Mês: novembro 2020

Andressa Urach me fez mudar de ideia Parte 3. Será que ela recebeu o Espírito Santo?

A resposta rápida à pergunta do título: espero que não (o prognóstico seria muito pior se ela tivesse recebido). E acho que não, sinceramente. Já vou explicar. Não invalido a mudança que ela teve, de modo nenhum (você vai entender), minha opinião pessoal a respeito da Andressa é que era uma pessoa complicada, que foi sincera com Deus e quis mudar, mas que não chegou a receber o Espírito Santo, talvez por apressar as coisas. Vou colocar aqui alguns trechos do livro “Desejos da alma” que, junto com outros dados, me levaram a essa conclusão. A intenção aqui não é falar mal da Andressa, mas ajudar outras pessoas a se avaliarem, saberem o que devem procurar em si para não se enganar sobre ter o Espírito Santo e também a entenderem toda a situação.

Este texto faz parte de uma série que fiz para analisar uma postagem que a Andressa escreveu anunciando que estava saindo da Universal — e que teve grande repercussão antes de ela apagar. Se você ainda não leu as duas primeiras partes, recomendo que leia. Clique aqui para ler a parte 1 e clique aqui para ler a parte 2

Vou repetir todas as vezes: não é minha intenção defender a igreja, mas sim, defender a minha fé. A igreja Deus defende, como tem feito durante todos esses anos (caso contrário, ela nem existiria mais, já que é atacada por gente muito poderosa há pelo menos 30 anos). E também para que os sinceros entendam o que está acontecendo e, principalmente, vigiem a si mesmos, para que não caiam. Ter o Espírito Santo também não é garantia de que a pessoa não vai cair. Quem foi batizado com o Espírito Santo também precisa vigiar, porque são nossas escolhas que definem se a gente vai continuar na fé ou se vai voltar para o inferno. Deus não interfere em nossas escolhas, mas aponta claramente o caminho.

 É óbvio que a Andressa teve uma parte de mudança sobrenatural, porque foi liberta e porque Deus realmente transforma mesmo antes do Espírito Santo. Conforme a gente vai deixando para trás os antigos hábitos e aprendendo a agir de acordo com os princípios bíblicos, a mudança é natural — e pode ser radical. No início, é preciso esforço, porque hábitos não são fáceis de mudar. Deus nos ajuda no que a gente não consegue. Ele está sempre ao nosso lado, nos direcionando e falando conosco. 

É possível mudar muito, mesmo antes de receber o Espírito Santo (às vezes só em tirar os demônios a pessoa fica com outro semblante e muda muito seu modo de ser, pensar e agir). Mas para receber o batismo do Espírito Santo, além de ter mudado seus hábitos, a pessoa precisa entregar a Ele toda a sua vida. Não só as coisas ruins, mas também aquilo que parecia bom, que você gostava, que achava que fazia parte de você. Funciona mais ou menos como morrer. A gente morre no Altar e Deus nos dá uma nova vida, com um novo modo de pensar, uma nova natureza, absolutamente tudo novo.

No caso da Andressa, o que eu acho mais provável que tenha acontecido (porque é o mais comum — e foi o que aconteceu comigo logo que cheguei à igreja) é, na ansiedade de receber o Espírito Santo, ela ter se enganado, se confundido com a emoção. E acreditou tanto que convenceu todos ao seu redor. E isso é muito mais comum do que parece. Mas como você sabe que recebeu o Espírito Santo ou não? Pelas suas reações aos problemas e às situações adversas depois. Pelo Fruto do Espírito. Fruto do Espírito não é mudança de hábitos, de aparência ou de linguajar. Vou explicar e dar exemplos dentro do que ela própria contou a seu respeito. 

A natureza humana, o modo natural das pessoas serem, é chamada na Bíblia de “carne”. Ela tem características próprias:

“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (Gálatas 5.19-21)

Note que está no plural: “as obras da carne”, então não é preciso fazer todas essas coisas para caracterizar obra da carne, basta fazer algumas ou mesmo uma. Então, se essas características estão presentes em uma pessoa de modo persistente, é carne, e não Espírito. Porque essas duas coisas (carne e espírito) são incompatíveis. O Espírito Santo não é uma energia, Ele é o próprio Deus que vem morar dentro da pessoa. Para isso acontecer, ela não pode praticar as obras da carne; e essas características (ódio, impureza, inveja, lascívia, etc.) não podem fazer parte da pessoa, ou seja, a pessoa não alimenta esses sentimentos dentro de si e não age sobre eles. Eles não motivam mais suas ações ou reações. (E sim, isso é possível.) É a diferença entre passar uma vassoura na casa, sem tirar os móveis do lugar, e fazer uma super faxina. As duas casas parecem limpas, mas só uma está realmente limpa e pronta para receber alguém que tenha alergia a qualquer sujeira. 

O Espírito Santo também tem seu conjunto de características:

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, domínio próprio.” (Gálatas 5.22)

Mas note que está no singular: “O fruto do Espírito”. O fruto é um só, composto por nove características. Quando o Espírito Santo está presente em alguém, todas essas características têm de estar presentes, obrigatoriamente. Isso eu não avaliava em mim. Sempre fui uma pessoa amorosa, boazinha, doadora, tinha peninha das pessoas, então até considerava que tinha amor, bondade e benignidade (afinal de contas, não era maldosa nem maligna). Poderia até achar que tinha fé (nem sabia direito o que era fé), mas era pavio curto (ou seja, o contrário de longanimidade), era muito sensível, vivia uma gangorra emocional (ou seja, nada de alegria e paz) e tinha dificuldade em controlar meu temperamento e minhas emoções, falava sem pensar (nada de mansidão, muito menos domínio próprio). Então, das nove características, eu só reconhecia em mim quatro, na melhor das hipóteses. 

Então por que raios eu achava que tinha o Espírito Santo??? Por uma experiência emocional/sensorial enquanto orava com o grupo de evangelização, do qual eu fazia parte. Senti um calor súbito, uma vontade de chorar e me emocionei, acreditei que tinha sido uma experiência sobrenatural (provavelmente foi um sintoma de disautonomia por estar muito tempo em pé em Campo Grande, que é naturalmente quente).

 É claro que a pessoa pode ter uma experiência emocional e sensorial ao ser batizada com o Espírito Santo, mas se não for acompanhada de uma profunda mudança interior, com a presença obrigatória da totalidade do fruto do Espírito nas ações e reações da pessoa, não foi o Espírito Santo. É simples assim. Deus não é Deus de confusão. De vez em quando alguma atitude carnal ou sentimento que leve a essas atitudes podem até surgir, mas você consegue identificar e cortar antes de tomar alguma atitude errada. Porque tem discernimento e autocontrole. O caso da Andressa parece ter sido semelhante ao meu em 2000. O que a levou a achar que recebeu o Espírito Santo foi uma experiência emocional e sensorial. E, depois disso, confundiu o bem estar de viver a fé com o Espírito de Deus. Segue o trecho do livro:

“O batismo veio; do alto do meu corpo à planta dos meus pés. Senti a mão de Deus na minha cabeça. Era como um raio, um fogo descendo, um gozo na minha alma, palavras não poderiam descrever o prazer de receber o selo de Deus.”

Pode ter sido o Espírito Santo somado a alguma descrição literária? Até poderia. O problema nem é a descrição do momento em que supostamente ela recebeu o Espírito Santo, o problema são as reações quando da volta com o ex-marido, que ela relata no livro. Seus relatos incluem julgamentos equivocados baseados em sentimentos,  discussões com a ex do marido dela, em que diz ter xingado e se descontrolado. Reações motivadas por raiva, ódio e sentimento de vingança, sustentadas por um tempo bastante longo. Não correspondem à atitude de quem tem o Espírito Santo, principalmente porque não foram eventos pontuais, como quando você se irrita com alguém e fala alguma coisa que não deveria em um impulso, se arrependendo logo depois. Ela seguiu agindo consistentemente com base em seus piores sentimentos por um tempo consideravelmente longo, sem sombra de consciência ou arrependimento. 

Na descrição dessa fase, você a vê se enganando o tempo todo (e ela admite isso no livro):

“Havia perdido o temor a Deus. Caminhava, mais uma vez, sem perceber, em direção ao inferno. Depois de tudo o que passei, fica claro perceber esse risco. Mas, naquele momento, não percebi. Estava inebriada pelas emoções.”

“Nessa altura, tinha perdido o temor e toda e qualquer conexão com Deus, agia tomada por meus sentimentos. Eu havia perdido a visão espiritual.”

 Esse trecho, para mim, se assemelha muito ao que está acontecendo agora. Estava fraca, deu abertura enorme nas emoções, perdeu a conexão com Deus e começou a cometer um erro atrás do outro. Ela ficou com ódio da namorada do ex-marido e em nenhum momento pareceu ter visto a moça como uma alma. Só depois, em vista de tudo que aconteceu — inclusive agressões — ela admite que errou. Se você tem o Espírito Santo e faz alguma coisa errada, Ele te incomoda MUITO, não é pouco não. E você não consegue agredir verbalmente uma pessoa e ficar em paz. Veja esse trechinho, em que ela fala de quando a ex-namorada de seu ex-marido tentou disputá-lo, na mesma época em que ela estava tentando casar de novo com ele:

“Nessa disputa eu não poderia perder! Deixei tudo o que aprendi de lado: domínio próprio, mansidão… Agi como se estivesse inebriada. […] A namorada dele ligou. […] Eu estava enfurecida, desci o nível, falei palavrões, coisas absurdas! Disse coisas horríveis, das quais me arrependo, agi tomada pela raiva. Só conseguia pensar naquela disputa. Quem era ela para tirar o pai do meu filho?”

A verdade é que não existe um “deixei tudo o que aprendi de lado: domínio próprio, mansidão…”. Domínio próprio e mansidão não são coisas que a gente aprende. Fazem parte do fruto do Espírito e se desenvolvem naturalmente dentro de quem tem o Espírito Santo. Você não APRENDE domínio próprio. Ou você tem ou não tem. Se tem o Espírito Santo, tem domínio próprio. Se não tem o Espírito Santo, não tem domínio próprio. Como você pode esquecer de quem você é? 

Você não precisa ficar se controlando e se tolhendo o tempo todo se você É nova criatura. Negar a nós mesmos é uma coisa que precisamos fazer todos os dias, mas não ficar forçando o fruto do Espírito. A árvore não faz força para dar fruto, é natural e indolor. Talvez por isso as pessoas que se enganam achando que tinham o Espírito Santo depois saem da igreja dizendo que se cansaram do “jugo”, que era muito opressivo e tal. Porque deve ser mesmo, quando é preciso ficar forçando para simular o Fruto do Espírito o tempo todo. 

Ouvindo demônio

Em outro momento, quando já estava se separando, relata ter ouvido vozes um pouco antes de ter seu carro roubado por um bandido armado:

“Ouvi uma voz demoníaca dizendo: ‘te peguei, você desobedeceu de novo, agora vou matar você e teu filho’.”

Não tem como essa voz ter vindo do bandido, porque ela e o filho estavam dentro do carro e o bandido estava na frente do carro. Ela teve a impressão de ver, pelo retrovisor, alguém passando. O bandido passou por trás do carro e parou em frente ao carro apontando a arma para a criança. De onde veio essa voz? Antigamente eu achava que pessoas batizadas com o Espírito Santo ouviam vozes e coisas do gênero. Hoje sei que não é bem assim. Ou esse trecho foi mal escrito, ou tem alguma coisa estranha.

Infelizmente eu só consegui ler esse livro agora. Quando foi publicado pela editora eu já estava em licença médica e era outra pessoa que avaliava os originais (que infelizmente também já saiu da igreja, o que talvez explique alguma coisa). Eu teria questionado. O problema é que a gente tende a desconsiderar as coisas estranhas de uma pessoa quando gosta dela. E talvez por isso ninguém que leu esse livro tenha percebido o alerta vermelho. É provável que tenha se focado mais nas coisas boas (tem muitas coisas certas) do texto do que nesses detalhes que não condizem com a pessoa que ela dizia ser. 

Note que durante esse período em que ela diz que tinha perdido o temor e estava desconectada de Deus, continuava fazendo postagens de fé. A gente não conhece a vida das pessoas, aparentemente não dá para olhar o que mostram no Instagram e achar que está vendo a realidade. 

Que bom que não foi o Espírito Santo

Se ela realmente tivesse recebido o Espírito Santo, estaria muito encrencada agora, não porque saiu da igreja, mas por causa do mal que claramente permitiu entrar no coração (vou mostrar nos próximos posts). Se tivesse recebido o Espírito Santo e caído desse jeito, não conseguiria mais se arrepender. É o que está na Bíblia, que é impossível renovar para arrependimento quem já provou do Espírito Santo e caiu. Essas pessoas erram conhecendo a verdade, nunca reconhecem seu erro e, portanto, não se arrependem. E eu realmente não acredito que seja esse o caso da Andressa. Acho sinceramente que ela nunca teve o Espírito Santo, estava no Caminho da Salvação, no rumo certo enquanto estava obedecendo, mas caiu em uma armadilha emocional que o diabo fez para ela sair e, por isso, ainda tem chance de ser salva. Se quiser e se tiver humildade para isso. 

A impressão que eu tenho é que ela era bastante sincera e se enganou sobre ter o Espírito Santo, pela ansiedade em recebê-Lo com o objetivo de ser levantada a obreira e ser vista como alguém espiritual, respeitada pelo título e por sua imagem. Talvez nem ela tivesse consciência disso na época, e é o que faz a situação toda ainda mais triste. Sei que é difícil entregar a mente para Deus. Sei, por experiência própria. Passei um ano na Sara Nossa Terra, cinco anos na igreja Batista e nove anos dentro da igreja Universal achando que tinha o Espírito Santo, sem ter. (Sim, porque também tive uma experiência emocional na Sara Nossa Terra que achei que fosse o Espírito Santo, aos 13 anos. Chorei, chorei, me senti feliz e achei que tivesse sido batizada. Cinco anos depois eu estava em depressão, pensando em suicídio. Cadê o Fruto?).

Meu conselho, para você que ainda não foi batizado com o Espírito Santo ou que acha que foi, mas não percebe o fruto do Espírito de forma natural, é: não busque o batismo com o Espírito Santo, busque o Espírito Santo. Busque agradar a Deus, conhecê-Lo por meio da Sua Palavra, se aproximar dEle, ter amizade com Ele, obedecê-Lo, ser dEle. O batismo será uma consequência natural desse relacionamento. Digo isso porque muita gente busca o batismo como um troféu, sem entender que ele é um selo. Para ser selada, a carta precisa estar escrita. Para ser escrita, a carta primeiro precisa estar em branco. Precisamos entregar tudo, inclusive nossa vaidade, nosso ego, nossos achismos e opiniões. Busque. Busque sem pressa, sem ansiedade sem outro interesse a não ser se aproximar dEle. Depois que você receber o Espírito Santo, continue buscando essa proximidade. A natureza humana é corrompida e toda esculhambada, essa busca por ouvir e obedecer a Deus precisa ser diária, até o nosso último instante de vida. 

Amanhã publico a parte 4.

Vou colocar aqui os links para os próximos posts conforme forem publicados:

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 2: o post de sexta

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Foque na sua reação

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

PS: Só respondendo a uma questão que me fizeram: não acho que a igreja errou ao levantá-la a obreira, porque os dados que a igreja tinha eram coerentes ao que ela postulava. Não foi rápido, demorou bem mais de um ano, ela fez CPO várias vezes e conseguiu convencer todo mundo justamente porque não estava tentando enganar ninguém, acredito que ela realmente acreditava que tinha recebido o Espírito Santo (lá no fundo a pessoa sabe que não foi, mas é muito no fundo). É complicado. O ser humano é um negocinho cheio de camadas, e algumas pessoas são mais difíceis do que as outras. Mas nada é impossível. Se você também é uma pessoa difícil, por mais complicado que você seja, Deus não desiste de você. Não desista dEle também. 

PS2. Gente, pelamor, eu sei que a maioria dos membros ficou indignada, eu também fiquei, como falei na primeira parte desta série. Ela ofendeu a minha fé, e me senti como se ela tivesse me enganado com os livros. Enganou todo mundo, incluindo a si mesma. Mas ninguém deve deixar essa indignação se transformar em raiva pessoal contra ela. É compreensível ficar indignado com a atitude que ela teve, mas confundir a atitude com a pessoa dela é fazer exatamente o que o diabo quer. Não vá por esse caminho. Esta série de textos é para a gente entender melhor como as coisas funcionam, colocar nossas barbinhas de molho e BUSCAR MAIS. 

PS3. Já disse e repito: parei de seguir no Instagram porque não tem mais nada a ver comigo.

PS4.  No próximo post a gente começa a análise do texto que prometi.

PS5. Um textinho para você, sobre esse assunto, que escrevi há algum tempo e de que gosto muito: O deserto em mim (clique aqui para ler). 

PS5. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.

Andressa Urach me fez mudar de ideia parte 2: o post de sexta

Como eu disse no post anterior, a Andressa Urach me fez rever meu posicionamento de não falar de quem sai da igreja. Se quem conhece a verdade não fala a verdade, os malucos saem falando a abobrinha que quiserem inventar. Andressa fez um post no Instagram há algumas semanas dizendo que saiu da igreja e que estava com medo de ser demitida da Record. Depois ela apagou, mas a imprensa já havia repercutido. Resolvi comentar o texto dela em vários posts, para não cansar ninguém.

Porém, sexta ela publicou outro post no Instagram, dizendo que (obviamente) foi demitida da Record. Então, decidi fazer um parêntese para comentar essa nova postagem — e no próximo post retomo a análise do post anterior. Neste texto, vou colocar, na íntegra, o post de sexta — e comentá-lo. Em tempo: como já disse, parei de seguir. Não tenho raiva nem nada, a questão é que ela não tem mais nada a ver comigo. Só voltei lá sexta porque terminei de escrever e, antes de publicar, queria ver se alguma coisa havia mudado. O que eu percebo claramente é que ela está agindo movida por raiva. Isso ficou claro para mim no primeiro post (que vou esmiuçar nesta série) e também neste mais recente. 

Respira fundo e vamos lá:

“Depois de 6 anos de lavagem cerebral onde me fizeram acreditar que eu tinha que dar meu tudo para Deus…

Me levaram praticamente tudo que eu tinha, foi mais de uma milhão e meio de reais que doei nesses últimos anos para a instituição, fora o meu amor e tempo que dediquei como todos sabem e agora que não tenho mais dinheiro para dar, ainda fui demitida da Record.

👏👏👏👏

Parabéns igreja universal por levar minha Alma ao inferno!

👏👏👏👏👏

Parabéns!

👏👏👏👏”

Como disse no post anterior, falo como membro da igreja, obviamente, mas falo principalmente como leitora dos dois livros que ela escreveu. Quem leu “Morri Para Viver” ficou com a impressão de que ela saiu das infecções sem nada (apesar de ela dizer, no livro seguinte, que doou todo o dinheiro da prostituição porque não queria mais nada daquilo, dando a entender que tinha sobrado alguma coisa). Gastou tudo o que tinha com os tratamentos, saiu com deformações nas pernas e ficou sem nada. Sem trabalho, sem clientes (porque desistiu da prostituição) e, depois da recuperação, só se manteve na mídia pela notícia de que agora havia se convertido e estava na Igreja Universal. Pouco tempo depois, publicou “Morri Para Viver”. Sucesso de vendas. Quem comprou? Eu e tantos outros membros da Universal, que compraram para si e também para doar a outras mulheres que estivessem passando por alguma das situações que ela passou. 

Depois, conseguiu dinheiro das vendas dos livros e dos trabalhos na Record e parcerias no Instagram (e sei lá mais do que, não conheço detalhes da vida da moça, só o que ela divulgava). Disse no livro “Desejos da Alma” que tinha dinheiro aplicado, comprou carros para ela e para o ex-marido, deu dinheiro para ele, isso já estando na igreja há dois anos. Se doou tudo o que tinha depois disso (o que, sinceramente, eu duvido, porque não faz sentido), foi porque quis.

O que ela está fazendo — e sabe que está fazendo — é manipular a opinião das pessoas usando o preconceito que elas têm contra a Universal. Provavelmente por orientação de advogado, está listando as coisas que as pessoas falam sobre a igreja lá fora: lavagem cerebral, levaram tudo o que eu tinha, e blá blá blá. 

Quando Andressa veio para a Universal, muita gente de fora a criticou. Cansei de ouvir que ela estava apenas usando a igreja para se manter na mídia e aparecer. Não acreditei e a defendi muitas vezes. Continuo não acreditando (embora ela se esforce para me fazer mudar de ideia a cada nova abobrinha escrita nas redes sociais. Por isso decidi não olhar nada do que ela escreve). Eu realmente acho que ela foi sincera, mas nunca nasceu de Deus (vou explicar isso no próximo post). 

Ela sabe muito bem que não teve lavagem cerebral alguma e só diz isso porque provavelmente é o argumento que usará em processo judicial para conseguir dinheiro da igreja. Nem sei se é pelo dinheiro, em si, acho que não. Como disse, acho que está cega de ódio e quer vingança (e vou explicar, no decorrer dos posts, em que me baseio para ter essa opinião). É uma pena que tenha caído novamente nesse engano (esse tipo de atitude é recorrente na vida dela, segundo o que contou nos dois livros). 

Obviamente, ela não foi demitida da Record por não ter mais dinheiro para dar, isso não é verdade. E ela também sabe disso. Está movida unicamente pelo sentimento negativo. Ela já sabia que seria demitida, estava com medo disso e foi o que motivou o primeiro post, que ela apagou. Acho importante, porém, deixar claro que, por mais que a situação nos cause indignação, não devemos alimentar raiva contra a Andressa.

Ela está se deixando levar por um sentimento de ódio e simplesmente reagindo a todos os impulsos que esse mal coloca dentro dela. O diabo a odeia e por isso quer que ela se destrua de todas as formas possíveis, e começa com o desprezo pelo temor a Deus. Se o temor (respeito) a Deus é o princípio da sabedoria (como diz a Bíblia), ao perder o temor, perde-se também toda e qualquer sabedoria. E sem sabedoria, a pessoa comete erro em cima de erro. E nós, que estamos sóbrios, conseguimos ver isso. O diabo armando o bote, pronto para puxar o tapete dela a qualquer momento e ela virando as costas para o Único que pode impedir isso de acontecer.

Eu ainda tenho profundo pesar por tudo o que está acontecendo com a Andressa e vejo que, por mais que ela saiba o que está fazendo, esse tsunami de emoções que está permitindo dentro de si trouxe de volta a escuridão que a faz errar. Porque o diabo usa a pessoa para prejudicar outras pessoas, mas querendo destruí-la também. Só que as atitudes dela são erradas e não tem como desconsiderar isso. Ainda que esteja “inebriada pela raiva” (palavras dela no livro “Desejos da Alma”), a responsabilidade pelas atitudes e reações é unicamente dela.

E, por fim, a cereja do bolo estragado:

“Parabéns igreja universal por levar minha Alma ao inferno!

👏👏👏👏👏

Parabéns!

👏👏👏👏”

Oi? Quem está levando a alma dela para o inferno é ela mesma. E aqui vemos uma estratégia muito comum que o diabo usa para afastar uma pessoa de Deus. Um dos padrões de quem sai da igreja mal* é o sentimento de vítima. A pessoa se convence de que foi injustiçada, se sente injustiçada e, em vez de entregar esse sentimento a Deus, se entrega a esse espírito de vitimismo. Meu conselho a quem percebe, neste momento, a sensação de estar sendo injustiçado dentro da igreja (e quer continuar sendo de Deus) é: sacrifique sua vontade de se sentir injustiçado, de se sentir vítima, e vá buscar a Deus. Pode ser que você esteja sendo realmente injustiçado, mas pode ser que sua interpretação da situação esteja distorcida e você nem perceba. Qualquer que seja o caso, quer seja a injustiça real ou não, sacrifique. É sério. Pela sua Salvação, sacrifique.

E isso não sou eu que estou dizendo! O apóstolo Paulo escreve indignado à igreja em Corinto, porque soube que os cristãos estavam tendo problemas judiciais entre si. Ele puxa a orelha do pessoal e deixa claro que aquele que se sente injustiçado e tenta fazer justiça de forma errada, acaba cometendo injustiça. Ele diz que, no caso de haver demandas uns contra os outros, o assunto deveria ser julgado entre a própria igreja. No entanto, também diz que o certo mesmo seria sofrer o dano e não ampliar o problema:

“Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos. Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?”

(1 Coríntios 6.6-9)

Por que não sofrer o dano? Imagina esse tipo de pregação hoje em dia, quando o ego está em alta e o hedonismo é o modo de vida do mundo? As pessoas dizem crer em Deus, mas não querem sacrificar nada. Não aceitam sacrificar nem uma mágoa, imagina se vão aceitar sofrer o dano, sofrer a injustiça? O que vemos, infelizmente, são pessoas como a Andressa, que nem estão sendo injustiçadas, mas pelo simples fato de se sentirem injustiçadas, por terem sido contrariadas, já querem brigar, saem falando mal da igreja e lançam suas próprias almas (e de outras pessoas) no inferno por uma imbecilidade qualquer. 

Eu me lembro de um ex-pastor que conheci na Universal de Porto Alegre e que saiu da igreja para ir morar com uma amante. A esposa continuou na igreja e ele passou meses fora. Então, voltou para a esposa e tirou toda a família da Universal (foi ser pastor em outra igreja). Depois me mandou uma mensagem todo chateado, se sentindo injustiçado, porque a Universal não o aceitou de volta como pastor e, nas palavras dele, o mandou embora com uma mão na frente e outra atrás. Eu disse a ele para não permitir que esse sentimento de vítima se instalasse, porque estaria dando lugar ao diabo. 

O cara sabia muito bem que, na Universal, se o pastor comete adultério, é removido imediatamente. Estava como pastor há 20 anos e não sabia disso? Em vez de assumir seu erro, se consertar com Deus e continuar na igreja, como já vi vários fazerem (esses, sim, são homens de Deus) preferiu se entregar ao sentimento de vítima e acusar a igreja. Por isso eu não ouço quem saiu. A pessoa cria sua própria realidade e já não se pode confiar em nada do que diz. 

A pessoa foi contrariada e não aceita perder. O ego é frágil e se magoa com facilidade. “Como OUSA me contrariar?” E lê como injustiça o fato de ninguém ter feito o que ela queria que fizessem. Tira Deus da jogada, como se Ele não existisse, e começa a brigar com as pessoas. 

Você vai ler nos próximos posts, eu realmente espero que a Andressa acorde algum dia e volte para Jesus (e não, a pessoa que tem mágoa, age pela raiva, falta com a verdade e fica tentando jogar suas responsabilidades sobre os outros não está com Jesus coisa nenhuma. Como eu disse no post “O fardo é leve, mas a porta continua estreita”, o Reino de Deus não é casa da mãe Joana), mas tenho consciência de que neste momento ela não está interessada em ouvir nada do que teríamos a dizer. Está fechada para isso, focada exclusivamente em si mesma. Por isso, esta série de posts não é para convencê-la de alguma coisa. Como eu já disse, o público-alvo são outros membros, como eu, que compraram os livros dela e estão indignados, e as pessoas que querem saber o que podem aprender com essa situação toda.

Não importa os detalhes das circunstâncias que levam uma pessoa a ser levada pelo diabo a sair da igreja** (seja da Universal ou de qualquer outra), há grandes similaridades nas reações erradas que essas pessoas decidem ter e que fazem com que elas mesmas se empurrem ladeira abaixo até o inferno. E pode ser que exista alguém lendo este blog e que esteja passando exatamente por isso, talvez já se deixando levar por maus olhos, ou mesmo ainda na fase de se sentir injustiçado. Talvez nem perceba que está entrando em uma armadilha e este texto ajude a jogar uma luz sobre o caminho em que essa pessoa entrou. Se estes posts ajudarem a colocar alguém de volta ao Caminho, ou se ajudarem alguém a permanecer firme, já terão valido a pena.

Ainda hoje publico a parte 3.

 

 

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 3: Será que ela recebeu o Espírito Santo?

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

 

PS.* Digo “quem sai da igreja mal”, porque já conheci gente que saiu de uma igreja para outra e não saiu mal assim. 

PS2. **Não estou dizendo que todo mundo que saiu de uma igreja foi levado pelo diabo a sair. O próprio Deus pode tirar uma pessoa de uma igreja e levá-la para outra, como aconteceu comigo quando saí da Batista para a Universal. Mas tenho convicção de que não foi o caso da Andressa, primeiro porque foi Deus quem a levou para a Universal — a menos que ela tenha mentido no livro e nos testemunhos que deu. Segundo, porque ela está saindo por mágoa, e isso já afasta Deus da jogada automaticamente.

PS3. Só quis comentar este post porque ela fala de ter sido demitida da Record, e eu acho que foi o medo de ser demitida que motivou o post que estou analisando na série. Mas não volto mais lá e não quero saber o que ela vai dizer ou deixar de dizer. E minha sugestão a você é que faça o mesmo. Acompanhe os posts aqui, para meditar sobre o acontecimento pelo ângulo certo, que é o espiritual, e — principalmente — para manter suas barbas de molho e guardar seu coração, a sua fé e a sua salvação. Talvez entendendo o que aconteceu com ela, seja possível evitar que aconteça com algum de nós. 

PS4. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.