O princípio da tentação — parte 4: Todo problema é uma tentação em potencial 

Ver qualquer problema como tentação é algo que não estamos habituados a fazer. Dependendo do tamanho do problema, tendemos a lidar com ele de modo natural, principalmente quando parece que nossos recursos dão conta. Mas mesmo aí, podemos ficar vigilantes, analisando se aquele problema está nos tentando a alguma coisa. 

Pense bem. Principalmente se o diabo não tem acesso à vida de uma pessoa, você não acha que ele aproveitaria qualquer situação para tentar cavar uma oportunidade de tentá-la a errar (e, assim, ganhar espaço/acesso)? 

Ver o problema como tentação me fez entender que o objetivo do diabo não é o problema, em si (qualquer que seja), mas sim o que ele pode nos levar a fazer por meio daquele problema. A situação, mesmo quando não criada pelo diabo, se torna uma ferramenta dele para nos tentar a alguma coisa.

Foi o que aconteceu com Jó. No caso de Jó, tanto a miséria quanto a perda dos filhos e a doença foram causados pelo diabo com o objetivo de tentá-lo a abandonar sua sinceridade e blasfemar contra Deus. Mas nem sempre o diabo causa o problema. E às vezes, no início, é apenas uma situação ou um desafio. Como exemplo, tomemos a vida de Saul. Deus o escolheu como rei. Esse foi um desafio dado por Deus. Obviamente, ele se tornou um alvo do diabo, mas se Saul tivesse se mantido na obediência a Deus, faria as escolhas certas e o diabo não teria espaço algum. 

Mas foi só o profeta lembrar o mandamento que Deus havia deixado ao rei: “não multiplicará para si cavalos” (ou seja, não aumentará seu poder bélico a ponto de deixar de confiar em Deus para confiar na força de seu exército), para ele focar na formação de um exército forte. Por quê? Provavelmente a situação de estar cercado de inimigos e sem um exército preparado o tentou a procurar fortalecer esse recurso (ignorando o fato de que Deus os havia livrado dos Amonitas com aquele mesmo exército chinfrim). 

O objetivo do diabo não era que Israel tivesse um exército, mas que Saul desobedecesse a Deus e trocasse sua dependência de Deus pela dependência da força de seu próprio braço. Para que ele, o diabo, pudesse ganhar mais espaço. E, aliás, tanto deu certo, que a ruína de Saul veio justamente por querer ganhar pontos com os soldados desse exército, nas duas ocasiões em que desobedeceu a Deus para agradar aqueles em quem ele colocava sua confiança. 

O mal quer abrir cada vez mais espaço na vida da pessoa para que, no fim, alcance seu verdadeiro objetivo: a alma. Foi o que aconteceu com Saul. Estava acertando bem no comecinho. Alguns homens o desprezaram e criticaram quando ele foi escolhido rei (tentação para levá-lo à insegurança, ao medo, a duvidar da escolha de Deus e não ir à guerra — ou querer provar sua capacidade aos outros), mas a Bíblia diz que ele se fez de surdo. Depois, deve ter enfrentado várias tentações de desistir da batalha, mas foi lá, lutou e venceu. O problema começou quando voltou para casa vitorioso e foi aclamado pelo povo. Os elogios o tentaram à vaidade, a se inclinar a agradar o povo em vez de agradar a Deus. 

As demandas do dia a dia o tentaram a dar mais atenção aos cuidados desta vida em vez de cuidar da sua comunhão com Deus e, ao cair nessas tentações, ele se enfraqueceu espiritualmente. E deu no que deu. Ele não vigiou, entrou em absolutamente todas as tentações que lhe foram propostas, não resistiu a mais nada. Cedeu à insegurança, cedeu ao orgulho, se agarrou ao trono que não era mais dele, perseguiu Davi, foi consultar uma feiticeira, etc., se abraçou a todas as tentações, caiu em todas elas, abriu todos os espaços e, no fim, perdeu a salvação da sua alma.

Não dá para colocar a vida no automático e reagir a todas as situações sem considerar que Deus existe e quer orientar nossas escolhas para que possamos passar a eternidade com Ele, e sem considerar que o diabo também existe e dedica sua existência inútil a nos desviar do caminho, 24 horas por dia, com o objetivo de nos levar ao inferno. O fato de tanta gente no mundo conseguir permanecer viva tempo suficiente para criar seus filhos é, para mim, prova de que Deus existe e dá às pessoas muito mais chances do que elas mereceriam. 

Há forças interferindo neste mundo que não são deste mundo e não são visíveis aos nossos olhos. O único jeito de caminharmos nos desviando de armadilhas que nem sempre podemos ver, é nos submeter Àquele que é a própria luz.

 

Para ver o restante da série O princípio da tentação:

Parte 1: O mal batendo na porta

Parte 2: Tentação de coisa ruim?

Parte 3: Resistir ao diabo

PS. Temos mensagens neste blog durante o Jejum de Daniel. Se os posts estão ajudando você, compartilhe o blog com seus amigos que também estão no Jejum. Muitas pessoas não estão entrando nas redes sociais e não sabem (ou não se lembram) da existência deste blog.

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O princípio da tentação parte 3: Resistir ao diabo

Eu disse ontem: “Resistir ao diabo não é ficar aguentando os ataques. Resistir ao diabo é atacar de volta, quantas vezes forem necessárias, até que ele fuja.” E acho que esse assunto merece um aprofundamento. 

O contexto em que a Bíblia diz “sujeitai-vos a Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós” é o de guerra: Na guerra, resistir é permanecer lutando, e lutar mais forte. Quanto mais fraco um soldado se sentia, mais força ele colocava em sua espada. Ia com toda a força, porque era questão de vida ou morte. 

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.” (Efésios 6.13)

“Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.” (1 Pedro 5:8,9)

RESISTIR, com TODA A FORÇA, firme na fé na fé (ou seja, na CERTEZA fundamentada na Palavra de Deus),  LUTANDO, para permanecer firme depois de ter lutado e vencido tudo. 

Creio que é por isso que o diabo tenta difundir entre os crentes aquele conceito errado de “guerra espiritual”. Guerra espiritual existe, é óbvio, a Bíblia chama satanás de “nosso adversário” e diz que nossa luta não é contra as pessoas, e sim contra os demônios. No entanto, a pegadinha do diabo está em instituir a sua própria interpretação de como essa guerra espiritual funciona. 

Ele convence essas pessoas de que é muito difícil expulsar um demônio, de que a pessoa envolvida em guerra espiritual fica sendo atacada e atormentada pelo diabo, e que isso é normal. Você vê histórias como as da Rebecca Brown (já escrevi sobre isso, vou deixar o link no final) e pensa: se as coisas realmente fossem assim, quem iria querer fazer parte dessa guerra espiritual? Quem quisesse viver em paz, fugiria de qualquer confronto contra o diabo, o que é exatamente o que ele quer. 

Então, de um lado estão aqueles que têm medo de se envolver, e de outro estão aqueles que se envolvem na força do braço e aceitam toda a perturbação que o diabo lhes envia (chegando ao ponto de ter crente tendo visões de demônios e achando que isso é sinal de santidade), usando a fé misturada com sentimento e não chegando a lugar algum. Quando a coisa aperta e precisam realmente usar a fé pura, consciente, não têm fé para usar, porque nunca a exercitaram. 

Não gosto de falar sobre a ação do diabo, como se ele tivesse muito poder. Ele não tem mais, pois já foi derrotado. Mas é preciso falar, porque o poder que as pessoas ainda dão a ele está naquilo que elas aceitam em suas vidas. É por isso que a Palavra de Deus diz: “não deis lugar ao diabo”, porque é a gente que dá espaço ao mal em nossa vida quando tenta fazer as coisas da nossa própria cabeça e acaba ouvindo o ladrão. 

Então, enquanto a terra durar, a gente vai ter que continuar falando e ouvindo sobre o diabo. Mas que façamos isso do jeito certo, entendendo que qualquer cristão, mesmo o recém-convertido, tem mais poder do que o diabo, porque recebeu autoridade no Nome de Jesus, para ser representante dEle em qualquer lugar, em qualquer situação. 

Mas a guerra existe, e existirá até a batalha final, quando o diabo e seus anjos forem lançados no lago de fogo. Por isso, a nossa parte precisa ser feita. Reconhecer as tentações, resistir a elas com toda a nossa força, ler e obedecer à Palavra de Deus e buscar o Espírito Santo, para que estejamos sempre firmes, blindados e ouvindo a voz do Pastor.

Leia também:

Não deixe criar este espaço

A voz do ladrão X A voz do Pastor 

Livros que não são o que parecem: Ele veio para libertar os cativos

O sacrifício de estar envolvido com libertação

 

Para ver o restante da série O princípio da tentação:

Parte 1: O mal batendo na porta

Parte 2: Tentação de coisa ruim?

Parte 4: Todo problema é uma tentação em potencial

PS. Temos mensagens neste blog durante o Jejum de Daniel. Se os posts estão ajudando você, compartilhe o blog com seus amigos que também estão no Jejum. Muitas pessoas não estão entrando nas redes sociais e não sabem (ou não se lembram) da existência deste blog.

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