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Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

 

Para quem chegou agora: este post faz parte de uma série de posts que escrevi para analisar um texto que a Andressa Urach publicou dizendo que saiu da Igreja Universal. É importante que você leia os outros posts da série, para entender o contexto. Clique nos links para ler, depois volte aqui: 

Clique para ler a parte 1 – O post dela completo, quem sou e por que escrevo

Clique para ler a parte 2 – Pequeno parêntese sobre o post de sexta

Clique para ler a parte 3 – Por que acho que ela nunca teve o Espírito Santo

Clique para ler a parte 4 — Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Clique para ler a parte 5 — Quando se perde a visão espiritual

Como já disse, escrevo como membro da Universal (sou membro há 20 anos) e também como leitora dos livros dela, que, como tantos outros leitores, acabou se sentindo um tanto quanto “enganada” pela autora. Sou membro desde 2000 e trabalho para a Igreja (tendo passado pela Folha Universal e Unipro) desde 2011 (estou de licença desde 2018 para tratar de um problema de saúde), então estou falando de algo que conheço bem. Não é minha intenção falar mal da Andressa, mas analisar sua atitude (por meio do texto) de modo racional e à luz da Verdade.

 Como eu também disse, minha intenção não é defender a Igreja, porque Deus a defende, mas neste post eu achei importante dar testemunho do que tenho visto e vivido nos “bastidores da Igreja Universal”, porque quem sai inventando coisas não tem vergonha de falar do que inventam, por que nós teríamos que ter vergonha de testemunhar da verdade?

 Vamos a mais um trecho do texto da Andressa:

“Se eu falasse tudo que aconteceu cmg nesses últimos anos vocês se escandalizariam e eu teria virado ateia.”

Esta foi uma das frases que me fizeram mudar de ideia quanto à minha opinião anterior, de que não devemos falar de quem saiu. As pessoas têm uma facilidade muito grande em acreditar na opinião negativa de alguém. Não têm prova alguma, não sabem o que se passa no coração da pessoa, não sabem se a pessoa está inventando alguma coisa por desejo de vingança ou para não parecer a errada da história, mas mesmo assim apostam todas as suas fichas nas palavras do difamador, mesmo que isso os faça ficar com maus olhos e lhes custe a Salvação.

É da natureza humana caída, essa tendência de achar que o mal é verdade e, se algo é bom, é invenção. Então, vou dar minha contribuição para quem quer conhecer o outro lado. Ao contrário do que diz a Andressa, se eu falasse tudo que aconteceu comigo nesses últimos anos, vocês ficariam ainda mais firmes na fé.

 Se Andressa ainda tivesse alguma credibilidade comigo, a teria perdido nessa frase aí. Como eu disse, já fui obreira (antes que alguém me venha com: “ah, mas é porque você é membro e não obreira). E, já como ex-obreira, trabalhei por SETE ANOS na igreja Universal, em contato direto com bispos e pastores, inclusive com a liderança da igreja. E nunca vi nada que me fizesse virar ateia e que escandalizaria vocês se eu contasse. MUITO PELO CONTRÁRIO! Por esses anos que trabalhei tão próxima dos bispos e pastores, eu amo a igreja Universal mil vezes mais do que jamais amei. Vi esses homens trabalhando dia e noite com o único objetivo de ajudar as pessoas. Morando na igreja, dirigindo carro da igreja, não tendo nada para si, com um mísero dia de descanso por semana. Vi os bispos e pastores atendendo — a mim e a outras pessoas — com toda a atenção, a qualquer hora do dia, interessados exclusivamente em ajudar.

  Vi o Bp. Cucato, em Porto Alegre, usar seu dia de descanso para visitar meu sogro na UTI, quando poderia perfeitamente ter mandado um pastor no lugar. Vi o Bp. Renato e a Cristiane colocarem todo o conteúdo do curso de 300 reais em um livro de 20 reais e, quando eu, que já tinha feito o curso, li o que eles estavam escrevendo no livro e questionei, ele disse que não poderia deixar de passar tudo o que as pessoas tinham que saber para salvar seus casamentos.

 Vi o Bispo Macedo pedir para o Bp. Renato abrir o Templo de Salomão uma semana antes da inauguração para que o meu marido recebesse uma oração diante do Altar na véspera de uma cirurgia dificílima com risco de morte. Eu não pedi, nem imaginei uma coisa dessas, só dei a informação da cirurgia (até porque eu teria que ficar com ele, e não poderia trabalhar naqueles dias) e pedi que orassem por nós. Eu era um entre milhares de funcionários, nunca fiz nada demais que justificasse um cuidado desses. 

Vi a Méuri, na véspera da inauguração do Templo (quem participou dos preparativos sabe a correria que foi), ir ao hospital me visitar enquanto o marido dela, Pr. Emerson, orava pelo meu marido na UTI. Ela não faz ideia do quanto eu precisava daquela visita. No meu sentimento, meu marido na UTI era a repetição da experiência assustadora de oito anos antes*, e eu estava sozinha em São Paulo. Geralmente me aguento bem sozinha, não sou do tipo de pessoa que precisa de uma multidão ao redor, mas aquele dia eu precisava de um apoio e Deus a enviou para cuidar de mim.

Vi o cuidado da D. Ester desde quando fui entrevistá-la pela primeira vez e ela se preocupou em saber se eu havia comido, como se eu fosse sua filha — e ela nem me conhecia. Cuidado esse que se repetiu em várias outras ocasiões em que ela me ajudou com uma palavra. E vi seu cuidado não só comigo, mas, com cada texto que ela escrevia para a coluna dela na Folhinha. Ela tinha consciência de que cada um daqueles textos era uma semente que poderia mudar a vida das crianças que lessem. Minha função era revisar os textos que ela escrevia, mas sabendo da intencionalidade de cada frase, eu prestava total atenção para que minha revisão não mudasse o sentido de nada do que ela tinha escrito, e isso me fez aprender demais! Com textos para crianças! Coisas que me ajudam até hoje. 

Esse mesmo cuidado em ajudar as pessoas com o que escrevia eu vi no  Bispo Macedo. Vi o amor dele pelas almas e a sincera preocupação em não desperdiçar a chance de falar da Salvação em cada oportunidade. Desde quando eu mandava mensagens para ele pelo e-mail que tinha no blog, ele era atencioso comigo e me ajudou várias vezes (época difícil, antes de ter o Espírito Santo). Eu vi sua preocupação com os sinceros, com os aflitos, com os perdidos. Vi seu esforço em dar o seu melhor nos textos que escrevia, vi sua dor pelos aflitos e sua euforia por um resgatado sincero.

Pode qualquer criatura deste mundo me falar mal dele, da D. Ester, do Bispo Renato e da D. Cristiane, eu NUNCA vou acreditar. Porque eu VI o amor deles pelas almas (inclusive pela minha) e posso dar testemunho disso aqui. Eu VI que eles acreditam naquilo que pregam — e vivem o que pregam. E foi do Bispo Macedo que ouvi uma frase que, para mim, resume a importância da literatura cristã — e norteia meu trabalho tanto na edição e avaliação de livros quanto na escrita dos meus próprios livros (que um dia eu termino rs): “O tempo passa, a gente vai e os livros ficam aqui, evangelizando pela gente”. Ele escreve livros para que continue evangelizando mesmo depois que se for deste mundo (eu creio que não antes do arrebatamento).

Vi o Bp. Mauricio (da administração), o Pr. Cléber (da Folha Universal) e o Pr. Eduardo (do RH) me convencerem, com a maior paciência do mundo, a cuidar da minha saúde e aceitar a licença que o médico achava que eu tinha que tirar. Esperaram eu confirmar o diagnóstico, e levou meses até que eu conseguisse um laudo (porque o médico precisa te conhecer e acompanhar o seu caso, para entender o que estava acontecendo). QUEM faz isso neste mundo? Quando contei ao Bp. Maurício, em uma reunião de trabalho, que estava doente, ele me orientou e, ao final, orou por mim e me deu um vidrinho de azeite que ele mesmo havia consagrado, para que eu usasse a minha fé, porque estava preocupado com a minha alma. Ali eu vi o amor de Jesus.

Eu estava com muito medo de parar, e confessei ao Pr. Cléber e ao Pr. Eduardo que tinha medo de deixar o trabalho e viver a doença. O Pr. Eduardo olhou para mim bem sério e disse: “você não vai viver a doença. Você vai viver a SUA FÉ! Durante esse período, é nisso que você vai se focar”. Eu carreguei essa palavra comigo, porque percebi o próprio Deus me orientando ali. Mesmo nos momentos mais difíceis, em que dava vontade de ceder à doença, aos sintomas e à aparente “realidade” da disautonomia e da Síndrome de Ehlers-Danlos (e das advogadas que queriam que eu desistisse e pedisse aposentadoria), eu me lembrava que não estava aqui para viver a doença, mas sim para viver a minha fé, me fortalecer para sair dessa mais forte, mais próxima de Deus e mais destrutiva para o inferno. 

Isso porque eu falei só desses últimos anos aqui em São Paulo. Não falei de quando eu era obreira lá em Campo Grande (MS) e o pastor Carlinhos providenciou um sanduíche, porque achou que eu estava há muito tempo sem comer (acho que sou muito magrinha, povo está sempre querendo me dar comida hahaha), ele sempre cuidava de mim, atento a quanto tempo eu estava na igreja sem voltar para casa, sem comer, sem descansar, se eu estava bem, se estava cansada. Eu não reclamava, nem dizia nada, mas ele observava e se preocupava com a gente.

E também não falei de quando eu estava em Porto Alegre, em 2004, e escrevi uma carta enorme (vocês me conhecem)  com uma foto nossa, para o Pr. João, contando que meu marido (na época era meu noivo) tinha sido diagnosticado com uma doença que, para a medicina, não tinha cura. Eu era só mais um membro da igreja, que nem coragem tinha para pedir um atendimento, só entreguei a carta e saí, esperando que ele fosse orar pela gente na casa dele. Mas no domingo seguinte, durante a reunião, ele se lembrou de mim e desceu do Altar para orar pelo meu marido. Vi ali o cuidado de Deus conosco.

Também não falei do Bp. Emerson, ainda em Porto Alegre, para quem também contei a história do problema de saúde do Davison (que estava bem mais grave na época), em um e-mail longo e detalhado (ainda bem que uma das características do Fruto do Espírito é paciência hahaha). Antes da reunião de domingo, o povo fazia fila para que ele impusesse as mãos. Quando ele nos viu na fila, conversou com o Davison, orou por ele e, desde então, toda semana perguntava como estávamos, conversava e seguia orando por nós. E muitas e muitas outras coisas que eu vivi e vi nesses 20 anos de Igreja Universal, muitos outros bispos e pastores que não citei aqui (mas que Deus conhece e sabe do bem que nos fizeram). 

É até difícil selecionar algumas coisas para contar aqui (não dá para contar tudo), e sei que cuidaram de mim porque Deus os moveu a isso e não porque eu era muito importante ou famosa (taí o Instagram para provar, que nem me deixa colocar links nos stories porque ainda não tenho dez mil seguidores — nem metade disso, na verdade — kkkk). Quero dizer isso aqui porque talvez a Andressa tenha pensado que o cuidado que tiveram com ela se deu por ela ser famosa. Na verdade, Deus cuidou dela e usou os que são dEle para materializar esse cuidado. Deus usa os bispos, os pastores, as esposas, os obreiros da sua igreja, as pessoas que estiverem por perto e forem dEle, para cuidar de você, se você deixar. E Ele mesmo vai cuidar de você, tendo ou não pessoas que Ele possa usar por perto. E vai te usar para cuidar de outros que também precisam. 

A visão que eu tenho hoje da fé e da Palavra de Deus, absorvi dessas pessoas, nesses anos que vivi e trabalhei na Igreja Universal. Não só pelo que diziam, mas principalmente pelo que eu observava de suas reações e dos detalhes — os detalhes não mentem. O que eu vi e ouvi nesses anos, nunca vou esquecer. Aula prática de cristianismo que Deus me permitiu ter. E de fé racional, de guerra espiritual nos últimos dias da humanidade. Cristianismo prático, sério, objetivo, para a salvação de almas. Foi o que eu vi nesses anos trabalhando na Universal. Talvez eu só tenha visto as coisas assim porque estava no Espírito, na mesma sintonia. Não tem como interpretar errado se você está na mesma sintonia, na mesma fé. 

Eu ficaria o dia inteiro aqui falando deles, da simplicidade, sinceridade e cristianismo verdadeiro do Bp. André (falei dele lá no Instagram), do Pr. Weslei, (do Univer), da Rebeca, esposa dele, do Bp. Guaracy, que agora está em Porto Alegre e que foi o primeiro bispo com quem trabalhei, da D. Ana Freitas, da Maria Rosas, da Carlinda Tinôco, da D. Fátima Bassini, da Nanda Bezerra, da Marelis, da Raphaela Castro, da Sandra Gouvêa, da Márcia Pires, da Stephanie Ribeiro (minha filha rs), do Bp. Miguel, do Bp. Claudio Lana, do Bp. Jadson e do Bp. Sérgio Corrêa, cujos livros acompanhei e que tiveram paciência infinita com meus atrasos, mesmo sem saber que eu estava doente (nem eu sabia). E tantos outros pastores, bispos, esposas, obreiras e obreiros com quem convivi e trabalhei, e que me mostraram o que é servir a Deus. 

Nunca conheci pessoas como essas com quem tenho convivido nos últimos anos. Obviamente, elas têm defeitos, são seres humanos, não acho que sejam pessoas perfeitas ou excelentes por conta própria, acho que enquanto estiverem buscando a Deus e obedecendo a Ele, continuarão sendo essas pessoas benignas, justas, corretas e de bons olhos, como Ele é. Como diz a Bíblia, homens (e mulheres) de quem o mundo não é digno. 

Essas pessoas mostram, em suas atitudes e reações, quem Deus é. Porque Deus existe e Sua influência na vida de quem decide se tornar dEle transforma a vida da pessoa de tal forma que ela se torna semelhante a Ele. E você pode vê-Lo não só nas palavras, mas nas escolhas, atitudes e reações de quem é dEle. E nas interpretações, no olhar, no que essas pessoas escolhem manter na mente, nos interesses e até nas opiniões delas. Se alguém se desconecta dEle, acaba saindo e perde o que tinha de melhor. 

 É o que Jesus falou, se permanecemos nEle, Ele está em nós. E é o que eu vejo nos bastidores da igreja Universal: Deus agindo. Ninguém fica tocando harpa e falando “aleluia, irmão”, fazendo reuniãozinha social; está todo mundo na guerra do dia a dia, em busca de mais uma alma para arrancar da mão do diabo e em busca de manter as almas que já foram resgatadas e prepará-las para ganhar outras almas, sem nhenhenhém. Como disse, sou crente desde que nasci e nunca vi tanta gente vivendo o que prega quanto vejo na Universal. 

 Dentro da Igreja Universal, vi gente esquisita e com maus olhos? Sim, obviamente mais entre membros e obreiros, o joio no meio do trigo, que o Senhor Jesus disse que existiria. Mas mesmo assim, poucos, se comparado ao tanto de gente esquisita, maldosa, com maus olhos, mentirosa e falsa que existe no mundo, como um todo. Entenda uma coisa: o ser humano é caído, todo lugar que existir gente, vai ter alguns problemáticos. 

 Entre os membros em geral, é complicado, porque tem todo tipo de gente, a igreja é muito grande e não tem como saber quem é quem. Já no meio dos bispos e pastores é mais difícil achar gente esquisita. Conto nos dedos de uma mão os pastores (e bispos) com quem trabalhei que percebi que eram problemáticos. Eles pareciam sempre muito oprimidos pelo sistema, que é muito certinho e organizado, porque não podiam demonstrar quem eram de fato. Desses, pelo menos dois eu sei que não estão mais na igreja (um era bispo, saiu e fundou sua própria igreja — com pose de homem de Deus injustiçado, é claro. O outro foi para a vida secular e, da última vez que soube, estava com sérios problemas espirituais). 

Os “bastidores da Igreja Universal” são muito sem graça. O pessoal pensa em trabalho o dia inteiro e o foco é ajudar as pessoas (mas isso não vende livro, não vende jornal, não atrai imprensa, não dá likes no Instagram e não dá views no Youtube, né?). Qualquer coisa que te contem além disso é invenção. A gente que vê as coisas certas lá dentro fica com vergonha de falar disso e parecer puxa-saco, até porque eles são reservados e não gostam de holofotes para si. Aí esse povo sem noção que sai inventando coisa acaba passando como os portadores da verdade.

Então, estou pouco me lixando para o que vão pensar a meu respeito. O apóstolo que escreveu a carta aos Hebreus por acaso estava puxando o saco dos Heróis da Fé ou falando a verdade? A verdade precisa ser dita. E eu estou só resumindo.

Se eles são ladrões, são os ladrões mais burros que eu já vi, que trabalham feito camelos, não têm vida própria, não desfrutam de nada que supostamente roubam, e gastam uma fortuna mensalmente, mundo afora, para sustentar essa estrutura gigantesca, aumentando os investimentos na Obra a cada ano. E ainda teriam que ser atores, interpretando um personagem fofo durante o dia inteiro, para poderem ser eles mesmos só nas pouquíssimas horas que passam em casa. E teriam que passar horas ouvindo os problemas de desconhecidos e orientando, com a maior atenção e cuidado, acompanhando essas pessoas individualmente por semanas, meses e anos até esses problemas se resolverem. Seriam os ladrões mais burros e masoquistas que existem ou que já existiram. Sinceramente, se fizessem qualquer coisa na vida, ganhariam mais. A única explicação para a vida dos pastores da Universal é o que eles demonstram ter: amor pelas almas e pela missão que receberam.

 Vamos voltar ao post da Andressa (estava até me esquecendo de falar dele rs):

“Mas graças a Deus no hospital em 2014 estive de frente com a morte e passei por uma experiência pessoal com Deus e sei que Jesus é vivo.”

Oh, que bom, se lembra de que Deus existe. Só falta agir de acordo. Esqueceu que só teve essa experiência porque tinha gente orando por ela. Esqueceu de que Deus, esse Deus que é vivo, a levou para a igreja Universal e mudou a vida dela. Ou será que Ele não estava atento quando o primo dela levou o pastor da Universal para orar por ela? Será que Deus não poderia impedi-la de ir para lá? 

 Por falar nisso, vamos lembrar de um trecho do livro “Morri Para Viver” que confirma o que acabei de relatar acima:

“Não merecia um sorriso sequer de cada obreiro. Não merecia um olhar sequer de cada senhora nas reuniões. Todos pareciam querer me ajudar. O cuidado de mãe de várias esposas de pastores. Nunca fui merecedora disso, eu sei. As orações. As mensagens de fé e confiança. As permanentes visitas no hospital. A paciência com as minhas inquietações. A atenção espiritual do Bispo Edir Macedo e de sua esposa, Ester. Chorei ao receber a visita dela no hospital. Quando entrou no quarto ao lado de Fátima Bassini, esposa do bispo Clodomir Santos, outro casal fundamental na minha recuperação, não contive as lágrimas no decorrer da conversa:

— Você vai sair desse hospital rápido. Deus vai te tirar daqui para glorificar o nome dEle. […]

Quantos ensinamentos de caráter e convicção para a vida. Ao receber o privilégio de ser atendida espiritualmente pelo Bispo Macedo, minhas certezas aumentaram. Meus olhos se abriram.

— Como o Infinito, Deus, pode habitar em nós, o finito? Somente pela sua fé pura e sincera. Se você se arrependeu e mudou de vida para valer, o Espírito Santo transforma você em uma nova criatura. Andressa, preste atenção: a sua sinceridade é tudo para Deus. — ele afirmou, convicto, olhando firme para mim.”

A questão talvez esteja aí. Enquanto havia sinceridade, Deus correspondia. A partir do momento em que as coisas passam a ser feitas pela aparência, a pessoa se afasta de Deus. E esquece de como chegou à igreja, de tudo o que fizeram por ela. Ou se esquece ou finge que se esqueceu. O Bispo Macedo e a D. Ester foram visitá-la no hospital não porque ela era famosa, mas porque Deus os inclinou para isso. Querendo ou não, o testemunho dela seria forte e ela tem o dom da comunicação, teria condições de espalhar o que Deus fez por ela para uma multidão. Como, na verdade, fez por algum tempo.

 Deus investiu nela. Colocou a igreja para cuidar dela, para recebê-la e ajudá-la. Não porque ela era alguma coisa, mas porque Ele é benigno e quis lhe dar uma nova chance. Mas a partir do momento em que a pessoa suja o coração, suja também os olhos e começa a ver tudo da pior maneira possível. Hoje ela vê esse cuidado como “se aproveitaram da minha fragilidade” e eu imagino o que Deus sente ao ouvir isso, já que foi Ele quem inclinou o coração de todo mundo para ela. Como Ele é benigno, ela continua viva e continua tendo oportunidade de aproveitar a nova chance que ganhou, até a porta se fechar. 

Mas apesar da Igreja Universal não ser o monstro de sete cabeças que alguns inventam por aí, é importante ter uma visão realista da igreja: estamos em um mundo caído, infiltrado pelo mal, e é claro que não encontraremos perfeição no meio dos seres humanos. Nem em nós mesmos, que dirá em um grupo formado por milhões de pessoas! É por isso que não gosto muito da segunda metade deste parágrafo do “Morri para viver”:

“Todos me aceitaram de braços abertos. A Igreja Universal me recebeu como uma mãe, como uma família que nunca tive. Justamente a Igreja que todos sempre atacaram e atacam. O pronto-socorro das almas. A Obra de Deus. Santa, pura, imaculada. Como demonstrar o tamanho da minha gratidão? Meu Deus, como um dia poderei retribuir tanto carinho e clemência?”

Até “o pronto-socorro das almas”, estou 100% de acordo. Eu sei que existem pessoas boas e legais, mas tenho plena consciência de que o “carinho e clemência” são do Espírito Santo. O mérito das pessoas que fazem parte da Obra — Bispos, pastores, auxiliares, obreiros e membros — é buscar e obedecer a Ele. Nisso eu os admiro demais. Mas sei que a Obra, apesar de santa e pura, não tem como ser imaculada, porque onde há seres humanos, há mácula.

 A Igreja santa, pura e imaculada é a que vai subir com Jesus, formada por cristãos de várias denominações do mundo inteiro, inclusive da Universal. Muitos dos que hoje fazem parte da Obra de Deus, seja na Universal, seja em outra denominação, não subirão com os Salvos. Eles estão aqui vivendo como joio, olhando tudo com maus olhos, acreditando em mentirosos e se associando com o mal.

Não falam pela Igreja, mas fazem parte dela aqui neste mundo e, por isso, precisamos ter consciência de que é possível, sim, encontrar gente que está em outra sintonia. Como eu disse, onde há ser humano, há problema. Muitos desses, quando são desmascarados ou quando não aguentam mais, saem falando mal da Igreja, inventando mitos baseados em suas tentativas de se justificarem.

Não dá para estranhar, as pessoas fazem isso até com Deus! Ele mesmo pergunta para Jó (que estava dizendo que Deus o estava perseguindo sem causa — atribuindo a Deus o que o diabo estava fazendo):

“Porventura também tornarás tu vão o Meu juízo, ou tu Me condenarás, para te justificares?”

(Jó 40.8)

O perigo é justamente esse: Quando a pessoa começa a sujar seus olhos, ela não sai da igreja imediatamente. Ela continua, às vezes por meses ou anos, passando para os outros sua visão envenenada das coisas. E não questiona seus pensamentos. Não questiona suas opiniões, suas interpretações. Simplesmente acredita que está certa em tudo. Condena qualquer um para se justificar. Já me afastei de pessoas de quem gostava muito por perceber que tinham esses maus olhos, essa visão carnal, e não queriam abandonar esse modo de ver as coisas. E graças a Deus fiz isso, porque é preciso proteger a fé e guardar o coração, acima de tudo. Porque no final das contas, um coração puro e uma fé sólida são essenciais à Salvação da nossa alma.

 

Amanhã publico a parte 7

Vou colocar aqui os links para os próximos posts conforme forem publicados:

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 2: o post de sexta

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 3: Será que ela recebeu o Espírito Santo? 

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

 

 Link para todos os posts da série: https://vanessalampert.com/category/andressa-urach-me-fez-mudar-de-ideia/

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PS.* Escrevi: “No meu sentimento, meu marido na UTI era a repetição da experiência assustadora de oito anos antes”. Mas essa impressão era só no sentimento mesmo, porque em 2006 ele foi para a UTI desenganado, com infecção generalizada, e em 2014 o médico só mandou para a UTI depois da cirurgia por precaução. Mas como fazer o coração entender? Só se agarrando à fé RACIONAL, que, aliás, aprendi onde mesmo? Pois é, na Universal.

PS2. Agora é que me dei conta de que meus atendimentos pastorais foram quase todos por e-mail rs. Estou em isolamento social muito antes da pandemia.

PS3. Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos, teria que escrever um livro para caber! Que difícil selecionar apenas alguns exemplos! 

PS4. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

 Para quem chegou agora: este post faz parte de uma série de posts que escrevi para analisar um texto que a Andressa Urach publicou dizendo que saiu da Igreja Universal. É importante que você leia os outros posts da série, para entender o contexto. Clique nos links para ler, depois volte aqui:

Clique para ler a parte 1 – O post dela completo, quem sou e por que escrevo

Clique para ler a parte 2 – Pequeno parêntese sobre o post de sexta

Clique para ler a parte 3 – Por que acho que ela nunca teve o Espírito Santo

Clique para ler a parte 4 — Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Como já disse, escrevo como membro da Universal (sou membro há 20 anos) e também como leitora dos livros dela, que, como tantos outros leitores, acabou se sentindo um tanto quanto “enganada” pela autora. Sou membro desde 2000 e trabalho para a Igreja (tendo passado pela Folha Universal e Unipro) desde 2011 (estou de licença desde 2018 para tratar de um problema de saúde), então estou falando de algo que conheço bem. Não é minha intenção falar mal da Andressa, mas analisar sua atitude (por meio do texto) de modo racional e à luz da Verdade.

Bem, vamos seguir com a análise do texto da Andressa:

“Dediquei meus últimos 6 anos da minha vida para Jesus como todos sabem, mas acabei me sentindo como um objeto descartável, nunca me senti assim nem no tempo da prostituição.”

Gente, isso é muito grave. Dizer uma barbaridade dessas é não ter a menor consciência do que se está falando. Se ela realmente chegou a se sentir assim, mostra o espaço descomunal que deu ao diabo nessa situação. Já começa errado, porque se ela se sentiu como um objeto descartável, todo o “serviço” que fez para Jesus foi esperando algo em troca. 

Eu não acho que a igreja me deva alguma coisa por esses 7 anos como funcionária ou por todos esses 20 anos como membro. Eu não faço nada para a Igreja, faço para Deus. E a Igreja Universal ensina isso, como a Bíblia também ensina, que tudo o que fazemos devemos fazer como para Deus e não para homens. Assim, se eu fiz para Deus, EU NÃO FIZ MAIS DO QUE MINHA OBRIGAÇÃO, porque o Senhor Jesus salvou a minha vida, quem deve tudo a Ele sou eu, e nada do que eu faça para Ele neste mundo pode pagar o que Ele me deu. 

Quando cheguei à Igreja Universal, eu tinha acabado de abandonar o curso de Jornalismo, atolada em depressão profunda. Na faculdade, eu me sentia deslocada, às vezes matava aula porque não aguentava ouvir as pessoas falando, a luz fluorescente ofuscando meus olhos, o excesso de estímulos sensoriais. Quando caminhava até o ponto de ônibus, passava sobre um viaduto e tinha vontade de me jogar no meio daqueles carros. Eu tinha convicção de que não passaria dos 20 anos. Há três anos eu passava as madrugadas acordada, chorando e pensando bobagem. Em uma dessas madrugadas, aos 18 anos, escrevi no meu diário:

“Ninguém entende que todo esse meu jeito, todas as minhas cobranças e minha irresponsabilidade e desinteresse são um pedido de ajuda! A cry for help! Porque eu quero sair desse abismo horroroso no qual eu caí, eu queria que acontecesse algo na minha vida, alguma coisa que mudasse a minha vida, qualquer coisa que a mude para melhor, porque para pior é impossível, e mesmo se fosse possível eu não suportaria. Minha vida perdeu seu rumo e eu perdi a força, a coragem e a esperança, só o que eu quero fazer agora é deitar, descansar e desistir.”

Alguns meses depois, escrevi:

“estou menos deprimida, mas não consigo me sentir totalmente feliz aqui e sei que nunca conseguirei, só que o problema nem está tanto na cidade, está em mim, não sei o que fazer, não sei se isso tem solução, no momento me contento em dormir e chorar, só não quero mais preocupar mamãe.”

Mais alguns meses, aos 19:

“Talvez eu precisasse de ajuda médica, sei lá, tratamento psicológico, psiquiátrico, qualquer coisa que me ajudasse a melhorar, porque no momento, sozinha, não há condições. As pessoas se preocupam comigo, sim, mas elas acham que é tudo natural, que é coisa da idade, etc. mas não é. E eu não sei mais o que fazer, me sinto enclausurada, ansiosa, irritada, acho que eu não conseguirei viver muito tempo nesse planeta, logo logo meu cérebro vai desistir e desligar o circuito, estou avisando.”

Foi dessa vida que Deus me tirou, me levando para a Igreja Universal. E, me desculpe quem não gosta da Universal, seria de um egoísmo imensurável e de uma ingratidão absurda eu dizer tudo isso que Deus fez e não citar a Igreja que Ele usou para me libertar, me salvar e me ensinar. Porque quem está passando pelo mesmo que eu passei tem o direito de receber um endereço, um lugar para ir receber ajuda, se quiser (se não quiser, também é livre para não ir). Como eu já disse em outro post, eu era crente desde que nasci. Eu já tinha uma religião, uma igreja da qual era membro, mas eu precisava de ajuda e não encontrei essa ajuda por lá. Deus me levou à Igreja Universal e lá Ele fez o que queria fazer. Só não fez tudo de uma vez porque não deixei. Fui liberta da depressão, mas levei nove anos para permitir que Ele me libertasse de mim mesma. 

A Andressa não chegou à Universal melhor do que eu. Pelo contrário, creio que chegou pior, porque eu cheguei no mês em que faria 20 anos, sem a bagagem que ela tinha quando finalmente decidiu deixar aquela vida. Ela conta nos livros que teve depressão, síndrome do pânico e ansiedade, além de todo o horror que viveu e que cometeu. E Deus a levou para a Universal. Lá, ela foi liberta e experimentou uma vida diferente. Começou a falar de Jesus e da igreja porque se sentia grata por toda a ajuda que recebeu. Passou anos querendo ser obreira (quando escreveu Desejos da Alma, que foi lançado ano passado, ainda não tinha sido levantada), segundo ela, porque queria retribuir tudo o que Jesus lhe fez. E agora afirma que nem na prostituição se sentiu tão usada, como se tivesse feito alguma coisa para a qual esperasse retribuição.

Lembro da parábola do servo inútil, que Jesus contou:

“E qual de vós terá um servo a lavrar ou a apascentar gado, a quem, voltando ele do campo, diga: Chega-te, e assenta-te à mesa? E não lhe diga antes: Prepara-me a ceia, e cinge-te, e serve-me até que tenha comido e bebido, e depois comerás e beberás tu? Porventura dá graças ao tal servo, porque fez o que lhe foi mandado? Creio que não. Assim também vós, quando fizerdes tudo o que vos for mandado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos somente o que devíamos fazer.”

Lucas 17.7-10

O que Andressa esperava? Que flexibilizassem alguma regra para ela? Foi chamada à atenção e queria tratamento especial por “tudo o que fez pela igreja”. Estava fazendo para Jesus ou para si mesma? Se estava fazendo para Jesus, por que esperar algo das pessoas? Se ela não fez nada de errado, não deveria ter passado a situação para Deus para que Ele corrigisse a injustiça? E se fez algo de errado, não deveria assumir e corrigir? Seja qual for a situação, a atitude dela de sair falando mal da igreja é errada. 

Segundo o que ela mesma contou no livro Morri Para Viver, na época da prostituição, foi humilhada, usada, tratada como um objeto, abusada, agredida fisicamente e verbalmente, era tratada pelo diabo como um lixo, ridicularizada pela imprensa (ou ela achava que era famosa e admirada? Não sabia que era motivo de piada nas redações?), feita de palhaça para a diversão do público. Ou seja, foi muito usada, mas não se SENTIA usada? 

Pela vaidade excessiva, pagou para injetarem um plástico em suas coxas e nádegas, uma infecção quase leva sua vida, o diabo pronto para levá-la ao inferno, e Deus a resgata para lhe dar uma chance. Deus a leva à Igreja Universal, onde ela manifesta com demônios, é liberta, é tratada como gente, com respeito, vista como ser humano por nós, membros da igreja, acolhida como parte da família de Deus, respeitada, valorizada e amada. 

Seu testemunho foi exposto porque era forte, e ela sempre fez questão de falar do que Deus tinha feito na vida dela, dizia que fazia isso por gratidão. Recebeu de Deus um trabalho digno para usar seu talento como apresentadora na Record em um programa sério (quem teria dado essa chance para ela? O UOL? Que a ridicularizava e agora usa as palavras dela para atacar o Evangelho?). Ela diz, no livro “desejos da alma”, que chegou à igreja com problemas financeiros: 

“Eu ganhava muito dinheiro com a prostituição e, como tinha decidido abandonar essa vida, as contas começaram a atrasar.”

Trabalhava em um programa de fofocas, do qual diz que pediu demissão porque foi proibida de falar de Deus. Em seguida, foi contratada pela Record para apresentar o quadro “eu sobrevivi”. E, no livro, reconhece que aquele emprego foi dado por Deus:

“Deus é tão maravilhoso que, depois que sacrifiquei meu trabalho por causa de Jesus, fui contratada pela Record para apresentar um quadro chamado Eu Sobrevivi, que contava histórias lindas e não colocava em risco a minha fé. Deus estava respondendo às minhas orações.”

Note a diferença entre este trecho e essas duas postagens recentes dela que estamos comentando nesta série. Antes, reconhecia que tinha sido resposta às orações. Agora, tira Deus da jogada e age como se tudo dependesse de pessoas — e pessoas ruins. É muito triste.

 Naquela época, o diabo já tentava lançar o pensamento gremliniano no qual ela parece acreditar agora:

“Ao ser contratada pela emissora, ouvi de uma pessoa a seguinte frase: 

— Você é só um objeto. Quando não der mais audiência vai ser descartada pela emissora.”

Não foi a única frase que o diabo disse para ela naquela época e que ela repetiu nesta postagem. Está psicografando as palavras do gremlin e não se deu conta disso. A única diferença é que antes ele tinha que mandar recado, agora consegue falar pessoalmente e ela guarda as palavras dele — e não mais as de Deus — e a volta dos transtornos psiquiátricos que ela já havia superado me parece a consequência natural dessa troca de senhor.

Recentemente (acho que ano passado), recebeu confiança o suficiente para ser levantada a obreira, mas o Reino de Deus é diferente do reino do mundo. Lá fora, quem está em destaque, em evidência, é servido. No Reino de Deus, quem está em evidência tem de servir aos outros. Quem quiser ser maior, tem de servir. E eu achei que ela tivesse entendido isso. Parecia. Até acho que entendeu. 

Só sei que essas coisas não acontecem de uma hora para outra. As sementinhas de orgulho e de mágoa vão sendo espalhadas pelo diabo aos poucos, sem a gente perceber. E o ponto fraco dela, além da vaidade, era o mesmo que a maioria de nós: as emoções. No livro “Desejos da Alma”, ela relata que manifestou com demônios na igreja durante uma reunião de libertação e depois o pastor conversou com ela:

“Depois de o pastor expulsar aquele espírito, chorei. Imediatamente, fui repreendida por ele, que me mandou parar de chorar. Achei essa atitude meio rude, parece que não se sensibilizou com meu sofrimento! No entanto, obedeci à sua ordem e parei de chorar. Ao término da reunião, calmamente, ele me explicou que o mal entrava na minha vida por meio das minhas emoções; de alguma forma eu lhe dava acesso.”

Por ser uma pessoa muito emotiva, ela passou a vida inteira agindo impulsivamente, movida por seus sentimentos (bons e ruins). E é o que parece estar fazendo novamente agora, de acordo com o que escreveu. E quando a pessoa cede às suas emoções, abre espaço para a atuação do mal na sua vida, porque o diabo trabalha com as emoções. 

É estranho vê-la dizer que dedicou 6 anos ao Senhor Jesus, mas não recebeu o reconhecimento de que se julga merecedora. E eu ficaria muito indignada, se não tivesse esse pesar enorme competindo com a indignação dentro de mim. Porque a pessoa que chega a sentir um absurdo desses é porque se deixou enganar pelo diabo a tal ponto de esquecer o que realmente sentia na época da prostituição. 

Porque nossas memórias são editáveis, não sei se você sabe. Está lá, nos estudos de neurociência e psicologia cognitiva. E afirmações absurdas como a dessa moça me fazem ter certeza de que o mal manipula nossas memórias e edita o que lhe convém (por isso quando a gente entrega a vida para Deus, tem que entregar tudo, inclusive o passado, inclusive aquilo de que a gente acha que se lembra). Ou ela está mentindo deliberadamente ou editou suas memórias a ponto de não se lembrar do que passou na prostituição. Qualquer das duas hipóteses é suficientemente ruim.

E se ela chegou a esse ponto, está de volta aos braços do mal que quase destruiu sua vida. Como vou ficar com raiva de uma pessoa nesse estado? Como vou ter raiva de alguém que está caminhando para o inferno, sendo que há pouco tempo estava no Caminho comigo? Tenho raiva é do diabo, que conseguiu enredá-la de novo. Mas também como vou acreditar em qualquer coisa que ela diga? Como me interessaria em ouvi-la novamente, sabendo que ela está só repetindo as palavras do mal? Como poderia continuar seguindo ou apoiando? E como posso deixar que ela espalhe coisas que eu sei que não são verdade, contra a minha fé, levando seus seguidores a errar e alimentando preconceitos e fake news, sem que eu fale o que tenho a dizer?

 Tenho compaixão da alma dela, mas não dá para seguir, apoiar ou ignorar o que fez. 

“Sei que Jesus não tem nada haver com isso e a obra de Deus é feita por pessoas falhas.” 

Aqui ela coloca a culpa de seja lá o que aconteceu nos outros. “A obra de Deus é feita por pessoas falhas” entre as quais ela não se inclui, obviamente. Se se incluísse, talvez cogitasse a hipótese do erro estar nela. E “Jesus não tem nada a ver com isso”, mas ela O ignora ao colocar todo o foco nas pessoas e culpá-las por algo que ela está fazendo consigo mesma. 

“Fui excluída de grupos fazendo eu me sentir como se eu tivesse “demônios” por deixar de fazer parte da instituição.”

Foi excluída de grupos é um fato verificável. Também fui excluída de grupo, como já contei aqui. Sentir como se tivesse demônios é reação. Ninguém é capaz de fazer eu me sentir alguma coisa. Só eu sou capaz disso. As pessoas poderiam até falar que tenho demônio, mas se eu sei que não tenho, o problema está nelas! Nunca vão fazer eu me sentir como se tivesse demônio! Eu sei que sou de Deus e quem é de Deus reconhece Ele em mim. Quem não reconhece Deus em mim, não é de Deus. Simples assim. 

O estranho é a pessoa se sentir pessoalmente agredida ou ofendida porque outras pessoas estão pensando que ela tem demônio. E outra, eu DUVIDO que todas as pessoas que ali estavam a trataram como se ela tivesse demônio. Aliás, de que maneira quem é de Deus trata as pessoas que aparentam ter demônio? Não sei você, mas eu trato muito bem e com muita paciência — muito mais paciência do que alguém que acho que seja de Deus —, porque aquela é uma alma preciosa que o diabo quer roubar. E nunca vi alguém ser maltratado pela igreja inteira por ter demônio! Não na Igreja Universal. Exclusão de grupo pode se dar por um milhão de motivos. No caso dela, depois desse post que escreveu, mostrou que seja lá quem a excluiu dos grupos estava mais do que certo. 

Acho que faltou visão espiritual. Não sei se você percebeu, mas toda a conversa dela nesse post tem um ângulo puramente carnal. É como se a igreja fosse feita só de pessoas (e de pessoas ruins), o Espírito Santo não existisse, Deus não fizesse nada, e tudo girasse em torno dela. 

A Andressa não entendeu o que é ser obreira. Ser obreiro não diz respeito a você. Não é um cargo que mostra o quão santa você é. Ser obreiro é uma responsabilidade a mais, você está representando a igreja e você está representando o Senhor Jesus. Você serve ao povo e você serve ao Senhor Jesus. Você é servo. Mais servo do que o membro, porque você tem mais responsabilidade do que ele. No Reino de Deus é assim (e acho que já falei isso, mas vale a pena repetir), quanto mais responsabilidade se tem, mais servo se é. E se você acha isso ruim, vá reclamar com Jesus, porque foi Ele quem disse isso — e mais de uma vez. 

Então, se a pessoa está dentro de um grupo e fez algo que não estava de acordo com as regras do grupo (se tiver regras) ou com os princípios do grupo (se não tiver uma lista de regras), não pode continuar no grupo (tipo eu, que tive que sair do Godllywood porque não entrei em um grupo de Evangelização, que era regra do grupo). Se você fez algo que não estava de acordo com o uniforme que você veste, não pode continuar a ter esse uniforme. E isso não é caso para chilique, é caso para arrependimento, pedido de perdão a Deus e volta ao princípio para se reerguer. E se você acha que foi injustiça, entregue a injustiça para Deus e vá buscar a Ele. 

Vai sentir vergonha? Provavelmente. A vergonha é diretamente proporcional à importância que você dá a si mesmo. Quanto mais importante você se achar, mais vergonha você vai sentir, porque o “rebaixamento” pega forte no seu ego. Como vai dizer que saiu do grupo? Como vai dizer que não é mais obreira? Como vai aguentar tantos SENTIMENTOS com os quais você não sabe como lidar porque sua fé estava fraca e ultimamente era só de aparências? É complicado.

Eu não tive esse problema quando devolvi o uniforme de obreira em 2001, porque fui eu que devolvi o uniforme. Fiquei meses sem usá-lo e acabei decidindo entregá-lo por admitir que eu não estava pronta para ele. Não estava em pecado, não desobedeci, não fiz nada de “errado”. O pastor Sílvio Simeão, a quem eu entreguei meu uniforme, me disse que eu era um bolo com a receita certa que foi tirado do forno antes da hora. Ele achava que eu iria voltar. De certa forma, eu voltei, mas hoje o uniforme está dentro de mim. Acho que a Andressa foi essa massa de bolo tirada do forno (por ela mesma) antes da hora. Assim como eu, ela achava que estava pronta e foi precipitada. Não culpo quem a levantou a obreira. Como iria saber? Ela sabe ser convincente, principalmente quando está enganando até a si mesma.

O que todo mundo achou mais incrível foi a Andressa, que chegou a ver os demônios (porque ela estava cheia deles) e ouvir os gritos do inferno, quase sendo arrastada para lá, tenha perdido completamente o temor desta forma. Perder o temor é consequência direta de perder a visão espiritual e passar a olhar tudo com uma visão carnal, terrena. É por isso que a Bíblia diz:

“Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.”

Romanos 8.6-8

Isso é muito sério. “Inclinação da carne” e “inclinação do Espírito” diz respeito ao modo de enxergar e interpretar o que você experimenta, vê, ouve e observa. É nossa escolha diária de ponto de vista diante de todas as situações. Devemos ter sempre em mente que o que chamamos de “mundo espiritual” é que é o mundo real. Esse que vemos é passageiro e ilusório. Não somos nós que decidimos como as coisas são. Nossas opiniões não alteram a realidade. Nós precisamos descobrir como é que as coisas funcionam de verdade, e o único meio de encontrar essa verdade é a Palavra de Deus. Desde que comecei a basear minhas opiniões nas opiniões de Deus, que encontro na Bíblia, comecei a acertar.

Colocando as coisas em perspectiva

Esse trecho do livro “Morri para viver” traz a cena dos demônios tentando levá-la e faz uma revelação sobre a relação entre a Andressa e a Igreja Universal, que é bom relembrar:

 “vi espécies de anjos da morte se aproximando, parecendo buscar meu corpo. Vultos negros que rodeavam o leito do hospital. Meu quarto estava cercado deles. A cena se passou de forma nítida. Eram espíritos ruins, porque sentia pulsar uma sensação de angústia, uma agonia que se multiplicava conforme essas imagens tenebrosas rondavam meu corpo. 

Era a morte, na minha visão. 

Gritei, desesperada, pedindo socorro para minha mãe. Comecei a me debater na cama. 

— Mãe, eles vieram me levar! Mãe, eles vieram me levar! Me ajuda, mãe! Deus, me salva! […]

Um desses vultos tinha uma cor preta mais intensa, parecia o mais forte deles. Ele veio de longe, aproximando-se aos poucos. Novamente, eu me vi saindo do corpo. 

— Mãe, mãe, mãe! Ele vai me levar, mãe! A morte vai me levar! Mãe!

Passei a ouvir gritos de diferentes tons de voz e volume e sofri uma terrível sensação de medo.

Foi quando os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus passaram a fazer as primeiras visitas na UTI a pedido do meu primo Pablo de Freitas, membro da igreja desde 2010, depois de uma longa vida na criminalidade. Minha mãe também é frequentadora da Universal, levada por minha avó, Madalena de Faveri, já falecida. Os primeiros passos no caminho dessa crença foram dados por ela quando eu ainda era recém-nascida. Ainda bebê, fui apresentada no Altar da Igreja no Rio Grande do Sul.”

Então, ao contrário do que ela dá a entender hoje, a Igreja Universal não foi atrás dela por interesse em mídia (como se a Igreja precisasse de mídia…), a mãe e a avó já eram da igreja, ela foi apresentada na Igreja Universal quando nasceu e o primo levou os pastores para orar por ela. A Igreja foi atrás da Andressa interessada na alma dela, enviada pelo próprio Senhor Jesus pelas orações da família e de desconhecidos. 

Na época em que a Andressa estava internada, eu me lembro de ter lido em alguma notícia que a mãe dela estava indo na Universal e resolvi avisar ao Bp. Renato (ele era meu supervisor no trabalho de direcionamento de conteúdo impresso), para o caso da igreja querer mandar alguém para visitá-la e acompanhar a família. Acho que eles devem ter recebido muitos pedidos desses, porque a urgência que senti de orar por ela e o amor que despertou em mim pela alma daquela moça com certeza Deus colocou em várias outras pessoas naquela ocasião, por causa das orações da mãe dela e do primo, Pablo. Nossas orações têm esse poder. Ao ver a fé de quem se derrama no Altar, Deus move quem for preciso para responder ao nosso clamor. E foi o que aconteceu.  

Eu lembro de alguns meses antes ter visto uma matéria em um site dizendo que a Andressa estava se preparando para estrear uma peça teatral. O texto era sério, mas eu percebia nas entrelinhas o deboche do repórter, e o desprezo que ele tinha por ela, que respondeu à entrevista achando que ele realmente estava interessado. A matéria fazia o leitor achar que a Andressa era ridícula. Eu me lembro de pensar: “Meu Deus! Essa menina é mais uma sendo usada por essa mídia nojenta. Eles nunca vão vê-la como ser humano, só vão sugar, ridicularizar e desprezar, mesmo que ela tente fazer algo sério”. 

Então percebi o quão vazia era aquela vida e que o desespero que ela tinha por atenção era, na verdade, uma carência e um vazio espiritual. Vi o desprezo que o diabo tinha por ela no desprezo daquele repórter. E pedi a Deus que desse uma chance àquela moça, que alguém a evangelizasse para que ela fosse salva. Pedi para Ele levá-la à Igreja Universal. E ali, meses depois, estava o meu pedido sendo respondido no momento em que ela mais precisava. Soube de várias outras pessoas que também já oravam por ela antes do problema com o hidrogel. Vê como Deus encadeia as coisas entre pessoas que nem se conhecem? Tudo para que Ele pudesse acessá-la naquele momento e oferecer a ela a oportunidade de uma segunda chance. Ele sempre quer dar essa chance às pessoas, (por isso desenvolva o hábito de orar por desconhecidos que você vê na rua, em alguma notícia, nas redes sociais ou quando você simplesmente se lembrar de uma pessoa. Uma oração rápida, feita com fé e sinceridade, pode salvar uma vida). 

Mas, como eu disse no primeiro post desta série, o tempo é cruel e o diabo é paciente. Depois de tudo o que Deus fez pela Andressa, ela voltou a dar comidinha para o seu ego e meteu os pés pelas mãos. Agora não é tarde demais, mas ela está com muita raiva, agindo movida pelo ódio e sendo influenciada pelo mal, não creio que vá ouvir. No entanto, vou continuar orando para que Deus lhe dê nova chance (ainda que ela não mereça…quem merece? Eu também não merecia, você também não merecia. E se algum de nós um dia cometesse uma burrice semelhante, com certeza iria querer que Deus tivesse misericórdia mais uma vez). 

O problema é que o tempo está acabando. Não sei se você percebeu, mas os sinais que Jesus descreveu como “o princípio das dores” já estão acontecendo, o arrebatamento está logo ali. Jesus está às portas. É claro que, independentemente disso, se uma pessoa está viva, ela pode morrer a qualquer momento. Se você tivesse ideia do tanto de coisas que precisam acontecer perfeita e simultaneamente neste momento no seu corpo para mantê-lo vivo, entenderia o quanto depende da misericórdia de Deus.

 Mas a misericórdia dEle não ultrapassa a nossa vontade. Se eu não quisesse nada com Deus, se eu O desprezasse, me abraçasse ao diabo e caminhasse para o inferno, Ele não poderia me impedir, por mais que desejasse. E a culpa seria toda minha. A burrice, também. 

 

Amanhã publico a parte 6

Vou colocar aqui os links para os próximos posts conforme forem publicados:

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 2: o post de sexta

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 3: Será que ela recebeu o Espírito Santo?

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

 

PS. Falando sobre esse assunto de gente que sai da igreja, encontrei um vídeo legal no Facebook da Igreja, de fevereiro, mas super atual, que pode ser útil: Como lidar com a decepção quando um pastor que você gosta deixa a igreja (clique para ler)2

PS2. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.