Categoria: O que o peixe da vizinha me ensinou

O que o peixe da vizinha me ensinou – parte Final

[Link para ler a parte 1 desta série]

[Link para ler a parte 2 desta série]

Pequeno comentário antes do texto: Não quero peixe não, gente! De jeito nenhum, os meus gatinhos já são responsabilidade mais do que suficiente😳. Essas coisas eu escrevi quando o Corujita estava aqui em casa, porque realmente amei aquele bichinho durante os cinco dias em que ficamos com ele. E achei interessante explorar o que estava pensando a respeito do peixinho, percebendo que era exatamente o que Deus pensa a respeito de quem está na casa dEle, mas ainda não é dEle. Nossa vantagem sobre o Corujita é que podemos escolher ficar na casa de Deus e podemos escolher ser dEle. O peixinho não pode fazer essa escolha. 

Já a vantagem do Corujita sobre nós é que a dona dele é uma pessoa legal, que quer cuidar dele. Nós não temos essa opção. Ou estamos no território de Deus, ou no território do diabo. Não tem nenhum lugar bom e neutro. Ninguém é dono de si mesmo, ou é de Deus, ou é do diabo. E isso não tem nada a ver com a pessoa ser boa ou ruim. Você pode ser uma excelente pessoa, mas ser do diabo porque sua vida gira toda em torno da sua própria vontade, dos seus problemas, das suas opiniões, ou até da vontade dos outros, de ideologia, de religião, mas não de Deus. Você não sabe Quem Ele é, não tem um relacionamento com Ele, não sabe o que fazer para agradar a Ele, ou, se sabe, não faz. (Dica: agradar a Deus não é só frequentar igreja, dar dízimo, oferta, orar diariamente, jejuar e ler a Bíblia. Essas coisas são consequência de uma vida com Deus. Elas não têm, em si só, um poder mágico de transformar alguém em uma pessoa de Deus. Elas são consequência.)

As pessoas lá fora acham que quando a gente diz que alguém é do diabo ou que não é de Deus, está dizendo que esse alguém é ruim ou maligno. Não mesmo! O diabo vai atrás justamente das pessoas boas. Pelas ruins ele não precisa se esforçar, porque já fazem a vontade dele deliberadamente. Mas Imagina a raiva que ele não sente de quem tenta ser legal com os outros? Essas são as maiores vítimas do diabo! Ele não é bacana com quem é dele. O diabo não é legal com ninguém, ele quer enganar e destruir. Há pessoas para quem ele dá coisas, para iludir e enganar enquanto elas fazem a vontade dele, mas o curto espaço de tempo que temos neste mundo não é nada. O principal é a eternidade.

Anotações do dia em que devolvi o Corujita:

Hoje é o dia de devolver o Corujita. O Davison me perguntou se vou ficar bem. Eu disse que vou. Sou adulta, saberei lidar com a partida desse pequeno ser aquático que tanto me ensinou. Minha preocupação é se ele vai lidar bem com o nosso distanciamento, já que passo as manhãs com ele e venho vê-lo várias vezes ao dia (o que tem me garantido muito exercício), e na casa da vizinha ele passa a maior parte do tempo sozinho. Também enchemos a mesa, onde fica o aquário dele, de coisas diferentes para ele ver, uma discreta bagunça que nenhum ser humano adulto normal faria, principalmente um ser humano adulto normal do sexo feminino. 

Dizem que colocar um espelho na frente deles ajuda a exercitar, porque Bettas (principalmente machos) odeiam outros Bettas e logo se abrem, em posição de intimidação. Mas não tive coragem de correr o risco de estressar o bichinho nos poucos dias em que esteve aqui. Foram dias de paz, tranquilidade e muita felicidade. Betta está de férias. 

Terminam aqui as anotações de enquanto o Corujita estava conosco.

Devolvemos o Corujita para a vizinha 😢, espero que ela não tenha se assustado com a gente 😄. Aproveitamos para saber um pouquinho da história. O peixinho é da filha dela, que também estava lá com o filhinho. Eles gostam muito dele e querem cuidar bem, o que já me deixou bem mais tranquila. 

Aceitaram as informações que levamos impressas e pareciam surpresas, mas acho que felizes (ou assustadas, vá saber). Ela tem ajuda da veterinária da loja que o vendeu e já a havia orientado sobre o aquário maior, que vai providenciar. Já tem um aquecedorzinho para ele desde que percebeu que ele estava abatido e ligou para a veterinária, que a orientou a respeito da temperatura. Enfim, acho que com as informações que a gente passou, vai dar para ela pesquisar melhor, mas nos deixamos à disposição (de verdade. Espero que não achem que é por “educação”, não é — não tenho esse negócio de “educação” não hahaha nunca entendi essa “educação” que diz o contrário do que quer dizer).

E, agora, dentro do meu coração, terei de deixá-lo ir. (Corta para a cena da Elza cantando “Let it Go”, em Frozen.) Sim, eu me apeguei ao peixe em cinco dias hahaha. Então, para saber como me desapegar, pensei primeiro em como me apeguei. Não o queríamos de início, mas começamos a pesquisar a respeito, entender o comportamento, conversar sobre peixe Betta e acabamos gostando dele. Isso não é exatamente o exemplo que o Bispo Renato dá no livro Casamento Blindado sobre amor? Está logo na introdução, a parte “É possível resgatar o amor?” quando ele fala sobre Dian Fossey e os gorilas:

“​​Amar não é sentir. Amar é conhecer a outra pessoa, admirar o que você conhece dela e olhar seus defeitos positivamente. Se nos dedicarmos, podemos aprender a amar praticamente qualquer pessoa ou coisa.”

“Meu argumento é que ela aprendeu a amar os gorilas. Qualquer pessoa que ama algo ou alguém começou a amar pelo conhecimento obtido sobre o alvo do seu amor. Há os que amam os animais, outros, as estrelas e astros, outros, soldadinhos de chumbo, outros, arquitetura… Mas todos começaram a amar a partir do estudo, do aprendizado, do conhecimento daquilo ou daqueles que amam. Ninguém ama o que não conhece.”

Pude comprovar isso com o Corujita. Eu não tinha o menor interesse em peixe, mas porque ele estava na minha casa, eu tive que pesquisar a respeito e acabei apaixonada por Bettas. Meu coração chegou até a querer um, mas como hoje em dia é minha cabeça que manda e toma decisões, disse não. Até porque, eu gostei daquele peixinho específico, daquele indivíduo, né? Não dá para substituir por um Betta aleatório. Mas como desbettizar minha cabeça hiperfocada em Betta? Se a gente aprende a amar, a gente também pode desaprender a amar, fazendo o caminho inverso.

Se eu continuasse a pesquisar sobre peixe Betta, a ver depoimentos de aquaristas e ver fotos e vídeos de peixinhos fofos, começaria a alimentar dentro de mim uma vontade de ter um peixe. Mal comparando, é assim que muitas mulheres ficam obcecadas por engravidar. Começam a ver coisas de bebês, a visitar amigas com bebês, a pesquisar sobre gravidez, frequentar grupos de tentantes… A pessoa se enche daquilo que vai, inevitavelmente, ocupar cada centímetro dos seus dias. 

Aí você vê pessoas que chegam à igreja e querem uma nova vida, mas não conseguem se libertar de hábitos e interesses da velha vida. Não é que não conseguem, é que querem deixar de ter VONTADE de fazer aquelas coisas ANTES de parar de fazer, e não é assim que funciona. Na maioria das vezes, a decisão e a atitude têm de vir antes da vontade. É o “negar a si mesmo” que Jesus nos manda fazer e que a Bíblia também nos manda fazer diversas vezes. A mudança de vontade vem com a perseverança na mudança de atitude. Elas dizem que querem mudar, mas continuam se enchendo daquilo que, teoricamente, querem se livrar. Como alguém que diz que quer emagrecer, mas não para de comer compulsivamente.

Parei de olhar os grupos de Betta (só voltei temporariamente porque soube que o Corujita parou de comer — na minha imaginação, por saudade de mim 😢 😄  — e eu precisava saber se era normal ou não e o que poderia ser feito. Depois de alguns dias, ele se recuperou e voltou a se alimentar), parei de seguir páginas de aquaristas, de pesquisar sobre isso e falar sobre isso. E, aos poucos, minha mente foi se desbettizando e voltando a se focar nas outras coisas que eu estava lendo, pesquisando e sobre as quais estava falando. 

Aliás, por isso temos que tomar muito cuidado com aquilo que vemos, ouvimos e seguimos por aí. Aquilo em que nos focamos vai tomar conta da nossa vida. Acho que fiquei mais tempo do que deveria doente porque por um período entrei nessa de ficar pesquisando sobre a doença, frequentando grupos de doentes e me enchendo de…doença! Todo mundo tem sintomas semelhantes e isso faz com que você valide os seus sintomas. 

Para o mundo isso é ótimo, é exatamente o que ele prega, para que você conviva bem com a doença. Eu não quero conviver com a doença, eu quero me livrar da doença. De um mal que a ciência não conhece a cura. Então por que eu estava tentando procurar cura na ciência? Porque estava sendo imbecil. Aí você mascara o defeito da sua fé com aquela frase: “Deus pode usar os médicos” ou “Deus deu inteligência para o homem fazer a ciência”. Mas cadê a ciência que pode me ajudar?

 Porque poucos médicos conhecem, e mesmo o meu médico, que conhece bastante, tem algumas limitações com meu caso específico e não estava conseguindo me ajudar (por “me ajudar”, eu entendo me deixar em uma situação que me permita voltar a trabalhar e a ter a vida normal que eu tinha antes. Por que não? Se sempre tive esse troço, por que conseguia trabalhar e viver normalmente antes e agora parei de conseguir? Não faz sentido para mim). 

Então entrei na ilusão de que, se conseguisse entender tudo o que os médicos sabiam a respeito de todos esses problemas (na verdade, tudo é uma coisa só, mas eles estudam separado), poderia juntar as informações e achar a solução. Pois é, fiz isso. E só perdi tempo. Não confie na ciência. A medicina de 2022 é da idade das cavernas e não pode me ajudar como eu gostaria, nem mesmo aquela que se acha muito mais avançada tem as respostas. Meu socorro está exclusivamente na fé e, na virada do ano, decidi deixar todo esse conhecimento de lado e buscar exclusivamente a fé. Porque a cura existe, só a ciência deste mundo é que não a conhece. Vamos atrás de Quem conhece. 

O tempo que temos é o mesmo e é curto. O tempo que você usa para ver bobagens ou coisas que não te levam ao seu objetivo é o mesmo que você poderia estar usando para ver coisas importantes que te levam ao seu objetivo. Então buscar a Deus, buscar entender, na Palavra dEle, o que Ele quer de você, o que Ele quer que você faça, falar com Ele, ficar no pé dEle até ter as respostas de que você precisa, é o que você deveria fazer com o tempo que tem, principalmente no Jejum de Daniel. Não só se encher de conteúdo, mas fazer alguma coisa com o conteúdo que consome. Vamos falar mais sobre isso durante este Jejum. 

[Link para ler todos os três posts desta série]

[Link para ler os posts das edições anteriores do Jejum de Daniel]

 

PS. Para quem caiu de paraquedas aqui e não sabe, o Jejum de Daniel é um período de 21 dias em que os participantes se abstém de notícias seculares e conteúdos desnecessários para mergulhar na Palavra de Deus, nos conteúdos da fé e buscar o Espírito Santo. Por isso o conteúdo deste blog está exclusivamente voltado para esses assuntos, com posts diários nestes 21 dias.

PS2. Se inscreva em nosso canal privado no Telegram, por onde você pode ser avisado sempre que tiver post novo aqui ou vídeo novo no canal (não desisti dos vídeos, não), segue o link: https://t.me/joinchat/Sc3ZPNTs98TL20OP

 

O que o peixe da vizinha me ensinou – Parte 2

[Link para ler a parte 1 desta série]

Nosso amiguinho está me fazendo ficar sentada perto dele, porque tenho pavor de deixá-lo sozinho, perder a noção do tempo e passar dois dias sem alimentá-lo (diz a lenda que Bettas resistem até cinco dias sem alimentação, mas eu não sabia quando escrevi este parágrafo). Passar algum tempo sentada era impensável até pouco tempo atrás (além da dor na lombar, cervical e sacroilíaca, o sangue ia para as pernas, minha cabeça cansava e eu me sentia exausta rapidamente. Se quisesse escrever, tinha que ser deitada, e, muitas vezes, nem assim). Porém, recentemente, eu tinha decidido que iria me forçar a fazer as coisas que não conseguia, na certeza de que Deus me honraria e eu acabaria conseguindo), mas passar duas horas sentada escrevendo, eu ainda não havia me forçado a fazer. Então o Corujita veio para me ajudar, ser meu personal trainer de ficar sentada. 😄  

Nos primeiros dias, a sacroileíte não gostou, mas eu não perguntei a opinião dela. Agora, está bem mais tolerável e não estou me cansando sentada como antes, já consigo aguentar das cinco até no máximo às sete. Acordo de manhã, vou orar, e depois sento com ele para ler a Bíblia e escrever no caderno o que aprendi. Então, pego o computador e passo algum tempo em um projeto que estava há anos tentando terminar. Ainda não consigo ficar mais do que duas horas sentada, mas três dias nessa rotina já é uma vitória inédita nos últimos anos!

Estou achando que a batida nas teclas do laptop o incomodam quando o aquário também está sobre a mesa. Ele nada para o canto do aquário e fica me olhando com uma cara de “você tá louca?”. E devo estar mesmo, porque tenho certeza de que sei o que este peixe está sentindo ou pensando. Sei, por exemplo, que ele gostou muito da gente, que está feliz (apesar do aquário pequeno), que é muito curioso e está animado com tantas coisas diferentes. Colocamos uma caixa de massinha perto do aquário para ele ver coisas coloridas, e ele gostou bastante, ficou nadando e olhando para o negócio. 

Então coloquei uma boneca perto do aquário e me pareceu que ele achou um horror! Aproximei a mão dela do vidro e ele achou pior ainda. A deixei sentada em cima do caderno. Ele se manteve paralisado, olhando para ela fixamente. Saí para buscar outra coisa e quando voltei, ele continuava paralisado no mesmo lugar. Então tirei a boneca e ele voltou a nadar 😳. E me “disse” (na minha fértil imaginação) que aquele era um negócio muito esquisito. Socorro, tira esse zumbi daqui. Tirei. Mas fiquei pensando nesse meu ímpeto de querer fazer o melhor pelo bichinho. E, como disse no post anterior, em como Deus também tem esse mesmo interesse em fazer o melhor por aqueles que estão ao alcance dEle. 

O aquário tem uma tampa, porque o peixe Betta pula😳. Vimos relatos de pessoas cujos betas foram encontrados do lado de fora do aquário, quase secos! Felizmente, a maioria sobreviveu por seu pequeno órgão de respiração, mas alguns morreram porque seus donos demoraram a ver e Bettas morrem se ficam muito tempo fora da água, então não podem pular do aquário!

Capaz de, se eu avisasse, ele achasse que eu o estava ameaçando com punição, já pensou? “Olhe, se você pular desse aquário, você vai morrer”, porque, né, eu conheço a realidade bem além do que ele conhece, e sei que, se ele pular do aquário, não vai ter água para viver. Mas ele poderia pensar “ah, ela é vingativa! É muito exigente. Não posso fazer o que tenho vontade! Disse que vou morrer se pular do aquário, isto é, ela vai me matar se eu não obedecer”. Oh, céus, que peixe burro ele seria!

É mais ou menos o que muitas pessoas fazem com Deus. Veem a Palavra dEle como ameaça, e não como um aviso de quem se importa. (Na real, quem vê Deus como vingativo, não O conhece e não O entende. Não sabe de Quem está falando. Simples assim.) Não percebem o Seu cuidado e não ouvem os Seus conselhos. Felizmente, Corujita não é assim. Fica bem feliz dentro da sua água e, quando abro a tampa, vem rapidinho, já esperando de mim o alimento. Ele espera que eu o sustente, porque sabe que é o que vou fazer. E, porque eu me compadeço dele, não quero que lhe falte nada. É assim que devemos agir com Deus e é o que devemos esperar dEle. Mas, como eu disse ontem, Ele não pode fazer tudo o que queria por quem não quer ser dEle. O bem que posso fazer pelo Corujita é limitado, não porque eu não queira fazer o bem ou porque eu queira limitar esse bem, mas porque ele não é meu. 

Ah, se ele fosse meu… Se fosse, eu o colocaria em um aquário maior e melhor equipado, com tudo o que ele precisa para ficar feliz, o manteria limpo e trocaria parte da água com a periodicidade adequada, o alimentaria duas vezes ao dia, faria tudo que estivesse ao meu alcance para mantê-lo bem por todo o seu tempo de vida. Aí me lembro de Deus, falando sobre Sua vontade para o Seu povo:

“Ah! se o Meu povo Me tivesse ouvido! Se Israel andasse nos Meus caminhos! Em breve abateria os seus inimigos, e viraria a Minha mão contra os seus adversários. Os que odeiam ao Senhor ter-se-lhe-iam sujeitado, e o seu tempo seria eterno.Eu o sustentaria com o trigo mais fino, e o fartaria com o mel saído da rocha.” Salmo 81.13-16

Ou seja, se o povo dEle o ouvisse, Ele faria tudo o que estivesse a Seu alcance para vê-los bem. Ele só pode fazer isso por quem é dEle, por quem ouve e obedece a Ele. Pelos outros, o bem que Ele pode lhes fazer é limitado, não por Ele ser limitado — pois não é — mas porque eles não são dEle ou não obedecem a Ele. Para ser de Deus, temos de ouvir, obedecer, andar em Seus caminhos diariamente. A cada escolha, a cada decisão, a cada atitude, a cada reação, a cada pensamento. Dedicar a Ele tudo o que somos e temos. Mergulhar no aquário dEle e de lá não sair.

Se o Corujita fosse meu, eu daria a ele o melhor. E isso não porque quero um peixe, ou porque ele é legal, bonito ou por algo que ele fez. Eu iria querer tê-lo em casa para fazê-lo feliz, porque valorizo aquela vidinha, mesmo sendo tão menor que eu, tão diferente de mim. E não porque eu precise, não por mim, mas por ele. Para dar a ele, ainda que me custe. Ainda que eu não precise de mais uma vidinha sob minha responsabilidade. Esta vidinha existe e eu quero cuidar dela. E comecei a me dar conta de que aqueles pensamentos não eram meus em relação ao peixe. Eram de Deus em relação às pessoas que estão na casa dEle, mas ainda não pertencem a Ele.

Porque Corujita está na minha casa, mas não é meu, não posso fazer por ele tudo o que eu gostaria. Mas tenho alguma responsabilidade sobre ele (não como se fosse meu, mas tenho), alguma coisa eu posso fazer, porque ele está na minha casa. Mas a partir de quarta, ele não estará mais na minha casa. Não estará mais sob minha responsabilidade e eu não vou mais fazer por ele o que podia fazer quando estava aqui. Porque além de não ser meu, não estará comigo. E só o que posso fazer é esperar que ele fique bem e que possa auxiliar à distância (mas à distância posso fazer bem menos do que estando na minha casa). E que, na próxima viagem da vizinha, ele possa ficar conosco mais uma vez.

Então percebo por que o mal se esforça tanto para tirar a pessoa da igreja, quer seja levando para o mundo, quer seja levando para uma igreja religiosa, que não seja casa de Deus, mas que dê um enganoso conforto psicológico (por algum tempo). Estando longe, o que Deus pode fazer por ela se limita ainda mais. Depois de devolver o Corujita, a única coisa que pude fazer por ele foi orientar à distância. Davison ajudou a trocar a água no dia em que chegou lá e ela estava turva. Dei informações quando ele ficou sem comer. Mas se nossa vizinha não estivesse empenhada em fazer o melhor por ele, o que poderíamos fazer estando tão longe? Nada. 

Não importa o que você esteja passando. Não importa o que lhe venha à mente. Não importa o que aconteça, não se afaste de Deus. Aliás, pelo contrário, decida se aproximar ainda mais. Quanto mais complicadas as circunstâncias, mais você busca a Deus, mais se dedica a Ele, e não menos. É assim que funciona, caso você não queira cair na armadilha do diabo no meio da tormenta. E digo isso por experiência própria. Você sai do perrengue mais forte, melhor do que antes e bem mais preparado para finalmente passar de fase. 

 

[Link para a terceira — e última — parte da saga]

 

PS. Fiz essa comparação entre a minha casa e a casa de Deus, e a minha atitude e a atitude de Deus, não por achar que só eu poderia cuidar do peixinho, obviamente. Era só uma analogia tosca (porque, né, Deus cuida da gente muito melhor do que eu poderia cuidar do Corujita), mas em que eu pensei enquanto ele estava aqui e me ajudou a entender melhor. Fora da minha casa, quem deve representar Deus na vida do Corujita é a dona dele, essa é a responsabilidade dela. Aliás, para isso fomos criados, para representar Deus neste mundo e administrar a Criação como representantes dEle. O ser humano, depois que caiu, perdeu essa noção e, por isso, sem conhecer Deus e sem se interessar por Ele, anda perdido por aí, sem saber o que veio fazer neste mundo. E não estou dizendo que a missão do ser humano é cuidar da natureza, simplesmente. Não adianta nada cuidar da natureza a partir dos critérios humanos, em uma vibe ambientalista. Não tem nada a ver com isso. O papel do ser humano é ser representante de Deus neste mundo. Mas como ser representante de Deus se não O conhece? Pensando bem, talvez este assunto mereça um post só para ele. 🤔

PS2. Um mês depois, continuo conseguindo passar de uma a duas horas sentada, escrevendo, pela manhã. Ainda com bastante esforço, mas tem que se esforçar, não tem jeito. Qualquer resultado, em qualquer coisa que nos seja difícil, só vem com esforço e persistência. Consegui manter a rotina da manhã mesmo nos dias em que passei muito mal, com exceção de alguns dias em que precisei adaptar. Para superar, a gente tem que, na fé,  ser mais teimoso do que o problema.

PS3. Mesmo quando terminar a saga do peixinho, as postagens diárias do Jejum de Daniel vão continuar.

PS4. Tem uns três assuntos nesse post, eu sei hahaha. Mas estou assim. Bastante coisa em que pensar. 

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