Mês: janeiro 2016

Quer desamarrar sua vida? Comece eliminando esse hábito – Parte 2

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Por trás dos maus olhos pode se esconder uma insegurança. A pessoa vive tão na defensiva que se treina a identificar o pior (ou o que ela interpreta como pior) dos outros na esperança inconsciente (e irracional) de identificar o perigo e se proteger.

A natureza humana nos faz prestar atenção às pessoas. É natural que esse seja um dos nossos maiores focos de interesse. Mas não somos bichinhos dirigidos por sua natureza. Nossas escolhas podem — e devem — estar pautadas em nosso raciocínio. Temos que estar conscientes do que fazemos. Não vamos deixar de nos proteger de pessoas realmente mal-intencionadas, mas é necessário exercitar os bons olhos justamente para conseguir calibrar nossos sensores de criaturas perigosas. Caso contrário, corremos o sério risco de perder completamente a sensibilidade para isso.

Interpretamos com base no que vemos e ouvimos dos outros ou com base em nossas impressões, totalmente manchadas por nossos sentimentos mais ocultos e escuros, nossos medos, nossas dúvidas, nossos traumas. Geralmente projetamos nos outros aquilo que tememos em nós.

A frase atribuída a Carl Jung “Tudo que nos irrita nos outros pode nos levar a um melhor conhecimento de nós mesmos” é verdadeira. O que nos incomoda nos outros e nos leva a olhar com maus olhos, também nos leva a um melhor conhecimento de nós. Porque, sem dados, interpretamos com base no que temos dentro de nós. E isso, para quem vive mergulhado em maus olhos, é um problema. O que nos habilita a interpretar as ações ou intenções dos outros se não temos DADOS verificáveis? E, atenção: “tudo leva a crer” não é um dado verificável. Não é sequer um dado. Hipótese não é prova.

Em 98% das vezes, não temos dados, pois nossa cabeça faz as conexões conforme ela quer. E tira as conclusões que ela quer, com a lógica maluca que ela resolver inventar. Não dá para confiar nos pensamentos, lembra? Também não dá para confiar nos julgamentos.

Deus nos recebe e nos aceita com todas as nossas falhas de caráter, mas, para manter um relacionamento conosco, Ele exige que, pelo menos, nos esforcemos diariamente para nos encaixar no padrão ético do Reino dEle. Você não vai ser infalível, mas precisa sempre fazer o seu melhor para ser uma pessoa melhor. É o Reino de Deus, não é a casa da mãe Joana. Claro que vamos errar vez ou outra, mas isso não pode ser desculpa para enfiar o pé na jaca e fazer as coisas de qualquer jeito.

Em vez de tentar encontrar razões negativas para o comportamento de alguém, por exemplo, por que não tentar encontrar razões positivas? Já que você não tem como saber o porquê de fulano ter tratado mal a outra pessoa, em vez de achar que ele é arrogante, por que não pensa que ele provavelmente teve um dia ruim e acabou descontando por não saber lidar com isso? Então, você se lembra de quando teve um dia ruim e acabou fazendo a mesma coisa. E resolve orar pelo fulano, percebendo que não faz o menor sentido criticá-lo ou mesmo dar continuidade à conversa ou ao pensamento.

É um treino contínuo e eterno, mas fico feliz ao perceber que ouvir uma conversa maldosa hoje me dói os ouvidos. Me agride. Significa que desenvolvi uma sensibilidade que eu não tinha. E estabeleci uma regra radical: só posso falar das pessoas na ausência delas o que puder falar na frente delas (Já fui provada nisso e precisei falar na frente da pessoa…é um excelente incentivo para mudar o padrão de pensamento). Pelo menos, assim deixamos de ser os covardes que “comentam” pelas costas. E passamos a ter mais responsabilidade por tudo o que sai da nossa boca. A forma de pensar realmente muda. De verdade.

Se não gostamos de ser injustiçados, o mínimo que devemos fazer é nos esforçar para não cometer injustiça. Afinal de contas, colhemos tudo o que plantamos.

“Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.” (Mateus 7.12)

Jesus está dizendo aqui que isso é o resumo da Bíblia. Quer acertar? Comece a olhar os outros como gostaria que olhassem você. Ore pelos outros como gostaria que orassem por você. Respeite os outros como gostaria de ser respeitado. Se a pessoa agir assim, não vai matar, não vai roubar, não vai cobiçar a mulher do próximo, nem dar falso testemunho… É tipo uma “pílula dos dez mandamentos”. Aprenda a fazer isso e você vai cumprir um montão de coisas de uma tacada só.

Garanto que vai sobrar mais tempo e energia para tarefas e conversas realmente úteis. Além, é claro, da promessa de que se os seus olhos forem bons, a sua vida terá luz. Vale a pena dizer não para esse tipo de conversa ou pensamento e limpar sua mente desse padrão estragado.

Amanhã tem a última parte dessa série. 🙂

#JejumdeDaniel #Dia12

PS:  Clique aqui para ler a primeira parte da série, caso não tenha lido.

Quer desamarrar sua vida? Comece eliminando esse hábito – Parte 1

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É natural do ser humano querer ser aceito. Não queremos ser julgados. Queremos complacência, misericórdia, amor, atenção e perdão. Sabemos que temos erros (e são tantos!), conhecemos nossas falhas de caráter e, às vezes, estamos conscientes das besteiras que dizemos ou fazemos – às vezes elas nos passam despercebidas, e gostaríamos que as pessoas as desconsiderassem. Ansiamos por aceitação, por compreensão, pois sabemos que, apesar de errarmos tanto, queremos acertar, mas, às vezes, não sabemos como.

Um dos grandes fantasmas de muitos é a opinião dos outros a seu respeito. Alguns são tão frágeis que se sentiriam devastados se ouvissem alguém comentando uma falha deles ou — pior ainda — ridicularizando alguma daquelas besteiras cometidas. Não é por acaso que algo tão simples quanto “falar em público” é apontado como um dos maiores medos das pessoas. Ninguém quer ser julgado, apontado, ridicularizado.

No entanto, estranhamente, muitos dos que anseiam por compreensão e respeito não pensam duas vezes antes de prestar atenção ao comportamento dos outros. Qualquer coisinha é motivo para julgar. E o pior é que nem sempre a pessoa que julga percebe (ou admite) o julgamento.

Há uma frase que me irrita profundamente porque eu também a usava muito (antes de perceber que isso era um problema): “estou só comentando”. Isso era usado como desculpa para tudo. Para reclamar, para fofocar, para julgar, para condenar. Não, não estava reclamando, estava só comentando. Não, não estava sendo maldosa, estava só comentando. E, assim, fechava os olhos para o meu erro.

A primeira coisa que Deus me ensinou para iniciar meu processo de mudança foi justamente o sentido de dois dos (muitos) versículos que eu sabia de cor. Um belo dia, depois de uma oração sincera, li isso:

“São os olhos a lâmpada do corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti há sejam trevas, que grandes trevas serão!” (Mateus 6.22,23)

Todo meu corpo estava em trevas. Por isso estava tudo uma porcaria. Por isso era tão difícil melhorar. Minha vida estava mergulhada na escuridão porque a luz que eu tinha em mim era escuridão. Já pensou o que é isso? Levei um susto. Foi difícil de aceitar. Eu não havia me dado conta de que tinha maus olhos. Porque a gente tem a ideia estereotipada da fofoqueira que fica inventando coisas a respeito dos outros, não é?

A gente acha que fofoqueiro é aquele que inventa, que aumenta, que fica acompanhando a vida alheia sem nada para fazer. Nós pensamos que só gente maldosa tem maus olhos. Só aqueles que querem prejudicar os outros. Eu era uma boa pessoa, gostava de ajudar e pensava, com sinceridade, que “comentar” sobre o óbvio a respeito das pessoas que eu conhecia não era algo tão ruim assim (ainda que, às vezes, usasse uns adjetivozinhos desnecessários para “colorir” minha opinião, não tinha intenção de ser maligna).

Mas entenda de uma vez por todas: o problema não é o que você fala ou o que você faz, o problema é o padrão de pensamento que você utiliza no dia a dia. É o seu padrão de pensamento que vai dirigir suas palavras, ações e reações. Se ele for negativo, você está em trevas e vai tropeçar e cair. Se for um padrão bom, você vai andar na luz. É o que você se treina a pensar dia após dia, nas coisas mais insignificantes, que define quem você vai ser.

É nisso que o mal ganha terreno. Enquanto você está preocupado com as grandes atitudes, com rituais ou “pode isso” e “não pode aquilo”, coisas muito mais importantes passam despercebidas e você vai sendo treinado a fazer a vontade do inferno, sem perceber. Ainda que maus olhos também seja um troço destrutivo para todos que estão ao redor, quem mais perde é você.

Amanhã falaremos mais sobre isso. Por enquanto, esse é o desafio que eu deixo a você: Analise seu interior de forma realmente honesta. Pense um pouco em sua maneira de falar a respeito dos outros e — principalmente — de pensar a respeito das intenções das pessoas e de interpretar os fatos ao seu redor. Em que você tem se focado?

Se alguém o proibisse de falar coisas negativas a respeito de outras pessoas — sejam essas coisas verdadeiras ou não — você teria algum outro assunto com seus amigos?

#JejumdeDaniel #Dia11

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PS: PARA QUEM VAI COMENTAR O POST: Amo receber comentários. Sou uma pequena criatura solitária que mora no alto de uma montanha em um planeta desabitado e fica bem felizinha quando recebe contatos de seres humanos vindos de terras longínquas. Carrego pedras com meus pequenos bracinhos o dia inteiro e escrevo para o blog quando estou quase desmaiando, então é sempre uma alegria saber que o esforço valeu a pena.

O que você precisa saber antes de escrever um comentário aqui: Quando você envia o comentário, ele aparentemente desaparece, mas não se desespere! Na verdade, ele vem para o meu e-mail, pois preciso aprovar todos os comentários antes de eles ficarem visíveis para a humanidade. Nem sempre consigo vê-los logo que os recebo, mas até o final do dia costumo ler e aprovar todos. Leio todos, embora nem sempre responda (desmaio depois de escrever para o blog, lembre-se).

O que não costumo aprovar: comentários ofensivos, agressivos, preconceituosos, comentários que mostrem claramente que a pessoa não leu o post antes de comentar e comentários de gente bêbada (incluindo aí crentes da seita dos adoradores de Benny Hinn e pseudo-ateístas que desligam o cérebro antes de comentar).

E se você não quiser comentar: Não tem o menor problema. Você pode perfeitamente entrar no blog, ler, vasculhar os arquivos, desenterrar posts antigos e saber toda a minha vida sem nunca ter falado comigo. Isso é bem esquisito, mas pode ter toda a certeza de que não julgarei você por esse comportamento. Na verdade, eu nem vou saber rs. E, enfim, entendo perfeitamente quem entra, lê e não comenta (quantas vezes já não fiz isso?). O importante é que os textos o ajudem de alguma maneira.

Fique à vontade! 🙂