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Pequeno comentário antes do texto: Não quero peixe não, gente! De jeito nenhum, os meus gatinhos já são responsabilidade mais do que suficiente😳. Essas coisas eu escrevi quando o Corujita estava aqui em casa, porque realmente amei aquele bichinho durante os cinco dias em que ficamos com ele. E achei interessante explorar o que estava pensando a respeito do peixinho, percebendo que era exatamente o que Deus pensa a respeito de quem está na casa dEle, mas ainda não é dEle. Nossa vantagem sobre o Corujita é que podemos escolher ficar na casa de Deus e podemos escolher ser dEle. O peixinho não pode fazer essa escolha. 

Já a vantagem do Corujita sobre nós é que a dona dele é uma pessoa legal, que quer cuidar dele. Nós não temos essa opção. Ou estamos no território de Deus, ou no território do diabo. Não tem nenhum lugar bom e neutro. Ninguém é dono de si mesmo, ou é de Deus, ou é do diabo. E isso não tem nada a ver com a pessoa ser boa ou ruim. Você pode ser uma excelente pessoa, mas ser do diabo porque sua vida gira toda em torno da sua própria vontade, dos seus problemas, das suas opiniões, ou até da vontade dos outros, de ideologia, de religião, mas não de Deus. Você não sabe Quem Ele é, não tem um relacionamento com Ele, não sabe o que fazer para agradar a Ele, ou, se sabe, não faz. (Dica: agradar a Deus não é só frequentar igreja, dar dízimo, oferta, orar diariamente, jejuar e ler a Bíblia. Essas coisas são consequência de uma vida com Deus. Elas não têm, em si só, um poder mágico de transformar alguém em uma pessoa de Deus. Elas são consequência.)

As pessoas lá fora acham que quando a gente diz que alguém é do diabo ou que não é de Deus, está dizendo que esse alguém é ruim ou maligno. Não mesmo! O diabo vai atrás justamente das pessoas boas. Pelas ruins ele não precisa se esforçar, porque já fazem a vontade dele deliberadamente. Mas Imagina a raiva que ele não sente de quem tenta ser legal com os outros? Essas são as maiores vítimas do diabo! Ele não é bacana com quem é dele. O diabo não é legal com ninguém, ele quer enganar e destruir. Há pessoas para quem ele dá coisas, para iludir e enganar enquanto elas fazem a vontade dele, mas o curto espaço de tempo que temos neste mundo não é nada. O principal é a eternidade.

Anotações do dia em que devolvi o Corujita:

Hoje é o dia de devolver o Corujita. O Davison me perguntou se vou ficar bem. Eu disse que vou. Sou adulta, saberei lidar com a partida desse pequeno ser aquático que tanto me ensinou. Minha preocupação é se ele vai lidar bem com o nosso distanciamento, já que passo as manhãs com ele e venho vê-lo várias vezes ao dia (o que tem me garantido muito exercício), e na casa da vizinha ele passa a maior parte do tempo sozinho. Também enchemos a mesa, onde fica o aquário dele, de coisas diferentes para ele ver, uma discreta bagunça que nenhum ser humano adulto normal faria, principalmente um ser humano adulto normal do sexo feminino. 

Dizem que colocar um espelho na frente deles ajuda a exercitar, porque Bettas (principalmente machos) odeiam outros Bettas e logo se abrem, em posição de intimidação. Mas não tive coragem de correr o risco de estressar o bichinho nos poucos dias em que esteve aqui. Foram dias de paz, tranquilidade e muita felicidade. Betta está de férias. 

Terminam aqui as anotações de enquanto o Corujita estava conosco.

Devolvemos o Corujita para a vizinha 😢, espero que ela não tenha se assustado com a gente 😄. Aproveitamos para saber um pouquinho da história. O peixinho é da filha dela, que também estava lá com o filhinho. Eles gostam muito dele e querem cuidar bem, o que já me deixou bem mais tranquila. 

Aceitaram as informações que levamos impressas e pareciam surpresas, mas acho que felizes (ou assustadas, vá saber). Ela tem ajuda da veterinária da loja que o vendeu e já a havia orientado sobre o aquário maior, que vai providenciar. Já tem um aquecedorzinho para ele desde que percebeu que ele estava abatido e ligou para a veterinária, que a orientou a respeito da temperatura. Enfim, acho que com as informações que a gente passou, vai dar para ela pesquisar melhor, mas nos deixamos à disposição (de verdade. Espero que não achem que é por “educação”, não é — não tenho esse negócio de “educação” não hahaha nunca entendi essa “educação” que diz o contrário do que quer dizer).

E, agora, dentro do meu coração, terei de deixá-lo ir. (Corta para a cena da Elza cantando “Let it Go”, em Frozen.) Sim, eu me apeguei ao peixe em cinco dias hahaha. Então, para saber como me desapegar, pensei primeiro em como me apeguei. Não o queríamos de início, mas começamos a pesquisar a respeito, entender o comportamento, conversar sobre peixe Betta e acabamos gostando dele. Isso não é exatamente o exemplo que o Bispo Renato dá no livro Casamento Blindado sobre amor? Está logo na introdução, a parte “É possível resgatar o amor?” quando ele fala sobre Dian Fossey e os gorilas:

“​​Amar não é sentir. Amar é conhecer a outra pessoa, admirar o que você conhece dela e olhar seus defeitos positivamente. Se nos dedicarmos, podemos aprender a amar praticamente qualquer pessoa ou coisa.”

“Meu argumento é que ela aprendeu a amar os gorilas. Qualquer pessoa que ama algo ou alguém começou a amar pelo conhecimento obtido sobre o alvo do seu amor. Há os que amam os animais, outros, as estrelas e astros, outros, soldadinhos de chumbo, outros, arquitetura… Mas todos começaram a amar a partir do estudo, do aprendizado, do conhecimento daquilo ou daqueles que amam. Ninguém ama o que não conhece.”

Pude comprovar isso com o Corujita. Eu não tinha o menor interesse em peixe, mas porque ele estava na minha casa, eu tive que pesquisar a respeito e acabei apaixonada por Bettas. Meu coração chegou até a querer um, mas como hoje em dia é minha cabeça que manda e toma decisões, disse não. Até porque, eu gostei daquele peixinho específico, daquele indivíduo, né? Não dá para substituir por um Betta aleatório. Mas como desbettizar minha cabeça hiperfocada em Betta? Se a gente aprende a amar, a gente também pode desaprender a amar, fazendo o caminho inverso.

Se eu continuasse a pesquisar sobre peixe Betta, a ver depoimentos de aquaristas e ver fotos e vídeos de peixinhos fofos, começaria a alimentar dentro de mim uma vontade de ter um peixe. Mal comparando, é assim que muitas mulheres ficam obcecadas por engravidar. Começam a ver coisas de bebês, a visitar amigas com bebês, a pesquisar sobre gravidez, frequentar grupos de tentantes… A pessoa se enche daquilo que vai, inevitavelmente, ocupar cada centímetro dos seus dias. 

Aí você vê pessoas que chegam à igreja e querem uma nova vida, mas não conseguem se libertar de hábitos e interesses da velha vida. Não é que não conseguem, é que querem deixar de ter VONTADE de fazer aquelas coisas ANTES de parar de fazer, e não é assim que funciona. Na maioria das vezes, a decisão e a atitude têm de vir antes da vontade. É o “negar a si mesmo” que Jesus nos manda fazer e que a Bíblia também nos manda fazer diversas vezes. A mudança de vontade vem com a perseverança na mudança de atitude. Elas dizem que querem mudar, mas continuam se enchendo daquilo que, teoricamente, querem se livrar. Como alguém que diz que quer emagrecer, mas não para de comer compulsivamente.

Parei de olhar os grupos de Betta (só voltei temporariamente porque soube que o Corujita parou de comer — na minha imaginação, por saudade de mim 😢 😄  — e eu precisava saber se era normal ou não e o que poderia ser feito. Depois de alguns dias, ele se recuperou e voltou a se alimentar), parei de seguir páginas de aquaristas, de pesquisar sobre isso e falar sobre isso. E, aos poucos, minha mente foi se desbettizando e voltando a se focar nas outras coisas que eu estava lendo, pesquisando e sobre as quais estava falando. 

Aliás, por isso temos que tomar muito cuidado com aquilo que vemos, ouvimos e seguimos por aí. Aquilo em que nos focamos vai tomar conta da nossa vida. Acho que fiquei mais tempo do que deveria doente porque por um período entrei nessa de ficar pesquisando sobre a doença, frequentando grupos de doentes e me enchendo de…doença! Todo mundo tem sintomas semelhantes e isso faz com que você valide os seus sintomas. 

Para o mundo isso é ótimo, é exatamente o que ele prega, para que você conviva bem com a doença. Eu não quero conviver com a doença, eu quero me livrar da doença. De um mal que a ciência não conhece a cura. Então por que eu estava tentando procurar cura na ciência? Porque estava sendo imbecil. Aí você mascara o defeito da sua fé com aquela frase: “Deus pode usar os médicos” ou “Deus deu inteligência para o homem fazer a ciência”. Mas cadê a ciência que pode me ajudar?

 Porque poucos médicos conhecem, e mesmo o meu médico, que conhece bastante, tem algumas limitações com meu caso específico e não estava conseguindo me ajudar (por “me ajudar”, eu entendo me deixar em uma situação que me permita voltar a trabalhar e a ter a vida normal que eu tinha antes. Por que não? Se sempre tive esse troço, por que conseguia trabalhar e viver normalmente antes e agora parei de conseguir? Não faz sentido para mim). 

Então entrei na ilusão de que, se conseguisse entender tudo o que os médicos sabiam a respeito de todos esses problemas (na verdade, tudo é uma coisa só, mas eles estudam separado), poderia juntar as informações e achar a solução. Pois é, fiz isso. E só perdi tempo. Não confie na ciência. A medicina de 2022 é da idade das cavernas e não pode me ajudar como eu gostaria, nem mesmo aquela que se acha muito mais avançada tem as respostas. Meu socorro está exclusivamente na fé e, na virada do ano, decidi deixar todo esse conhecimento de lado e buscar exclusivamente a fé. Porque a cura existe, só a ciência deste mundo é que não a conhece. Vamos atrás de Quem conhece. 

O tempo que temos é o mesmo e é curto. O tempo que você usa para ver bobagens ou coisas que não te levam ao seu objetivo é o mesmo que você poderia estar usando para ver coisas importantes que te levam ao seu objetivo. Então buscar a Deus, buscar entender, na Palavra dEle, o que Ele quer de você, o que Ele quer que você faça, falar com Ele, ficar no pé dEle até ter as respostas de que você precisa, é o que você deveria fazer com o tempo que tem, principalmente no Jejum de Daniel. Não só se encher de conteúdo, mas fazer alguma coisa com o conteúdo que consome. Vamos falar mais sobre isso durante este Jejum. 

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[Link para ler os posts das edições anteriores do Jejum de Daniel]

 

PS. Para quem caiu de paraquedas aqui e não sabe, o Jejum de Daniel é um período de 21 dias em que os participantes se abstém de notícias seculares e conteúdos desnecessários para mergulhar na Palavra de Deus, nos conteúdos da fé e buscar o Espírito Santo. Por isso o conteúdo deste blog está exclusivamente voltado para esses assuntos, com posts diários nestes 21 dias.

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