Mês: janeiro 2016

Teste de DNA espiritual: quem é filho de Deus?

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O mundo diz que todos são filhos de Deus. Mas de onde raios tiraram isso? Não faço a menor ideia. Da Bíblia, não foi. Até porque ela diz, claramente, que nem todos são filhos de Deus. E não há meio termo. Ou a pessoa é filha de Deus, ou é filha do diabo. Explicando aqui, para evitar que as pessoas leiam “filha do diabo” e imaginem aquela crentona com cara de doida, olhos arregalados, enchendo a boca para dizer: “fiiilha do diaaaaabo”! Para qualquer guria de minissaia por aí. Nãããão! Não é isso que estou dizendo.

Filhos do diabo não são pessoas malvadas, “devassas” (essa palavra é engraçada) ou estereotipadas em qualquer formato que os estereótipos vierem. Como sempre digo, a coisa é muito mais interior do que exterior. Tem muita gente boa por aí que é vítima do diabo porque está sob o domínio dele. Muitas são boas e só fazem mal a si mesmas. Ele é um péssimo pai, odeia seus filhos. Tem muito filho do diabo dentro das igrejas, alguns até pregando o Evangelho e acusando os outros de pecadores e devassos.

Mas…como a Bíblia é fofa, não nos deixa enganados. Ela mesma nos dá condições de nos avaliar para saber se somos filhos de Deus ou não. É um teste de DNA, para checar a paternidade espiritual da criatura. Olha só o que diz nosso amigo João em 1 João 3.7-10 (como sempre, leia com bastante atenção):

“Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como Ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. [Nota da Vanessa: ou seja, quando você pratica o pecado, faz as obras do diabo. E se está fazendo as obras do diabo, está trabalhando contra o Filho de Deus…e se você se diz filho de Deus, por que está trabalhando contra Ele?]

Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus. [Nota da Vanessa: o nascido de Deus não pode viver pecando porque dentro dele agora tem a natureza de Deus, a semente divina, o Espírito Santo. Ele vai agir de acordo com o que tem dentro dele.]

Nisto são manifestos os filhos de Deus e os filhos do diabo: todo aquele que não pratica justiça não procede de Deus, nem aquele que não ama a seu irmão.”

Note que é a atitude que revela quem é filho de Deus e quem é filho do diabo. Olha que fácil de entender. Praticar justiça é obedecer às cláusulas do contrato que fizemos com Deus. Essas cláusulas estão na Bíblia. Pode começar pelos dez mandamentos, mas eles não são os únicos. Entender o Espírito da Palavra nos ajuda a praticá-la (temos feito isso neste Jejum de Daniel). A prática da justiça é a prática da Palavra.

Pecar, todo mundo peca. Não existe um ser humano no universo (no universo, porque, segundo o site How Many People Are In Space Right Now, tem uns 6 homenzinhos no espaço enquanto escrevo este post) que não erre. Ainda que a pessoa não cometa uma atrocidade do tipo matar, roubar ou trair e ainda que nem costume mentir, os piores pecados são os que cometemos dentro de nós, ao deixar os pensamentos errados darem filhotinhos.

Quando ficamos com raiva de alguém e deixamos essa raiva escalar para o ódio, por exemplo. Quando ficamos chateados e deixamos essa chateação virar uma mágoa. Quando nos sentimos injustiçados e deixamos esse sentimento de injustiça virar um desejo de vingança. Quando nos sentimos tristes e deixamos essa tristeza se transformar em desejo de morte. Quando nos sentimos incomodados com alguém e deixamos esse incômodo se transformar em um comentário maldoso. Ou quando fazemos alguma coisa legal e deixamos essa sensação boa se transformar em uma certeza de que somos melhores do que os outros.

Ou quando vemos alguém fazer algo errado e começamos a criticá-lo e acusá-lo (para os outros ou dentro da nossa cabeça, mesmo) em vez de orar por ele e ajudá-lo. Ou quando, mesmo sabendo o que a Bíblia diz sobre alguma coisa, resolvemos seguir nossa própria cabeça ou nosso próprio sentimento, sob uma justificativa qualquer (a mente humana sempre encontra alguma). Ou quando desobedecemos a Deus por uma idiotice qualquer (como medo ou dúvida).

Há uma infinidade de formas de pecar e, enquanto pessoinhas, não estamos livres de nenhuma delas. Porém, pecar em momentos de distração ou bobeira é uma coisa, mas, viver no pecado é outra, completamente diferente.

Viver no pecado é quando essas coisas (não precisa ser todas, basta uma delas) são um estilo de vida. A pessoa que usa a mentira para escapar das dificuldades como padrão de comportamento, a pessoa que usa a vingança e a dissimulação como armas para se defender de uma ameaça, a pessoa que agride verbalmente como se não houvesse amanhã, a pessoa que fica alimentando os monstrinhos da mágoa, a pessoa que é infiel ao parceiro ou a Deus, a pessoa que vive desobedecendo, que não tem respeito pelas outras pessoas, por Deus ou por seu próprio corpo, que se volta contra os outros como se os inimigos fossem de carne e sangue, a pessoa que percebe que errou, mas não se arrepende etc. etc. etc. Se alguma dessas coisas faz parte do seu padrão habitual de pensamento, você tem vivido no pecado.

Biblicamente, filho é aquele que pratica as obras do pai. O caráter de Deus é seu DNA. São esses os marcadores que o teste vai comparar. Se o seu comportamento é semelhante ao comportamento de Deus (misericordioso, amoroso, justo, paciente, benigno, autocontrolado, humilde, racional, voltado principalmente para o espiritual), há grande probabilidade de você ser filho de Deus.

Já se o seu comportamento é semelhante ao comportamento do diabo (impaciente, descontrolado, maldoso, ansioso, orgulhoso, injusto, voltado unicamente para os desejos físicos e emocionais), você não é filho de Deus, porque Ele não tem nada a ver com essas coisas. Para se tornar, deve passar pelo processo que a Bíblia chama de Novo Nascimento, que vai substituir essa natureza torta pela natureza divina e consertar sua cabeça. E conserta, mesmo.

O primeiro passo é reconhecer o erro. Sem reconhecimento do pecado, não há arrependimento e, sem arrependimento, não há novo nascimento.

E, falando em reconhecimento e arrependimento: o fato de eu dizer que todo mundo peca não nos habilita a tolerar pecado em nós. Ser tolerante com o pecado faz com que a gente comece a abrir muitas concessões e, daí para começar a viver no pecado, é um pulo.

Erramos, somos falhos, sim. Mas nossa obrigação é procurar fazer as coisas certas, sem ficar abrindo espaço para o “errar é humano”. Faça de conta que não é e viva buscando acertar, sempre. Se acontecer de errar, não fique se culpando. Reconheça o erro, se comprometa a não errar de novo, peça perdão a Deus e se perdoe, também. E não faça mais. Bem simples, mesmo: Errou? Se conserte e não faça mais. “Vá e não peques mais”. Sem frescura, sem drama.

Nunca seremos perfeitos e muito menos melhores que os outros (na verdade, quanto mais você se enxerga como, de fato, é, mais percebe que não é melhor do que ninguém), mas sabemos que temos condições de dominar aquilo que nos leva ao erro.

Nada é mais forte que a decisão humana. Nem pecado, nem demônio, nem desejos, nem bioquímica. Nada. Não há desculpa para não fazer o que precisa ser feito. Até porque Deus é Quem mais quer que você se torne filho dEle, então vai ajudá-Lo nesse processo, no que for preciso. E continuará lhe ajudando a se tornar a pessoa que Ele quer que você seja, se você decidir se tornar essa pessoa. Olhe para a sua vida…você não tem nada a perder se aceitar o convite dEle.

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#JejumdeDaniel #Dia16

PS: Tenho um problema sério em escrever sobre pecado usando a palavra pecado. Porque, como tantas outras palavras, ela é compreendida sob o contexto religioso da tia crentona (ou catolicona) que descrevi. Aí talvez muitos não entendam e outros tenham resistência a esse tipo de linguagem. Mas não teve como não usar essa palavra e creio que consegui esclarecer o sentido dela no texto. Por isso, coloquei o link para o post “O que é pecado?” – clique se você não viu o link. E espero conseguir libertar muitas outras palavras da prisão religiosa que construíram para elas.

PS2: Mais leitores EPA (Escavadores de Posts Anônimos) comentaram no post anterior. Muitos que eu não conhecia, mas, pela fé, sabia que estavam ali. E outros que eu já conhecia e que fiquei feliz de saber que estão por aqui. Os leitores deste blog são selecionados pelo crivo de milhares de caracteres rs. E terminam a leitura com muitos neurônios a mais, pode crer. 😀 Vocês são a prova de que ninguém precisa ser mentalmente preguiçoso só por viver em 2016. 🙂

PS3: Estou contabilizando os votos para continuar postando diariamente depois do Jejum de Daniel rs. E eu nem sabia que estava tendo eleição! 😀

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A maneira certa de pedir

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Há dois exemplos muito interessantes que Jesus dá quando fala sobre oração e que mudaram minha percepção de como pedir as coisas para Deus. O primeiro deles está em Lucas 11.5-9

“Disse-lhes ainda Jesus: Qual dentre vós, tendo um amigo, e este for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: ‘Amigo, empresta-me três pães, pois um meu amigo, chegando de viagem, procurou-me, e eu nada tenho que lhe oferecer’. E o outro lhe responda lá de dentro, dizendo: ‘Não me importunes; a porta já está fechada, e os meus filhos comigo também já estão deitados. Não posso levantar-me para tos dar’; digo-vos que, se não se levantar para dar-lhos por ser seu amigo, todavia, o fará por causa da importunação e lhe dará tudo o de que tiver necessidade. Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á.”

E a continuação é aquele mesmo trecho do final do post de ontem, que fala sobre pedir o Espírito Santo (é importante sempre entender o contexto dos versículos que a gente lê). Note que esse exemplo não diz que Deus não quer ajudar ou não quer ser amigo. O foco está no comportamento daquele que pede (afinal de contas, Ele usou essa história para nos ensinar a maneira certa de pedir). O que Ele descreve aqui é uma pessoa tão decidida naquilo que quer que não fica com dodóizinho. Porque o “normal” da maioria dos humanos de hoje em dia, que são MEGA dodóis seria ficar chateado com o que o amigo disse.

“Puxa, isso é jeito de falar comigo?” “Ele me mandou não importunar! Nunca mais vou falar com ele!” “Ah, é assim, é? Então não conte mais comigo para nada!” “Puxa, eu não esperava ser tratado assim…”

A razão das pessoas se magoarem e se ofenderem tão facilmente hoje em dia é que somos levados pela nossa cultura atual a nos colocarmos no centro do universo. Nosso umbigo é o sol, ao redor do qual todo o resto precisa girar. Então, se alguém fala de uma maneira mais seca, a pessoa já se sente atingida em seu ponto mais frágil: o ego.

Parafraseando o Ramsés, de Os Dez Mandamentos, o ego grita: “Como OUSA falar assim comigo?”, a emoção aflora, em carne viva. Nessa síndrome de Ramsés, centrada em si mesma, a criatura mal consegue usar sua fé. Não tem como! Porque entra na emoção de tal forma que começa a se achar injustiçada e pensar mal do outro, que o “agrediu”. E a coisa toma um contorno de novela mexicana, porque o que o ser humano mais sabe fazer na vida é drama. E essa é a receita para a praga das trevas tomar conta da vida do indivíduo.

Já o amigo importuno, não está nem aí. Ele sabe o que precisa e está determinado a alcançar. Ele não é mal-educado ou agressivo, é apenas definido naquilo que foi fazer à porta do amigo. É a descrição perfeita da fé que não desiste, que não desanima, que se recusa a ficar chateada ou ofendidinha. O amigo importuno sabe que está sendo chato. Sabe que não tem o menor direito de estar ali na porta do outro à meia-noite. Mas conhece muito bem o Amigo a quem está pedindo. Ele sabe que esse Amigo é bom e que tem o melhor pão do mundo. Então, por saber muito bem quem é o Dono do pão, ele insiste até conseguir.

Em outra ocasião, falando desse mesmo assunto, Ele contou a seguinte história:

“Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer: Havia em certa cidade um juiz que não temia a Deus, nem respeitava homem algum. Havia também, naquela mesma cidade, uma viúva que vinha ter com ele, dizendo: Julga a minha causa contra o meu adversário.

Ele, por algum tempo, não a quis atender; mas, depois, disse consigo: Bem que eu não temo a Deus, nem respeito a homem algum; todavia, como esta viúva me importuna, julgarei a sua causa, para não suceder que, por fim, venha a molestar-me.

Então, disse o Senhor: Considerai no que diz este juiz iníquo. Não fará Deus justiça aos seus escolhidos, que a ele clamam dia e noite, embora pareça demorado em defendê-los? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça. Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?”  (Lucas 18.1-8)

Novamente, aqui Ele não está comparando Deus a um juiz iníquo. O foco é ensinar como devemos agir nossa fé ao clamar a Deus. Ele usa como exemplo o comportamento da viúva insistente que, assim como o amigo importuno não desiste enquanto não recebe a resposta. Mais uma importunadora que passa por cima de seu ego para insistir, focada naquilo que sabe que deve fazer.

Por essa razão, Jesus termina perguntando se quando Ele voltar encontrará fé na terra. Porque o que Ele descreveu é a verdadeira fé: definida, desprovida de nhenhenhém, que não tem vergonha de ser chata. Como a daquela mulher que Ele mesmo elogiou:

“Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. E eis que uma mulher cananeia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. Ele, porém, não lhe respondeu palavra.

E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-Lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ela, porém, veio e O adorou, dizendo: Senhor, socorre-me!

Então, Ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã.” (Mateus 15.21-28)

Note aqui a personalidade de Jesus. Nada a ver com aquele “Jesus” católico com cara de dor de barriga, com peninha das pessoas, fraco e emotivo. Se você ler essa passagem pensando que Jesus era esse da dor de barriga, vai ficar bastante confuso e achar que ela não faz sentido. Mas se entender como Ele é, de fato, vai perceber o que Ele fez aqui.

A demora dEle em atendê-la e a aparente rejeição fez com que a fé daquela mulher se fortalecesse ainda mais. Ela não se importou com o jeito que foi tratada. Não estava nem aí para seu umbigo. Ela tinha total consciência das prioridades e sabia muito bem o que queria. Sua fé era definida. Jamais ficaria magoada, triste, se sentindo vítima. Ela não estava ali na posição de vítima. Estava ali sabendo exatamente a Quem estava clamando. E não sairia sem a resposta.

Não é exatamente o que Ele disse que deveríamos fazer quando deu o exemplo do amigo inoportuno e da viúva chata? Essa é a fé que nos dá o Pão de que precisamos, mesmo de madrugada. Essa é a fé que faz com que nossa causa seja julgada. Essa é a fé que nos dá o Espírito Santo. Essa é a fé que transforma cachorrinhos em filhos. A fé que não busca reconhecimento. A fé que não se vitimiza. A fé que não tem pena de si mesma. A fé que não busca a peninha. A fé que não fica de nhenhenhém. A fé que sabe a Quem está clamando e, por isso, nunca vai desistir.

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#JejumdeDaniel #Dia15

PS: Eu deveria agir naturalmente, com um ar blasé, mas não consigo. Fiquei muito feliz ao ver que alguns escavadores ocultos (e outros nem tão ocultos assim rs) se comunicaram comigo no post anterior 🙂 . Embora eu seja da opinião de que devemos escrever mesmo quando parece que ninguém nos lê (eu creio, pela fé, mesmo, que sempre tem alguém lendo e que para aquela pessoa aquela palavra fará diferença), é sempre uma pequena festa ler depoimentos de leitores para quem este blog tem sido útil. É como encontrar amigos em uma trilha. Estamos no mesmo espírito, juntos na mesma caminhada, nas subidas íngremes, nos lugares escorregadios, aprendendo a permanecer firmes no Caminho. Quanto a quem não comenta: eu amo vocês, mesmo assim rs. Estou convicta de que os leitores deste blog são os melhores do mundo. 🙂

PS2: Coloquei o PS do post anterior em uma página própria, pois achei que seria uma boa forma de explicar a política de comentários deste blog. Está no link Seu comentário sumiu?