Categoria: Visão de mundo

Confie no Roteirista

Às vezes acompanho os comentários das pessoas sobre a série Reis e vejo alguns desavisados indignados sobre um ou outro acontecimento, dizendo que não foi assim que aconteceu, ou que não deveria ser de tal jeito, mas sim de outro. Mas, conhecendo toda a história e entendendo as conexões que os roteiristas estão fazendo, é possível perceber que tudo o que está acontecendo e que parece “errado” ou que parece não fazer sentido na hora, vai levar até o que deveria acontecer. Os acontecimentos vão construindo novos acontecimentos e justificando futuros resultados. 

Em vez de ficar reclamando e apontando defeitos que não existem, essas pessoas deveriam simplesmente sentar e assistir, esperando para ver aonde aqueles acontecimentos levarão a história. Histórias bem escritas são assim, porque a vida também é assim. As coisas não surgem do nada, elas vêm como resultado de diversos outros acontecimentos, que se combinam e encaixam. E quando é Deus que está responsável pelo roteiro (quando você entrega determinada situação nas mãos dEle), Ele cria um muito bem escrito, que fará todo o sentido depois. 

 A fé continua, a luta continua, mesmo diante de adversidades. A fé, aliás, se fortalece justamente nos momentos de adversidade. É quando acontecem coisas fora da nossa vontade e de nossos planos que nossa fé é exigida, para que confiemos no que não conseguimos ver ainda. Confiamos nAquele que vê o que não vemos. E essa confiança nos faz estar em paz, em todos os momentos. 

Nem sempre nossa vontade será feita, e é por isso que a única fé que realmente funciona e é capaz de sustentar alguém é a fé sacrificial. A fé que leva a pessoa a negar a si mesma, tomar a sua cruz e seguir a Jesus. Negar a si mesmo  também é negar sua vontade de se entregar à frustração e ao medo quando alguma coisa acontece diferente do que você esperava ou sai do seu controle. Você tem a certeza de que Deus sabe o que faz e que, ainda que não esteja entendendo na hora, um dia entenderá. A fé verdadeira, a fé que funciona, é também confiança. 

Nossa obrigação, diante de algum desafio da vida, é sempre colocar toda a nossa força naquilo que a gente crê, tendo CERTEZA do resultado, independentemente do que vê ou sente. Não cogitando o resultado contrário em momento algum. A regra é que, se aquilo em que a gente crê estiver de acordo com a vontade de Deus, vai acontecer. Principalmente se é algo que Ele já disse que nos daria, como cura, salvação, Espírito Santo, vitória sobre nossos inimigos, etc., não precisamos ficar abrindo espaço em nossa mente para dúvida, pensando “ah, mas e se não for da vontade de Deus?”. Se não for, a gente vai descobrir depois, e depois a gente lida com isso. A resposta é dEle. Nossa obrigação é pedir e crer que Ele vai fazer, sem duvidar. 

Em alguns casos, porém, mesmo tendo essa convicção inabalável, aquilo em que críamos não acontece. Ou, pior, acontece o contrário. Mas se você creu, confiou, se orou, jejuou e fez tudo o que era possível fazer e o resultado foi contrário, você fica tranquilo, mesmo que pareça não fazer sentido na hora, porque sabe que, se fez tudo o que tinha de fazer e não duvidou, não foi nem o diabo e nem a sua dúvida que atrapalhou o resultado. Confiando no Roteirista, você então aguarda os próximos capítulos, entendendo que a história não terminou. 

Você entende que a vontade de Deus, naquela situação específica e naquele momento específico, era diferente da sua. E, por saber que Ele é justo, benigno e perfeito, confia no movimento que Ele fez, se submete à vontade dEle e continua orando, confiante que o final da história dará sentido a todo o resto. A Bíblia diz que melhor é o fim das coisas do que o começo. Então, mantenhamos a nossa fé, a nossa paz e a nossa alegria. Que, aliás, ninguém pode tirar. 

As coisas estão nas mãos de Deus, e precisamos entender que, por mais que algumas pareçam favorecer a injustiça, Deus não é injusto. Então, precisamos esperar para ver o que vai acontecer nos próximos capítulos. Como eu disse, confiar no Escritor, para, depois de ter lido todo o livro, entender os seus porquês. 

 

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A multidão do abismo

Assim é o mundo. As pessoas marcham em direção a um imenso buraco, sem pensar, sem enxergar o que estão fazendo, sem desacelerar. Simplesmente caminham pelos seus dias, em ritmo acelerado, envolvidas com tantas coisas inúteis, presas a seus celulares, às notícias que alguém decidiu que elas deveriam saber, à visão de mundo que lhe apresentaram como verdade, às suas opiniões, aos seus problemas, às picuinhas do dia a dia, aos cuidados desta vida, a tantas informações que vêm de todos os lados. 

Achando que seus problemas e seus prazeres são tudo o que há no mundo, as pessoas seguem rumo ao abismo. Obcecadas em seguir o que todos estão seguindo, fazer o que todos estão fazendo e falar como todos estão falando, elas seguem, obstinadamente, em direção ao imenso buraco.

E para lá está indo a maioria. Pela porta larga, pelo caminho espaçoso, pelo caminho de menor esforço, que não exige sacrifício. Que APARENTEMENTE não exige sacrifício. Só para descobrir que o sacrifício está no final. O sacrifício é ela mesma, sendo lançada daquele precipício para algo muito, muito pior. Mas a multidão continua indo para lá. 

Enquanto todo mundo anda, frenético, sem pensar, quem tenta fazer diferente é olhado com desconfiança. Como pode achar errado fazer o que todo mundo está fazendo? Como pode discordar? Sua existência ameaça a placidez com que os outros se dirigem ao abismo. A multidão do abismo não quer cogitar que está errada. Quer continuar seguindo sua obstinação, sem ser contrariada.

Mas por mais que a multidão do abismo se revolte contra quem quer fazer diferente, por mais que se coloque como inimiga e ainda que queira destruir quem escolheu o caminho estreito e dele precisa falar — não faz o menor sentido o povo do caminho estreito aceitar a briga contra as pessoas. 

Como ficar com raiva de quem está caminhando para o abismo? Como não amar quem, sem saber, se dirige para a destruição? Como pensar mal de quem tem sido enganado para a morte? Como não querer resgatar essas pessoas? Como não querer dedicar a própria vida para salvá-las? Diante de alguém que corre para a morte, a única reação possível é querer salvar. Você não quer saber quem é a pessoa, o que ela fez ou deixou de fazer. Você só quer salvar.

Fazer-se tudo para com todos, para, por todos os meios, salvar alguns. Nem todos vão acreditar, nem todos vão aceitar, mas não importa. Nossa obrigação é avisar. É ser a mão estendida, a apontar o caminho certo. O caminho que é difícil, estreito, apertado, mas que vai levar à verdadeira felicidade. O caminho que exige o sacrifício de muitas vezes deixar de fazer a própria vontade para fazer o que é o certo. Mas que, no fim, nos garante a vida. A verdadeira vida. Que não nos ouçam, que não nos entendam, que nos critiquem, que sejamos mal interpretados, não importa. Alguém vai ouvir. Alguém vai entender. Alguém será salvo.

Nem sempre eles querem ouvir. Nem sempre perguntam. Nem sempre podemos dizer. Mas quando não ouvem, ou quando nossa voz não é suficiente, podemos orar por eles. Por aqueles que nos perseguem, que nos odeiam, que nos desprezam, mas que estão caminhando, rindo e confiantes, para o abismo. Por aqueles que até nos amam, mas que não entendem nossa linguagem. Orar para que sejam alcançados, ainda que não por nós. Orar para que tenham chance. Orar para que aproveitem a chance e escapem do abismo. Orar para que despertem a tempo. 

A escolha deles não é nossa responsabilidade. Mas o anunciar, é. O orar para que tenham chance, é. É nossa responsabilidade olhar para cada um deles como Deus olha. Sabem tanto da ilusão que este mundo apresenta e tão pouco da vida de verdade! Como ter raiva deles? Como guardar mágoa? Como focar em nossos interesses? Como ser egoísta? Como viver a paz que recebemos, sem querer anunciá-la, enquanto tanta gente está sendo torturada pelo mal a caminho do precipício? 

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PS. Pensar nessas coisas nos ajuda a manter o foco no lugar certo.  

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