas certas. Porém, para aprender a fazer as escolhas certas, é importante calibrar um pouco a sua visão.

Estamos vindo de uma corrida ensandecida em direção a lugar nenhum, com a cabeça cheia de inutilidades e preocupações com coisas que, inevitavelmente, vão passar. Nos desconectamos deste mundo hoje. Queremos ouvir o que Deus tem a nos dizer. Queremos que Ele esteja no controle da nossa vida, pois já percebemos que não dá para dirigir esse barco sozinhos.

“Uma voz diz: clama; e alguém pergunta: Que hei de clamar? Toda a carne é erva, e toda a sua glória, como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do SENHOR. Na verdade, o povo é erva; seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a Palavra de nosso Deus permanece eternamente.” (Isaías 40.6-8)

Tudo passa. E tudo passa muito rápido. Não importa quanto tempo uma pessoa viva, os anos passam depressa demais. A sabedoria desse texto bíblico coloca as coisas em perspectiva: Toda a carne é erva. Toda a glória deste mundo, como um matinho qualquer, seca e cai. Acaba. Já viu uma plantinha? Sua flor, que lhe dá beleza e que enche nossos olhos, é frágil. Ela tem um tempo pré-determinado. Se não cede ao vento e à chuva, cede ao tempo. Perde suas cores, perde sua flexibilidade e cai. Assim é absolutamente tudo o que achamos que é “concreto” neste mundo. 

Por isso, não dá para depender de nada deste mundo. Não dá para depender de ninguém, também. A única coisa realmente concreta, que realmente merece nossa confiança e dependência é a Palavra de nosso Deus. Só Ela permanece eternamente. Só a Ela devemos dar crédito. O que Ele disser, vale mais do que aquilo que sentimos, vemos ou ouvimos de outras fontes. Vale mais do que nossas sensações ou conhecimento. Se Ele diz que você não deve ter medo, não tenha medo. Se Ele diz que você é forte, você é forte. Se Ele diz que você deve mudar de direção, mude de direção. A Palavra dEle é a única coisa que permanece. É a única coisa sólida, imutável e verdadeira.

Diante dessa realidade, você percebe quanto tempo perde com abobrinhas e bugigangas. O tempo passa depressa demais e a única coisa eterna que temos, segundo a Palavra, é o que está dentro de nós. A única maneira de alimentar o que é eterno é com aquilo que é eterno. Por isso o salmista diz que a Palavra de Deus é lâmpada para os pés e luz para os caminhos (em Salmos 119.105). São esses princípios éticos e espirituais a única forma possível de mostrar o que é certo e errado e orientar nossos passos. É a única maneira de colocar Vida eterna dentro da erva. E isso não tem NADA a ver com religião (a diferença vai ficar bem clara para quem acompanhar as postagens dos próximos 21 dias).

A sabedoria deste mundo é a glória de toda a carne, é perecível e efêmera como a flor da erva. Mas a Sabedoria que adquirimos ao meditar no que é Eterno é a única capaz de nos transformar para melhor — profunda e eternamente.

#JejumdeDaniel  #Dia1

PS: Amanhã tem novo post aqui.

PS2: Estamos em uma jornada de 21 dias de jejum de informações e entretenimento chamado Jejum de Daniel. Durante esses dias, os posts no blog serão diários e voltados exclusivamente para o crescimento espiritual. Leia o post de ontem para entender melhor.

Desconectando da Matrix por 21 dias

 

12003192_910597612355866_4466383405753389469_nPelo menos duas vezes por ano, fazemos um jejum de informações e entretenimento. É nadar contra a corrente deste mundo em que entretenimento e informações são endeusados e entronizados. Pense bem, tudo gira em torno dessas coisas. Você precisa ficar conectado. Precisa saber o que estão falando nas redes sociais. Você já as trata com intimidade: Face, Insta, Whats, como se fossem amigos de infância. E elas exigem sua atenção imediata, como crianças mimadas. As notificações pulam no celular, interrompendo seus afazeres a cada minuto. O noticiário na TV é sagrado. A revista semanal, também. Você precisa saber o que está acontecendo no mundo, não pode ser um desinformado, um alienado. A notícia causa uma reação emocional. Você fica com raiva. Você se emociona. A TV lhe dá a opinião que você precisa ter, sem que você sequer perceba. Não é necessário pensar muito. Não é necessário analisar ou interpretar as informações. Elas já vêm mastigadas. Tudo parece óbvio.

A busca por sensações é a tônica do momento. É isso o que as pessoas têm alimentado. E depois não sabem por que vivem em uma montanha-russa emocional. Uma vida de altos e baixos, sem estabilidade. Com o fluxo de informações e estímulos sensoriais e emocionais, nosso cérebro se reprograma para lidar com o maior número de dados com a maior superficialidade possível. Não dá para aprofundar o pensamento quando há muito para se catalogar. O resultado é uma era de pessoas com preguiça mental crônica. Sabem operar aparelhos eletrônicos com maestria, mas, mentalmente, estão dependentes dos outros, querem tudo mastigado e não têm paciência para colocar seus cérebros para funcionar.

O pensamento fragmentado é um dos piores monstros do nosso tempo. Ele gera zumbis que, por fora, parecem vivos e saudáveis. Pessoas emocionalmente estimuladas, irritadiças, prestes a explodir. Massa de manobra exposta a imagens de violência, notícias interpretadas de acordo com o interesse de quem quer o poder. Se expõe o que é de interesse expor, se esconde o que é de interesse esconder.

A falta de pensamento aprofundado atinge as redações de jornais e os cursos de jornalismo, gerando formadores de opinião que são, eles mesmos, massa de manobra. Essas são as engrenagens em que nos embaralhamos quando entramos no ritmo alucinado das interações virtuais e dos meios de comunicação. A solução é puxar a tomada.

Se desconectar, hoje em dia, é revolucionário. Se você tem medo de ficar desatualizado, alienado ou desinformado, entenda: a informação que você consome é ração para gado. É a maneira de se manipular a população para que todo mundo pense igual e para que todos tenham opiniões semelhantes. Alienados ficam aqueles que se alimentam da informação desse mundo. Quando você se desconecta por um tempo, aprende a retomar o controle do que consome. Isso é ouro. Você reorganiza sua forma de pensar. Desenvolve seu raciocínio e, certamente, não voltará da mesma forma.

Nosso cérebro é uma máquina fantástica, com infinitas possibilidades. A ciência ainda o entende muito pouco. Mas o fato é que fomos feitos para pensar. Fomos projetados para fazer uso intensivo de nossa capacidade mental. A quem interessa que deixemos de utilizá-la? A quem interessa que nos tornemos zumbis, hipnotizados pela cultura do entretenimento fácil e da informação mastigada?

As festas, o entretenimento, as redes sociais, as notícias, os joguinhos e o que mais este mundo puder nos oferecer nos distrai o suficiente para preencher temporariamente o vazio. Tanto é que muitos se sentem angustiados quando ficam longe dessas distrações. Elas são como uma droga que anestesia temporariamente e dá a ilusão de preenchimento. Até a próxima dose. O problema é que, enquanto você se engana, nada é efetivamente preenchido. O vazio vai continuar lá até você decidir preenchê-lo de verdade. O Jejum de Daniel não se trata de, simplesmente, suspender essas distrações e ficar com um grande vácuo gelado. O que realmente vai fazer esse jejum ser eficaz em sua vida é uma palavra: substituição. Substituir a ração-lixo por nutrição para o seu espírito.

Aprender a dizer não para as vontades do seu neandertal interior e alimentar aquilo que lhe faz mais humano. Diminuir o alimento da parte mais primitiva e irracional do nosso cérebro e passar a alimentar a parte que nos faz potenciais administradores deste planeta nos leva de volta ao estado em que deveríamos estar. Sem distrações. Sem informações inúteis. Com condições de fazer as escolhas certas. Exige um sacrifício, claro, como qualquer esforço consciente. Mas vale tanto a pena que abraço o desafio todas as vezes em que me é oferecido.

Por isso, do dia 20 de setembro ao dia 10 de outubro, abraçarei o desafio do Jejum de Daniel. Além de me afastar das redes sociais, notícias e entretenimento, irei ocupar meu tempo com aquilo que alimenta o meu espírito. Se você também quiser aproveitar essa oportunidade, está convidado. Nesse período, a partir de amanhã de manhã, usarei este blog para compartilhar tudo o que aprender. Publicarei pela manhã reflexões bíblicas, dicas de leitura e artigos espirituais para ajudá-los a tirar o melhor proveito possível desses 21 dias. Vamos aprender, juntos, diretamente da Fonte.

Espero vocês amanhã. 🙂

PS: Usarei a internet somente para o que for absolutamente necessário para o trabalho e estudo e também para conteúdos que alimentem meu espírito. Renato Cardoso anunciou hoje que trará conteúdo diário para o Jejum de Daniel, então já está em minha restrita programação para esses 21 dias.

PS2: É por causa do que aprendi com o Jejum de Daniel que meu celular não me domina e minhas notificações são quase todas desabilitadas. Por causa do que aprendi desde o primeiro Jejum de Daniel retomei o controle do meu córtex pré-frontal (área do cérebro responsável pela atenção e pelo foco) sem nenhuma medicação (coisa que tentei, durante anos, com medicamentos controlados). Não sei o que seria de mim nos dias atuais, com essa profusão louca de informações, se eu não tivesse o domínio próprio que conquistei desde que comecei a praticar esse “retiro mental“.