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A Mulher V

Texto originalmente postado na seção Livros, no site de Cristiane Cardoso. (Clique aqui para ver a postagem original)

Eu não poderia deixar de resenhar o livro “A mulher V”, de Cristiane Cardoso, publicado pela Editora Unipro. A capa é de extremo bom gosto. A silhueta de Cristiane, extremamente feminina e elegante, o foco de luz sobre o pingente de pedra vermelha, remetendo à comparação da mulher virtuosa com o rubi, que você entende melhor logo no início do livro.

Já havia lido outros livros sobre o tema, alguns que até me impressionaram na época, mas o resultado era sempre o mesmo: eu não sabia como aplicar os ensinamentos do livro e me sentia frustrada e incompetente. Eu me cobro muito. Sou perfeccionista e exijo muito de mim, graças ao livro tenho aprendido a ajustar minhas expectativas e entendi que ser mais flexível comigo não me faz menos responsável. Desde que percebi o quão errada eu era e o quão longe estava de ser uma pessoa que fizesse a diferença positiva na vida daqueles que me cercavam, estou sempre querendo melhorar, mudar, crescer. Minha oração desde aquele dia tem sido: “Deus, me ajude a ser a pessoa que o Senhor quer que eu seja”, e fico atenta a todos os sinais que Ele me envia.

“A Mulher V” foi muito mais do que um sinal, foi um outdoor gigante caindo sobre minha cabeça. O livro destrincha o último capítulo do livro de Provérbios, que fala sobre a mulher virtuosa (a “Mulher V” do título). Cada capítulo detalha um dos versículos com as características da mulher virtuosa, confrontando com o que temos vivido hoje em dia e nos mostrando COMO desenvolver cada uma dessas características, de maneira bastante simples e prática. Uma frase que me marcou bastante é: “é difícil, mas perfeitamente executável”. Entende a profundidade disso? Simplesmente constatar que algo é difícil pode te paralisar, mas perceber que é perfeitamente executável te fortalece para colocar aquilo em prática, apesar da dificuldade.

Outra coisa importantíssima foi que este livro me ajudou a não ser tão exigente comigo mesma. Aprendi a apreciar meu esforço e não ficar apenas me chicoteando para fazer mais e mais e mais… É uma injeção de ânimo e autoestima de longa duração! Não só aprendi como devo ser, mas o que fazer para alcançar meus objetivos de ser melhor mulher, melhor esposa, melhor profissional e melhor amiga, e também descobri que sou capaz disso e que há esperança para mim!…rs…

É bom saber que você não está sozinha no universo, que os conflitos que você passa são comuns a muitas mulheres e que você é capaz de superar todos eles e se transformar na mulher que Deus quer que você seja. “A mulher V” tornou-se meu manual de instruções. Perdi a conta de quantas vezes reli seus capítulos. A cada vez que leio, mais uma portinha se abre na minha mente e mais um passo dou em direção ao meu objetivo. Meu marido notou a mudança que aconteceu em mim, pois foi significativa e em pouco tempo. Para aprender sozinha tudo o que aprendi com “A mulher V”, eu precisaria de alguns anos.

Concordo com a posição da Cristiane. O feminismo está ultrapassado, ele nos trouxe grandes conquistas enquanto gênero, no mercado de trabalho, abrindo um espaço que não existia. No entanto, já percebemos o quanto ele falhou ao anular a feminilidade da mulher, igualando-a ao homem naquilo que eles não são iguais. Sempre disse isso: mulheres e homens são diferentes, pensam de maneira diferente, agem de maneira diferente. Um não é pior ou melhor do que o outro, eles são apenas diferentes e isso é positivo, suas maneiras de pensar e agir se completam. Diga à mulher que ela deve ser igual ao homem em tudo e você terá uma mulher mutilada.

“A Mulher V” vem para reconstruir a figura feminina e encaixá-la em nosso contexto atual. Vem contra o que já está estabelecido na sociedade e que ninguém tem coragem de modificar, mesmo que os resultados tenham provado a ineficácia dessa cultura. Ao mesmo tempo em que jogou a mulher no mercado de trabalho sem dizer o que ela deveria fazer com o restante dos papéis que tem a desempenhar, a sociedade atual só sabe cobrar, cobrar e cobrar, ditando as regras de como deve se comportar, do que deve pensar a respeito dos homens, a respeito de cuidar da própria casa, impondo padrões estéticos, dizendo o quanto deve pesar, o que tem de querer, sem deixar espaço algum para que ela mesma faça suas escolhas e desenvolva suas opiniões.

A mulher V tem atitude, tem personalidade e nada contra a corrente, sendo a rebelde revolucionária no meio de um mundo em crise de identidade. E é esse fôlego de lutar contra a corrente fazendo suas próprias escolhas e criando sua própria cultura que o livro “A Mulher V” nos traz. Um livro para ler, reler e distribuir por aí. Já presenteei amigas e desconhecidas – cristãs ou não – com um exemplar. Meu critério de escolha é: vontade de ser uma pessoa melhor. Isso já te qualifica a ser uma feliz leitora de “A mulher V”.

No final de cada capítulo, há um exemplo de mulher, retirado da Bíblia. Cristiane desenterrou umas mulheres que eu nem me lembrava que estavam no texto sagrado. Fiquei impressionada com a disposição dela em tirar uma história motivadora de meia dúzia de versículos – ou até menos – você lê e pensa: “puxa, isso faz sentido”! “A Mulher V” é um livro sobre comportamento feminino que te coloca para cima, te diverte e abre seus olhos para infinitas possibilidades. Eu gostei tanto, mas tanto, que brinco sempre que meu objetivo é fazer jus ao título… “V” de Vanessa. :)

PS: Antes que alguém me pergunte onde comprar, você encontra “A Mulher V” em uma Igreja Universal. Não sei dizer se em todas ou se apenas nas catedrais, mas é só entrar e dizer para algum obreiro ou pastor: “Oi, eu queria comprar o “Mulher V” e você descobrirá. Também pode comprar pela internet, no site http://www.arcacenter.com.br

Vanessa Lampert

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Resenha – Felidae

Resenha originalmente publicada na seção “Livros” do blog de Cristiane Cardoso

Felidae (pronuncia-se “Felíde”), do escritor Akif Pirinçci, publicado em 1989, foi premiado, vendeu milhões de cópias, virou best-seller na Alemanha (de onde veio), traduzido em mais de doze países e é pouquíssimo divulgado no Brasil. É uma história policial narrada em primeira pessoa por um…gato! Sim, um gatinho de quatro patas. Na verdade, todos os personagens principais são gatos, humanos entram como meros coadjuvantes.

Mas não é uma historia fofinha. Francis, o narrador, se muda com seu dono patético para uma casa caindo aos pedaços. Ele detesta a mudança, mas não tem muita escolha. Logo na primeira saída, já tem uma péssima experiência: encontra um gato morto. Pouco tempo depois, descobre mais um assassinato, com as mesmas características do primeiro. Com a curiosidade natural dos gatos, Francis parte em uma aventura perigosa para descobrir quem está por trás dos crimes.

Enquanto na vida real os gatos costumam ser mortos por seres humanos perturbados (ou por cachorros fora de controle), nessa ficção Francis desconfia que quem está por trás dos assassinatos seja outro gato! Um misterioso laboratório desativado guarda os segredos que podem levar ao autor do crime e revela uma terrível história que deixou marcas em todo o bairro. Francis descobre uma trama muito mais complicada do que jamais poderia imaginar quando se mudou para aquela casa decadente no interior da Alemanha. Em determinado ponto da história, você nem se lembra que os personagens são gatos, de tanto que se envolve com eles. Fica mais interessado no mistério que se desenrola (ou se enrola) pouco a pouco diante de seus olhos. Quem está fazendo aquilo? E por quê?

É uma história inteligente, bem escrita, com bons personagens, mas que exige um pouco mais de atenção, pois tudo – absolutamente tudo – o que Francis descobre é importante. Fique ligado em todos os detalhes. O livro tem vários assuntos entrelaçados e você poderia tranquilamente fazer um paralelo com a humanidade. A história mostra que quando você deixa seus piores sentimentos tomarem conta, se torna aquilo que tanto desprezou.  Um livro denso, mas que também te diverte, é contado de maneira inteligente e apesar de falar a respeito de mortes de gatinhos, eu gostei bastante.

Lembro sempre que opinião é algo bem pessoal e só lendo o livro para tirar suas próprias conclusões, mas se você procura um romance policial bem escrito, cheio de mistério e reviravoltas, pode apostar em Felidae.

PS: O livro é ficção, então eu consigo ler sem ter chiliques. Mas não posso evitar o pensamento de que todos os gatos de Felidae são criados da pior maneira possível por seus donos. Então deixo aqui o link para um texto que escrevi e que fala sobre como cuidar bem de seu gatinho e garantir que ele tenha a chance de ter uma vida longa, saudável e feliz:  Clique aqui para ler.

PS2: A editora é a Nova Fronteira, que agora faz parte da Ediouro. Felidae continua em catálogo (bracinhos para cima em comemoração! Êêêê!!!)