Categoria: Perguntas dos leitores

Como se lembrar da Palavra de Deus

“Vanessa, leio quase todos os dias os seus posts, mas no dia a dia Eu acabo esquecendo da Palavra de Deus, e quando percebo, já estou navegando longe dos pensamentos de Deus….”

Mariana

Ué, e o que você tem feito o dia inteiro durante o Jejum de Daniel? Se você não colocar, conscientemente, esses pensamentos na sua cabeça, eles não vão ficar lá. Você está esperando que o conteúdo faça a mágica de colar na sua cabeça por conta própria? É a gente que escolhe para onde nossos pensamentos vão. Se percebe que eles estão longe, traga para perto de novo. E vá fazendo isso até que eles aprendam onde devem estar. É como domar um cavalo. Se você deixa correr solto, como vai controlar?

Achei muito legal esse comentário do Vinícius, que já acompanha o blog há algum tempo, e deixou esse recado, vou deixar que ele responda à Mariana quem mais tiver dúvidas de como aplicar o que aprende por aqui:

“Meu testemunho ainda está em construção, mas acredito que muito em breve eu poderei contar ele completinho para vocês. Mas é nítido o crescimento, o desenvolvimento e o amadurecimento da minha fé nesses últimos meses. Coisas que para mim antes eram problemões passaram a ser enxergadas por mim como de fato são: insignificantes e sem valor. E outras que ficavam meio de lado passaram a ser prioridades na minha vida. E com esse ajuste é impossível não ver resultados. 

Minha dica pra quem está chegando agora é que use os textos como estivesse em uma aula no colégio. Estude, mesmo. Medite, reescreva, faça anotações, deixe eles posicionados perto de você pra poder olhar ao longo do dia (tenho um aviso enorme perto de mim escrito: “Pensar é uma escolha. Você escolhe seus pensamentos. Escolha bem”). Tudo pra que você consiga colocar essas palavras e o espírito que está nelas dentro da sua cabeça. Uma coisa eu posso garantir: FUNCIONA!”

Vinícius Silveira

Esse método realmente funciona! É o que uso também com a Bíblia, com os livros, as reuniões da igreja e o conteúdo do Bispo Renato, por exemplo. Medito, reescrevo, faço anotações, releio o que escrevi, deixo sempre por perto e, de tempos em tempos, volto às anotações passadas para revisar. E, obviamente, coloco em prática o que aprender. Ao agir desta maneira, você mostra que está realmente crendo, a ponto de sacrificar seu tempo e sua inércia mental. Você começa, intencionalmente, a sintonizar seus pensamentos nos pensamentos de Deus. 

Mas uma coisa é certa: você só vai fazer isso quando se conscientizar de que o mais importante na sua vida é a salvação da sua alma. E que da Palavra de Deus depende a sua vida tanto aqui neste mundo quanto depois, na eternidade. Se você tem essa consciência, não aceite mais viver no modo automático. 

Aliás, Deus ensinava exatamente isso aos reis que governariam Seu povo:

“[…] Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, então escreverá para si num livro, um traslado desta lei, do original que está diante dos sacerdotes levitas. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, para guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, para cumpri-los;

Para que o seu coração não se levante sobre os seus irmãos, e não se aparte do mandamento, nem para a direita nem para a esquerda; para que prolongue os seus dias no seu reino, ele e seus filhos no meio de Israel.”

(Deuteronômio 17.14-20)

E também não é por outro motivo que diz em provérbios:

“Filho meu, guarda o mandamento de teu pai, e não deixes a lei da tua mãe;
Ata-os perpetuamente ao teu coração, e pendura-os ao teu pescoço.
Quando caminhares, te guiará; quando te deitares, te guardará; quando acordares, falará contigo.” (Provérbios 6.20-22)

Pendura no teu pescoço, isto é, mantenha o mais perto possível de você aquelas palavras que você sabe que vão ajudar e guiar os seus passos. Aquilo que você quer que o acompanhe durante os seus dias, coloque dentro de você e carregue por onde você for. E essas não são as únicas passagens Bíblicas sobre o assunto. Várias vezes Deus orienta a escrever, reescrever, colocar perto de você, ler mil vezes, manter diante de seus olhos e em seu coração. É responsabilidade nossa fazer isso. 

 As coisas de Deus devem ocupar os nossos pensamentos. Mas elas não vão para lá sozinhas. É nossa responsabilidade colocá-las em nossa mente, diante de nossos olhos e em nossos pensamentos todos os dias. E quanto mais longe de Deus você estiver, ou quanto mais envolvido com os cuidados deste mundo e as ansiedades do dia a dia estiver, mais difícil isso vai parecer. Persevere. É como se desintoxicar e fazer um tratamento com alguma substância benéfica: pode demorar um tempinho para ver o resultado, mas valerá a pena.

 

.

PS. Estou postando também no Instagram, me siga por lá também, clique no link:  @vanessalampert

Leia também:

O tesouro que você tem na estante

Sua responsabilidade

A excelência da sabedoria

Aprenda a fazer isso direito e mude sua vida

 

 

 

#JejumDeDaniel  #Dia12

Estamos em uma jornada de 21 dias de jejum de informações e entretenimento chamado Jejum de Daniel. Durante esses dias, os posts no blog serão voltados exclusivamente para o crescimento espiritual e a busca pelo Espírito Santo. Leia este post (clique aqui) para entender melhor.

 

Seu comentário sumiu? Clique aqui e entenda o porquê.

Sobre a saída de pastores (Perguntas dos leitores, Parte 2)

photo_2020-02-02_17-00-44

Samara Brion – Gostaria que falasse sobre saída de pastores do nosso meio. 

Vejo como natural. Já tinha maluco saindo da obra na época de Jesus, a ponto de Ele chegar a perguntar para os discípulos: “e vocês? Também vão sair?” olha só:

“Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com Ele. Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho do Deus vivente. Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.”

(João 6.66-71)

Note que a Bíblia diz que “MUITOS dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com Ele”. Isso não depõe contra o ministério de Jesus, apenas contra os malucos que saíram. Na época dos apóstolos, depois que Jesus ressuscitou, também era frequente a deserção. O apóstolo Paulo reclama disso várias vezes nas cartas, às vezes citando nomes. Gente é um negócio complicado, onde tem gente, tem problema, porque cada um tem uma cabeça, as pessoas fazem escolhas estúpidas e criam situações que não deveriam existir. 

 Na igreja sempre teve isso, desde a época de Jesus, a diferença é que agora temos a internet, ficamos sabendo das coisas muito rapidamente e dá a impressão de que os casos estão em maior número ou mais frequentes, mas é só impressão. Antes a gente ficava sabendo só quando alguém contava e, às vezes, anos depois…sim, eu vivi a era pré-internet #TiaVanessaÉumDinossauro. E mesmo nos primórdios da internet, as coisas demoravam a se espalhar. Hoje, com as fake news a galope nas redes sociais, as coisas às vezes se espalham antes mesmo de acontecer rs.

E tem o pessoal da agência de marketing do inferno que adora juntar esses casos (e inventar mais uns outros) para parecer que estão saindo mais pastores que antes, o que é uma estratégia. Se falam “muitos casos” ou em “aumento de casos”, citando um punhado de nomes, as pessoas tendem a repetir isso como se fosse verdade, mas é falta de pensar. Citando o livro “Rápido e devagar”, na parte que fala sobre heurística da disponibilidade: “As pessoas tendem a estimar a importância relativa das questões pela facilidade com que são puxadas da memória — e isso é amplamente determinado pela extensão da cobertura na mídia. Tópicos mencionados com frequência ocupam a mente mesmo quando outros fogem à consciência.”,  no caso em questão, quanto mais se fala sobre alguém ter saído (e a fofoca faz o papel de “mídia”, mas no nosso caso além da fofoca às vezes tem a mídia mesmo), maior parece a questão, como se os casos fossem mais frequentes porque estamos ouvindo falar mais neles. A estratégia de maketing do inferno é juntar casos não relacionados e alardear como se isso fosse indicativo de alguma coisa, mas é só isso mesmo, estratégia de manipulação (de haters que querem ganhar relevância). 

O que me lembra um trecho de outro livro, com o sugestivo nome de “Como mentir com estatística”, que escancara algumas estratégias de manipulação de dados: “Morreram mais pessoas em aviões no ano passado do que em 1910. Portanto, os aviões modernos seriam mais perigosos? Isso não faz o menor sentido. O número de pessoas que pegam aviões hoje em dia é centenas de vezes maior, só isso”. Da mesma forma, juntar, sei lá, cinco ou dez casos de pastores que saíram e tentar criar alguma celeuma com relação a isso, ignorando o fato de que hoje as informações chegam a nós com muito mais rapidez e que a igreja está absurdamente maior do que poucos anos atrás e, portanto, tais casos são estatisticamente irrelevantes (assim como desprezar inúmeros outros fatores envolvidos em cada um dos casos) é, no mínimo, desonestidade intelectual.

O que acho importante dizer — essencial, na verdade — é que, dependendo da conversa, a gente não deveria sequer se interessar por esse tipo de assunto. Sério mesmo. Eu não gosto de perder tempo com conversa sobre se pastor x saiu, se bispo y está de banco, porque é um modo muito rasteiro de se lidar com as coisas da igreja. Não sei se me faço entender. Igreja não é clube, não é grupinho (principalmente a Universal), os pastores estão fazendo um trabalho sério, focado em ajudar as pessoas, Deus fala comigo lá dentro, vou buscar a orientação dEle e prestar meu culto a Ele, ninguém tem tempo para gastar com fofoca porque a qualquer hora a gente pode morrer ou Jesus pode voltar e a gente tem de estar bem para subir com Ele. Esse é o tipo de coisa que surge para desviar a atenção.

Ter ficado com tão pouca energia física e mental me ensinou a não desperdiçar energia e tempo com o que não acrescenta. É como se você fosse um celular com 4% de bateria. Em que você gastaria? A gente tem de aprender a alocar nossos recursos no que realmente dá retorno. Nossa bateria espiritual é um recurso preciosíssimo que pode se gastar facilmente se ficarmos perdendo tempo com coisas “de baixo”. A diferença entre a bateria espiritual e a física é que a gente não sente quando gasta. Se não cuidarmos racionalmente da nossa bateria espiritual, de modo intencional e consciente, ela vai enfraquecendo e só perceberemos quando ela estiver zerada — ou nem perceberemos,  algumas pessoas entram em “coma espiritual” sem nem se darem conta. Então, é melhor tomar cuidado redobrado.

É mais ou menos o que ensina o apóstolo Paulo, em Colossenses 3: “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra”. Eu tenho dedicado meu tempo a pensar nas coisas que são de cima. O tempo que dedicaria a ficar debatendo a vida de quem saiu é o mesmo tempo que eu tenho para meditar na Palavra de Deus, trabalhar nas mudanças que tenho a fazer no meu interior ou ajudar alguém que está precisando. A dica é: mantenha distância de quem se aproxima só para conjecturar a respeito da vida de alguém da igreja (seja pastor ou não, tenha saído ou não), como se falasse de alguma celebridade. Na verdade, mantenha distância de quem fica falando da vida alheia, em geral.

É claro que fico chateada quando vejo algum bispo ou pastor de quem eu gostava saindo da obra. Sei que esse tipo de coisa não acontece de uma hora para outra (se você ainda não leu o livro “O Resgate”, do Bp. Sérgio Corrêa, leia, porque ele explica direitinho isso) e coloco minhas barbas de molho, porque se eles, que estavam há tanto tempo no Altar, foram enrolados assim, o que sobra para mim? É mais uma prova de que não dá para bobear e não dá para perder tempo com fofoquinha, ressentimento, inutilidades e coisas do tipo. O segredo para se manter sempre firme na fé é permanecer focado nas coisas do alto, seguindo a ética da Palavra de Deus, buscando a Ele sempre com sinceridade e humildade. Quem seguir isso, vai orar por quem saiu, e seguir em frente, olhando sempre para onde deve olhar: para cima. 

E fica o alerta:

“Irmãos, não sejais meninos no entendimento, mas sede meninos na malícia, e adultos no entendimento.”

(1 Coríntios 14.20)

.

.

.

.

PS. A resposta acabou ocupando um post inteiro, então coloquei sozinha aqui, depois vem a parte 3, com mais perguntas e respostas. Próximos assuntos: fé, gremlins e livros 🙂