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Maus olhos contra Deus

“Ele lhes mandou comida a fartar. Fez soprar vento do oriente nos céus, e o trouxe do sul com a Sua força. E choveu sobre eles carne como pó, e aves de asas como a areia do mar. E fez cair no meio de suas habitações. Então comeram e se fartaram bem, pois lhes cumpriu o seu desejo. Porém, não refrearam o seu apetite. Ainda lhes estava a comida na boca, quando a ira de Deus desceu sobre eles, e matou os mais robustos deles, e feriu os escolhidos de Israel.”  Salmos 78.25-31

Deus disse que enviaria codornizes o suficiente para que comessem por um mês inteiro. Logo no primeiro dia eles comeram e se fartaram bem, ou seja, já lhes era o suficiente. Mas mesmo assim, não refrearam o seu apetite. Comeram além do limite, só para satisfazer sua vontade de se empanturrar. Lembre-se de que o principal problema desse povo, o que gerava praticamente todos os outros problemas deles, era o fato de não governarem o próprio coração. O problema maior deles era deixar o coração tomar as decisões.

Não refrear o apetite quando já estavam saciados mostrou que eles continuavam se deixando levar por suas vontades. Há diferença entre querer e precisar. Entre vontade e necessidade. Eles estavam se deixando levar pelo coração, depois de Deus já ter dito expressamente para não fazerem isso. Ele fez a vontade deles e eles desobedeceram imediatamente depois! O que mostrou que não tinham mudado em nada. Continuavam não regendo o coração, se deixando guiar por suas vontades e impulsos. Não estavam gratos pelo que receberam. Possivelmente estavam comendo desesperadamente por não saberem se teriam de novo, por duvidarem que aquilo aconteceria mais uma vez.

É o que já havíamos percebido no trecho anterior, a dúvida persistente irrita a Deus, pois O chama de mentiroso, não considera Suas palavras e Sua benignidade. O povo tratava Deus como um cliente arrogante e mal educado trata um garçom em um restaurante. Só reclama, procura defeitos, nada nunca está bom, não é grato por nada, quando recebe até agradece e fica feliz na hora, mas um segundo depois está duvidando de novo. Quantas vezes, por medo, insegurança ou ansiedade já fizemos a mesma coisa?

Qual é a saída desse hábito horroroso? Pelo que vimos até agora, reger o coração, isto é, sacrificar sua vontade para obedecer e confiar em Deus. Lembrar de tudo o que Ele já fez e de Quem Ele é, crer que Ele quer o seu melhor, sempre esperar fantásticos Deus ex machina e ser grato a Ele o tempo todo, mantendo a gratidão mesmo após o milagre. E esperar dEle sempre a resposta, o melhor, o fantástico, o incrível. 

E como se mantém a gratidão mesmo após o milagre? Mantendo na mente o que Ele fez. Não se esquecer é uma decisão que a gente toma. Porque o diabo vai sempre ficar criando situações para nos distrair e fazer a gente se lembrar do problema imediato em vez de se lembrar do que Deus já fez. A gente decide quais memórias vai reforçar em nossa mente. Por isso a importância de fazer todos os dias o que temos feito: meditar na Palavra dEle, e nas obras dEle em nossa vida, fazer anotações para registrar bem e lê-las de tempos em tempos. 

Se estamos hipnotizados com palavras do mal, repetidas muitas vezes em nossa mente, e honrando com nossa memória as coisas ruins que o diabo nos fez o concentrados só no que não temos, consequentemente viveremos sempre mal. É preciso fazer um esforço consciente para manter as coisas de Deus em nossa mente, pois o mundo nos puxa para baixo. Mas não estamos sozinhos nesse esforço. Se entregamos nossa vida a Deus e O buscamos diariamente, Ele nos ajuda a pensar certo e, com o tempo, isso vai ficando mais e mais natural e vamos substituindo a programação das palavras do mal pelas palavras de Deus. 

Há quem veja essas histórias e ache que o erro do povo foi pedir. Ficam envergonhados por estarem incomodados com alguma situação ruim na vida e terem pedido para Deus socorro. O erro não é pedir. Ele nos ensina a pedir, Ele nos diz para pedir, Ele espera que a gente peça. Temos o direito de pedir. O que não temos é o direito de duvidar. 

O problema do povo é que tudo o que faziam — o pedir, o reclamar, e até o comer em excesso — era movido por dúvida, por um olhar mau em relação a Deus. Sim, eles viam Deus com maus olhos, que é o que acontece com quem diz crer em Deus, mas vive ansioso e com medo. Isso é dúvida, isso não é fé. Crer em Deus não é só crer que Ele tem poder para fazer as coisas, crer em Deus é crer que Ele quer e vai fazer as coisas. 

Se você tem medo ou ansiedade, não está crendo. E sinto muito ter de lhe dizer a verdade. Medo e ansiedade são sintomas de que você não está na fé. E a solução para isso é buscar a Deus até que essa CERTEZA esteja dentro de você. Mas não espere que a fé esteja dentro de você enquanto seus dias são dedicados a fazer as coisas do seu jeito, sem considerar o que Deus quer. Quando você se deixa levar pela sua própria vontade, por seu coração, alimentando o seu corpo, as suas vontades e não o seu espírito. Enquanto sua vida for sua, você vai ser levado pelo resultado natural das coisas. Mas a partir do momento em que você verdadeiramente rende sua vida a Deus, se entrega de verdade a Ele, aí começa a viver o sobrenatural. 

Então, quando um problema vier, uma ameaça ou uma mudança que traz insegurança, a sua reação vai ser FALAR COM DEUS imediatamente e entregar aquela nova situação a Ele. E, então, confiar na benignidade e na fidelidade dEle, que prometeu cuidar de você como um pai cuida do seu filho. 

Mais posts sobre o Salmo 78:

1 – Governando o coração

2 – Negando Jesus

3 – Provocando ao Altíssimo na solidão

4 – Mesa no deserto

5 – Rios em abundância

6 – O pão dos anjos

7 – Maus olhos contra Deus

8 – Com a língua Lhe mentiam

9 –  Ele, que é misericordioso

Leia também:  

Deus ex machina

Cada vez que murmuravam, ficavam mais longe do que queriam

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Jejum de Daniel, dia 16

 

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O pão dos anjos

Deus não fez pouco por Seu povo quando o tirou do Egito. Deus os sustentou com o que havia de melhor. Ele lhes deu comida a fartar. Era mais do que suficiente para suprir a necessidade. Era muito mais do que conseguiriam sozinhos. Estavam no deserto, não poderiam suprir para si, mas podiam contar com a proteção e o cuidado do Todo-Poderoso. Mas mesmo sabendo que Ele podia tudo, não creram, nem confiaram. Por quê? Porque olharam mais para a situação do que para Deus. Consideraram mais a circunstância do que o que Deus poderia fazer.

“Portanto o Senhor os ouviu e Se indignou; e acendeu fogo contra Jacó, e furor também subiu contra Israel, porquanto não creram em Deus, nem confiaram na Sua Salvação, ainda que mandara às altas nuvens, e abriu as portas dos céus, e chovera sobre eles o maná para comerem, e lhes dera do trigo do céu. O homem comeu o pão dos anjos, Ele lhes mandou comida a fartar.” Salmos 78.21-25

Não creram em Deus, nem confiaram na Sua Salvação, mesmo depois de tudo o que Ele fez por eles, não só para tirá-los da escravidão, mas também para sustentá-los no deserto. O homem comeu o pão dos anjos. Isto é, Deus providenciou o que nem era para o ser humano. O povo não tinha direito ao maná (afinal, é o pão dos anjos), mas o recebeu pelo amor e misericórdia de Deus, que lhes deu o melhor que Ele tinha para que eles pudessem sobreviver e permanecer saudáveis durante toda a caminhada pelo deserto. 

O pão dos anjos, que é o Maná, representa o cuidado diário de Deus com aqueles que são dEle. É o pão nosso de cada dia, o sustento que vem das janelas dos céus abertas pelo próprio Deus na vida de quem tem uma aliança com Ele. 

E durante todo aquele tempo, até enquanto o povo estava errando, até enquanto Deus estava indignado, o maná continuou caindo, dia após dia, até finalmente se assentarem na Terra Prometida e comerem os frutos da terra. Porque Deus havia empenhado a palavra de que os sustentaria no deserto, a palavra foi cumprida até o fim. Esta é a fidelidade dEle: a certeza de que Ele vai honrar Sua Palavra até o fim. Ele prometeu sustento, então o povo deveria saber que Ele iria sustentar. E eles poderiam confiar. Se entregar. Crer.

Crer em Deus é se entregar a Ele, sabendo do Seu caráter, sabendo que Ele é provedor, que Ele nos ama e quer o melhor para nós. Confiar na Salvação dEle é saber que dEle virá o nosso socorro, não importa a situação que estejamos vivendo, não importa o que estejamos vendo. 

Confiar é se manter firme pela convicção do resultado. É olhar para frente com segurança, por saber Quem Deus é. Tanto crer quanto confiar são o contrário de duvidar, A dúvida mostra que estamos desconsiderando tudo o que Deus é e faz, como se O chamássemos de mentiroso. Por isso Ele Se indignou contra o povo. 

A dúvida recorrente e irritante, que desconsidera tudo o que Deus fez, desperta nEle indignação, como despertaria em nós, caso alguém por quem tanto nos sacrificamos ainda duvidasse das nossas boas intenções e nos julgasse mal. É ingratidão e é sinal de um problema interior muito sério. 

A pessoa que duvida e insiste na dúvida, se mantendo na insegurança, age assim porque não se entregou a Deus de verdade. E, se entregou, pegou de volta e precisa entregar de novo. Porque quando se entrega de verdade, a pessoa obrigatoriamente confia, pois já espera de Deus soluções fantásticas, como o mar se abrindo e pão caindo do céu. E valoriza cada pequena vitória que Deus lhe dá. Ela é grata e não fica só pedindo, reclamando e exigindo.

 Ser grato pelo primeiro presente e expressar essa gratidão leva o presenteador a querer dar mais, porque ficou feliz pela reação de quem recebeu. Dar reconhecimento, dar graças, dar confiança, dar fé, são coisas que estão ao nosso alcance fazer para Deus. Somos gratos quando somos humildes, quando sabemos o nosso lugar e o lugar de Deus. Fazemos o nosso melhor dentro do que podemos, mas não achamos que nosso esforço ou trabalho nos dará o que queremos. O que queremos vem de Deus. Vem dEle todo cuidado conosco. 

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Jejum de Daniel, dia 15

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1 – Governando o coração

2 – Negando Jesus

3 – Provocando ao Altíssimo na solidão

4 – Mesa no deserto

5 – Rios em abundância

6 – O pão dos anjos

7 – Maus olhos contra Deus

8 – Com a língua Lhe mentiam

 

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