“E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo carne para o seu apetite. E falaram contra Deus, e disseram: pode Deus preparar-nos uma mesa no deserto?”  Salmos 78.18-19

Nesta situação específica, não era fome o que eles sentiam, era vontade de comer. Ou seja, sem necessidade realmente. Se era apenas fruto de uma vontade, vinha do coração. E, como vimos anteriormente, o problema desse pessoal era justamente não governar o próprio coração, mas ser governado por ele. Eles davam livre curso a qualquer abobrinha, a qualquer sentimento ou vontade que lhes viesse ao coração.

 Por isso diz que eles tentaram a Deus nos seus corações. Porque não se tratava de uma necessidade legítima, mas de um capricho, já que o maná, que era um alimento nutricionalmente completo, lhes sustentava. E também não o pediram confiando na bondade e na misericórdia de Deus, que certamente não veria o menor problema em lhes satisfazer uma vontade que não lhes fosse fazer mal. Mas pediram com dúvida, falando mal de Deus durante o pedido, sugerindo que Ele não podia fazer o que queriam, ou que Ele deliberadamente não queria ajudá-los. Foram ingratos. Como muitas vezes nós somos.

Falaram contra Deus, questionando se Ele tinha poder para lhes dar carne e variar o cardápio. Mesmo isso já tendo acontecido antes! Por que o ser humano é assim? Por que a gente se esquece com facilidade daquilo que Deus fez por nós e, no próximo problema, fica ansioso, com medo, ou bravo porque algo que a gente quer não aconteceu instantaneamente? 

Não é difícil responder a essa pergunta quando pensamos mais um pouco. Quando agimos assim, estamos focados apenas naquilo que nós queremos ou precisamos (ou achamos que precisamos), mas não em Quem Deus é. E por “Quem Deus é”, não me refiro apenas ao poder que Ele tem, mas ao Seu caráter. E muitos ainda têm uma ideia errada a respeito do caráter de Deus. Alguns líderes religiosos passam essa ideia errada para não serem obrigados a assumir que eles é que estão errados. Preferem distorcer o caráter de Deus a assumir que não O conhecem. Até dizem que Deus pode agir na vida da pessoa, mas fazem parecer que Ele está distante e que talvez não queira realmente agir. Como confiar em alguém assim?

O povo não tinha essa desculpa. O líder deles ali era Moisés, que sempre se esforçava para mostrar a todos Quem Deus era. E Deus também nunca tentou se esconder deles, teve toda a paciência do mundo, na esperança de que acreditassem nEle. Que aprendessem a confiar. 

Como é fácil para o ser humano desconsiderar quem Deus é e limitar o Seu poder! Poderíamos dizer que hoje algumas pessoas têm desculpa por existir, de fato, um espírito enganador agindo em determinados movimentos religiosos, mas, pensando bem, nem isso é tanta desculpa assim. Porque além de termos também pastores comprometidos em levar a Palavra e mostrar Deus como Ele é, temos a Bíblia disponível para cada pessoa. Podemos (aqui no Brasil, pelo menos. Em alguns países isso não é permitido) pegar a Bíblia e ler, procurando entender o que Deus diz de Si mesmo. Querendo conhecer a respeito de Seu caráter, de Sua personalidade. 

E também dificilmente alguém que já tenha buscado a Deus não tenha tido alguma resposta dEle. Se a gente conseguir ao menos não se esquecer do que Ele já fez, talvez esta já seja uma forma de não cedermos à tentação da ingratidão e da incredulidade. E Ele é melhor do que a melhor pessoa que você já conheceu. Com certeza, ao ver o seu esforço em não ser injusto com Quem não merece, te receberá com os braços abertos e cuidará de você como Ele tanto quer. 

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Jejum de Daniel, dia 13

Mais posts sobre o Salmo 78:

1 – Governando o coração

2 – Negando Jesus

3 – Provocando ao Altíssimo na solidão

4 – Mesa no deserto

5 – Rios em abundância

6 – O pão dos anjos

7 – Maus olhos contra Deus

8 – Com a língua Lhe mentiam

 

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2 Comments on Mesa no deserto

  1. O post de hoje tem tudo a ver com a reunião do Godllywood de ontem. Foi uma bênção!

    Às vezes focamos tanto na nossa “necessidade” que esquecemos quem Deus é e/ou o que Ele quer de nós.

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