Mês: dezembro 2020

Desafio para os últimos 21 dias do ano

“Começamos a brigar por causa de tudo. Coisas fúteis e sem importância”, são as palavras de Richard Schmidt, um dos personagens de uma matéria da BBC sobre casais que se separaram durante a pandemia. Se as coisas eram fúteis e sem importância, por que brigar por causa delas? Não importa quão pequenas e sem importância as coisas sejam, quando você coloca o seu foco e aplica o seu coração a elas, elas se agigantam e podem te engolir. Infelizmente, a quarentena que obrigou as pessoas a ficarem trancadas em casa, longe das distrações habituais, expôs, para muitos, a dificuldade em lidar com frustrações e com situações inesperadas. Muitos apontam suas lentes de aumento para as pulguinhas da vida e as transformam, aos seus olhos, em monstros invencíveis.

O mundo está tóxico (não gosto dessa palavra, mas não tem outra para descrever). Estamos expostos a negatividade, a interpretações erradas, muita raiva e julgamento superficial diariamente. Notícias maldosas, comentários maldosos, mentiras, engano, os piores venenos para a mente humana. As pessoas têm sido treinadas em maus olhos e pensamento negativo. Tendo sido uma pessoa negativa e pessimista (eu dizia que era realista, até descobrir que a realidade depende de como a gente vê as coisas), eu sei o quanto esse padrão errado destrói nossa saúde mental e nossa capacidade de lidar com as dificuldades e resolver problemas. E, para piorar, a negatividade é a porta dos maus olhos. 

“Os olhos são a lâmpada do corpo; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo estará em trevas. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!”

Mateus 6.22-23 

Infelizmente, muitos estão vivendo nessas trevas. Não conseguem enxergar um palmo adiante dos olhos. Mesmo dentro de uma igreja, percebem que não estão sendo luz nem para si mesmos, quanto mais para o mundo! Por isso, decidi aproveitar esses 21 dias de Jejum de Daniel para fazer uma desintoxicação espiritual. E como fazer isso? Além de escolher cuidadosamente o conteúdo que vai entrar por nossos olhos e ouvidos durante esses dias, também vamos fazer um Jejum de reclamações e negatividade. Decidi trazer esta ideia como desafio para os leitores do blog fazerem junto comigo, porque quando a gente se compromete a fazer algo coletivamente, fica mais forte.

Muitos desperdiçam energia com preocupações, irritações e reclamações — eu ia dizer “a gente desperdiça energia”, mas eu não faço mais isso. Fazia muito, mas não dá mais. Quando fiquei doente com um problema que drena as forças, fui obrigada a aprender a gerenciar melhor os recursos que eu tinha. Precisei aprender a concentrar minha energia e minha pouca força em coisas úteis e proveitosas. Mas você não precisa ficar doente para aprender isso. Colocar isso em prática pode, inclusive, preservar sua saúde física e mental. 

Eu me lembrei do livro “Pare de reclamar e concentre-se nas coisas boas” (escrevi uma resenha desse livro, clique aqui para ler), que propõe um desafio de 21 dias sem reclamação. Segue um trechinho da minha resenha, porque não faz sentido eu escrever tudo de novo:

“Bem, vamos ao desafio: 21 dias sem reclamar, certo? Você deve usar algum objeto para controle, o grupo de Will escolheu uma pulseira, que deveria ser colocada em um dos braços. Assim que você se pegar reclamando, troque a pulseira de braço e recomece a contagem. Segundo ele, leva de 4 a 8 meses para completar os 21 dias seguidos sem reclamações. Apenas as reclamações e críticas que saírem pela sua boca (ou seus dedos, no caso de digitar) contam, as que ficarem apenas em sua mente, não. A pulseira ajuda a tornar o hábito consciente.”

 Então, além de se manter distante de informações desnecessárias e colocar diante de seus olhos e ouvidos apenas conteúdo espiritual, você também vai se policiar para manter longe da sua boca as reclamações e negatividades. Eu fiz o desafio do livro algumas vezes e percebi que, no meu caso, era necessário cortar também as coisas negativas que estavam na minha cabeça. Como falo pouco durante o dia e entro em contato com poucas pessoas, só cortar as reclamações que saem pela minha boca faria com que as coisas continuassem bem parecidas. Eu sugiro que você faça assim, também, mas se controlar apenas as reclamações e coisas negativas que disser, inevitavelmente irá prestar atenção ao que você pensa, então talvez funcione também.

Se você está acostumado a viver no modo automático, é provável que essa ideia lhe pareça alienígena. Como controlar os pensamentos? Não temos controle sobre o que surge em nossa mente. Podem aparecer bruscamente ideias e pensamentos absurdos, que não têm nada a ver com a gente — e isso é normal. Porém, nós temos total controle sobre o que permitimos que permaneça em nossa mente. Já escrevi sobre isso aqui no blog, no post “Coloque um segurança”: 

“Mas imagine que agora tem um segurança na porta pedindo a identidade dos pensamentos. Só entra quem tiver uma marquinha positiva. Caso algum negativo-dramático entre, assim que for detectado deve ser expulso pelo segurança. Alerta total contra esses meliantes. Pensamentos negativos, mágoa, crenças negativas a respeito de si mesmo, dos outros e da vida, em geral, comentários sobre outras pessoas, enfim, tudo o que intoxica a sua mente deve ser colocado para fora.”

A partir de hoje, coloque esse segurança. Vamos fazer isso pelos próximos 21 dias. Os primeiros dias serão de autoconhecimento. Você vai se espantar um pouco com a quantidade de negatividade que estava dentro de você (é sério, depois dê uma lida na minha resenha para ver como foi a primeira tentativa de fazer esse jejum). Mas com o passar dos dias, vai limpar a sua mente e seu coração. 

Esse esforço trará muitos benefícios: 

Melhor saúde mental, mais disposição, melhor ânimo, mais leveza para encarar as dificuldades, melhores condições de resolver problemas. Mas não apenas isso! Se você está no Jejum de Daniel em busca do batismo com o Espírito Santo, esse desafio irá afastá-lo das trevas e aproximá-lo de Deus, preparando o terreno do seu coração e da sua mente para Ele. E se você já é batizado com o Espírito Santo, reduzir o nível de negatividade dentro de si fará com que você se aproxime mais dEle e possa ser, de verdade, LUZ neste mundo de trevas.

 “Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas; para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis, no meio de uma geração corrompida e perversa, entre a qual resplandeceis como astros no mundo”

Filipenses 2.14-15

 

 

 

Leia (ou releia) os textos complementares antigos, para entender mais sobre isso:

 

Resenha do livro “Pare de Reclamar e concentre-se nas coisas boas”

Coloque um segurança

Renovando a mente — passo 2

A verdade sobre seus pensamentos 

Cuidado com as casquinhas de banana 

Intolerância a negatividade 

#JejumDeDaniel  #Dia1

 

 PS. Achei excelente ideia usar os últimos 21 dias de 2020 para o Jejum de Daniel (começa hoje, dia 11 de dezembro. Para quem não sabe, trata-se de ficar por 21 dias longe de informações desnecessárias, usando o tempo para se encher de conteúdo espiritual e buscar o Espírito Santo). No final do ano passado, estávamos falando de 2020 como “O Ano da Força”. Mal poderíamos imaginar o quanto esta seria uma característica necessária para todos nós este ano. Mas Deus sabia, e por isso deu essa inspiração de buscarmos força desde a virada do ano. E agora terminamos 2020 buscando mais proximidade com Deus, pois entramos no período que a Bíblia chama de “O princípio das dores”. Precisamos nos preparar, porque o tempo está acabando. 

 PS2. Continuaremos a série sobre a Andressa Urach, não me esqueci, não. Estou terminando de editar o texto de encerramento. Se não conseguir deixá-lo de um tamanho decente, vou publicar em duas partes. 

PS3. O Jejum de Daniel começa hoje! Este blog estará participando do Jejum com postagens diárias “Jejum de Daniel-friendly”. Compartilhe este post com seus amigos que também estão no Jejum! Espero vocês por aqui. 🙂 

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Andressa Urach me fez mudar de ideia — Parte 10: Pagando para não sacrificar

Para quem chegou agora: este post faz parte de uma série de posts que escrevi para analisar o texto publicado pela Andressa Urach ao anunciar sua saída da Igreja Universal. É importante que você leia os outros posts da série, para entender o contexto. Clique nos links para ler, depois volte aqui: 

Clique para ler a parte 1 – O post dela completo, quem sou e por que escrevo

Clique para ler a parte 2 – Pequeno parêntese sobre o post de sexta

Clique para ler a parte 3 – Por que acho que ela nunca teve o Espírito Santo

Clique para ler a parte 4 — Passando por uma situação desafiadora? Foque na sua reação.

Clique para ler a parte 5 — Quando se perde a visão espiritual

Clique para ler a parte 6 — Se eu falasse tudo o que aconteceu comigo nesses últimos anos

Clique aqui para ler a parte 7 — Psicografando Gremlins

Clique aqui para ler a parte 8 — Sacrifício aceitável

Clique aqui para ler a parte 9 — Segredo para se manter firme

Como já disse, escrevo como membro da Universal (sou membro há 20 anos) e também como leitora dos livros dela, que, como tantos outros leitores, acabou se sentindo um tanto quanto “enganada” pela autora. Sou membro desde 2000 e trabalho para a Igreja (tendo passado pela Folha Universal e Unipro) desde 2011 (estou de licença desde 2018 para tratar de um problema de saúde), então estou falando de algo que conheço bem. Não é minha intenção falar mal da Andressa, mas analisar sua atitude (por meio do texto) de modo racional e à luz da Verdade.

Vamos continuar a análise do post da Andressa:

“Conversei amigavelmente com a igreja para eles me devolverem as doações que fiz nos últimos anos, mas infelizmente não tive retorno ainda, não queria entrar na justiça.”

Orientação de advogado detected. Eu sei que a Andressa não é louca, ela sabe muito bem o que se faz na igreja, sabe muito bem que ninguém é obrigado a dar nada e as pessoas são orientadas a ofertar a Deus e não a doar para a igreja. O que eu ofereço para Deus, seja na Universal ou em qualquer outra igreja, não tem como pedir de volta! Que obreira não sabe disso? Que membro não sabe disso? Aliás, nem precisa estar na igreja para saber isso. Qualquer pessoa familiarizada com o conceito de DOAR entende perfeitamente (como você pode conferir no vídeo deste rapaz aqui e nos comentários do vídeo). Mas os preconceituosos não sabem — ou fingem que não sabem. E é com eles que ela fala agora, na esperança de os manipular a seu favor por meio do preconceito. 

O simples fato de COGITAR pedir oferta de volta mostra que ela não estava dando para Deus, e sim para a igreja. Embora, a julgar pelo que escrevia na época, talvez achasse que estava dando para Deus. É aquele problema do autoengano novamente. Por estar acostumada a viver de aparências, ela olhava para tudo de um modo muito superficial. Se tivesse analisado suas atitudes, teria percebido onde estava o erro.

 Esse erro não é exclusivo dela. Nossa sociedade há muito tempo vive de aparências. E não se engane com os movimentos que pregam “liberdade dos padrões”, eles só trocam os padrões dos outros pelos padrões deles mesmos. Continuam vivendo de aparências. E, dentro da Igreja Universal, quem já vivia assim lá no mundo — ou quem veio de outras denominações — precisa ter cuidado redobrado para ter o conteúdo e não apenas a forma.

Quando vim para a Universal, eu não tive esse cuidado. Como já tinha a forma de crente, só acrescentei as informações exclusivas da Universal e achei que estava tudo ok. Aprendi o que eram propósitos, o que era fé racional, o que era grupo jovem, como funcionavam os processos dentro da igreja e me sentia integrada. Fui liberta, não sentia mais aquela tristeza e aquele vazio da depressão, então achava que estava com Deus. Demorei nove anos para descobrir que não. É duro ter que admitir que tudo o que você fez na igreja até então foi da sua cabeça. Passei anos fazendo a minha vontade e achando que estava fazendo a vontade de Deus. Mas foi necessário encarar esse fato para, então, começar de verdade e finalmente conhecê-Lo. 

Responsabilidade sobre o próprio testemunho

E não, a igreja não errou ao dar atenção a ela. A pessoa que chegou no Templo em uma sexta-feira querendo se matar e foi liberta, na sexta-feira seguinte estará lá na frente, dando testemunho da sua libertação. E isso é essencial para que outra pessoa, que está pela primeira vez no Templo, querendo se matar, renove sua esperança e ative a sua fé. Quem precisa ter perfeita consciência do seu próprio testemunho é a pessoa que vai dar o testemunho. E a partir do momento que você aceita dar o testemunho, você tem responsabilidade por ele.

O testemunho não é sobre você, é sobre o poder de Deus. Você está mostrando para as pessoas o que Ele pode fazer — e Quem Ele é. E só quem vai saber se a sua intenção ao testemunhar é correta é o próprio Deus. O pastor não tem como saber se a pessoa está querendo atenção para si ou se está querendo glorificar a Deus. E ninguém mais pode saber, porque ninguém conhece o coração do outro.

Ninguém tinha como saber como ela se sentia em relação a posição dentro da igreja, que ficaria magoada por ser repreendida ou que se ofenderia ao ser tirada de grupos. Creio que nem ela imaginaria isso. Conseguimos avaliar essas coisas agora, que sabemos o que aconteceu, mas antes não tinha como — e nem poderia, não havia dados suficientes, porque, como eu já disse, depois de um tempo ela estava enganando até a si mesma. Mas agora, estamos ligando os pontos a fim de entender o que aconteceu — porque é importante entender, pelo menos para quem não quiser estar no mesmo papel amanhã.

Outra coisa sobre esse trecho:

“Conversei amigavelmente com a igreja para eles me devolverem as doações que fiz nos últimos anos” 

Note que ela chama ofertas, votos e dízimos de “as doações”… essa nem é a linguagem que a gente usa! Quem, dentro da igreja Universal (e acho que de qualquer outra igreja em que eu já estive na vida) chama ofertas de “doações que fiz para a igreja”? Essa é linguagem de advogado, que possivelmente pretendia usar esse post em um processo judicial que já deve estar preparado contra a igreja.

Nesse processo, é provável que ela diga que é borderline, não estava em posse de suas faculdades mentais enquanto estava na igreja e foi manipulada por pastores malvados para entregar toda a sua fortuna à igreja. Apaga todos os registros antigos da rede social porque aí o juiz não tem como ver que a história real não corresponde à fictícia. Porque se tivesse acesso aos posts e vídeos que a gente acompanhou no Instagram dela dos últimos 6 anos, o juiz veria que ela estava feliz, normal, com excelente função cognitiva, parecendo uma pessoa inteligente e muito consciente do que estava fazendo e ensinando, convencendo a todos direitinho. 

Abro um parêntese aqui só para colocar um trechinho do que ela diz a esse respeito no livro “Desejos da Alma”:

“Por ter esse entendimento, de que tudo vem do Senhor, todo dinheiro que ganhei na prostituição eu doei, não queria mais um centavo daquilo. Quero apenas ajudar na obra de Deus e tenho prazer em ofertar meus dízimos e ofertas. Deus fez de mim a própria bênção.”

Esse é o texto de uma pessoa bem consciente do que fez — e do porquê de ter feito (apesar de, como texto, estar bem confuso, pois do jeito que está escrito fica parecendo que o dinheiro que ganhou na prostituição veio do Senhor, o que certamente não é o que ela quis dizer).

 É verdade, Deus fez dela a própria bênção. Por gratidão a Ele, ela quis, voluntariamente, ajudar na obra de Deus. Ninguém a obrigou, ninguém a persuadiu. Se ela deu alguma coisa, foi porque quis. Na época, estava bem consciente disso.

 O que acontece agora é uma reedição de outro problema que ela teve há alguns anos — e que relata no livro Desejos da Alma, vou explicar ainda neste post.

 Oferta não é dinheiro

Vamos seguir com o texto da Andressa: 

“Mas não estou bem, estava vulnerável na época e não pensei no futuro do meu filho e muito menos no meu, estava em uma fase muito frágil e ainda estou, então vou voltar aos meus tratamentos”

Aqui está o que eu havia mencionado antes, a construção do argumento para o juiz, caso a igreja não ceda à chantagem e ela ENTRE NA JUSTIÇA PARA PEGAR OFERTAS DE VOLTA. (Gente, que absurdo.) A ideia é criar uma imagem de alguém que estava indefesa e que foi manipulada pelos pastores malvados que queriam roubar sua fortuna.

A verdade é que, com medo de perder o emprego, ficou preocupada com o futuro financeiro dela e do filho, não tem mais confiança em Deus, está atormentada por esses pensamentos de ansiedade, e o diabo logo a faz lembrar das ofertas que ela fez a Deus como “dinheiro que você deu para a igreja”. A ideia dele não é que ela recupere o dinheiro, mas que cave um poço mais fundo e aumente a sua iniquidade. Porque vá vender balinha no sinal, meu amigo, mas não toque na oferta que você já deu. Se você deu, não é mais sua. Oferta não é dinheiro. 

A partir do momento em que é colocada no Altar, no alforje ou no gazofilácio, a oferta deixa de ser dinheiro e passa a representar a sua vida. Ela é a materialização da sua fé. Por isso, ai de quem tocar nessa oferta como se fosse dinheiro. Quer seja um pastor corrupto, quer seja funcionário corrupto, quer seja um ex-membro querendo pegar suas doações de volta. E não estou jogando maldição, estou só constatando o óbvio, pela lógica. Porque Deus é Deus, Ele não é a lata de lixo da esquina. As pessoas acham que, porque Deus é bom e benigno, Ele não deve ser levado a sério.

E mesmo se fosse concebível pegar oferta de volta, na Igreja Universal o dinheiro não fica parado. Você deu, ele já foi para alguma construção, para a manutenção dos templos, para rádio, TV, internet e um milhão de despesas que a igreja tem. Então, mesmo se a pessoa conseguisse na justiça os valores de volta, já não seria os que ela deu. Estaria pegando da oferta de outra pessoa. Além de pegar o dinheiro que não é dela, é o dinheiro que outra pessoa deu para Deus! Eu teria muito temor de fazer um troço desses, não importaria em que igreja fosse. Se ela não quis o dinheiro da prostituição porque era amaldiçoado, não passa pela cabeça que enfiar a mão no alforje (ou no gazofilácio) é algo terrivelmente pior? 

Sacrificando errado

No livro, ela menciona uma Fogueira Santa que fez na época em que estava obcecada por voltar com o ex-marido. O rapaz manifestou com demônios (no “Morri Para Viver” ela menciona que ele manifestava em casa, quando moraram juntos pela primeira vez. No “Desejos da Alma” ela conta que ele manifestou na igreja) e não queria nada com Deus, mas mesmo assim ela não viu que era armadilha do diabo, achava que, se eles se casassem, ele se converteria.

(Entenda uma coisa: se a pessoa tem um espírito maligno dentro dela, ela pode ser a melhor pessoa do mundo, você não tem como saber o que esperar. Porque o espírito que está nela pode influenciá-la a fazer coisas que ela jamais faria por conta própria.)

A probabilidade de você fazer a vontade do diabo e ao mesmo tempo contar com a ajuda de Deus é… ZERO. Deus só vai te ajudar quando você decidir parar de fazer a vontade do diabo. É por isso, aliás, que não adianta sair da Universal e frequentar outra igreja mantendo ódio, mágoa, desejo de vingança e querendo pegar ofertas de volta. Só quando decidir sacrificar essas coisas que a estão afastando de Deus é que ela irá se beneficiar da presença dEle, seja de volta à Universal, seja em outra igreja. É por isso que eu tenho sérias dificuldades em acreditar no cristianismo de quem sai da Universal para outra denominação e continua falando mal da Universal.

Bem, vamos voltar ao trecho do livro. Ela se sentia culpada pelo fim do casamento e depois que se converteu tinha o sonho de reconstruir a família. Foi supostamente batizada com o Espírito Santo (hoje fica claro que não foi. Depois leia a parte 3 desta série para entender o porquê) e, mesmo assim, não teve discernimento para saber o que fazer quando o rapaz se reaproximou dela. Ela foi orientada a não entrar nesse relacionamento, e diz que desobedeceu por teimosia. Conversaram por mensagem por um mês e ela diz que não o amava. Ele veio para São Paulo morar na casa dela e, depois de VINTE DIAS morando com ele, ela já o amava desesperadamente. Palavras dela, na página 92: 

“Não o amava, estávamos separados há praticamente 6 anos, mas amava a alma dele e, por ser imatura espiritualmente, achei que poderia ajudá-lo a se libertar.”

Palavras dela, na página 97:

“Perdi a visão espiritual. Estar com ele e com meu filho por 20 dias em casa me fez voltar a amá-lo; mexeu com meus sentimentos.”

Nesse período morando juntos, ele tentou dormir com ela, mas ela disse que só dormiriam juntos depois de oficializar o casamento. No entanto, obviamente, um dia ela cedeu. Ela conta que se sentiu muito culpada:

“Eu me sentia suja, indigna de falar com Deus; me ajoelhava e pedia perdão. Mas parecia que Ele não queria me ouvir.”

A pessoa cai em pecado e, depois, não consegue se perdoar. Mas por que não consegue se perdoar? Porque fica ouvindo as acusações do diabo em vez de crer na Palavra de Deus. Andressa foi orientada corretamente, mas continuava dando crédito às acusações na cabeça dela. Ela foi até o pastor e contou o que aconteceu, imaginando que ele a mandaria se casar com o rapaz, para consertar o erro. Mas ele insistiu na orientação de que ela deveria se afastar e se colocou à disposição para conversar com ele. Quando ela disse ao rapaz que o pastor queria encontrá-lo para conversar, ele deu um chilique, brigou com ela e voltou para o Sul.

“Estava desesperada, meu maior sacrifício seria abrir mão dele (do ex-marido). Veio a Fogueira Santa e coloquei no Altar todos os meus maiores bens financeiros: carro, joias, tudo de valor mais alto devolvi a Deus, tudo o que Ele tinha me dado. No envelope, pedi para Deus abençoar a minha vida sentimental. Não escrevi pedindo para converter meu ex, porque, no fundo, sabia que não era a vontade dEle para a minha vida. Depois desse sacrifício no Altar, eu desci leve. Tinha a certeza de que meu pecado estava perdoado, que Deus cuidaria da minha vida sentimental e me perdoei.”

 Aqui você vê que ela não entendeu nada. Primeiro diz que o maior sacrifício seria abrir mão do ex-marido. Mas esse sacrifício ela não fez, reparou? Preferiu colocar no Altar todos os maiores bens financeiros. Se o maior sacrifício seria abrir mão do rapaz, por que colocou no Altar os maiores bens financeiros? Esse é um erro muito comum. Tem gente que paga para não sacrificar. Quer participar da Campanha e se engana, achando que engana a Deus.

O que a gente aprende na Igreja Universal? A perguntar para Deus o que Ele quer que a gente sacrifique. E como Deus responde? Dando CERTEZA do que você tem que fazer. Se Ele não responder, não faça. Se não quiser fazer, não faça. Se ainda não entende ou não crê que precisa sacrificar, não faça. Não estou inventando isso, é o que eu aprendi dos pastores e bispos. Isso é entre você e Deus. A Bíblia diz que quem se abstém de fazer um voto não peca; peca aquele que faz o voto e não o cumpre.

O que Deus te pede?

 Note que ela não diz que Deus pediu esse sacrifício. Nem que a igreja pediu. Ela diz que devolveu a Ele o que Ele tinha dado. Foi uma decisão voluntária, mas não basta ser uma decisão voluntária, é preciso sacrificar o que Deus pedir. Se você está com o coração no dinheiro, Deus vai pedir o dinheiro. Se você está com medo de perder seu salário, é provável que Ele peça o seu salário (já me aconteceu). Mas se Ele está pedindo para você abrir mão de um relacionamento errado, é esse o seu sacrifício. Pode até fazer uma oferta de sacrifício financeiro para simbolizar seu sacrifício espiritual (porque quando você aprende a sacrificar, você aprende a gostar de sacrificar), mas se der dinheiro e não der o que Deus pediu, não é Fogueira Santa. 

 Fogueira Santa é símbolo da vida de renúncia exigida pelo cristianismo. Porém, assim como muitos dizem que entregaram a vida para Deus, mas são desmentidos ao se recusarem a entregar dinheiro quando Ele pede, muitos entregam dinheiro na ilusão de que não precisarão entregar a vida que Ele pediu.

Fogueira Santa não é para perdão de pecados

 Outro ponto é ela dizer que desceu do Altar com a certeza de que o pecado dela estava perdoado. Não sei se isso é texto mal escrito (pode ser), mas é bom deixar claro que Fogueira Santa não é para perdão de pecados. O sacrifício para perdoar nossos pecados foi feito por Deus, que entregou o Seu Filho na cruz em nosso lugar, para fazer expiação por nossos pecados e nos dar um lugar à mesa dEle. Quando pecamos e nos arrependemos, pedimos perdão a Deus e Ele nos perdoa, porque estamos cobertos pelo Sangue de Jesus. Mas às vezes continuamos ouvindo o diabo e não conseguimos nos perdoar ou nos sentir perdoados. 

 Mas o perdão não é um sentimento. Se CREMOS no perdão de Deus, o autoperdão é imediato (isso aprendi com o Bispo Renato: “autoperdão é subproduto de crer no perdão de Deus”). Se não nos perdoamos ainda, é porque não cremos. Talvez seja isso o que ela quis dizer quando falou que desceu do Altar com a certeza de que estava perdoada. Talvez ela tenha conseguido crer no perdão de Deus naquele momento. Mas esse trecho ficou bem confuso, dá muito a entender que ela achou que estava comprando o perdão com dinheiro. 

Querendo punir a Igreja

Mas também tem outro ponto, que pode ajudar a entender o que está acontecendo. Ela conta no “Desejos da alma” que, quando voltou com o ex-marido, deu um carro para ele. Quando descobriu que ele a estava traindo, pegou de volta todos os presentes que tinha dado para ele, inclusive o carro. Depois ela viu que era errado (afinal de contas, se você deu, não é mais seu), que estava cega pela raiva. E creio que é o mesmo que está acontecendo agora, até porque ela disse que não está conseguindo controlar a raiva (então, está agindo movida pela raiva). Obviamente, ainda que conseguisse tirar dinheiro da igreja, quem perderia não seria a igreja. O diabo quer tomar conta de todas as áreas da vida dela de novo, e ela está caindo como um patinho. 

“Antes de mandar o meu ex embora da minha casa, tinha dado um carro a ele, uma BMW e R$ 60 mil em dinheiro. Não achava justo mandá-lo embora com uma mão na frente e outra atrás.”

Vejo grandes semelhanças entre o que está acontecendo agora e a situação que ela relata no livro. O ex-marido voltou para a namorada e disse que queria voltar com a Andressa, mas a namorada não deixava. No caso, a mulher tirou o pai do filho dela. Agora, a Igreja tirou a posição dela:

“Nessa disputa eu não poderia perder! […] A namorada dele ligou. […] Eu estava enfurecida, desci o nível, falei palavrões, coisas absurdas! Disse coisas horríveis, das quais me arrependo, agi tomada pela raiva. Só conseguia pensar naquela disputa. Quem era ela para tirar o pai do meu filho?

Após desligar o telefone, ela enviou, por mensagens, cópias de conversas entre ela e meu ex-marido […] Ao ler aquela troca de mensagens, fiquei ainda mais enfurecida. Peguei todas as roupas que tinha dado a ele e levei embora junto com o carro. Voltei para São Paulo. Estava com ódio dos dois, muita raiva; me senti usada, traída! Como ele pôde fazer isso comigo depois de tudo o que fiz por ele?”

 

Alguma semelhança com o que está acontecendo agora? Ela tinha dado presentes ao namorado, e quando achou que ele estava tramando algo contra ela, MOVIDA PELA RAIVA E PELO ÓDIO (palavras dela), pegou de volta o que havia doado. Se sentia usada e traída, porque esperava algo em troca do que havia dado. E, para se vingar dele, pegou de volta os presentes. Depois, caiu em si (coisa que espero que aconteça agora):

“Se tivesse ouvido meu pastor, nada disso teria acontecido. Conhecia a Palavra de Deus e me deixei ser vencida por minhas emoções. Abri um jejum de 40 dias sem jantar para Deus tirar aquele sentimento ruim que estava dentro de mim. A dor era imensa, tanto espiritual quanto física. Pedi ajuda para limpar meu coração, não poderia ser dominada pela raiva e pelo ódio

Quando a raiva passou, vi que foi horrível ter tirado tudo que dei a ele. Deus nos orienta a dar sem esperar nada em troca. Senti vergonha das minhas atitudes e devolvi o que havia dado. […] Lutava contra os pensamentos e, principalmente, contra os meus sentimentos. […] Voltei a evangelizar. Também parei de olhar para o passado e tentava olhar para a frente. Resistia às emoções. Após o jejum, perdoei os dois e estava esquecendo de tudo.”

É exatamente a mesma situação que estamos vendo agora, com a agravante de que ela deixou que a mágoa se instalasse e, por isso, a raiva não passou. Está tentando “punir” a Igreja como tentou punir o ex-marido. Percebe como ela simplesmente desconsiderou a existência de Deus e o que Ele estava achando dos pensamentos e atitudes dela e, simplesmente, saiu atropelando todos à sua frente porque sentiu que não recebeu o que merecia?

Agora só não foi a mesma coisa porque foi muito pior. Na cegueira da sua raiva, ela desconsiderou Deus, desconsiderou as almas que poderiam se perder por suas palavras, desconsiderou absolutamente tudo e saiu atropelando todo mundo, na esperança de atingir a Igreja, sem se dar conta de que, ao fazer isso, se colocou na posição de lutar contra Deus.

Na história que ela narra no livro, cometeu uma sequência de erros que terminou com um casamento destruído por traição, agressões físicas e verbais. Tudo porque não sacrificou o relacionamento quando Deus pediu. E agora, mais uma vez, ela não quis sacrificar seu orgulho e seja lá mais o quê Deus pediu. Caiu na mesma armadilha, embora com outros personagens. E segue cometendo erro após erro, criando factoides, se vitimizando, movida pelas emoções que nunca lhe trouxeram nada de bom.

Quando a pessoa cai nesse tipo de armadilha que envolve orgulho, a única maneira de escapar é sacrificar o orgulho. Na verdade, para escapar de qualquer armadilha do diabo, o segredo é sacrificar aquilo que o está prendendo a ela. Se a pessoa cai em uma armadilha por causa de medo, ela só vai sair quando sacrificar o medo e fazer o que precisa ser feito, mesmo ainda sentindo medo. Armadilhas que envolvam sentimento só se quebram quando se sacrifica o sentimento. Faz parte do “quem quiser vir após Mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me”. Sacrificar a vontade de se vingar, sacrificar a vontade de alimentar a raiva, sacrificar a vontade de se sentir vítima.

Não é fácil, mas o que a gente recebe em retorno vale demais! A recompensa da humildade e do sacrifício diante de Deus é a Salvação da alma pela eternidade. O que pode ser maior do que isso?

 

 

 Clique aqui para ler todos os posts desta série 

 PS1. Eu tinha dito que este seria o último post da série, mas ele acabou dando filhotinhos. Saiu também um outro texto, explicando sobre ofertas, que vou publicar fora da série.

PS2. Acho que é importante explicar sobre ofertas, dízimos e sacrifício, porque não faz o menor sentido a pessoa estar na Igreja há anos e não entender essas coisas. Ou achar que entende, mas depois sair dizendo coisas que mostram claramente que ela não entendia nada. Quem ler meu próximo post não vai mais ter essa desculpa.

PS3. Gostaria de ter dia e horário certo para postagem, como dizem que deve ser, mas atualmente isso ainda está um pouco fora da minha realidade, então prefiro fazer assim do que não fazer nada.

 

 

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