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Os demônios incontroláveis de Serra

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso havia dito em 98 ao Jornal do Brasil que o problema do Serra era “aquele demoniozinho que ele tem dentro de si”, pelo visto, agora o tal demoniozinho já tem companhia, pois na Isto é desta semana, na coluna do Boechat, página 32, encontrei a seguinte frase, atual, do FHC: “O Serra tem uns demônios dentro dele que, às vezes, nem ele mesmo controla”.

Essa frase para mim resume minha impressão a respeito de José Serra. Se você só conhece o Serra das edições do jornalismo da Globo, provavelmente achará que estou falando bobagem, mas se você se interessar em pesquisar sobre quem realmente é José Serra, sua personalidade descontroladamente explosiva, sua megalomania, sua opção pela mentira como primeira escolha em qualquer situação, irá me dar razão.

Serra é conhecido por ser realmente grosseiro e arrogante com jornalistas que fazem perguntas a que ele não quer responder (e não responde) e, no dia seguinte, telefonar para o patrão do tal jornalista, pedindo que o demita. Marina Silva lembrou disso nos momentos finais do primeiro turno, mas nós já sabíamos. Serra agora quer degolar qualquer um que ouse citar o nome de “Paulo Preto” perto dele. E a sociedade brasileira ficará sem a explicação sobre o caixa 2 e os desvios de recursos, pois isso prejudicaria a campanha (ao menos foi o que disse o PSDB à revista Isto é desta semana).

Os demônios incontroláveis de Serra o convenceram a reunir os líderes religiosos mais hipócritas que conseguisse encontrar (lembremos que líderes religiosos hipócritas foram utilizados por seus próprios demônios incontroláveis para perseguirem Jesus) para melhor manipular a massa de cristãos que o PSDB acredita ser suficientemente ignorante para isso. Os demônios incontroláveis de Serra são a melhor explicação para a baixaria em que ele transformou a campanha eleitoral. Baixaria da qual Dilma não pode sair, pois tentou manter-se distante no primeiro turno e não foi uma boa estratégia. Agora, ela tem de se defender.

Ficamos sem o debate de propostas, no entanto, sabemos a proposta de Dilma, que é de continuidade do modelo de crescimento do governo Lula. A proposta de Serra, até que ele prove o contrário (coisa que não parece querer) é ser um déspota cortador de pescoços de jornalistas e leiloeiro de todo o patrimônio que nos restou após a dilapidação feita por FHC (até hoje eu sofro ao ver propaganda da Vale do Rio Doce…).

PS: Tem gente que acha que votarei em Dilma porque o líder da minha igreja declarou apoio a ela, é uma tentativa de desqualificar minha escolha. Eu tinha vários motivos para votar em Dilma, tinha e ainda tenho, mas no momento o mais importante deles é: evitar a volta do PSDB e – sobretudo – não permitir que os “demônios incontroláveis” controlem nossa nação. Meu voto em Dilma é anti-Serra, anti-Globo, anti-imprensa corrupta, a favor da democracia e da verdadeira liberdade de imprensa, onde seu chefe não recebe um telefonema de político pedindo sua cabeça por uma opinião contrária.

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A discussão sobre descriminalização do aborto

Povo indignado porque Dilma se declara pessoalmente contra o aborto, mas favorável à descriminalização do aborto,  acha que ela está sendo contraditória. Não está. Não se trata de dizer se o aborto é CERTO ou ERRADO, não é isso o que está sendo discutido. Ser contra o aborto é achá-lo errado, mas ser a favor da descriminalização do aborto é não concordar com o fato de que as milhares de mulheres que fazem aborto hoje na clandestinidade sejam tratadas como criminosas. Tem muita coisa errada que não é crime, mas nem por isso deixa de ser errado.

Resolvi exemplificar de uma forma gráfica e bem simples, para ver se me faço entender:

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Explicando a posição de Dilma e a minha, quando digo que não entendo a celeuma em torno do assunto:

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