Mês: outubro 2015

Para fazer parte do Reino de Deus

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Há quem procure se encaixar no sistema da igreja, se adaptando aos padrões que reconhece. É o natural do ser humano, infelizmente, tentar se adaptar ao sistema, para se sentir parte de algo maior. Isso acontece quando se busca essa conformidade na força do braço. No entanto, o caminho mais difícil, o caminho do verdadeiro sacrifício é abrir mão dessa tendência de se adaptar ao sistema. Não fomos chamados a nos encaixar. Fomos chamados a fazer parte do Reino de Deus e não de um sistema religioso.

Há processos sistematizados para que as engrenagens girem e as coisas funcionem, mas o sistema é um meio e não um fim. Não é o sistema que dirige a coisa toda, é o Espírito. E, às vezes, o Espírito leva você a um lugar nada a ver, a uma função mais nada a ver ainda. Ele não escolhe os acomodados nas caixinhas, nem quem não quer sair do quentinho da zona de conforto. Esses ficam na beira do caminho.

Todo o Reino de Deus foi formado a partir de pessoas que não se encaixavam no sistema. Os mais legítimos outsiders. Abraão. Moisés. Josué e Calebe. Gideão. Jefté. Ester. Neemias. Davi. Jesus. Paulo. Madalena. Amós. Eliseu. João Batista.  E, para citar um nome da atualidade que eu conheço bem, Bispo Macedo.  Me diz o nome de um Herói da Fé com trajetória linear! Que seguiu uma fórmula. Que conseguiu fazer parte do Reino na força do braço. Do Reino a gente só faz parte pela fé.

E, estando o Reino, não há espaço para ficar preocupado com o que os outros vão pensar de você. Ou em agradar a pessoa x ou y. Se eu agradar a Deus, vou agradar a quem é de Deus. Se, no processo, tiver que desagradar aos outros, paciência. Por incompatibilidade de espíritos, provavelmente eu não vou agradar a todos, mesmo. Sou uma ferramenta. Minha obrigação é me manter afiada, atualizada e com a mente aberta. E com coragem para agir sempre que for necessário, ainda que contra o status quo. Ainda que sob protestos. Ainda que com sacrifício.

Sacrifício é renúncia. Renúncia da própria vontade. Já parou para pensar no que é isso? Renúncia da vontade de ficar preocupado com a opinião alheia. Renúncia da vontade de ficar chateado por ter sido ofendido. Renúncia da vontade de interpretar mal uma situação. Renúncia da vontade de ficar remoendo alguma coisa que aconteceu. Renúncia da vontade de ficar se culpando por alguma coisa. Renúncia da vontade de sentir pena de si mesmo. Toda a renúncia de alguma vontade, pensamento ou sentimento deve ser seguida por algo que reafirme seu objetivo.

Eu renuncio à vontade de ficar preocupada com a opinião alheia porque é a opinião de Deus que me interessa. Renuncio à vontade de ficar chateada por ter sido ofendida quando oro pela pessoa que me ofendeu e penso bem dela. Renuncio à vontade de interpretar mal alguma situação quando me esforço para olhar com bons olhos e interpretar de forma positiva. Renuncio à vontade de ficar remoendo algo que aconteceu quando entrego o passado a Deus e deixo lá com Ele.

Renuncio à vontade de ficar me culpando quando peço perdão a Deus e creio no perdão que recebi. Renuncio à vontade de sentir pena de mim mesma quando assumo minhas responsabilidades, deixo de culpar os outros e descubro o que posso fazer para melhorar. O caminho do sacrifício não é arredondadinho, ele é cheio de arestas e a gente corta a própria carne todos os dias, bem feliz, quando mantém os olhos no objetivo. Porque o Alvo a que você busca vale qualquer renúncia que precisar fazer.

 

Não compre as ideias da maioria

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Você procura coisas boas nas notícias, mas não tem coisas boas nas notícias. Coisas boas não vendem. Coisas boas não dão ibope. Coisas boas não geram acessos e compartilhamentos.

E você acredita que aquelas notícias que vê são realmente coisas que você precisava saber. Na verdade, são recortes que alguém escolheu por ter a obrigação de publicar um número x de notícias diariamente. Geralmente copiadas de agências de notícias ou de releases publicitários enviados por assessorias de imprensa. Muito do que você lê como “notícia” é pura propaganda. Isso sem contar as notícias distorcidas para o lado que interessa àquele que manipula suas opiniões sem você saber (que, de certa forma, também é propaganda). E nunca é um lado bom.

De repente, você está do lado da maioria. Se indignando com as mesmas coisas que levam a esmagadora maioria a se indignar. Com ódio das mesmas pessoas que a maioria odeia. Com pena das mesmas pessoas por quem a maioria se compadece. Alguém elegeu as vítimas e os bandidos. E você comprou os rótulos.

Não compre as ideias que você nem sabe de onde vem. Desconfie quando seu discurso começar a parecer com o da maioria. Se apenas uma minoria discorda de você, alguma coisa está errada. Desconfie quando a indignação for maior do que o bom senso. Alguém está manipulando suas emoções, elas são alvos fáceis. Elas dirigem suas escolhas, definem seus votos, modelam suas frases, decidem sua vida. Elas mudam de acordo com as cores que veem. Não permita que tenham todo esse poder.

Não vamos perder o que conquistamos nesses 21 dias. Uma das coisas mais úteis que você pode aprender é a selecionar as informações que consome. Depois de um período de jejum de informações seculares você descobre que não precisa ficar colado 24 horas às suas redes sociais, muito menos conversando o tempo inteiro em grupos do whatsapp. Começa a ver as notícias com outros olhos. Estar “por dentro” dos assuntos mais comentados já não tem mais tanto valor e você descobre que existe uma fatia enorme de tempo na sua vida que pode ser aproveitada com coisas mais produtivas.

Vamos consumir informação secular, sim, mas com moderação. E com o botãozinho do senso crítico ligado.  Assim, conseguiremos nos manter fora do circuito das marionetes e de seus titereiros* e faremos parte da minoria que pensa com a própria cabeça e não se acomoda a opiniões prontas, pré-digeridas e superficiais.

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*Para quem gosta de aprender palavras novas e não conhecia essa, “titereiro” é o carinha que manipula as marionetes. 🙂

PS: Aposentei os telejornais há tempos. Boicoto a rede globo e revista veja não entra na minha casa nem de graça. Vejo notícias na internet e, mesmo assim, escolho com bastante cuidado o que vou ver.  E meu contato com notícias é analítico, envolve um esforço de pesquisa, de apuração, de coleta de dados e seleção de informações. Não saio engolindo tudo o que oferecem por aí, não!

PS2: Vou continuar com os posts diários no blog. \o/ \o/ \o/ Não sumam!