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Crentes Possessos*

“Crentes Possessos” (Possessed Believers), da Editora Unipro, é uma daquelas raridades que você deveria ter em um baú ao lado da cama, como um tesouro. Confesso que demorei a me interessar por ele porque o título não me atraiu. Apesar de eu conhecer uma porção de crentes possessos (e de tê-los conhecido a vida toda — ouvindo vozes, vendo vultos, fazendo adivinhações, falando da vida alheia, nervosos, vazios, confusos, infelizes no amor, depressivos e doentes…tudo isso junto ou separado — já que nasci em “berço evangélico” e frequentei mais igrejas do que deveria), ler sobre eles não era meu sonho de consumo naquele momento. Foi minha mãe quem me deixou curiosa (ela é expert nisso): “Vanessa, você tem que comprar esse livro, é muito bom, todo mundo tinha que ler”. Pelo título, pensei que se tratava de uma obra sobre cristãos com problemas espirituais, mas Crentes Possessos, de David Higginbotham, é muito mais do que isso. Profundo, mas escrito em linguagem simples e de fácil compreensão para qualquer leitor, é um livro completo sobre libertação espiritual e um manual prático de como viver pela fé.

Em minha opinião, ele é capaz de alcançar a todos os que não estão interessados em mera teoria, mas querem ver a fé prática, a que produz resultados, a que nos apresenta um Deus vivo — não importa se cristãos ou não. Por isso meu primeiro impulso foi sair recomendando o livro a torto e a direito. O segundo, foi doá-lo para a primeira alma que me apareceu pela frente sugerindo que tinha interesse em saber como funciona a fé prática. O problema foi que depois que fiz isso, nunca mais encontrei esse livro na IURD.

Ok, você ainda consegue encontrá-lo, eu não faria uma resenha sobre ele tivesse saído de catálogo (ou talvez fizesse, já que resenhei “O Pacto” e ele não está mais no catálogo da Bom Pastor…rs…), você tem à disposição o site Arca Center (estão trabalhando com e-sedex, os fretes estão melhores ultimamente) e o televendas da Unipro. Você sabe disso, eu sei disso, mas muitas pessoas não sabem disso…um filhotinho desta resenha vai sair na Folha Universal no domingo e muitas pessoas que não se sentem seguras em fazer compras pela internet ou pelo telefone (ou que não querem – ou não podem – esperar os correios) procurarão o livro nas IURDs. Vale a pena perguntar ao pastor de sua IURD pelo Crentes Possessos (mesmo que você já tenha perguntado, pergunte novamente), existe chance de ele ressuscitar e aparecer novamente nas igrejas. Fora isso, uma amiga de Brasília encontrou um exemplar no Extra. A esperança renasce. :-)

O livro é realmente completo e tem tudo para ser um best seller, pois tem qualidade literária e conteúdo extraordinário.  David nos mostra que o cristianismo é muito mais simples do que pensamos, utiliza exemplos que esclarecem as dúvidas sobre o uso da fé, sobre libertação (para crentes ou não) e até sobre alcançar a cura e ter um verdadeiro encontro com Deus. Você também descobre como tem se boicotado e impedido o cumprimento das promessas Dele em sua vida. Impressionante e esclarecedor, esse livro ampliou minha visão a respeito do poder de Deus e da simplicidade da fé. Minha mãe tinha razão. Recomendo mil vezes.

P.S: Como descobri que nem todo mundo sabe disso, as IURDs têm um pequeno estoque de livros da Unipro. Você pode chegar em algum pastor e perguntar quais livros existem na igreja, ele vai te dizer todos os títulos e talvez esteja lá aquele livro que você quer há tanto tempo, mas que nunca aparece na oferta. Achei que todo mundo soubesse disso, mas descobri que uma esmagadora maioria não faz ideia. Eu mesma só descobri isso há menos de um ano, porque uma obreira teve peninha de mim ao me ver desconsolada pelo fechamento da livraria do Brás (a última das moicanas).

Vanessa Lampert

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* Resenha originalmente publicada em: http://www.cristianecardoso.com/pt/portfolio/livros/

Como vencer a preguiça de ler

 

Texto originalmente postado na seção Livros, no site de Cristiane Cardoso. (postagem original)

Ao responder à pergunta que minha nova amiga Sandra, de Moçambique, me enviou pelo Twitter, imaginei que poderia ser a dúvida de muitas leitoras e achei que valia um post nesta coluna. Eis a pergunta:

“Olá minha querida. Eu detesto ler, tenho preguiça mas SEI que preciso mudar isso. Me diga, que faço para contrariar isto?”

Minha resposta: A mesma coisa que a gente faz quando sabe que precisa fazer algo, mas não tem vontade: sacrifício. Coloque um livro na bolsa e se determine a ler todo dia um pouco. No começo vai ser difícil, pois é uma luta contra sua vontade.  Só tire da cabeça que você não gosta. Não é não gostar, é não ter o hábito. Quando desenvolver o hábito, vai amar :-)

Pelo que ela me explicou, sabe que precisa ler alguns livros que farão a diferença na vida dela (você também sabe, não é?), mas a preguiça e a falta de hábito a fizeram acreditar que não gosta de ler. Quando você acredita que não gosta de ler, qualquer leitura se torna uma tortura.

O hábito de leitura é como um músculo que precisa ser desenvolvido. Se você não usar seus braços ou suas pernas por meses e depois disso tentar fazer um movimento com os músculos atrofiados, vai sentir dor, incômodo, exaustão…será chato pra caramba. Aí você vira para mim e diz: “Eu não gosto de me mexer!” Não é verdade. É incômodo pela falta de exercício, mas se você se sacrificar e ignorar o incômodo com o foco no objetivo maior, terá uma super recompensa ao final do esforço.

Tem outra coisa: livro é amigo. A-mi-go. Você tem se sentir à vontade com seu amigo. Coloque dentro da bolsa, não se preocupe em não amassar…claro, você não vai detonar o livro e pisar em cima, mas se tiver de se preocupar em não dobrar aqui, não amassar ali, é complicado se sentir à vontade. Posso estar errada, sei lá, mas essa é a minha teoria.

A principal dica é mesmo o sacrifício. Não importa se você está lendo um livro, um artigo de jornal ou um post em um blog: quando cansar de ler, pare um pouco, mas não abandone a leitura. Não pense em como se sente ao ler, mas no quanto você vai saber mais depois de terminar de ler. Tome um café, brinque com o cachorro, com o gato ou vá ao banheiro, depois volte e continue a leitura, tentando entender o que está escrito. Qualquer texto é o autor conversando contigo, então é falta de educação abandonar a leitura e não voltar para concluir, é como se deixasse alguém falando sozinho ou desligasse na cara da pessoa.  Se for um blog, só comente depois de ter lido todo o post, pois às vezes a resposta à sua pergunta está no que você não teve paciência de ler.

Impaciência e ansiedade são emoções, e emoções devem receber pouquíssimo alimento. Ceder a elas é alimentá-las até que fiquem fortes e tentem te estrangular. Emoções são como Gremlins, lembra daquele filme trash horroroso? Gizmo era um bichinho fofinho, mas se alimentado após a meia-noite ou molhado, gerava monstrinhos verdes destrutivos. Emoções são Gizmos necessários. Precisamos delas, mas bem domesticadinhas e pouco alimentadas. Já nosso espírito (que é nossa inteligência) precisa ser alimentado para ficar forte o suficiente para controlar os Gizmos. O melhor alimento para fortalecer o espírito chama-se sacrifício.

Deixar de fazer aquilo que você tem vontade para fazer aquilo que você não tem vontade, mas sabe que precisa, é a única maneira de desenvolver sua mente, crescer e se tornar uma pessoa melhor. Deus pede isso da gente o tempo todo, até porque a vida exige isso para não se tornar um fardo.  Fazer só o que você gosta e tem vontade é receita para a frustração, já que os Gremlins nunca se fartam, sempre querem mais e mais e mais…nada é suficiente para satisfazer a vontade humana. Então a partir de hoje em sua vida, seja na leitura ou em qualquer outra coisa que esteja difícil por não ter se tornado um hábito, decida sacrificar sua vontade e fazer o esforço. A recompensa vale o sacrifício! Você vai ver o quanto vai ganhar não apenas por ler, mas por se dispor a sacrificar.

 

 

PS: Eu não sou um “super ser” por ler bastante e gostar de escrever. Eu só me dediquei a essas duas coisas até que se tornassem parte da minha vida.

PS2: A gatinha da foto é a Ricota, ela tem 7 anos e está pensando se vale a pena ler esses dois livros… :)

Vanessa Lampert

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