Triste ver a pouca importância dada para o estímulo ao hábito da leitura …e não falo de governo, falo das pessoas, em geral, e jornalistas, em particular. Entre o grupo que parece desestimular o interesse em leitura, existem aqueles que não dão importância alguma e outros, que preferem que o hábito de leitura seja restrito a um pequeno grupo, então fazem análises críticas que levam o leitor comum a achar que ler é chato e coisa para intelectuais. A leitura não pode ser comparada com nenhum outro hobby, pois ela funciona quase como um medicamento para o cérebro! Como já escrevi neste texto, ler é o melhor exercício cerebral que existe.
Tenho recebido emails de pessoas que sabem da importância de ler, mas que acreditam na mentira que muitos repetem para si mesmos: “não gosto de ler”. Como também já escrevi no post anterior, não é “não gostar”, é não ter o hábito. A televisão é um entretenimento muito mais fácil da nossa mente digerir, porque não exige nenhum esforço intelectual, então muitas vezes nos acomodamos a esse tipo de passatempo e achamos chato qualquer coisa diferente disso.
Infelizmente o espaço destinado à literatura na em revistas e jornais é muito mal aproveitado. Falar de literatura para pessoas “normais” é mal visto, e a “elite intelectual” quer mantê-la longe do acesso dos “menos favorecidos”. Literatura estimula a inteligência e se outras pessoas pensarem tanto quanto eles pensam, talvez descubram que ser “intelectual” não é tão elitizante assim, não te faz um ser superior.
Sou a favor da democratização da leitura e de ajudar as pessoas a manejar essa ferramenta com sabedoria. Isso não é papel do governo, exclusivamente, é papel de todos nós. Por falta de um espaço democrático na mídia convencional, os blogs de leitores crescem com suas resenhas pessoais, e a internet, mais uma vez, preenche uma lacuna deixada pela mídia, cada vez mais obsoleta.
Ler é um hábito saudável, como outro qualquer. É escovar os dentes pela manhã, é tomar um copo d’água, é fazer uma caminhada, é lavar o rosto antes de dormir. Ler é tomar suas vitaminas, é fazer a barba, é passar batom. Não é um bicho de sete cabeças, nem algo reservado a poucos escolhidos. É algo que pode abrir seus horizontes, ou fechar suas janelas. Ler é uma caixinha de surpresas, uma ferramenta extraordinária, mas que precisa ser bem manejada. Ao invés de mantê-la fora do alcance de qualquer cidadão, deveríamos apresentá-la da melhor maneira possível, da maneira mais natural e desprovida de frescura.