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Andressa Urach me fez mudar de ideia parte 2: o post de sexta

Como eu disse no post anterior, a Andressa Urach me fez rever meu posicionamento de não falar de quem sai da igreja. Se quem conhece a verdade não fala a verdade, os malucos saem falando a abobrinha que quiserem inventar. Andressa fez um post no Instagram há algumas semanas dizendo que saiu da igreja e que estava com medo de ser demitida da Record. Depois ela apagou, mas a imprensa já havia repercutido. Resolvi comentar o texto dela em vários posts, para não cansar ninguém.

Porém, sexta ela publicou outro post no Instagram, dizendo que (obviamente) foi demitida da Record. Então, decidi fazer um parêntese para comentar essa nova postagem — e no próximo post retomo a análise do post anterior. Neste texto, vou colocar, na íntegra, o post de sexta — e comentá-lo. Em tempo: como já disse, parei de seguir. Não tenho raiva nem nada, a questão é que ela não tem mais nada a ver comigo. Só voltei lá sexta porque terminei de escrever e, antes de publicar, queria ver se alguma coisa havia mudado. O que eu percebo claramente é que ela está agindo movida por raiva. Isso ficou claro para mim no primeiro post (que vou esmiuçar nesta série) e também neste mais recente. 

Respira fundo e vamos lá:

“Depois de 6 anos de lavagem cerebral onde me fizeram acreditar que eu tinha que dar meu tudo para Deus…

Me levaram praticamente tudo que eu tinha, foi mais de uma milhão e meio de reais que doei nesses últimos anos para a instituição, fora o meu amor e tempo que dediquei como todos sabem e agora que não tenho mais dinheiro para dar, ainda fui demitida da Record.

👏👏👏👏

Parabéns igreja universal por levar minha Alma ao inferno!

👏👏👏👏👏

Parabéns!

👏👏👏👏”

Como disse no post anterior, falo como membro da igreja, obviamente, mas falo principalmente como leitora dos dois livros que ela escreveu. Quem leu “Morri Para Viver” ficou com a impressão de que ela saiu das infecções sem nada (apesar de ela dizer, no livro seguinte, que doou todo o dinheiro da prostituição porque não queria mais nada daquilo, dando a entender que tinha sobrado alguma coisa). Gastou tudo o que tinha com os tratamentos, saiu com deformações nas pernas e ficou sem nada. Sem trabalho, sem clientes (porque desistiu da prostituição) e, depois da recuperação, só se manteve na mídia pela notícia de que agora havia se convertido e estava na Igreja Universal. Pouco tempo depois, publicou “Morri Para Viver”. Sucesso de vendas. Quem comprou? Eu e tantos outros membros da Universal, que compraram para si e também para doar a outras mulheres que estivessem passando por alguma das situações que ela passou. 

Depois, conseguiu dinheiro das vendas dos livros e dos trabalhos na Record e parcerias no Instagram (e sei lá mais do que, não conheço detalhes da vida da moça, só o que ela divulgava). Disse no livro “Desejos da Alma” que tinha dinheiro aplicado, comprou carros para ela e para o ex-marido, deu dinheiro para ele, isso já estando na igreja há dois anos. Se doou tudo o que tinha depois disso (o que, sinceramente, eu duvido, porque não faz sentido), foi porque quis.

O que ela está fazendo — e sabe que está fazendo — é manipular a opinião das pessoas usando o preconceito que elas têm contra a Universal. Provavelmente por orientação de advogado, está listando as coisas que as pessoas falam sobre a igreja lá fora: lavagem cerebral, levaram tudo o que eu tinha, e blá blá blá. 

Quando Andressa veio para a Universal, muita gente de fora a criticou. Cansei de ouvir que ela estava apenas usando a igreja para se manter na mídia e aparecer. Não acreditei e a defendi muitas vezes. Continuo não acreditando (embora ela se esforce para me fazer mudar de ideia a cada nova abobrinha escrita nas redes sociais. Por isso decidi não olhar nada do que ela escreve). Eu realmente acho que ela foi sincera, mas nunca nasceu de Deus (vou explicar isso no próximo post). 

Ela sabe muito bem que não teve lavagem cerebral alguma e só diz isso porque provavelmente é o argumento que usará em processo judicial para conseguir dinheiro da igreja. Nem sei se é pelo dinheiro, em si, acho que não. Como disse, acho que está cega de ódio e quer vingança (e vou explicar, no decorrer dos posts, em que me baseio para ter essa opinião). É uma pena que tenha caído novamente nesse engano (esse tipo de atitude é recorrente na vida dela, segundo o que contou nos dois livros). 

Obviamente, ela não foi demitida da Record por não ter mais dinheiro para dar, isso não é verdade. E ela também sabe disso. Está movida unicamente pelo sentimento negativo. Ela já sabia que seria demitida, estava com medo disso e foi o que motivou o primeiro post, que ela apagou. Acho importante, porém, deixar claro que, por mais que a situação nos cause indignação, não devemos alimentar raiva contra a Andressa.

Ela está se deixando levar por um sentimento de ódio e simplesmente reagindo a todos os impulsos que esse mal coloca dentro dela. O diabo a odeia e por isso quer que ela se destrua de todas as formas possíveis, e começa com o desprezo pelo temor a Deus. Se o temor (respeito) a Deus é o princípio da sabedoria (como diz a Bíblia), ao perder o temor, perde-se também toda e qualquer sabedoria. E sem sabedoria, a pessoa comete erro em cima de erro. E nós, que estamos sóbrios, conseguimos ver isso. O diabo armando o bote, pronto para puxar o tapete dela a qualquer momento e ela virando as costas para o Único que pode impedir isso de acontecer.

Eu ainda tenho profundo pesar por tudo o que está acontecendo com a Andressa e vejo que, por mais que ela saiba o que está fazendo, esse tsunami de emoções que está permitindo dentro de si trouxe de volta a escuridão que a faz errar. Porque o diabo usa a pessoa para prejudicar outras pessoas, mas querendo destruí-la também. Só que as atitudes dela são erradas e não tem como desconsiderar isso. Ainda que esteja “inebriada pela raiva” (palavras dela no livro “Desejos da Alma”), a responsabilidade pelas atitudes e reações é unicamente dela.

E, por fim, a cereja do bolo estragado:

“Parabéns igreja universal por levar minha Alma ao inferno!

👏👏👏👏👏

Parabéns!

👏👏👏👏”

Oi? Quem está levando a alma dela para o inferno é ela mesma. E aqui vemos uma estratégia muito comum que o diabo usa para afastar uma pessoa de Deus. Um dos padrões de quem sai da igreja mal* é o sentimento de vítima. A pessoa se convence de que foi injustiçada, se sente injustiçada e, em vez de entregar esse sentimento a Deus, se entrega a esse espírito de vitimismo. Meu conselho a quem percebe, neste momento, a sensação de estar sendo injustiçado dentro da igreja (e quer continuar sendo de Deus) é: sacrifique sua vontade de se sentir injustiçado, de se sentir vítima, e vá buscar a Deus. Pode ser que você esteja sendo realmente injustiçado, mas pode ser que sua interpretação da situação esteja distorcida e você nem perceba. Qualquer que seja o caso, quer seja a injustiça real ou não, sacrifique. É sério. Pela sua Salvação, sacrifique.

E isso não sou eu que estou dizendo! O apóstolo Paulo escreve indignado à igreja em Corinto, porque soube que os cristãos estavam tendo problemas judiciais entre si. Ele puxa a orelha do pessoal e deixa claro que aquele que se sente injustiçado e tenta fazer justiça de forma errada, acaba cometendo injustiça. Ele diz que, no caso de haver demandas uns contra os outros, o assunto deveria ser julgado entre a própria igreja. No entanto, também diz que o certo mesmo seria sofrer o dano e não ampliar o problema:

“Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isto perante infiéis. Na verdade é já realmente uma falta entre vós, terdes demandas uns contra os outros. Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano, e isto aos irmãos. Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus?”

(1 Coríntios 6.6-9)

Por que não sofrer o dano? Imagina esse tipo de pregação hoje em dia, quando o ego está em alta e o hedonismo é o modo de vida do mundo? As pessoas dizem crer em Deus, mas não querem sacrificar nada. Não aceitam sacrificar nem uma mágoa, imagina se vão aceitar sofrer o dano, sofrer a injustiça? O que vemos, infelizmente, são pessoas como a Andressa, que nem estão sendo injustiçadas, mas pelo simples fato de se sentirem injustiçadas, por terem sido contrariadas, já querem brigar, saem falando mal da igreja e lançam suas próprias almas (e de outras pessoas) no inferno por uma imbecilidade qualquer. 

Eu me lembro de um ex-pastor que conheci na Universal de Porto Alegre e que saiu da igreja para ir morar com uma amante. A esposa continuou na igreja e ele passou meses fora. Então, voltou para a esposa e tirou toda a família da Universal (foi ser pastor em outra igreja). Depois me mandou uma mensagem todo chateado, se sentindo injustiçado, porque a Universal não o aceitou de volta como pastor e, nas palavras dele, o mandou embora com uma mão na frente e outra atrás. Eu disse a ele para não permitir que esse sentimento de vítima se instalasse, porque estaria dando lugar ao diabo. 

O cara sabia muito bem que, na Universal, se o pastor comete adultério, é removido imediatamente. Estava como pastor há 20 anos e não sabia disso? Em vez de assumir seu erro, se consertar com Deus e continuar na igreja, como já vi vários fazerem (esses, sim, são homens de Deus) preferiu se entregar ao sentimento de vítima e acusar a igreja. Por isso eu não ouço quem saiu. A pessoa cria sua própria realidade e já não se pode confiar em nada do que diz. 

A pessoa foi contrariada e não aceita perder. O ego é frágil e se magoa com facilidade. “Como OUSA me contrariar?” E lê como injustiça o fato de ninguém ter feito o que ela queria que fizessem. Tira Deus da jogada, como se Ele não existisse, e começa a brigar com as pessoas. 

Você vai ler nos próximos posts, eu realmente espero que a Andressa acorde algum dia e volte para Jesus (e não, a pessoa que tem mágoa, age pela raiva, falta com a verdade e fica tentando jogar suas responsabilidades sobre os outros não está com Jesus coisa nenhuma. Como eu disse no post “O fardo é leve, mas a porta continua estreita”, o Reino de Deus não é casa da mãe Joana), mas tenho consciência de que neste momento ela não está interessada em ouvir nada do que teríamos a dizer. Está fechada para isso, focada exclusivamente em si mesma. Por isso, esta série de posts não é para convencê-la de alguma coisa. Como eu já disse, o público-alvo são outros membros, como eu, que compraram os livros dela e estão indignados, e as pessoas que querem saber o que podem aprender com essa situação toda.

Não importa os detalhes das circunstâncias que levam uma pessoa a ser levada pelo diabo a sair da igreja** (seja da Universal ou de qualquer outra), há grandes similaridades nas reações erradas que essas pessoas decidem ter e que fazem com que elas mesmas se empurrem ladeira abaixo até o inferno. E pode ser que exista alguém lendo este blog e que esteja passando exatamente por isso, talvez já se deixando levar por maus olhos, ou mesmo ainda na fase de se sentir injustiçado. Talvez nem perceba que está entrando em uma armadilha e este texto ajude a jogar uma luz sobre o caminho em que essa pessoa entrou. Se estes posts ajudarem a colocar alguém de volta ao Caminho, ou se ajudarem alguém a permanecer firme, já terão valido a pena.

Ainda hoje publico a parte 3.

 

 

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 1: O texto dela na íntegra, quem sou e por que escrevo

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 3: Será que ela recebeu o Espírito Santo?

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

 

PS.* Digo “quem sai da igreja mal”, porque já conheci gente que saiu de uma igreja para outra e não saiu mal assim. 

PS2. **Não estou dizendo que todo mundo que saiu de uma igreja foi levado pelo diabo a sair. O próprio Deus pode tirar uma pessoa de uma igreja e levá-la para outra, como aconteceu comigo quando saí da Batista para a Universal. Mas tenho convicção de que não foi o caso da Andressa, primeiro porque foi Deus quem a levou para a Universal — a menos que ela tenha mentido no livro e nos testemunhos que deu. Segundo, porque ela está saindo por mágoa, e isso já afasta Deus da jogada automaticamente.

PS3. Só quis comentar este post porque ela fala de ter sido demitida da Record, e eu acho que foi o medo de ser demitida que motivou o post que estou analisando na série. Mas não volto mais lá e não quero saber o que ela vai dizer ou deixar de dizer. E minha sugestão a você é que faça o mesmo. Acompanhe os posts aqui, para meditar sobre o acontecimento pelo ângulo certo, que é o espiritual, e — principalmente — para manter suas barbas de molho e guardar seu coração, a sua fé e a sua salvação. Talvez entendendo o que aconteceu com ela, seja possível evitar que aconteça com algum de nós. 

PS4. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.

Andressa Urach me fez mudar de ideia – Parte 1

Gastei minhas poucas energias para lançar uma luz diferente sobre essa questão. 

Eu tinha dito que não deveríamos ficar falando das pessoas que saíram da igreja. Quase nunca comento a respeito disso, mas depois da saída da Andressa Urach mudei de ideia. Se a gente, que entende alguma coisa, não comentar, a pessoa pode inventar qualquer abobrinha e o pessoal que não sabe avaliar o que está acontecendo não vai saber julgar. Falo especificamente de quem está há pouco tempo na igreja. 

Há alguns dias, a Andressa escreveu um post no Instagram, basicamente dizendo que saiu da igreja e estava com medo de ser demitida da Record. Vou colocar o texto dela na íntegra, e fazer um breve comentário só para vocês saberem o que se trata. E nos próximos dias irei destrinchar este post dela aqui, dando minha opinião sobre cada trecho.

Segue, na íntegra, o texto da Andressa (com todos os erros):

“Gente eu não escondo nada de ninguém. Nos últimos meses passei por uma decepção tão grande,que literalmente rasgou meu coração, não consegui nem estudar, vou ter que trancar a faculdade de jornalismo, pois não tenho cabeça para pensar sobre isso.

Dediquei meus últimos 6 anos da minha vida para Jesus como todos sabem, mas acabei me sentindo como um objeto descartável, nunca me senti assim nem no tempo da prostituição. Sei que Jesus não tem nada haver com isso e a obra de Deus é feita por pessoas falhas. Fui excluída de grupos fazendo eu me sentir como se eu tivesse “demônios” por deixar de fazer parte da instituição. Se eu falasse tudo que aconteceu cmg nesses últimos anos vocês se escandalizariam e eu teria virado ateia.

Hoje como todos sabem tenho contrato com a Record aqui no Rio Grande do Sul e dependo financeiramente do meu salário e o mesmo vai até março do próximo ano. (Se eles não me demitirem até lá), como já fizeram da outra vez que estava em São Paulo quando desobedeci a orientação que recebi e casei com o pai do meu filho.

A questão em pauta é… amo a igreja, mas não consigo mais ir na igreja, peguei ranço, pois falam que uma vez afastado ficamos 7 vezes piores do que quando chegamos.

Então não quero ficar ouvindo isso!

Isso está me fazendo mal. Não quero e não vou voltar a ser quem eu era. Estou voltando aos meus tratamentos psiquiátricos, pois sou uma boderline controlada. Enquanto estava na igreja estava tudo sobre controle, mas agora que não estou mais indo na igreja, voltei a tomar uns remédios para me acalmar e controlar minhas crises de ansiedade que voltaram essa segunda-feira. E preciso controlar minha impulsividade e principalmente a minha raiva!

Conversei amigavelmente com a igreja para eles me devolverem as doações que fiz nos últimos anos, mas infelizmente não tive retorno ainda, não queria entrar na justiça. Mas não estou bem, estava vulnerável na época e não pensei no futuro do meu filho e muito menos no meu, estava em uma fase muito frágil e ainda estou,então vou voltar aos meus tratamentos”

Esse texto ficou lá por alguns dias, o suficiente para ser reproduzido na imprensa e gerar burburinho. Aí ela apagou. Eu nem sei definir o que senti. Uma mistura de indignação (aquela que a gente sente quando vê alguém mentir descaradamente), com pena (aquela que a gente sente quando vê uma pessoa fazendo burrice que vai prejudicar apenas a ela) e profundo pesar (aquele que a gente sente quando fica sabendo que alguém se matou). E uma preocupação maior com as pessoas que a viam como exemplo e podem ficar confusas com a atitude dela. Não fiquem. Eu sei exatamente o que ela está fazendo e nos próximos posts você vai entender. 

Sei que ela fez algo que a levou a perder o uniforme de obreira e desencadeou todo esse imbróglio (porque ela achou que deveria manter o uniforme e a posição nos grupos). Não me interessa a história, o porquê saiu da igreja, quem pediu o uniforme dela e por quê. O que me interessa é a reação dela e o que isso pode nos ensinar sobre nossas próprias reações. 

Antes de começar a série de textos, um disclaimer: este é um blog pessoal, não recebo orientação de ninguém para escrever aqui, não sou paga pelo que escrevo aqui (na verdade, no momento ninguém está me pagando por coisa nenhuma em nenhum lugar, porque não estou trabalhando. Estou afastada do trabalho por motivos de saúde, como a maioria sabe, por isso levei um século para escrever esses textos). Essa é minha opinião, no meu blog. 

Quem sou e por que escrevo

Sou membro da Igreja Universal desde janeiro de 2000 (antes fui membro da Batista, da qual saí para ir para a Sara Nossa Terra com minha família aos 11 anos e para a qual voltei aos 15). Fui obreira no ano em que cheguei à igreja (entreguei meu uniforme no final de 2001), então também sei como é ser obreira. Comecei a trabalhar na Igreja em 2011 (no portal, depois fui para a Folha Universal e a Unipro), no ano seguinte passei a ter contato direto com bispos, pastores e esposas no dia a dia do trabalho, conhecendo de perto como são e como vivem. Estou de licença desde 2018. Então, escrevo como membro que, nos últimos anos, teve uma visão privilegiada dos “bastidores da Igreja Universal” e pode dizer se viu alguma coisa que “vocês se escandalizariam se eu contasse”. Sou bem reservada com minha vida pessoal, mas decidi me expor aqui para dar aos meus leitores a possibilidade de julgarem por si mesmos. Abomino mentira e trabalho exclusivamente com a verdade. 

Ninguém precisa defender a igreja, e não é essa a minha intenção, mas eu me sinto pessoalmente ofendida ao ver uma inverdade a respeito da minha fé e do que escolhi viver. Porque quando diz que se aproveitaram da fragilidade dela e que sofreu lavagem cerebral, Andressa ofende a minha inteligência. E diz que se aproveitaram da minha fragilidade e me fizeram lavagem cerebral também, né não? Como se eu fosse uma idiota que está sendo enganada HÁ 20 ANOS. 

20 ANOS não são 20 dias. Não são 20 meses. E leve em consideração que, apesar dessa carinha de xóvem, não entrei na igreja Universal com 8 anos, mas sim com 20 (e agora você sabe minha idade hahaha). Querendo morrer, achando que não tinha mais vida para mim, com uma instabilidade emocional absurda e que não existe mais. E posso garantir para você que não existe mais, porque, como a maioria aqui sabe, estou há três anos lutando contra um problema de saúde que tira minhas forças físicas, causa dores e às vezes me deixa sem conseguir ler e me concentrar. Se tivesse qualquer traço da pessoa que eu fui, eu teria entrado em depressão. Mas por aplicar o que tenho aprendido na Universal nesses 20 anos, tenho estabilidade emocional para enfrentar esse problema (mesmo nos momentos em que parecia estar piorando). 

Escrevo também como leitora dos livros da Andressa (li “Morri para Viver”, em 2015, e “Desejos da Alma” agora). E, como a maioria dos leitores que compraram algum desses livros (ou os dois), estou me sentindo um tanto quanto enganada. Obviamente, não vou pedir para a Andressa devolver meu dinheiro, afinal de contas, assim como as ofertas que ela fez na igreja, comprar os livros foi escolha minha. Ninguém me obrigou, ninguém me coagiu. Embora, é claro, eu só os tenha comprado por achar que a autora se tratava de uma pessoa que realmente havia sido transformada pela fé, como eu um dia fui.

Nunca estive na prostituição, nem fui uma pessoa maldosa como ela conta ter sido. No entanto, eu era autodestrutiva, depressiva, ansiosa, muito emotiva e sensível. Era insegura e me sentia sempre deslocada e inadequada, a fé me trouxe o equilíbrio e uma nova forma de agir, de reagir, de ver o mundo e a mim mesma. Por isso eu sei que essa transformação existe e por isso não duvidei da mudança da Andressa. 

Acredito que naquela época o livro era real. Ela realmente era sincera e se assustou o suficiente com a experiência de quase morte para querer mudar de vida. Mas o tempo é cruel, o diabo é paciente e sem o Espírito Santo a pessoa precisa ser muito humilde e querer muito ser de Deus para se manter obedecendo a Ele até o fim. (Não, eu não acredito que ela tenha recebido o Espírito Santo, e tenho bons argumentos para isso. Depois explico com detalhes e embasamento.) 

Ainda não sei o que farei com os livros. Acho que vou deixá-los por aqui para registro histórico, mas já soube de outra leitora que os entregou para a reciclagem. Não posso culpá-la. Nos próximos posts, vou falar um pouco dos livros, principalmente do “Desejos da Alma”, já que do “Morri para viver” eu gostei na época e resenhei aqui. Do “Desejos da Alma” não gostei (embora tenha algumas coisas boas, tem outras meio estranhas, vocês vão entender). Não recomendo nenhum deles, porém. Já tirei da minha estante e irão para o fundo de uma caixa organizadora em que guardo os livros de destino incerto…

 

Vou colocar aqui os links para os próximos posts conforme forem publicados:

Andressa Urach me fez mudar de ideia Parte 2: o post de sexta

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 3: Será que ela recebeu o Espírito Santo? 

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 4: Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 5: Quando se perde a visão espiritual

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 6: Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 7: Psicografando gremlins

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 8: Sacrifício aceitável

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 9: O segredo para se manter firme

Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 10: Pagando para não sacrificar 

PS. Parte da imprensa noticiou o acontecimento como uma vizinha fofoqueira, para variar. Li que a igreja a havia excluído por causa do seu passado e até que ela teve que sair por ter começado a trabalhar como modelo. Só para conhecimento de quem não está familiarizado com a Universal: a igreja não exclui membros. Mesmo que você não seja mais obreiro (ou pastor, ou bispo), pode ficar na igreja como membro e até se tornar obreiro novamente mais para a frente. O que não pode é fazer algo errado ou incompatível com o cargo e querer continuar como oficial da igreja. A igreja afasta a pessoa da função, não importa quem seja. Famosa ou não, rica ou não, influente ou não. Pode ser a rainha da Inglaterra, perde o uniforme e volta a ser apenas membro. Nem todo mundo aceita isso bem, como é de se imaginar. E como curiosidade: quando eu era mais jovem, já membro da Universal, trabalhei como modelo em Porto Alegre por cinco anos, inclusive fazendo comercial de cerveja, e ninguém me hostilizou por isso. (Comercial de cerveja é algo que eu obviamente não faria hoje, mas na época eu era sem noção.) 

PS2. OBVIAMENTE, depois dessa palhaçada, eu parei de seguí-la. Não tem mais nada a ver comigo.

PS3. Já tinha escrito toda a série e sexta-feira voltei ao Instagram dela para ver se algo havia mudado. Ela publicou um post dizendo que foi demitida da Record e decidi fazer um parêntese para comentá-lo aqui no blog. Vou publicar em seguida. Depois retomo a análise desse anterior. 

PS4. Eu já escrevi todos os textos, estou só terminando de editar. Faço isso à noite, que é quando tenho mais energia, mas é também quando tenho que dormir, então publico no dia seguinte, mas se faltar algum dia, continue vindo, que no próximo dia o texto estará por aqui.

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