Mês: junho 2014

Por que demorou tanto para ter um encontro com Deus?

Estava relendo o texto que escrevi ontem e uma coisa me chamou atenção: Eu conto toda aquela história dramática do meu marido desenganado e da primeira vez que eu consegui usar a fé bíblica, com direito a fazer um pacto com Deus, e em seguida digo “Ainda demoraria mais quatro anos para que tivéssemos nosso encontro com Deus.” Por quê? Porque depois daquela experiência ainda tivemos que encarar mais quatro anos para que cumpríssemos a nossa parte do contrato? Acho que isso merece uma explicação.

Não pense que Deus demorou quatro anos para querer se manifestar na nossa vida. Não pense que passamos quatro anos buscando até que pudéssemos encontrá-Lo. Quando chegamos em casa, com os cuidados do dia a dia, eu mergulhei na situação em que vivíamos e simplesmente me esqueci daquela fé. A ponto de não ir mais na igreja, e, quando ia, chegava com uma hora de atraso e não prestava atenção em nada. A única reunião de que me lembro essa época foi uma de domingo de manhã em que o bispo Emerson nos desafiou a dizer o que ele havia pregado na semana anterior. Obviamente, eu não fazia ideia, assim como a maioria das pessoas. Então, ele disse que nós não estávamos prestando atenção, que estávamos nos comportando como meros ouvintes da Palavra, e não praticantes, então nada iria acontecer. Naquele dia eu fiquei com vergonha e me dei conta de que eu ia à igreja inutilmente, já que estava com o corpo ali e a cabeça em qualquer lugar. Religiosamente.

Era como se a fé só pudesse ser usada em situações-limite, quando a água batia no pescoço. Por que demoramos quatro anos para ter um encontro com Deus? Por causa da nossa cabeça-dura. Por algum motivo, achamos que dava para continuar a vida na força do nosso braço e que não precisávamos sacrificar mais nada. Assim, vivemos na corda-bamba por mais quatro anos. A única área da nossa vida que estava intacta era o casamento, porque a nossa base era racional. O resto, estava desmoronando.

O bom é que Deus é realmente maravilhoso e levou em consideração o fato de eu ser tão tapada, porque se Ele fosse me julgar pela minha ingratidão, eu estava ferrada. Enfim, quatro anos depois, já no fundo do fundo do poço, finalmente deixamos o orgulho de lado e conseguimos entender que se não abríssemos mão de tudo aquilo que tínhamos, que éramos, que pensávamos e que achávamos que sabíamos, nunca sairíamos do lugar. Então, tivemos que sacrificar. Tudo, começando com o que tínhamos dentro da gente. Eu já não tinha muita coisa, porque até a memória estava começando a perder. Mas todo o fundamento religioso que tinha dentro de mim foi para o lixo. Eu decidi nada saber. Eu iria aprender do zero.

Quando a Palavra se cumpre

Preciso de um post inteiro só para explicar como caiu minha ficha e como foi meu encontro com Deus. Mas já adianto que no mesmo dia em que resolvi voltar para a igreja e realmente me coloquei no Altar, eu tive um encontro com Deus. No mesmo dia! Então, só demorou quatro anos porque eu fui cabeça dura e não quis fazer isso antes.

No entanto, ontem eu estava meditando nisso tudo que aconteceu e percebi que Deus leva muito a sério a Sua Palavra e também a nossa palavra. Eu dei a minha palavra a Deus, e Ele deu a Palavra dEle. Ele cumpriu a Palavra dEle, e esperou que eu cumprisse a minha. Antigamente a palavra de alguém tinha muito valor. Só gente mau caráter empenharia a palavra e não cumpriria depois. Hoje, é comum empenhar a palavra, prometer alguma coisa, e depois se esquecer. Mas se você quiser alguma coisa de Deus nesta vida tem de aprender a honrar a sua palavra, porque a palavra que sair da sua boca perseguirá você. Tenha consciência de tudo o que sai da sua boca.

Deus teve muita misericórdia de mim, pois se Ele tivesse decidido desistir de mim, teria toda razão. Mas não foi isso que Ele fez. Porque se houver uma mínima chance de você abrir os olhos e despertar, Ele não vai desistir de você. Mas não ache que isso é uma licença para sair vivendo do jeito que quiser e esperar que Deus tenha misericórdia. Não arrisque o que você não tem. Eu andei quatro anos na corda-bamba e saí dela um segundo antes que ela se arrebentasse. Gostaria de ter tido oportunidade de ouvir isso antes.

PS. Em tempo:

Não acho que eu seja o modelo de membro perfeito dentro da igreja, longe disso, mas para fazer um contraponto com a criatura totalmente desconectada do próprio corpo que descrevi logo acima, vou dizer como faço hoje. Quem sabe ajude alguém. Primeiro, faço questão de chegar antes da reunião. De preferência, uma hora antes ou meia hora antes. Aprendi isso com o Davison. Se estou indo me encontrar com o Rei, não posso chegar atrasada ou ir de qualquer jeito. Hoje, quando vou à igreja, me certifico de estar lá por completo. Minha mente tem de estar ali também. Presto atenção em cada palavra, e anoto o que não posso esquecer. Vivo cada uma daquelas palavras, faço das músicas minhas orações (presto atenção na letra), faço minhas orações de modo a prestar atenção no que estou fazendo, falando com Deus como se eu falasse com um amigo meu, com uma pessoa que eu considero muito, de modo racional (sinceramente, não me preocupo muito com como estou parecendo para quem vê de fora. Às vezes tenho que tapar um ouvido para me concentrar melhor, e prefiro correr o risco de parecer esquisita para quem vê de fora, mas não perder a oportunidade de falar com Deus).

Vou à igreja pensando: “o que será que Deus vai falar comigo hoje?” Vou querendo ouvir Deus. E Ele sempre fala quando nos dispomos a ouvir. E eu saio de lá já pensando em como colocar em prática o que aprendi. Aí, não tem como esquecer. Ah, e presto atenção na hora da oferta, também. A hora da oferta não é um intervalo, é um momento extremamente espiritual e você precisa de total atenção para fazer a coisa direito — ou decidir não fazer, que é melhor do que fazer de qualquer jeito. Aliás, em relação às coisas de Deus, é sempre melhor não fazer do que fazer de qualquer jeito, mas a melhor opção mesmo é fazer da melhor maneira possível, com toda a sua força. Fazer o melhor que você consegue é o primeiro passo para conseguir fazer mais do que você pode agora.

Dez anos de casados

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Hoje completamos dez anos de casados. Encontrei o texto que escrevi no primeiro aniversário e voltei no tempo. Eu não sabia o que viria pela frente. Seis meses depois de eu escrever o texto, meu marido foi internado por causa de uma periapendicite, os médicos demoraram muito para diagnosticar e ele teve que ser operado às pressas, um dia depois da virada do ano. Ele tinha sido internado na véspera de natal e ficamos quase dez dias no hospital com diagnóstico errado. Eu estava sozinha, pois sabia que algo estava errado, mas os médicos cometiam um erro atrás do outro e ainda ficavam bravos com os meus questionamentos. Chegaram a dizer que as dores excruciantes que ele sentia eram psicológicas. Eu sabia que não eram.

Na época eu não entendia nada e me sentia nas mãos deles. Estava perdida e me senti ainda mais perdida quando eu o vi saindo na maca, pálido, com os lábios azulados, indo para a sala de cirurgia. Naquele mesmo instante, a mãe e a irmã dele chegaram, a tempo de se despedirem dele. Meu primeiro pensamento foi: “Ele vai morrer”. Era um pensamento, um medo e quase uma certeza. Quando o médico chegou, depois de seis horas de cirurgia, estava exausto. Não nos deu esperança nenhuma. Mas ali eu me lembrei do que ouvia na Universal e percebi que podia escolher em quê eu preferia acreditar. Depois que o médico saiu, eu disse à minha sogra que ela estava proibida de acreditar nele. Ela e minha cunhada voltaram para casa para orar. A gente sabia que só Deus poderia fazer alguma coisa.

A infecção já tinha se espalhado por toda a cavidade abdominal e também pela caixa torácica. A peritonite trouxe uma septicemia e o Davison foi mandado para a UTI, praticamente desenganado. Ninguém me deu esperança. Ninguém. Naquela mesma madrugada, eu o vi entubado, respirando com a ajuda de aparelhos e cheio de fiozinhos. A visão foi impactante e amedrontadora, eu nunca vou me esquecer. Mas também não vou me esquecer do que aprendi naquele dia. Decidi ignorar o que eu estava vendo e agir como se o que eu queria que acontecesse já tivesse acontecido. Decidi crer que ele sairia vivo. Foi a primeira vez que usei a fé pela qual vivo hoje do jeito que eu a uso hoje (eu já estava na Universal há cinco anos, mas a ficha ainda não tinha caído).

O médico da UTI também tentou me “avisar” que provavelmente ele não sobreviveria às primeiras oito horas. Eu disse a ele: “eu tenho certeza que ele vai melhorar e vai sair daqui logo”. Ele me olhou com tristeza, como se eu fosse a coitadinha que queria acreditar em algo impossível.

Saindo dali eu subi para o quarto. Naquela noite eu não dormi. Passei a noite lutando com Deus, como Jacó. Pedi a Ele mais uma chance. Parecia uma grande injustiça perder um marido tão maravilhoso apenas um ano e meio depois de casada. Entreguei nas mãos dEle, mas disse que eu iria crer até o fim. Se Ele quisesse que o final fosse diferente, eu aceitaria depois, mas seria escolha dEle e não minha. Minha escolha era lutar até o fim e eu me recusava a ficar de luto por meu marido vivo. Eu iria crer. Orei, orei, orei, orei…chorei, fiquei brava, me ajoelhei, pedi, clamei, lembrei de todos os versículos que eu conhecia e que diziam que Deus ouve a oração do aflito. Eu estava aflita e me coloquei em cada um daqueles versículos.

Quando me faltaram as palavras, pois já tinha dito absolutamente tudo o que eu estava pensando, querendo e desejando, já tinha exposto meus medos, minhas dúvidas e toda a minha vontade, já tinha derramado todo o meu coração naquela cama de hospital e ele já tinha escorrido para o chão e se espalhado por cada canto daquele quarto, abri a Bíblia, sedenta por uma Palavra que desse direção para o meu espírito. Sequei as lágrimas para conseguir enxergar o que estava lendo e, imediatamente, parei de chorar. Era o salmo 86, e fiz dele a minha oração. Naquele salmo, em um momento eu era eu, em outro, eu era o Davison. Em um momento era o presente, em outro, o futuro. Eu não conhecia a Deus ainda, só de ouvir falar. E vejo esse salmo se cumprir em nossa vida até hoje. Ele era a nossa oração para Deus e também a resposta de Deus para mim. Era mais do que um conjunto de palavras. Aquela foi a primeira vez em que a Palavra se tornou viva diante dos meus olhos:

“Inclina, SENHOR, os ouvidos e responde-me, pois estou aflito e necessitado. Preserva a minha alma, pois eu sou piedoso; Tu, ó Deus meu, salva o Teu servo que em Ti confia. Compadece-Te de mim, ó Senhor, pois a Ti clamo de contínuo. Alegra a alma do Teu servo, porque a Ti, Senhor, elevo a minha alma. Pois Tu, Senhor, és bom e compassivo; abundante em benignidade para com todos os que Te invocam. Escuta, SENHOR, a minha oração e atende à voz das minhas súplicas.

No dia da minha angústia, clamo a Ti, porque me respondes. Não há entre os deuses semelhante a Ti, Senhor; e nada existe que se compare às Tuas obras. Todas as nações que fizeste virão, prostrar-se-ão diante de Ti, Senhor, e glorificarão o Teu nome. Pois Tu és grande e operas maravilhas; só Tu és Deus! Ensina-me, SENHOR, o Teu caminho, e andarei na Tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o Teu Nome. Dar-Te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei para sempre o Teu Nome. Pois grande é a Tua misericórdia para comigo, e me livraste a alma do mais profundo poder da morte.

Ó Deus, os soberbos se têm levantado contra mim, e um bando de violentos atenta contra a minha vida; eles não Te consideram. Mas Tu, Senhor, és Deus compassivo e cheio de graça, paciente e grande em misericórdia e em verdade. Volta-Te para mim e compadece-Te de mim; concede a Tua força ao Teu servo e salva o filho da Tua serva. Mostra-me um sinal do Teu favor, para que o vejam e se envergonhem os que me aborrecem; pois Tu, SENHOR, me ajudas e me consolas.”

Eu li esse salmo colocando essas palavras dentro de mim, uma a uma, até dar a hora da visita. Desci já crendo que ele estava vivo. Esse era o sinal do favor de Deus: aquela certeza dentro de mim. A convicção daquilo que eu ainda não estava vendo. Entrei na UTI e ele ainda estava entubado, mas consciente. O prontuário dizia que o estado era grave.  Mas eu estava feliz, alegre e confiante. Ele também. Tinha feito um pacto com Deus antes da cirurgia. Pediu perdão por seus pecados e entregou sua vida para Jesus. E disse que se tivesse alguma chance de ter uma vida de qualidade e não se perder, ele queria permanecer vivo. Mas se ele fosse se perder, preferia morrer logo e morrer salvo. Quando acordou, entubado e na UTI, abriu os olhos e pensou: “estou vivo! Então é porque vou sair daqui”. O sinal do favor de Deus já operava dentro dele, também.

Ainda demoraria mais quatro anos para que tivéssemos nosso encontro com Deus, mas quando leio que pedi “Ensina-Me, SENHOR, o Teu caminho, e andarei na Tua verdade; dispõe-me o coração para só temer o Teu Nome” e prometi: “Dar-Te-ei graças, Senhor, Deus meu, de todo o coração, e glorificarei para sempre o Teu nome” percebo que naquele momento eu fiz um pacto ainda mais profundo do que eu pensava. Eu me lembro de ter prestado atenção em cada palavra e de ter dito aquilo de forma consciente. Eu realmente estava prometendo aquilo; eu realmente estava pedindo aquilo e me comprometendo a andar no caminho que Ele me ensinasse. Nós dois fizemos um pacto com Deus naquela noite. Um pacto eterno. E eu posso dizer que cada uma dessas palavras se cumpriram em nossa vida. Ele livrou nossa alma do mais profundo poder da morte. Do mais profundo poder da morte.

Essas coisas me vêm à memória porque hoje em dia ainda enfrentamos guerras, mas eu sei que nada – absolutamente NADA – pode apagar ou abalar essa fé que está dentro de mim. Se eu a mantive naquele tempo, sem conhecer nada do que eu conheço hoje, simplesmente por ter acreditado com todas as minhas forças, sem duvidar e sem me deixar levar pelo medo, quanto mais a manterei hoje, que eu SEI em Quem tenho crido. E hoje me lembrei de tudo o que Deus me prometeu. Esses primeiros dez anos foram os mais felizes da minha vida. E eu sei que os próximos dez anos serão mais felizes ainda. Conversamos sobre isso hoje, sobre como Deus é maravilhoso e está nos dando a oportunidade de vivermos ainda melhor os próximos dez anos (e quantos mais tivermos pela frente) do que os dez primeiros.

Obrigada, Davison, por se manter comigo nessa fé. Obrigada, meu Senhor, por tudo o que tem nos ensinado e por tudo o que tem feito por nós. E, principalmente, pelo sinal do Teu favor, que se mantém dentro de nós.

 

Abaixo, o texto que poderia ter sido escrito hoje (aliás, hoje eu estava escrevendo um muito parecido…até que encontrei o texto abaixo e me senti plagiadora de mim mesma…rs):

 

21 de junho de 2005   UM ANO!

Quando você resolve casar, a humanidade se divide em duas partes: uma parte te parabeniza, a outra diz que você não bate bem. Mas não se engane: a parte que te parabeniza também acha que você não bate bem, só que nem sempre diz. E ainda ouve uma porção de depoimentos do tipo “ah, você está feliz porque é começo, vamos ver como vai estar daqui a um ano…” Claro, ouvir esse tipo de coisa dá um certo pavor, discreto, e se você já não está lá muito seguro, pode realmente ficar esperando para ver a desgraça anunciada. Mas se você é uma criatura teimosa que realmente não bate bem, vê aquilo como um desafio e decide ser feliz, só de pirraça.

Então os dias passam. A cerimônia de casamento é a parte menos importante do próprio (ok, eu ainda não tive uma cerimôôônia propriamente dita, mas sei disso mesmo assim), o mais complicado e prazeroso é o relacionamento no dia-a-dia. Hoje, felizmente, já não ouço tanto as pragas de que daqui a não sei quanto tempo vou me arrepender de ter casado, acho que o pessoal já desistiu, vendo que não há em mim nem um mísero traço de arrependimento.

Não sou mais a mesma pessoa que era há um ano. Mudei muito, em muitos aspectos…aliás, em todos os aspectos. Ele também mudou, claramente, nitidamente. Pelo menos todas as nossas mudanças foram para melhor. Continuamos em eterno processo de transformação, continuamos namorando e nos transformando, crescendo. Desta maneira não há a menor possibilidade de cair na rotina (…) Então a humanidade já parece ter aceitado o fato de que não vamos nos separar, não vamos nos desgastar, não ficaremos infelizes, nos aturando dia após dia. Aquele sistema de cultivar o relacionamento diariamente, não deixar acumular problemas, resolver os conflitos assim que eles aparecem, conversar o tempo todo sobre tudo, passear, curtir as coisas mais simples juntos, como namorados, e se esforçar para ser uma pessoa melhor e fazer o outro feliz tem funcionado. Funciona bem quando os dois estão comprometidos com a causa.

Então fechamos um ano de casados com nosso relacionamento infinitamente mais sólido do que no dia 21 de junho de 2004. E muito mais felizes e apaixonados do que naquela época, acredite se quiser, eu não tenho razão nenhuma para mentir ou enganar ninguém. Hoje é dia de comemoração, mas acima de tudo, de agradecimento, porque temos a consciência de que não fizemos nada sozinhos. Deus desde o começo esteve à frente de tudo, desde o momento da escolha, a amizade, o namoro, o noivado, o casamento. E é a Ele que devemos toda essa felicidade e a sabedoria para não deixar esse amor tão bonito que vivemos se perder no dia-a-dia.
(…) E passou um ano…continuo achando que o meu melhor amigo é o homem mais inteligente, legal, sensível, amável, doce, alegre, talentoso, divertido e sábio do mundo, o admiro muito e acho incrível a capacidade que ele tem de melhorar cada vez mais. Ele foi o único homem que realmente não teve o menor medo de mim e que, por isso, me fez ter um considerável medo dele, razão pela qual acabei me apaixonando e grudando nele pelo resto da vida.

É uma pessoa tão incrível, tão especial, que tudo o que eu puder fazer para que ele fique feliz é pouco. Não sou mais a pessoa que eu era há um ano, não sou mais quem eu era há um ano e dez meses, quando começamos a conversar. Mudei tanto, mas tanto, mas tanto, que leio nossas conversas daquele tempo e- sinceramente – não me reconheço. Completa, inteira, sendo transformada pela sutileza de seu amor escancarado, que nunca se escondeu de mim, que me conquistou pela honestidade, pela clareza, pela sinceridade, pela sensibilidade, pela segurança de quem sabia o que queria.

E para aquela parte da humanidade que tentava ser legal, nos alertando com certa antecedência da grande burrada que estávamos fazendo com a nossa vida (juro, teve quem dissesse isso, só porque a gente resolveu casar), desculpe decepcioná-los, mas o casamento pode ser infinitamente mais legal do que o namoro, se a gente acreditar que ele pode ser infinitamente mais legal do que o namoro e não aceitar menos do que isso.

Ao mesmo tempo em que parece que os meses passaram rápido e que eu casei ontem, também parece que estamos juntos desde sempre, como se hoje fizéssemos cinquenta anos de casados e não apenas um. É um paradoxo temporal que só ocorre entre aqueles que se amam demais e que têm um relacionamento tão intenso que desafia todos os conceitos físicos, químicos e matemáticos. Nada é exato, nem o tempo, nem o espaço…um metro de distância é tão longe quanto duzentos quilômetros, um abraço pode fundir dois corpos como se fossem um estranho plasma, ainda desconhecido pela nossa ciência. Números não significam absolutamente nada.

E eu não estou aqui para definir o amor, o tempo, ou o que quer que seja. Nem mesmo estou aqui para definir um ano. Na verdade, eu nunca sei exatamente por que estou aqui, mas certamente não é por nenhum desses motivos. Sempre disse que idade é apenas número. Idade de gente, de bicho, de relacionamento, de cidade, do que quer que seja. A gente escolhe o que vai fazer com o tempo que tem. Nós escolhemos ser feliz e garanto que não é assim tão difícil.

Então, parabéns para nós!!! 🙂 Porque um ano é só o começo. Continuo dizendo que casar com esse cara foi a melhor coisa que fiz na vida. Me deu novo ânimo, novo olhar, novos horizontes, uma alegria genuína e felicidade verdadeira. Não é nada mais ou menos, nada pela metade.

Davison, tenho certeza de que nossa vida vai continuar sendo maravilhosa assim para sempre, e que alcançaremos ainda mais do que sonhamos, porque já tivemos provas suficientes de que nada é impossível.

PS: Davison, obrigada por tudo o que você tem sido em minha vida, e por ter me ensinado uma nova e mágica forma de ver as coisas. Nosso mundo é o único lugar em que eu queria estar hoje. E poderia permanecer nele 24 horas por dia, se não fôssemos obrigados a sair de casa e viver em sociedade…risos…

 

PS de 2014:  Se você também quer aprender a cuidar de seu casamento, hoje temos ferramentas que eu ainda não tinha nessa época, mas que têm tudo a ver com minha forma de pensar. Recomendo muito o Casamento Blindado.