Categoria: Mercado Imobiliário

O vestido da Festa dos Tabernáculos

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Como minha amiga Helena perguntou no Facebook, resolvi escrever aqui a respeito desse look aí de cima, que montei para a Festa dos Tabernáculos. A festa comemora a libertação do povo hebreu após 400 anos de escravidão no Egito. O povo viveu em condições desumanas e o Faraó se negava a dar-lhes liberdade. Mas Deus libertou aquela multidão de maneira extraordinária, mostrando que não importa a força do inimigo ou o tamanho da dificuldade. Ninguém e nada é mais forte do que Ele. E, por isso, vale a pena fazer um pacto, uma aliança com Deus e ser considerado povo de propriedade exclusiva dEle.

Como a proposta era algo mais simples, de pessoas recém-libertas da escravidão do Egito, que atravessaram o mar vermelho caminhando e foram acampar no deserto, li no blog da Cristiane (texto da Bianca Russo) que seria interessante procurar por tecidos rústicos. Ela lembrou que o povo saiu do Egito levando despojos dos egípcios: muitas e muitas joias. Assim, mantive em mente que usaria um tecido rústico e muitos acessórios (para os meus padrões atuais de “muitos”, tá?). Então minha escolha foi: um vestido longo branco (comum, de viscose com elastano) por baixo (pode ser qualquer vestido longo) que eu comprei para a virada do ano de 2011. Reparei que no post em que a Bianca falava sobre tecidos para o vestido, ela disse “você encontra facilmente esse tecido em lojas de cortinas e estofados”. Aí, pensei: se posso comprar um tecido em lojas de cortinas, vou procurar um lugar mais perto da minha casa…e decidi que compraria uma cortina. É, não comprei o tecido, comprei a cortina, mesmo…rs Muito mais fácil de achar.

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O elástico dourado em ação (aliás, para fazer isso não precisa ser elástico. Deve ser até melhor se não for).

Comprei uma folha de 1,40 x 2,80. Até pensei em comprar uns três metros de Jacquard, mas era muuuuito pesado e achei que me daria dor nas costas (sério). Então, comprei essa aí, que era uma das mais baratas. É 100% poliéster, mas tem uma carinha de juta. Então, cortei aquela parte com ilhoses, de pendurar no varão (e nisso perdi alguns bons centímetros…), depois cortei novamente, desta vez ao meio no comprimento, transformando em duas tiras de tecido de 70 cm de largura. O troço começou a desfiar loucamente, mas eu usei aquela técnica que a gente faz quando a meia calça desfia: passei base incolor (de unhas) nas bordas, para conter o desespero desfiatório do tecido. Agora, a montagem do look: uma tira de tecido de cada lado, sobre os ombros.

Marca bem onde fica o ombro, amarra um barbante (no meu caso, eu tinha uma bobina de elástico revestido de coisinhas pinicantes douradas – foto aqui) para marcar e depois enrola bem para o troço ficar no lugar (não sei o tamanho do elástico que usei, arriscaria dizer que foi uns 50 cm de cada lado). Essa bobina comprei em uma loja de armarinhos (lojas que vendem coisas para costureiras). Na verdade, eu não ia colocar essas coisas douradas, mas meu marido, o sr. Honesto Lampert, me disse que eu estava parecendo uma mendiga do deserto, e eu fui me enchendo de penduricalhos até que ele dissesse que eu estava linda rs.

Na mesma loja de armarinhos, comprei o cordão que usei como cinto, para fazer com que aquelas duas tiras compridas de tecido se tornassem uma coisa parecida com um vestido. O cordão era, na verdade, uma cordinha trançada de verde e dourado, vem com 10 metros e eu não cortei, fui só me enrolando nela, até que dei um nó no final e escondi as pontinhas. Como a parte marrom não ficou a coisa mais comprida do universo, como eu engordei e meu vestido branco também está mais curto e como eu não queria que minhas canelinhas magrelinhas aparecessem, coloquei uma saia longa cinza (que já usei tantas vezes que já anda sozinha…vou colocar uma foto aqui para provar). A saia, além de alongar o look até o pé, ainda serviria para me dar mais voluminho na parte de baixo, porque é plissada. Eu sou um ser que engorda primeiro a parte superior, então preciso equilibrar o volume inferior.

IMG_6470   Por fim, peguei as joias das Egípcias…rs. Não comprei nada novo, usei o que já tinha. Uma pulseira e um anel que eram da minha mãe, mais outra pulseira, anéis e brincos em que paguei baratinho ano passado. Usei também um anel relógio com uma pedra roxa (porque, como não pode entrar com celular no Templo e se eu aparecesse com relógio de pulso seria uma viajante do futuro no meio do Egito antigo, eu me lembrei desse anelzinho muito útil que comprei acho que em 2012) e, para arrematar, a testeira da festa do Purim do ano passado (sem o pingente de gota), enrolada com uma correntinha fina e um pingente de pedra. Aqui você vê como era a testeira original…purim

 

 

A propósito, minha roupa da Festa dos Tabernáculos era exatamente igual à que eu usei no Purim, a única diferença era o tecido e a maquiagem, basicamente. E um colar diferente, além de um pedaço de tecido que costurei em um dos ombros. O tecido eu comprei (3 metros) em uma loja no Brás e era vermelho escuro (meio vinho) com bordados dourados. O Purim é no império Persa e todo mundo é meio Rainha Ester, então dá para exagerar no brilho. A ideia da festa é comemorar o livramento que Deus deu ao povo dEle, quando os judeus escaparam do extermínio por um decreto do rei Assuero após a intervenção da rainha Ester. Por sua fé, o inimigo foi desmascarado e houve vitória no dia em que deveria haver destruição.

Voltando à Festa dos Tabernáculos deste ano, claro que cada uma foi como quis…rs. Algumas seguiram essa ideia, outras foram com brilhos, outras preferiram não ir caracterizadas. O importante da festa era o espírito. A palestra foi fantástica, a dança foi muito legal, também. A roupa era só um detalhe. Mas achei importante explicar o que fiz, até para mostrar que não precisa ser um bicho de 7 cabeças. Você pode usar o que tem em casa, comprar uma coisinha ou outra e ter criatividade. Não deve ser algo estressante, mas parte de sua preparação interior, para mergulhar no clima e se integrar ao contexto espiritual. Confesso que não entendia isso ano passado e acabei me estressando com essa questão. Até que parei para pensar e entendi que a ideia não era colocar um fardo sobre os nossos ombros, mas nos colocar no mesmo espírito da festa.

Aprendemos muito, crescemos muito e eu ainda tenho a festa dentro de mim. Se a do ano passado me ajudou absurdamente (ainda vou escrever sobre isso), a desse ano fez um verdadeiro milagre dentro da minha cabeça. Sério, algo que eu estava querendo há muito tempo, que mexeu profundamente com minha autoaceitação e arrematou tudo o que Deus estava me fazendo entender nas últimas intensas e importantes semanas. Vou escrever com mais detalhes em outro post, quem sabe ajudo mais alguém? 🙂

 

PS: Algumas fotos do Purim, que aconteceu em março deste ano. Poucas alterações, basicamente o colar, a pedrinha da testeira, a maquiagem, a cordinha (que era o mesmo modelo, mas branca e dourada, em vez de verde e dourada), a pulseira e o tecido (ok, tipo…praticamente tudo…kkkk…mas o que quero dizer é que o conceito da coisa toda – duas faixas de tecido sobre um vestido, preso com cordinha – é o mesmo).purim2 Abaixo, eu e Thais Toledo, que me ajudou a escolher o tecido no Brás. Ao lado, eu e o celular do Império Persa…rs.

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PS2: A foto da saia cinza, que aparece abaixo do vestido branco na imagem que abre este post: diaM  

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Outra face do corretor de imóveis

Comecei, recentemente, a trabalhar em uma imobiliária aqui de Porto Alegre como corretora de imóveis. Fiz trabalhos paralelos (porém informais) com vendas a vida inteira e ninguém nunca se incomodou (nem me incomodou) com isso. Aí resolvo divulgar – e eu tenho que divulgar, caramba, como vou vender alguma coisa se ficar escondida? – e recebo alguns comentários engraçados.

Algumas pessoas demonstraram profunda tristeza e quase me deram os pêsames, como se eu estivesse enterrando minha carreira de escritora ad eternum. Queísso, povo? Eu só resolvi ter uma profissão bonitinha para não precisar viver de bicos, ter minha independência financeira e desenvolver disciplina, qual é o mal nisso?

Trabalhar como corretora não impede que continue escrevendo, nem que continue trabalhando com biscuit…não me impede de fazer absolutamente nada, exceto de lavar a louça do almoço quando tenho de ficar o dia inteiro em um plantão (este final de semana, por exemplo, passei inteiro em plantão do Fit Jardins. Fiquei com vontade de morar no apartamento decorado…risos…). Aí tenho sido obrigada a me organizar – coisa que eu queria fazer há muito tempo e finalmente consegui.

Existe um preconceito esquisitinho em relação ao corretor de imóveis, que ainda não entendi direito. As pessoas acham que o corretor vai lhes passar a perna, que está só interessado em comissão e que não tem ética, nem caráter. Na verdade, pessoas assim existem em qualquer profissão. Existem médicos que não estão nem aí para você, só querem seu dinheiro. Por causa disso você vai desprezar toda a classe médica? Eu não deixo de ser eu mesma só por ter um registro no CRECI e trabalhar em uma imobiliária!! Continuo a ser ética, honesta, a querer ajudar os outros (às vezes pensando mais nos outros do que em mim)…e isso tudo eu uso no meu trabalho. O trabalho do corretor é facilitar as relações entre vendedor e comprador. É basicamente o mesmo trabalho do Agente Literário, só que em outro ramo de atuação. O Agente Literário é um corretor, um parceiro do escritor, fazendo a ponte entre ele – que quer vender – e a editora – que quer comprar, para convencer a editora de que esse escritor seria um bom investimento.

O corretor de imóveis também faz essa ponte entre alguém que quer vender um imóvel (uma construtora ou uma pessoa) e alguém que tem interesse em comprar (para morar ou para investir). Não vejo nada de mais nisso. Trabalhando em imobiliária o valor da comissão do corretor é bem menor (beeeeeeem menor mesmo), mas o volume de trabalho é potencialmente  maior e você tem toda a estrutura da imobiliária à sua disposição. No meu caso, escolhi (sim, escolhi, porque eu sou chique…risos…) a Rial Imóveis, pelo estilo mais “humano” de trabalhar. É uma imobiliária grande (ganhou o Top of  Mind 2009), mas tem um jeito família, sabe? Gostei bastante. Claro que em ambiente de trabalho tem todo tipo de gente, mas como sou otimista incorrigível, acredito que tudo é questão de se saber lidar e conheci pessoas extraordinárias ali.

O maior problema é lidar com esse preconceito de algumas pessoas. As pessoas têm medo de serem enganadas, ou têm traumas por terem sido mal atendidas em situações anteriores. Além disso, o início de qualquer coisa é sempre complicado. Até eu conseguir aprender direitinho, me inteirar das milhões de coisas que compõem o mercado imobiliário demanda algum tempo, mas tenho sido bem sucedida nesse meu intento. Fora isso, eu preciso descobrir onde se escondem os grandes investidores. Existe uma lenda que diz que algumas pessoas investem bastante em imóveis, especialmente lançamentos, na planta (a Rial trabalha com muitos empreendimentos assim, todos de construtoras sérias, fazendo disso um investimento rentável e seguro). Vejo meus colegas negociando com eles. Compram dois, três imóveis, às vezes mais. Não sei o que eles fazem, nem onde vivem, nem o que comem, mas quero ser assim quando crescer, poder ligar para um corretor e comprar três imóveis na planta para revender quando o empreendimento for lançado, menos de dois anos depois, recebendo – sei lá – três vezes o que investi.

Claro que quando você pensa em vender vários imóveis para vários investidores, a evolução natural desse pensamento seria contabilizar as comissões dessas vendas. No entanto, eu sou um alien. Quando penso em encontrar investidores e vender para eles, penso mais no prazer de ajudá-los a encontrar o melhor investimento, um bom empreendimento, fazer com que eles ganhem dinheiro e fiquem felizes do que na comissão propriamente dita. E quando penso em anunciar o imóvel de alguém para vender, quero ajudar aquela pessoa a conseguir um bom preço pelo seu imóvel, um comprador que não lhe dê problemas e fazê-la ficar feliz com o negócio. Quando penso em vender um imóvel para uma pessoa que o queira para morar, penso em ajudá-la a realizar seu sonho, encontrando para ela o melhor imóvel possível, que se encaixe em seus desejos, que não lhe dê problemas e fazer com que ela fique feliz no final das contas.

Não que eu não pense em dinheiro,  afinal, preciso pagar minhas (muitas) contas, castrar os gatinhos que a gente encontra na rua, ajudar nossos trabalhos de recuperação de vidas e comprar maquiagem (a pessoa tem direito a futilidade na vida), entenda o que quero dizer, a comissão é consequência, é algo que eu vou receber de qualquer maneira se vender (coisa que qualquer vendedor recebe), mas não é isso que me dá prazer ou alegria, não é atrás disso que eu corro. O que me dá prazer e alegria é ver a  pessoa feliz após a negociação finalizada, tenho prazer em ajudar, em ser útil. Claro que para nosso mundo atual ter esse tipo de visão é ser taxada de imbecil, de ingênua. Eu sei como o mundo funciona, sei de toda a malícia que existe nele, mas escolhi viver como acredito que deva viver, como me faz bem. Escolhi viver assim, caramba, tenho trinta anos, sei o que estou fazendo.  Duvido que seja a única. Se vender menos do que venderia se não tivesse esses princípios, não me importa. Sei que ninguém tira o que Deus me deu, e isso me basta. Se Ele me deu, não vou perder, não preciso passar por cima de ninguém para isso. É assim que sempre vivi, é assim que trabalho, em qualquer coisa que eu faça.

Eu sou obrigada a viver neste mundo, colega, neste nosso planeta, cheio de pessoas mentirosas, desonestas, cínicas, maldosas…se sou obrigada a viver aqui, tenho de fazer a diferença. Não adianta só reclamar dos outros, do jeito que os outros são, do jeito que o mundo é, eu tenho que fazer diferente. O que os outros acham ou deixam de achar, não me importa. Eu vivo do jeito que acredito. Por isso também não me engesso em nada. Minhas atividades não sou eu, minhas atividades são o que eu faço. Continuo escrevendo. revisando…sou corretora de imóveis e corretora ortográfica…risos…não me tasquem um rótulo, pois ainda que eu passe a vida inteira trabalhando em uma imobiliária, vocês me verão fazer milhões de outras coisas, paralelamente. Se alguém quiser me rotular, vai gastar muito adesivo na vida.

PS: Falando em divulgação, caso você conheça alguém que queira vender, comprar ou investir em imóveis e queira ajudar a me divulgar, meu e-mail para isso é [email protected]