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Ele, que é misericordioso

“Ele, porém, que é misericordioso, perdoou a sua iniquidade; e não os destruiu, antes muitas vezes desviou deles o Seu furor, e não despertou toda a Sua ira. Porque Se lembrou de que eram de carne, vento que passa e não volta.” Salmos 78.38-39

Uma das principais características de Deus é a misericórdia e aqui vemos o Seu caráter e o quanto Ele é fofo. Não somos tão pacientes e tolerantes com quem nos irrita, nos provoca, nos desconsidera e nos chama de mentirosos continuamente. Imagina conviver com alguém que reclama de tudo o que você faz, que só pensa em si mesmo e que não se mostra confiável? O povo O ofendia, O entristecia e, mesmo assim, Ele perdoava. 

Deus Se ira e fica indignado, mas Ele não fica alimentando a ira como o ser humano. Ele é manso e humilde de coração, como diz que devemos ser. É claro que não devemos tolerar abuso, mas a reação ao abuso não deve ser de ódio, e sim de afastamento. Coisa que o próprio Deus teve que fazer, diversas vezes, depois de suportar muito tempo de irritação, tentando ensinar a um povo que escolheu não ouvir. E aqui a gente vê bem a diferença de caráter entre Deus e o do povo. Enquanto eles eram povo que não regia o seu coração, Deus Se mostra aqui o próprio autocontrole. Mesmo irritado, Ele os perdoou e não despertou toda a Sua ira.

Isso nos mostra que podemos controlar a nossa ira, o quanto despertamos dela, porque era justamente esse autocontrole que Ele esperava do povo. Então, isso é algo que é possível a qualquer pessoa (mesmo naquele tempo, imagina agora, com o Espírito Santo!). 

Quem não consegue fazer isso é porque tem se treinado a despertar toda a sua ira de uma vez, por isso ela está descontrolada e mal educada. Mas pode, a partir de agora, decidir modular suas reações e não se permitir despertar toda a sua ira quando provocado, até para não ser controlado pelos outros ou pela situação. Porque quem é controlado pelo próprio coração, na verdade pode ser manipulado por quem quer que saiba apertar seus botõezinhos. Se quiser ser realmente livre e independente, tem que decidir dominar seu próprio coração.

Deus não é dominado por ninguém, porque Ele próprio Se disciplina. Ele é soberano, autossuficiente e tem plena consciência de Sua força, de Sua majestade e de Seu poder. Ele sabe que, se não Se controlasse, todo mundo seria consumido, não sobraria um. O que nos salva é que Ele é  bom, benigno, paciente, misericordioso, manso, humilde e domina Sua própria ira. Porém, Ele não é bobo. Também é justo e disciplinado, e estabeleceu regras para que Seu povo também tivesse disciplina, porque viver irritando a Deus e testando Sua paciência não é nada inteligente. 

Deus é justo, Ele não quer destruir ninguém. Mas, por ser justo, Ele não tem como dar o mesmo tratamento e o mesmo resultado ao obediente e ao desobediente, ao justo e ao injusto, ao santo e ao perverso, a verdadeiro e ao mentiroso. Em algum momento, Ele Se afasta e a pessoa fica à mercê do mal, e para voltar vai ter que fazer o que nunca quis fazer: reger seu coração, sacrificar a sua vontade e obedecer

É maravilhoso saber da misericórdia e paciência de Deus, e conhecer Quem Ele é, mas isso deve servir para nos dar ainda mais vontade de agradar a Ele e obedecer, porque é isso que uma pessoa tão legal quanto Ele merece. Jamais devemos abusar dessas qualidades dEle para viver do nosso próprio jeito, achando que, por ser misericordioso, no final Ele vai salvar todo mundo. Isso é tentar manipular Deus (o que não é possível) e é burrice. 

O respeito com relação a Deus vem de compreender que Ele é tão grande e tão poderoso e, mesmo assim, olha para nós, nos entende e nos aceita quando estamos dispostos a aprender com Ele como viver. Porque nenhum de nós sabe viver, meus amigos. Eu já disse isso, mas creio que seja algo importante de repetir. 

Você não sabe, eu não sei, os influencers das redes sociais não sabem, aquele youtuber não sabe, o filósofo não sabe, o professor não sabe, o jornalista menos ainda (jornalista geralmente é o que menos sabe), o sacerdote não sabe, o cientista não sabe (alguns cientistas sabem menos do que jornalistas), o artista não sabe, o religioso não sabe, o médico não sabe, o psicólogo não sabe, o engenheiro não sabe, o sociólogo não sabe (costuma saber menos do que o jornalista), o historiador não sabe… NINGUÉM sabe viver. Porque todo mundo é carne. É vento que passa e não volta. 

Estamos neste mundo batendo a cabeça na parede enquanto tentamos aprender sozinhos, com os vivos ou com os que já se foram e deixaram escrito o que aprenderam. Mas ninguém sabe realmente viver. Só quem sabe como viver é Deus (que criou a vida e todas as coisas) e quem aprendeu com Ele. E o que Ele mais quer é nos ensinar a verdadeira felicidade neste mundo e também depois. Nos ensinar a viver, a lidar com os outros, a nos livrar dos problemas interiores, a entender as coisas dEle, a crescer e nos aprimorar cada vez mais. Quem é inteligente, vai Se aproximar dEle para conhecer a verdadeira vida. E, só aí, começará realmente a viver. 

 

Mais posts sobre o Salmo 78:

1 – Governando o coração

2 – Negando Jesus

3 – Provocando ao Altíssimo na solidão

4 – Mesa no deserto

5 – Rios em abundância

6 – O pão dos anjos

7 – Maus olhos contra Deus

8 – Com a língua Lhe mentiam

 

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Jejum de Daniel, dia 19

 

 

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Com a língua Lhe mentiam

O salmista Asafe continua a contar a respeito da rebeldia do povo contra Deus no deserto:

“Com tudo isto, ainda pecaram, e não deram crédito às Suas maravilhas. Por isso consumiu os seus dias na vaidade e os seus anos na angústia. Quando os matava, então O procuravam, e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. E se lembravam de que Deus era a sua Rocha, e o Deus Altíssimo o seu Redentor. Todavia lisonjeavam-No com a boca, e com a língua Lhe mentiam. Porque o seu coração não era reto para com Ele, nem foram fiéis na Sua aliança.” Salmos 78.32-37

Quando o problema era superficial, o povo só reclamava e irritava a Deus. Ele resolvia o problema, e mesmo assim ninguém Lhe dava crédito. Note, antes de qualquer coisa, que este trecho deixa bem explícito que este tipo de atitude é pecado: “com tudo isto, ainda pecaram, e não deram crédito às Suas maravilhas”. Reconhecimento do que Deus faz é o mínimo que devemos a Ele. 

Por isso o mal tenta logo roubar nossa gratidão ao nos fazer alimentar ansiedade, para que, dando ouvidos à voz dele em vez de dar ouvidos à voz de Deus, nós sejamos levados a pecar, não dando crédito às maravilhas de Deus, quer nos esquecendo do que Ele fez, quer encarando como algo natural.

“Consumiu os seus dias na vaidade e os seus anos na angústia” porque foi a isto que eles se entregaram, à vaidade e à angústia. É o que acontece quando não confiamos em Deus, nos entregamos às coisas vãs, à ansiedade e à angústia que naturalmente sentimos quando estamos dependendo de pessoas, de coisas ou da força do nosso próprio braço. Isso é resultado de focar nas circunstâncias em vez de considerar Quem Deus é e o que Ele faz. 

Quando a coisa começava a apertar de verdade, e eles viam outros morrendo ao redor, resolviam buscar a Deus. Mas mesmo esta busca era movida por sentimento, e não era pura. 

“Quando os matava, então O procuravam, e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. […] Todavia lisonjeavam-No com a boca, e com a língua Lhe mentiam porque o seu coração não era reto para com Ele, nem foram fiéis na Sua aliança.” 

Chegavam a acordar de madrugada para buscar a Deus, então a gente poderia imaginar que aquela busca era sincera, mas aqui Deus afirma que o coração deles não era reto para com Ele. Muito provavelmente porque o seu interior não havia mudado. Eles continuavam dando espaço para a dúvida e para as suas próprias vontades.

A aliança era de guardar os mandamentos e se separar para Deus, sacrificar as suas vontades pela dEle, e isso eles não estavam fazendo. Acordavam de madrugada para orar, até lembravam de que Ele era a sua Rocha e o seu redentor, mas não sacrificavam sua vontade por Ele, não regiam seu coração, não escolhiam o caminho estreito, não negavam a si mesmos. 

Interessante como Deus vê isso. Ele diz que eles O lisonjeavam com a boca, e com a língua Lhe mentiam, porém, garanto que eles achavam que estavam sendo sinceros. A realidade, porém, é que se as suas ações, intenções e pensamentos não acompanharem as suas palavras, seu discurso será visto por Deus como mentira

Está cheio de religioso mentiroso por aí. Acha que adora a Deus Lhe dizendo palavras bonitas, ou cantando musiquinha gospel, mas não obedece à Sua Palavra e no dia a dia quer viver do seu jeito. Ele vê este comportamento como é: mentira.

Não é que atitudes valham e palavras sejam desnecessárias. Atitudes e palavras são igualmente importantes, mas, como já disse e repito mil vezes: não importa o que você diz sobre Deus, nem o que você diz para Deus, o que importa é se as suas palavras estão alinhadas às suas intenções e às suas atitudes. Porque tão ruim quanto chamar Deus de mentiroso é ser mentiroso diante dEle. A boa notícia é que é possível consertar isso. Como sempre, a solução é simples: parar de errar e, a partir de agora, colocar em prática o que sabe que precisa fazer para começar a acertar. 

Mais posts sobre o Salmo 78:

1 – Governando o coração

2 – Negando Jesus

3 – Provocando ao Altíssimo na solidão

4 – Mesa no deserto

5 – Rios em abundância

6 – O pão dos anjos

7 – Maus olhos contra Deus

8 – Com a língua Lhe mentiam

9 –  Ele, que é misericordioso

 

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Jejum de Daniel, dia 17

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