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Para entender o sacrifício

Ok, vocês já devem ter visto este vídeo do Arnaldo Duran, mas eu preciso comentar. 

https://youtu.be/uFRCgmS73Yc

Muitas coisas me chamam atenção nesse relato. Muitas mesmo, porque me identifico demais com ele. Também sou uma doida que, apesar de ter tido um diagnóstico esquisito (dois, na verdade. Disautonomia e Síndrome de Ehlers-Danlos), mantém o bom humor, a alegria, a leveza e a fé de que o resultado positivo já está garantido e estou vivendo hoje meu testemunho de amanhã. Mas o que mais se destaca nesse vídeo, para mim, é o que ele conta sobre a época em que perdeu a fala. 

O diagnóstico de Duran, Síndrome de Machado-Joseph, é uma doença rara e degenerativa. Doença degenerativa tem esse nome porque é… degenerativa (oh, grande revelação!). Quando acontece a perda de uma função, é porque a parte do cérebro que a controlava foi afetada. Há como recuperar? É aí que entra a fé e as maluquices que ela nos inspira a fazer. 

Vamos entender aqui. Quando você perde alguma coisa, quando está com medo de perder (ou de não ganhar) ou quando há algo (ou alguém) ameaçado na sua vida, você não consegue pensar em outra coisa. Todos os seus pensamentos e medos se voltam para a tal coisa ou pessoa. Em suas orações, não tem outro assunto: “Deus, cuida do meu filho, livra ele daquelas más companhias”, “Pai, eu preciso voltar a falar para trabalhar no que eu amo”, “Senhor, não me deixe perder esse emprego, eu preciso dele”, “Deus, eu preciso me casar!”, “Senhor, eu preciso ter um filho”…

A sensação de que você precisa daquilo, que não pode viver sem aquilo, anda de mãos dadas com a ansiedade e o medo de perder. Aquilo é tão importante para você que tira seu sono, tira sua paz e lhe traz angústia. Acaba se tornando um conjunto de fiozinhos que o diabo amarra em você para manipular seus sentimentos como  a um marionete. 

A única saída é ficar maluco, correr para o Altar, para as mãos de Deus, e lá em cima, cortar os fiozinhos, no que eu chamo de “modo suicida da fé”, como fez o Duran. Qualquer um que o visse dizendo para Deus que abria mão da própria voz poderia achar que ele tinha perdido um parafuso. “Tá doido? E se você perder essa voz para sempre? O que vai fazer?” E a atitude dele respondia: “não me importa, eu confio nEle”. Como o maluco do Abraão, que colocou Isaque no Altar pensando que Deus poderia ressuscitá-lo das cinzas. Como a doida da Ester, que ao se arriscar diante do rei, renunciou à sua própria vida, pensando “se morrer, morri”. O que acontece aí é que o diabo perde todo o poder de barganha, todo o poder de chantagem. Ele fica sem ter o que usar contra a pessoa porque ela é uma maluca que não tem nada a perder. 

E quando você faz isso, quando entrega a Deus aquilo que tanto tinha medo de perder (estando disposto a perder, de fato), quando você “perde” aquilo para Deus, renuncia, abre mão, enfim, quando deixa com Ele, você prova que confia nEle. Esse é o poder do sacrifício.

Duran sabia que “Isaque ressuscitaria”, tanto que, em seguida, já tentou falar. Qualquer coisa é possível quando é colocada nas mãos de Deus. Você tira aquela situação do nível natural e a transporta para um mundo muito doido onde não existem impossibilidades. Um mundo de possibilidades infinitas e impensáveis. Por isso o melhor a fazer é renunciar à ilusão de controle e passar o controle a Quem sabe o que está fazendo. 

É assim que se lida com o que parece impossível: entregando Àquele que é especialista em fazer o inesperado.

“Quando fazias coisas terríveis, que nunca esperávamos, descias, e os montes se escoavam diante da Tua face. Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de Ti que trabalha para aquele que nEle espera.”

Isaías 64.3-4

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Sobre a guerra antes do Altar

Nas últimas semanas da Fogueira Santa acontece um fenômeno que precisa ser explicado. Você estava na fé, com toda a sua força e toda a sua certeza, construindo seu sacrifício, com o objetivo em mente. A data de subir no Altar vai se aproximando e coisas estranhas começam a acontecer. Parece que os problemas aumentam, surgem situações para distrair sua atenção, tudo começa a dar errado e até o que você queria resolver com a Fogueira Santa piora.

Dentro de você, há uma guerra. A sensação de que nada vai dar certo e de que você deveria desistir só aumenta. Medo, dúvida, questionamentos, incertezas…você olha ao redor e só vê dificuldades. De repente, o que estava tão claro parece uma bagunça. O inferno todo sugere pensamentos negativos na sua cabeça e cria situações esquisitas ao seu redor porque a única possibilidade de não dar certo é ele conseguir convencê-lo a desistir. Ele tenta até convencê-lo de que você não tem tanta fé quanto pensava.

O sacrifício é tão forte que é preciso que o diabo junte todas as suas forças para convencer você a se sabotar, porque, quando decide sacrificar, o inferno não pode fazer nada. Só quem pode impedir o nosso sacrifício somos nós mesmos. Sabendo disso, você resiste. Você sabe que a sensação de que tudo vai dar errado, de que o esforço é inútil e de que, se você desistir, vai ficar bem, é ilusória. A única maneira de ficar bem e de vencer essa guerra é encarando o monstro, com a força da sua decisão.

Você decide ir até o fim, sem acreditar no bombardeio inimigo, confiando no Deus que respondeu Elias no Monte Carmelo. Não está nem aí se as coisas parecem mais difíceis ou se parecem piorar. O importante é o resultado – e a guerra não acabou. Se você não sente que tem a força de antes, vá com a força que tem agora. Com toda a força. Depois, irá perceber que ela era bem maior do que você achava. Você estava sendo enganado pelos seus sentimentos.

Eu vejo esse período como se tivéssemos entrado em uma caverna que separa o nosso mundo daquele que queremos alcançar. Essa caverna é escura, sombria, cheia de vozes e barulhos assustadores. Não há nada lá, apenas ilusão criada por um grupo terrorista, mas a intenção é nos fazer voltar para sermos devorados pelo monstro que está na entrada. O perigo, na verdade, está em voltar. Mas, se ignorarmos os terroristas e formos adiante, alcançaremos a resposta.

A luta entre a fé e a emoção vai ficando mais forte e mais palpável conforme a data do desafio se aproxima. Não deve ter sido fácil para Elias, pois ele estava sozinho contra quatrocentos e cinquenta profetas de Baal, quatrocentos profetas de Aserá, o rei, a rainha e um povo indefinido, que não iria defendê-lo. Mas o que o manteve firme foi a certeza de que estava com o verdadeiro Deus. E ele também sabia que era melhor perder tudo do que viver naquela situação de medo e indefinição do povo. Ele foi para o tudo ou nada.

O tempo exige mais da fé. Exige que mantenhamos a nossa palavra com Deus e confiemos na Palavra dEle. No caminho, entregamos no Altar todas as emoções que nos sufocam, as dúvidas, os medos, as ameaças que ouvimos. Que o Altar decida o que vai acontecer com as palavras lançadas sobre ele. O tempo exige mais da fé. Exige que se exclua todo sentimento, todas as impressões e se agarre à decisão tomada. “Eu fiz meu pacto com Deus, tenho um objetivo, estou atravessando essa caverna mal assombrada, mas não há possibilidade de voltar. É uma questão de honra ir até o fim. Se o diabo puder, que me mate. Mas se meu Deus é vivo, eu vou permanecer de pé para honrá-Lo.” Esse é o desafio que o espírito humano pode fazer, não importa a situação que esteja enfrentando.

Chegamos ao Altar com essa fé purificada. Essa é a fé que vai levar você a ver o seu Deus responder com fogo. Não se assuste com o turbilhão de emoções que invadem os últimos dias antes da Fogueira Santa. Se mantenha na trilha que Deus lhe deu no começo. O vencedor é aquele que persevera na batalha até o fim.


Sobre a guerra antes do Altar
  • Vanessa Lampert

Post originalmente publicado no Blog do Bispo Macedo (clique aqui para ver a postagem original)